Poesias

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Duelo do Sorriso Amarelo

V

A mulher ficava a se perguntar:

Será sonho ou pesadelo?


Carolina e Carlos a todo momento lhe perguntavam

O que estava para acontecer!

Aflitos ao serem o medo nos olhos de seus coleguinhas

Pensavam que o mundo iria acabar


Vilma, percebendo o temor

Dizia-lhes que não sabia o que estava acontecendo

Contudo, a despeito disto

Por mais difíceis que as coisas se tornassem

Que tinham um ao outro, não estavam sós

E que ela jamais os deixaria desamparados

Argumentava ainda que sem saber pelo que esperar

Que tudo bem, ao final iria acabar


Carlos nervoso, perguntava como,

Já que tudo parecia tão estranho

Vilma, sincera, comentou nunca antes passara por isso

Aliás, nunca o mundo presenciara algo tão estranho


Ao chegar em casa, tentou ligar a televisão

Não funcionava

Acender a luz, impraticável, já que energia faltava


No saguão do prédio, o elevador parado estava

O porteiro atônico ficara

Dizia que a luz faltava

Neste momento, nem o céu brilhava


Carlos e Carolina se afligiam ao ver tudo escurecido

Ao verificar que estavam sem eletricidade,

Vilma tentou ligar o celular

A muito custo e luta, consegui o aparelho ligar

Mas sem energia, nada de internet ou de acesso ao mundo


Aflita, tentou não demonstrar o nervosismo diante dos filhos

A todo momento, e a todo custo,

Tentava muita calma demonstrar

Dizia para as crianças não fiarem em palavras catastróficas

E mensagens pessimistas

Dizia sincera, que não sabia como, mas tudo ao final terminaria bem


Carlos nervoso, dizia a todo o momento

Que ela não também não sabia, o que acontecia


Vilma, triste, reconheceu

Disse-lhe que não possuía respostas para tudo

Mas que, ainda que não soubesse quando tudo se acabaria

E qual o final que seria

Sabia, que tudo se encaminharia para o bem


Afina, se Deus, em sua infinita sabedoria,

Criou um mundo tão vasto e complexo

Em que todos são capazes e aptos para vivê-lo

Os seres humanos acabariam por criar uma solução para o caos


Carlos indagava como isto aconteceria


Carolina ao perceber a tensão no ambiente,

Começou a chorar


Vilma então pediu de forma enérgica para que todos se acalmassem


Com isto, passou a procurar velas

Espalhou-as pela casa


Disse-lhes que já que nada poderiam fazer

Iriam aguardar os acontecimentos

Perguntou as crianças se tinham fome


Carolina e Carlos diziam que não

A todo o momento ficavam a observar a janela


Foi em questão de minutos para tudo escurecer


Vilma começou as velas acender

Não sem antes recomendar que cuidado tivessem

Já que velas o prédio incendiar podiam


Carlos e Carolina prometeram ter cuidado


Vilma, percebendo que estavam ansiosos,

Tentou inventar brincadeiras para entretê-las

Em vão


Carolina e Carlos ficavam a todo o momento perguntando

Quando esta noite vai terminar?


