Poesias

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Oratório


Em um singelo objeto de madeira trabalhado
Com uma bela imagem de santo adornado
Em seu abrir e fechar pendurado

Sacra imagem a simbolizar,
O abençoado lar
E a bons pensamentos lembrar
A todos os que ali ficam a passar

A passar e a contemplar,
A sagrada imagem a simbolizar,
Caritas e elevados pensamentos

Pessoas a passar,
Aqui e lá,
Lá e acolá

A passar e a penar,
E a duras penas a sofrer,
Diversas das asas leves de um pássaro,
A ágil voar,
Entrecortando os céus,
E os paramos do lugar
Vôo leve e sem dor!

Em contraponto a tão bela imagem,
A pairar em celestial cenário,
A miséria a nos assolar,
Mesmo quando dispostos não estamos,
A para ela olhar

Fica-se a pensar,
Em quanta miséria ainda no mundo há,
E o quanto de tristeza ainda existe para se eliminar!

Quantas tristezas sentidas,
Mágoas remoídas,
Lágrimas caídas

E a esperança de eterna renovação
Pois se diz que em todos os sofrimentos,
Há conforto e consolação,
E a inabalável esperança,
De que tudo irá melhorar

Afinal se como dizem:
Em ainda não estando bom,
É por que deveras,
Ainda não se chegou ao final!

Com isto, como que a inspirar,
Força e alento aos que sofrem,
Com a promessa das melhores esperanças
Um eterno esperar resignado

Como as imagens sacras,
Protegidas em um oratório de madeira
A olhar sempre para o mesmo lar abençoado,
Como que a todos pedir paz
Simbologia de uma religião,
Repositório de orações,
As mais breves e a mais inspiradas,
E que nestas preces seja sempre pedido,
Luz e paz, a nós todos

E que a miséria,
Um dia de nos seja arrancada,
Para que todos, iguais oportunidades,
Possam ter
Mas para tanto,
Devendo fazer por merecer,
A divina dádiva do bem viver!

E assim, nunca mais o sofrer
A tristeza a se afastar,
Diminuindo as duras penas do caminhar
Lentas passadas a dar,
E um melhor mundo para se conhecer!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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