I
Entre deliberações
A livre escolha
Do azo livre
Liberdade, alvedrio
Arraso
II
Pensamentos por vezes me distraem
Conclusões que se esvaem
Pelos desvãos do pensamento
Decisões inconclusas que em perdem
Na contagem rara do momento
Idéias pouco claras
A navegar em mar de ideias
Lento e sequioso de alento
Por que a resposta não nos chega?
Desalento em cada vão momento
Arremedo de pensamento
Saudade de um tempo das mais belas conclusões
A enfeixar um pensamento
Quanto desidério
Perguntas sem respostas
Angustias sem consolos
E a dúvida a abismar:
Por que assim é o mundo?
Em triste cenário absurdo
Tento me confortar
E pairar por entre abismos
A me admirar dos paroxismos
A lua bela,
Sempre branca e redonda lua,
A me encantar
Em cenários de claridade
Pouca escuridão
Nas madrugadas a ausência de luz
A nos trazer confusão
A de pé esperar pela condução
Que quase sempre chega,
Ou sempre nunca chega
Caos, problemas, confusão
Pessoas em profusão
E a gente a tentar sobreviver em meio ao caos
Triste a solidão das multidões sempre vazias
E eu a ler meus surrados papéis e apostilas
Quem sabe na vã esperança
De fazer de meu tempo,
Algo melhor do que uma desconsolação
E um tédio mortal
A observar sempre as mesmas coisas
Olhares vazios, cenários vazios
Vida vazia de significado
Cenário triste e desolado
Habitáculo de seres de passagem
Em uma triste e penosa viagem
Há! Quantos caminhos por devassar
Cordões e correntes a se arrebentar
Pois a vida não há de ser um oceano,
De emaranhados pensamentos aprisionados
E das ideias puras
Pensamentos puros, acrisolados
Mas e essa tal liberdade
Por onde andará?
E a vida será que algum dia,
Enfim, diferente será?
A podermos deliberarmos livremente
E vivermos conforme o que queremos
Ou seremos sempre autômatos seres?
III
Borboletas rareiam a vagar
Em pleno jardim de maravilhas
E eu a caminhar
Divagando em diletante
Doce e sonora amante das canções
Beletrismo a nos compor os dias
Nas mais belas poesias
IV
Nas setas, nas retas
E nas curvas
Nos intrincados caminhos
Nas confluências e entroncamentos,
Com os mais variegados movimentos gesticulares
Deslindes sem deslizes,
Ou acidentes de percurso
V
Estudantados dias
Em cujos ditosos anos
Conhecimentos formoseiam
A dilapidarem mais,
E novos conhecimentos
Em mundo em ebulição,
Convulsionado em revoluções,
Resoluções, faltas e soluções,
Sem nada resolver
Mas estudantes,
Sempre aplicados a aprender
Em seus passeios da ditosa escola da vida
A novos conhecimentos adquirirem
A acompanhar a transformação das coisas,
Da história e da própria vida,
A conhecerem novos lugares
A visualizarem vivos seres pulsáteis,
Seguindo o sentido das marés,
Ou a deitarem-se nas areias a se deixar levar,
Em suas gelatinosas e coloridas formas
Vibrantes descobertas
De um tempo sem igual
Na escola da vida,
A aplicar os conhecimentos adquiridos em aula
VI
Altares ricamente decorados
A ilustrar santas vidas em seu retábulos
Painéis ricamente adornados,
A enfeitarem os altares das igrejas
Com colunas, imagens e ornamentos
Dedicados artistas a esculpirem obras de vulto
Em altíssimo nível e inestimado valor
Raro esplendor
VII
Frases de efeito
A seguir os passos e os pensamentos
Odores, licores e sabores
Albores de novos tempos
Idas e vindas de ideias insuladas
Isoladas em si mesmas
Sonhos nababescos
Jardins suspensos
Modesta morada
DICIONÁRIO:
paroxismo /cs/
substantivo masculino MEDICINA 1. espasmo agudo ou convulsão.
2. momento de maior intensidade de uma dor ou de um acesso.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
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