Poesias

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Passeio no Parque

Em uma bela e ensolarada tarde domingo
Proposta de passeio no parque
Em meio a companhia de lírios amarelos
E de imensos agapantos azuis

Fotografias a retratarem o cenário emoldurado
De plantas, flores e árvores
Posições contemplativas, meditativas
Sentadas em banco
Em pé ao lado de plantas e árvores
E o sol a tocar a pele
Com toda sua intensidade e calor abrasadores

E a Lua Continua, Sempre Ela

A lua e as estrelas continuam
A compor um cenário de embelezamento
Juntamente com diversos ipês roxos floridos
Que me acompanham em meu caminho
Das andanças diárias

Ora aparecendo crescente
Deitada a dormir em leito lácteo
Por vezes surge,
Em dia claro em todo o seu esplendor
Agora em formato esférico
Com toda a sua beleza e brancura
Estrelas por vezes,
Insistem em mostrar seu brilho e beleza
Em horizontes tão fautos em brilho
Algumas mostram intenso esplendor

Lindas, compõe um bonito cenário
Para encanto dos meus dias fugidios
E a lua a caminhar pela abóbada celeste
A cada dia se mostra em posição mais elevada

Hoje mostrou-se branca, redonda e linda
Por detrás de um belo prédio azul
Em plena claridade dos dias!
Prédio de um azul vívido
Que em tempos de antanho,
Provavelmente servira de fábrica
Tendo em vista a construção lembrar antigo galpão
Memória da cidade de São Paulo,
A ser revisitada
E antigos prédios e construções,
A serem mantidos e utilizados para finalidades outras

Alguns a virar cenário,
De peças de teatro experimental

É a Vida

Enquanto isto, a vida prossegue viajante
Estudos diversos
Sinalizações semafóricas, multas apreensões

Correrias diárias
Viagens diversas
Trolebus, trem e metrôs

A deparar-me com vários ipês floridos
Chaminés de antigas fábricas,
Quase todas pichadas
O que é passível de multa?
Por que a Constituição é a Lei Maior?
Por que o viver é tão difícil?
Por que necessidade temos,
De escolher sempre o caminho mais difícil?
Por que não podemos aprender,
Da maneira mais suave e menos penosa?

Isto é fácil de se comprovar isto,
Verificando-se o trânsito
Onde muitos só pensam em levar vantagem
E só respeitam a sinalização de trânsito,
Quando há o risco de ser multado
Acaso não seria mais fácil se respeitar
A sinalização semafórica, as placas?

Parece que não, pois muitos as violam
Sinto que há um prazer em burlar as leis
E que isto causa mais efeito,
Do que proporciona vantagens efetivas
Mas ninguém parece se importar com isto
O importante é levar alguma vantagem
Por pequena que seja,
E assim, o que poderia ser fácil
Torna-se difícil
Fazer o que, é a vida

Devemos com isto aprender
E lidar com este tipo de situação
Da maneira que for possível
E assim, fico a ouvir minhas músicas,
Em meu fone de ouvido
A ler minhas provas, manuais de direção
De forma a ocupar meu tempo
Aproveitando a viagem diária
E tentando me aborrecer menos
Embora ás vezes isto pareça impossível

Recados

Inscrito em uma geladeira,
Cenário de divertida novela
Em fundo animado e colorido,
Estão os dizeres:
“A arte existe,
Para que a realidade não nos destrua”

Belo pensamento
A nos alertar o quanto precisamos da arte
Em nossos dias
A poesia a permear os belos momentos de nossas vidas

Para não sermos reduzidos
A pequenez cotidiana,
Os prosaicos problemas
A sermos seres medíocres,
Sempre seguindo o rebanho
Agindo sempre da forma como se espera

Pois como dizia o filósofo Descartes:
“Penso, Logo Existo”
E se eu existo,
Insisto em procurar uma melhor forma de viver

Oceano

Oceano, imenso reservatório de água
Repouso da vida marinha
Água repleta de sal
A acolher diversas formas do viver
Lendas e crendices

Siris a fazerem suas tocas a beira mar
Conchas com seus formatos vários
Onde vivem moluscos,
Recém saídos destas
Conchas várias, diversas
A enfeitarem as areias do mar
Mares e vidas, com seus usos e fazeres

Fábrico de canoas,
Com o tronco de apenas uma árvore
Trabalho artesanal,
Cortado com motosserra,
E esculpido com machado
A lembrar antigos dizeres:
Com quantos paus se faz uma canoa?
Como a pesca em suas várias formas