E Vilma dizia que não sabia

Acreditava se tratar de um fenômeno meteorológico

Talvez um eclipse


Carlos retrucou dizendo

Que se eclipse fora

Os jornais teriam noticiado com antecedência


Vilma concordou


Carolina ao perceber que nem a mãe sabia o que acontecia

Chorou novamente


Vilma então consolou-a

Disse-lhe que provavelmente em questão de horas isso provavelmente se resolveria

Quem sabe amanhã tudo normal ficaria


Carolina perguntou-lhe se certeza tinha

Vilma disse-lhe que certeza não tinha

Mas esperava que isto se resolveria


Nisto, ficou a observar as construções ao redor

Tudo escuro

Não vinha luz de nenhuma das casas


Vilma pensou em sair de casa e verificar a vizinhança

No que as crianças pediram-lhe para não ir

E a mulher concordou


Tentou ligar para o ex-marido, o chefe, colegas

Nenhuma ligação completava

Afinal energia não havia


Rindo chegou a comentar que burra ficara

Nisto comentou se nada podia fazer

Iria preparar uma refeição


As crianças a acompanharam

Em meio a escuridão, separou os ingredientes

Preparou como refeição: arroz, feijão, carne e batata frita

Carlos adorou

Já Carolina reclamou


Vilma argumentou que diante das circunstâncias era o que podia ser feito

Carolina contrariada reclamou


Carlos e Carolina comeram a comida em silêncio

Vilma ficava a pensar em quanto tempo isto iria perdurar

Em seguida pensava:

Chega de bobagens, amanhã tudo se normalizará.


Mais tarde Carlos fabulou sobre o intrépido cangaceiro Omar

Que depois de certo tempo do bando de Lampião se despediu

Lampião tentou convencê-lo a ficar

Mas Omar dizia que para outras rumagens iria parar

E assim, o famoso cangaceiro desejou-lhe que conseguisse êxito em sua empreitada

Comentou que gostou de conhecê-lo

Afirmou que se tratava de homem de fibra e princípios


Carolina achava graça

Considerava divertido um cangaceiro de bom coração


Carlos achando interessante o comentário,

Disse que iria acrescentar a informação a história


E assim Omar, ganhou a alcunha de cangaceiro de bom coração

Também partiu do acampamento onde estavam os cangaceiros

Rumou para longínquas paragens


Em suas andanças avistou a paisagem íngreme do nordeste

A caatinga, os cactos, as árvores rasteiras e retorcidas

O solo rachado por falta d’água

O sol inclemente abrasando o solo

E o jovem andando com sua roupa e chapéu de couro,

Montado em seu cavalo,

Andou, andou, até chegar ao vilarejo

Casas simples e roupas penduradas em cercas de arame


Parou diante de uma casa e pediu um pouco de água para prosseguir a jornada

No que foi prontamente atendido

Agradeceu e partiu


Ao chegar em outra vila,

Deparou-se com um ambiente arrasado

Casas queimadas, outras invadidas, com portas e janelas quebradas

Ambientes revirados, mulheres, crianças, homens e idosos maltratados

E a população por entre revoltada e amedrontada

Sua vida a viver ficava


Omar ao tomar ciência da situação,

Resolveu no local ficar

Bem como a população ajudar


Apresentando-se como Omar

Relatou que sabia confeccionar facas e relatou que por ali pretendia se instalar

Os homens do lugar acharam curiosa a ocupação do rapaz


Com o tempo, o homem que havia alugado uma das casas

Passou a exibir seus dotes em cutelaria

E produziu belas facas e instrumentos de corte

E os moradores ficaram admirados com suas habilidades

Com o tempo passaram a comprar seus produtos

Que eram também exibidos na feira do lugar


Nisto, com o adiantado da hora,

Vilma ficou a chamá-los,

Dizia que era hora de dormir


As crianças argumentaram que não estavam com sono

Vilma disse também que não

Mas diante dos últimos acontecimentos,

Argumentou que era o que restava a ser feito


Pensou que no dia seguinte tudo voltaria a normalidade,

Só que não

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

FLORES MARMÓREAS

Flores que encantam
Bravas plantas,
Flores a desabrochar no jardim da vida,
Depois de germinadas
A crescerem invadindo os espaços,
A espalhar suas folhagens verdes,
Sua delicadeza de pétalas,
Seu verde de flor
A colorir o verde do jardim

A desenvolver-se em suas floradas,
Lindas e exuberantes flores,
Coloridas, cheias de pétalas,
Com seus odores
Algumas com seus perfumes,
A todo o jardim invadir

A despetalar seus pedaços
Fenecendo,
Desfalecendo-se para novamente,
E aos poucos, refazer-se,
E novamente em exuberâncias,
Desabrochar,
Com suas novas e coloridas flores

