Poesias

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

QUEM UM CONTO CONTA, UM CONTO AUMENTA

Melopéias de uma tarde tristonha
A despedir-se dos mil sóis,
De uma tarde fagueira
Belos luscos-fuscos,
Emoldurados por coloridos raios
Amarelos, laranjas,
E um céu azulado e violeta

As estrelas a enfeitarem o firmamento
Cintilando a cobertura celeste de brilhos

E a triste tarde
A contrastar com todo este esplendor
E o céu a despejar suas águas,
Das brancas e vaporosas nuvens

As gotas de chuva a correr pelas vidraças
Janelas salpicadas das águas que caem das alturas
Chuva de vento, que a tudo revolve
Pensamentos que a mim e a todos envolve
Muitas e boas idéias a fervilharem a mente
E o som no rádio, e na rede,
A fascinarem nossos ouvidos
E a tarde que se despede,
E a noite se faz por chegar

Saudades de uma rede vermelha
Para nas tardes, me balançar

E o pensamento vagueia
Percorrendo mil idéias desconexas
Tempos de infância
A recordar-se de inúmeros contos de fada

Com suas belas e delicadas princesas
Jovens moças que entoam maviosas canções
Tristes e suaves melopéias
Com seus olhares profundos e puros

E seus príncipes valorosos, a enfrentarem feras
E a erguerem espadas, altivos
Portando imensas e exuberantes capas

Em ingênuas narrativas
Em que sapos viram príncipes
Donzelas adormecem por cem anos,
A espera de um beijo de amor
Ou então, presas estão, no alto das torres,
A espera de um príncipe para salvá-las

Em contraponto,
Um conto de fadas, nada convencional
Onde o interior dos seres
Mais conta do que a beleza exterior
Beleza das mensagens, das vivências
Mil e lindas experiências

E a tarde cai, os pensamentos vagueiam
As idéias, aos poucos rareiam
E os pensamentos pululam as mentes
Edificantes posturas

Em contraste a isto, tristes histórias
Lembranças dos que se foram
Partindo desta vida
Mas nunca de nós se separando
Ao menos não em definitivo

Nisto, procurando se distrair
A ouvir novas canções
E a triste tarde a se despedir
Sorrateira, dando lugar a noite e ao luar

E aqueles que tão cedo partiram,
Apressados, antes de nós,
Nunca de vós esqueceremos!

Pois entre nós viveram
E antes de partir,
Deixaram entre nós seus melhores pensamentos,
Os seus nobres ensinamentos
E também as coisas menos edificantes,
Que para trás deixaremos

Que todos sigam suas trajetórias
Em todos os planos espirituais
Temporais, e atemporais
E que os contos a serem contados,
Um conto aumentem,
Na conta de todos nós, endividados!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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