Terça-feira, véspera de um memorável feriado
Honorável Nove de Julho de 1932
Dia da Revolução Constitucionalista
Onde soldados paulistas lutaram por um sonho de revolução
Quantas mortes sofridas,
Quanto sangue derramado,
Quantos sonhos desperdiçados
Memórias esquecidas, vidas escondidas e não sabidas
Celebradas em novel monumento em forma de Obelisco
Soldados abandonados
Lutando sós contra um ditador empedernido
Luta inglória, mas nunca vã
Por que nos brindou com uma Constituição, ainda que tardia
Nos idos tempos de 1934
Pois bem, tarde de Oito de Julho de 2014
Dia inesquecível para todos os brasileiros
Mesmo para aqueles que não prezam tanto o futebol
Nesta tarde, em um jogo contra a Germânica Seleção
O Brasil se deixou levar pelo desespero
A falta de confiança, nos fez nossos próprios adversários
E dominados pelo medo e falta de confiança
Deixamos-nos contagiar pelo clima de nervosismo
E a novel Seleção Germânica nos goleou ...
Foi um gol, seguindo de um segundo gol,
Um terceiro gol que balançou a rede,
Um quarto gol nos chocou,
Caso ainda não estivemos bastante chocados,
Com a insólita situação
E mais um gol, ainda no tempo primeiro
No Jogo da Seleção
Terra Brasilis, no estado das Minas Gerais, do ouro do Brasil
Dos tempos coloniais,
Ontem palco, de uma disputa desportiva
Cenário de tantas penas,
Palco de tão grande desdita
A pátria de chuteiras se quedou apática
Numa aparente pendurada de chuteiras
Nem a torcida pode acreditar em tal cenário
Pessoas chorando, crianças desoladas, desconsoladas
Gente abandonando o Estádio
E a apatia a acompanhar todo o jogo
No segundo tempo,
A Teutônica Seleção, ainda nos brindou com mais dois gols
Fina ironia
Júlio César, a atuar como jogador, chutando a bola no campo,
Mais parecendo campo de batalha,
E a defender
A tentar defender,
E novamente ser acusado de frangueiro,
Quando pouco poderia fazer para impedir o desastre
Quanta tristeza e perplexidade
Mal pude acreditar!
Mas a incredulidade pela goleada,
Só não suplantou a minha surpresa pela apatia
E um gol brasileiro só veio,
Ao final do segundo tempo
Inacreditável, é a palavra que me vem a mente
Mas não a única,
Decepção vem depois
Até o momento, não consegui entender o que se passou
Seria medo, insegurança?
O que terá sido então?
Não consigo entender
Mesmo assim, este será um dia,
Que não mais vou esquecer
O dia em que o Brasil inteiro não acreditou no que via
E chorou a desdita
E a Seleção Canarinha se despedia,
De seu sonho de ser Hexacampeão,
Na Eterna Pátria de Chuteiras
Amada Terra Brasileira
Terra das palmeiras e dos sabiás!
A tristeza que aqui se abateu,
Nunca mais será esquecida, onde quer que se vá
Ou será que nossa vida sofrida,
Nos ensinou a levantar,
Sacudir a poeira, e dar a volta por cima
Enfim, o sonho acabou,
Ao menos por enquanto
Mas sempre que o sonho acaba,
Sempre existe,
A possibilidade de encontrá-lo em uma próxima esquina
Ou quem sabe, em outra padaria
Fina ironia,
Quem vai saber?
A nós só resta torcer
E o tempo a amainar a dor e a tristeza
Do Dia Em Que O Brasil Inteiro ... Chorou,
Desesperou-se, Não acreditou ...
E a Seleção a jogar melhor
Ou nunca mais sentiremos a agradável sensação,
De ganhar um título
É só o que eu espero!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
sexta-feira, 29 de janeiro de 2021
O DIA EM QUE O BRASIL INTEIRO ...
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