Lindo jardim,
Visitado por pássaros diversos,
Coloridas borboletas,
Com suas imponentes asas,
Entre outros aéreos seres

Assim é a natureza,
A sempre se renovar
Como os seres,
Sempre tendo uma função neste mundo,
Para que possa se afirmar

E assim são os seres,
As mulheres a sempre serem,
Comparadas as flores
Por sua suposta delicadeza, sutilezas
E por sempre estarem a se renovar

Transfigurando-se,
Transformam a dura realidade,
Em flores delicadas
Assaz coloridas, e diversas,
Em seus formatos de pétalas, e ornatos

E o universo dorido,
A encher-se de belas e delicadas flores fica
O ar perfumado,
A exalar os melhores pensamentos
Dos adoráveis seres,
Pelos homens admirados!

Alentos nas difíceis horas,
A fortalecerem-se em caule,
A crescer vigoroso,
E a se espalhar pelos jardins,
Nos confins de nossas existências

Por vezes, a se encher de espinhos,
Com vistas a melhor se proteger
Delicadeza ladeada a fortaleza
Abrigo da beleza,
Monumento a vida

A despejar-se em vasos de maravilhas
A transmutar o mundo
Fantásticos seres
Inimagináveis criaturas!

As marmóreas flores
Com seus braços, pernas,
Músculos e sentidos,
Seus mil tons de pele,
Seus cabelos, seus jeitos,
Seus modos, seu falar,
Seu calar, seu caminhar, seu cantar,
Seu pulsar

Delicadas mulheres,
Inspiradamente esculpidas,
Admiráveis seres
A envolver os seres, os homens,
A percorrer o mundo em um abraço
Inimitáveis criaturas!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

EFLÚVIOS

De céu, sol, sal e brisa
Nuvens sobre as águas a pairar
Digo de sombras e de nuvens
Remanso onde o sol vem descansar
Abrigo de todas as belezas
Ó mar!

Em outras cercanias
Tardes em crepúsculo
A cair em cores por sobre as cidades
As quais percorro em minhas idas e vindas diárias
Urbanidades nem sempre humanas
Metrôs a percorrerem túneis iluminados,
A passarem por outros carros,
Caminhos curvos

E tudo poder se apreciar,
Por sua pequena janela frontal
Ao destino chegar
A flor da tela refletida na vidraça
Tempos escuros ainda se fazem anunciar
Até o dia aos poucos clarear

Computadores a ocuparem nossos dias
Com suas telas de flores, canções e fotos,
A reproduzirem as mil felicidades
Máquinas que comportam em seus bytes e megabytes,
Grande volume de trabalhos e informações

Mas também em alguns momentos,
Dão alento a imaginação
E assim a trabalhar, a pensar
O tempo passa, as horas passam
Novos momentos surgem

Como passeios em terras de brancas águas
Parque de construções magníficas,
E áreas para exposições de animais
Com galinhas e galos, além de pintainhos
A andarem livres por suas ruas pavimentadas,
A lembrar um singelo bairro,
Pacata cidade do interior!

Ali está o aquário, com suas carpas, piranhas, piavas
Entre vários tipos de bagres com seus bigodes
Sapos a habitarem um tanque
E outros peixes mais
Extensa pista redonda,
Com uma imponente construção ao fundo
Provavelmente utilizada para corridas,
E apresentações de animais

Amplo espaço circular, rodeado de cercas
Perto dali, um coreto, com banda de músicos a tocar
Construções, inúmeras construções circundadas de árvores
Em outro estremo, um mirante circular
Em um dos recantos do parque,
Um espaço estiloso e exclusivo para leituras
Com pequenos quiosques envidraçados,
E enfeitados de dizeres

Em outro,
Pergolados extensos, com tetos e abóbadas circulares
E as plantas a circundarem o local
De longe, um trenzinho colorido a circular,
Para alegria das crianças
Que passeiam pelo lugar
Museu de Mineralogia, e suas gemas, geodos,
Metais e pedras semipreciosas
Crânio, ossadas e fósseis de animais pré-históricos
A recordar-me de semelhante visita,
Ao Museu de Mineralogia de Congonhas do Campo
Na terra das minas gerais

