A branca lua a brincar no firmamento
A colorir de luz o ambiente
As estradas,
A refletirem o brilho dos faróis dos carros
A despedir-se de um sol a pino,
Anterior contraste,
A dourar as gramíneas, as ramagens,
As flores e as árvores
Estrada que tem uma imponente represa ao fundo,
Azul profundo a desfilar,
Serpenteando as matas
E em todos os lugares,
A formar braços d'água,
Orlado de verdejantes matas,
Grandes árvores!
Impressionante represa,
Ladeada por estradas sinuosas,
Estreitos caminhos
Tendo o verde, e simpáticas construções,
Por companheiras
Passeio por histórica vila,
Debruada de galpões,
Pequenas construções em madeira,
De vermelho pintadas
Em contraste a casa altaneira,
A elevar-se por sobre a mata,
Por intermédio de caminhos,
Acessados por escadas com degraus de pedra,
Íngreme inclinação
Saída por descida em meio as árvores, gramas e plantas
Tendo por destino, caminhos diversos,
Vagos, esparsos
Pequenas estradas a levar,
Para pontos diversos da vila
Imponente construção assobradada,
De madeira erigida, e de marrom pintada
Com suas tramas de madeira,
A abrigar detalhes do passado
Sendo o oposto das ruínas,
E das construções abandonadas do lugar
A nascente, em uma das passagens da vila,
A descortinar em suas tímidas águas
Uma fonte com água a brotar,
Em delicado e ornado desenho,
Para o encantamento dos passantes!
A bruma a tudo invadir
Galpões em madeira,
Tendo outros feitos, em tijolos à vista
Próximo dali,
Velhas locomotivas abandonadas,
Ao longo de férrea estrada desativada
Consumidos pela voragem dos tempos,
A decomporem seu passado e memória,
Invadidos por gramíneas,
Monumento ao abandono!
Ladeado com objetos a lutarem,
Em brava e dura luta,
Pela preservação de uma memória,
De um passado que não se faz assim,
Tão distante!
Museu a homenagear,
A saga de homens que a serra desbravaram,
Para o sistema funicular edificar
E a trabalhar ficaram,
A riqueza e passageiros transportaram!
Singela vila inglesa,
Em meio a verdejante mata,
Envolta a serra,
Obscurecida pelas brancas brumas,
Afamado lugar: de onde se vê o mar,
Em propício dia ensolarado!
Nome conferido pelos índios,
A passarem pelo local!
Cenário de shows
O espetáculo da vida!
Nas modestas casinhas,
Venda de artesanato,
Pequenos restaurantes
Várias ruas, tendo por nomes estrangeiros,
Outros nacionais nomes,
Sofisticado clube,
Outrora palco dos encontros sociais,
Dos moradores primeiros da vila!
Cenário de bailes e valsas,
Homens garbosos, mulheres donairosas
Encontros e desencontros,
Amores e desamores,
Amizades, convivência,
Com os vizinhos do lugar!
A ladeira de pedras, a descortinar,
O esplendor do cenário!
Descida para a vila histórica
Na entrada da vila,
Um pequeno cemitério,
Estando ali próxima, uma igrejinha
Ainda, a parte alta da cidade,
Com suas construções contemporâneas,
Em contraposição as casinhas históricas,
Construções em madeira,
A homenagear um tempo a distar!
O relógio da torre,
Os trilhos diversos,
Dispersos em meio ao gramado
A velha locomotiva com sua fumaça,
A lembrar,
Os tempos primeiros da vila,
Os pioneiros operadores dos trens!
Nos tempos primeiros:
As pessoas com suas melhores roupas
Na estação a esperar,
E para todos os que partiam, acenar
Mocinhas a balançarem seus lencinhos brancos;
Os homens de terno e chapéu,
Com seus reluzentes sapatos;
As mulheres com seus vestidos, suas luvas,
Seus cabelos elaborados, sapatos de salto,
Perfumadas!
Saudades sinceras de um tempo,
Que não volta mais!
Quantas histórias perdidas,
Em meio a férreo cenário:
Amores partidos, saudades sentidas,
Lágrimas caídas,
E o cálido retorno,
De alguém muito esperado,
Que um dia partiu!
Estação, palco de encontros e desencontros
Num antigo sistema de cordas,
Utilizado para subir as serras,
Processo abandonado posteriormente
Fato este, que deixou a memória da vila,
Em sono plangente
A até um dia despertada ser,
De seu histórico valor,
Braço da história de uma Santo André,
Deveras querida!
E assim, a vida se manifesta,
Em seus pequenos detalhes
As brumas a deixarem os limites,
As casas, as construções, as moradas,
Todos indivisos,
A tudo dificultar o divisar
Casinhas de pinho de riga,
Pintadas de vermelho,
Geminadas
Tendo da casa altaneira,
Um senhor sisudo e observador,
A tudo vigiar
Por fim, o sol a se despedir,
Dando ensejo,
Ao frio da tarde invernal
A passarela por cima dos trilhos
E os passantes a circular,
No antigo cenário histórico!
No regresso, despedida, forte neblina
A envolver os carros,
Na estrada sinuosa,
E a bela represa a emoldurar o cenário,
Imenso oceano de água,
A agitar-se ao sabor do vento
Canto, alento,
De uma jornada,
Que ainda não teve fim
Tendo-se em vista, muitas outras paragens
Para se descobrir!
E ao em casa chegar,
Me encanto ao me deparar
Com majestoso ipê,
A exibir lindas flores roxas,
E a expor um magnífico tapete de flores,
Deitadas sobre o chão
Onírico cenário de beleza e encantamento
Exuberância das flores do jardim da vida!
Ao longe, mas não muito longe dali,
Os brilhos das cidades ao luar,
Emolduradas por exuberante lua cheia,
De um céu sem estrelas
As luzes dos faróis dos carros,
Tristes a acenar para as ruas,
Que já começam a adormecer!
O movimento das ruas diminuí,
Para no dia vindouro,
Tudo novamente recomeçar!
Ao longe, as luzes das casas, dos prédios,
Do comércio das cidades,
Das plagas,
Tudo a embelezar a noite de lua,
E mais encantador e misterioso,
A tudo tornar!
Por fim, a represa, com suas águas azuis,
Um vasto cenário a emoldurar,
Oceano Doce em Maravilhas!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
sexta-feira, 29 de janeiro de 2021
Oceano Doce em Maravilhas!
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