Entre elas:
Acender de luzes, para atrair lulas;
Redes de arrasto para pescar camarões
Onde nesta leva outros seres são pescados
Peixe voador, a ser atraído
Com o óleo lançado sobre ás águas,
Por sua claridade

Peixe exótico,
Cujas ovas são preparadas,
E vendidas como fina iguaria
Caviar de terras brasileiras
Possuí nadadeiras a lembrar asas
Que planam, saltando das águas
Ao sentirem-se ameaçados

Em antiga matéria televisiva
A mostrar como se constrói,
Grandes barcos em madeiras
Processo caro, artesanal, demorado
Mas resultando em magníficas construções
Redes de pesca trançadas,
Fazendas marinhas
Onde são criadas ostras,
Em conchas onde surgem lindas pérolas
Em outras são criados mariscos, vieiras
Vivendo em recipientes,
De onde são retiradas

Quando atingem o tamanho ideal para consumo
Seres criados em ambientes limpos
Pesca artesanal em muitos casos,
A ser orientada por pescadores
Que do alto de montes,
Avisam os pescadores,
Onde se encontram os cardumes de peixes
A competirem com a pesca industrial
Com barcos enormes
Onde se pesca muito mais
E a sofrerem com a desvalorização do preço,
Do produto pescado
De onde retiram,
Módicas somas para o sustento
O qual é vendido a somas vultosas,
Para os consumidores
Oceano de mar aberto,
Águas limpas, azuis, de verde esmeralda
Cercada de paredes de pedra
Canoas, barcos

Pescadores a lançarem suas redes ao mar,
A saírem cedo para pescar
A seguirem por horas mar adentro
Até encontrar um bom local para pescar
Passeios de escunas por ilhas
Com fortes, canhões,
E antigas construções coloniais
A avistar golfinhos
Em mares cariocas,
Pinguins a mergulharem em suas águas
Oriundos da Patagônia
Pinguins de Magalhães
Litorais recortados de pedras

Lanchas e jet skis a ocuparem suas águas
Balsas a transportarem carros
Cidade de construções coloniais
Circundada por um lindo e exuberante mar
Na Lagoa da Conceição,
As rendas de bilro de uma Santa Catarina,
Dunas a encobrirem praias
Em lugares outros,
A existir estrutura para se vender os peixes
Recém pescados

Tendo o canal com os barcos ao fundo
E as embarcações são coloridas
Em caminhadas pela praia
Se pode avistar a iluminação dos barcos,
Ao cair da noite

Sendo que de dia já pude avistar vários barcos,
Próximos da praia,
Avistar suas cores e o seu balanço
Em Fernando de Noronha,
Mergulho em meio a cenário de tubarões
E belíssimos cardumes,
De peixes grandes e coloridos
Em outras paragens,
Mergulhos em embarcações afundadas
Repletas de corais e vida marinha

Lugares alguns visitados pessoalmente,
Outros somente em leituras,
Ou por matérias televisivas
Mas todos igualmente apreendidos e admirados

Quem dera pudesse avistá-los todos
Diante de meus olhos, e ao contato de meus pés
Caiçaras a viverem de modo simples
Em suas casas modestas
A tecerem suas redes de pesca
E a lançarem a trama no mar
A cultivarem algas, pescarem peixes,
Criarem moluscos e vieiras,
A construírem suas barcas
Navegarem por mares bravios
Como em antigas jangadas, canoas
Barcos de pesca, com seus batentes coloridos
E seus nomes sugestivos

A avistarem sereias
As quais segundo dizem,
Nada mais eram que marinheiros,
Descansando de longas jornadas
E surpreendidos pela maré alta
Acabavam por morrerem afogados
História de naufrágios
De passageiros pulando no mar,
Sendo impiedosamente lançados,
Contra os paredões de pedras
E assim inevitavelmente perecendo

Navios objetos de explorações,
Revirados, a servirem de morada de peixes diversos
Corais a enfeitarem as estruturas do barco

Entre outros seres,
Até os temidos tubarões,
E suas mais diversificadas espécies
Histórias de tesouros escondidos,
Assombrações

Invasões de piratas no litoral brasileiro
Oceano de paisagens diversas,
Com muitas lendas e histórias
Muito ainda se tem para contar
Em suas ainda preservadas,
Lindas e imponentes reservas
Manguezais, passeios de barco pela Baía
Projetos de despoluição
Tantos sonhos, tanta coisa por fazer
E um oceano de causos para contar

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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