Feira de produtos orgânicos na hora da xepa
Verduras e legumes, além de produtos naturais
Construções em tom amarelo, várias
Normandas
Ao lado do prédio onde fora realizada a feira,
Mesinhas e cadeiras, ao lado de barraca de madeira
Pessoas sentadas a conversar

A certa altura do parque, uma casinha de barro,
Com forno de barro
Tendo bancos do lado de fora,
E um violeiro a tocar,
Canções sertanejas
Pitoresca paisagem,
Inesquecível visão!

Praças passeios, com bancos em madeiras
Parques com brinquedos para as crianças brincarem
Barracas com seus vendedores e quitutes
Exposição de pinturas sobre o parque
Muitos prédios fechados
Antigo restaurante demolido
Tanques de água ao ar livre, com suas lindas carpas

Praça com bancos de madeira rústica, aparente,
Para os idosos sentarem
Também tem salão, para bailes da terceira idade
Sentar-se para comer e oferecer migalhas as galinhas
Farelos de pão
Aves, que avançam avidamente para o alimento
Estão em bando e uma delas, bica meu sapato
Ao término da refeição,
Fim do esperado passeio,
Hora de voltar para casa

Despedida desta que é a
Terra de encantos mil,
Próxima as terras de trabalho
Lindas aves, com suas caudas reluzentes
A rebrilharem em tons a lembrar o verde
Boas e gostosas impressões do lugar
Em que pesem alguns abandonos
Ainda assim, a tratar-se de aprazível lugar
Fico a pensar em como deve ser morar por lá

Atmosfera boa,
Repleta de sensações e impressões felizes
Emanações de satisfação
De desejo satisfeito, atendido

Espírito livre a contemplar,
A simplicidade das coisas singelas
Emanações de paz e contentamento
Eflúvios

Em todos os lugares para onde se olhar
Encantamento possível há
Basta apenas contemplar,
A beleza que reside da simplicidade

E nem sempre se importar,
Com a rudeza que nos cerca
E tampouco por ela, se deixar contaminar
Emanações só o bom e para o belo
Admirar e contemplar a beleza
Feliz ser!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Voluptuosas Vozes

Não quero falar sobre desventuras passadas,  nem sobre sonhos de futuro, quero contar sobre o que me acontece ultimamente, e sobre a impressão que isto tem me causado. Quero resgatar as lembranças perdidas, as coisas boas de minha vida. As boas lembranças, doces “recuerdos”. Pra começar, vamos falar sobre minha colação de grau, acontecida recentemente, no dia 30 de janeiro de 2003. Realizada no Anfiteatro da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, à portas abertas, por se tratar de ato solene e público, respeitada a forma como era  nos tempos da antiga roma. Vesti-me de forma mais formal que de costume, e me dirigi até a faculdade. Lá esperamos  cerca de 15 minutos para se dar início a cerimônia de Colação de Grau. Na mesa, presidindo os trabalhos, a  Excia. Diretora da Faculdade, Doutora Eliana Borges Cardoso. Ela começou com um conselho, nos alertando para não remoermos mágoas passadas, e para nos darmos conta também, de  que demos um grande passo ao concluirmos o curso de graduação, posto que foram inúmeras as dificuldades enfrentadas por cada um de nós. Sempre que olharmos o que conseguimos até agora como uma grande conquista, ou melhor, ao olhar para um copo com sua metade com água, devemos ficar felizes com a metade cheia e não nos lamentar com a metade vazia, que é o que a maioria das pessoas fazem. Doutor Mauro Pardelli Colombo nos parabenizou pelos resultados obtidos no Provão e no Exame da Ordem.  A Banda Municipal de São Bernardo do Campo nos saudou com belas músicas logo na entrada, depois nos deu o privilégio ouvirmos o Hino Nacional, onde alguns ficaram em  pé só ouvindo, outros cantaram. É uma pena que só tocaram parte do hino. Depois fizemos o juramento, qual seja:

“Eu, Luciana Celestino dos Santos

Prometo que exercerei os encargos de meu grau, sempre fiel aos princípios da honestidade, e que meu trabalho, na defesa do direito, na realização da justiça e no postulado pelos bons costumes, nunca há de desamparar a causa da humanidade.”

Todos os formandos assim juraram.

A Dra. Eliana explicou que a fórmula era lida desta forma em latim, e nos disse que estavamos livre desta formalidade. Depois, fez alguns comentários sobre o “capelo” (chapéu), vermelho que pairava em cima da mesa, dizendo que quem quisesse, poderia tirar fotografias com ele. Os alunos pediram então para tirarem fotos com o Professor Ruy Coppola Júnior. Comentou ainda, sobre os professores que foram aprovados no Novo Concurso para Professores da Faculdade.

Ao final, recebemos a Certidão de Colação de Grau.

O auditório repleto de pessoas, alunos e seus familiares, tudo para dar publicidade ao ato.

É, foram 5 longos anos de dedicação e estudo neste faculdade, tudo em busca de um futuro melhor, uma vida mais justa, menos desigualdade, tomara que eu alcance o meu intento, alvissaras. 


Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Férias

Neste instante recordo me de antigas férias que tivemos. Sempre conhecendo ou revisitando as praias. Conhecemos Ilha Bela, no litoral de São Paulo, quando então fizemos vários passeios de balsa pela região. Infelizmente, não tivemos a fortuna de conhecermos as várias cachoeiras que fazem parte de sua natureza, e que segundo fontes, são mais de trezentas. Também dizem que existem propriedades rurais na ilha, além de pousadas, belas praias em seu lado mais escondido, além de casas para alugar na época de temporada. Do lado mais visitado da ilha, as praias não são tão vistosas, a maioria repleta de algas em conseqüência do grande número de iates e veleiros que resolvem ficar neste lugar. Mas independente disto é um belo lugar, onde existem ótimas construções, tanto para serem alugadas para  os veranistas, quanto para morada dos ilhéus. Alguns provavelmente, só vão para lá em época de temporada. Mas também deve haver moradores fixos nessas residências. 

Existem ainda outras férias. Fomos duas vezes para Florianópolis, onde nos encantamos com as exuberantes dunas existentes em algumas de suas praias. Coisa que nunca imaginei existir na região Sul do Brasil, somente no Nordeste. Ficamos em um chalé nas duas vezes em que lá fomos. Nosso ponto fixo lá foi ficarmos na Praia dos Ingleses, onde ao final, estavam as dunas, as quais viamos através da varanda de nosso chalé. Antes de chegarmos lá, ficamos dez horas dentro de um carro.  Apesar da longa viagem, avistamos lindas paisagens durante o trajeto de São Paulo, até o estado de Santa Catarina. Muitas áreas verdes, campos, algumas cachoeiras, lagoas, riachos, animais pastando, plantações. Ao longo da estrada muito verde. Por não se tratar de São Paulo, não havia muitos estabelecimentos comerciais margeando a estrada. As rádios da Capital Paulista ao qual eu estava sintonizada, a algum tempo de percurso,  lá se foram com sua transmissão de curto alcance. Vieram as rádios locais.

Nisso se seguia a viagem, até avistarmos a ilha, não sem antes passar por Curitiba, no estado do Paraná, e constatar que não é toda aquela maravilha que dizem. Na região da cidade que atravessamos, havia favelas que enfeiavam-na. Durante o percurso da viajem avistamos placas para Joinville, se não me engano, Blumenau, além de vários nomes alemães impronunciáveis. Enfim,  chegamos a Ilha de Florianópolis, no estado de Santa Catarina.  Ao vermos a ilha, já demos de encontro com o cartão postal da cidade, a famosa Ponte que lhe dá acesso. Na primeira vez que fomos para lá, ficamos esperando durante muito tempo alguém para nos conduzir até o lugar onde ficariamos hospedados. O nosso guia deu tanta volta, que antes mesmo de nos alojarmos, já conheciamos praticamente toda a cidade. Percebemos então que ela é bem menos habitada do que qualquer cidade do Grande ABC, região onde moramos. Na segunda vez que fomos para lá, já sabiamos onde ficar.

Dito e feito, assim que chegamos no nosso chalé, deixamos nossos pertences nos quartos onde iríamos dormir e mais tarde e tratamos de sair e darmos uma caminhada pela orla marítima.

Nos dias posteriores podemos então curtir um pouco mais a praia. Tomei muitos banhos de mar, além de outros banhos no chuveiro do chalé. Caminhamos pelas Dunas. Conhecemos a Lagoa da Conceição. Essa lagoa é tão rasa que, para se encontrar um bom lugar para ficar, é preciso entrar uns cinqüenta metros lagoa adentro. Próximo dali, alguns artesanatos de renda ficavam expostos para venda. Circundando a lagoa, muitas árvores conhecidas como chapéus-de-praia, além de coqueiros.  Todas elas ofertando sombra ao lugar. Depois de algum tempo nos divertindo nas águas da lagoa, fomos a um restaurante defronte a esta, onde comemos um  saboroso salmão.

Em outra oportunidade em que fomos para Floripa, não deu para entrar na Lagoa da Conceição, por que havia chovido muito no dia anterior e suas águas estavam lamacentas, sem contar o horrível cheiro de peixe que empesteava o lugar. Nessa oportunidade, a única coisa que deu para fazer foi dar um passeio pela região. Conhecemos a duna que esconde a Praia da Joaquina, é imensa. Não dá nem para se ter uma idéia de como deve ser essa praia.

Na segunda vez que visitamos a cidade deu para conhecer melhor o lugar, paramos em alguns mirantes e até tiramos algumas fotos do lugar.

Também chegamos a dar algumas caminhadas próximas do lugar onde nós estavamos hospedados. Como já foi dito antes, andamos pelas dunas próximas do local onde estamos. Imensas dunas, que a certa altura, nos dava a impressão de estarmos cercados de areia.

Fizemos um passeio de Escuna. Trata-se de uma embarcação com capacidade para umas cinqüenta pessoas, ou até mais. Serve para que se possa fazer passeios e conhecer os arredores da região, por via mar. No meio da viagem chegamos até a avistar golfinhos. Paramos em uma ilha onde havia um restaurante onde comemos camarão frito, arroz e tomamos refrigerante. Cheguei até a brincar dizendo que a cadeira estava mui baja.

Prosseguindo-se o passeio, paramos então em outra ilha, pagamos um ingressso  e juntamo-nos a uma guia de turismo e passamos a conhecer como detalhes a história da ilha. Aquela ilha fora um forte. Em tempo de guerra, canhões protegiam a ilha. O guia ironizou dizendo que os canhões não protegiam a ilha. Disse que existia um  árvore para o enforcamento, entre outras coisas curiosas.    

Nessa ilha haviam várias construções, uma delas era o forte, outra era a prisão, além de haver uma escadaria que levava até essas construções. Havia ainda um túnel, que o guia afirmava que quem o atravessava mudava de sexo. Novamente a escuna de aproximou da ilha. E assim prosseguimos a viagem. Depois de um dado momento, a escuna se aproximou de uma outra ilha. Como o terreno era pertencente a marinha, não se pode dizer que era propriedade particular, mas sim que a ilha fora cedida a  um particular. Segundo a guia que nos acompahava a enfiteuse fora renovada por mais noventa anos. Na escuna, havia muitos argentinos e algumas crianças pelejando. La abuela dos leos niños, preguntou:
- Porque están pelejar?
Nessa última parada as pessoas podiam nadar no mar. A quatro ou cinco metros de profundidade. Não pude nadar aí, porque, dada a profundidade, eu não quis me arriscar. Aliás, no que se refere a isso não teve problemas, porque quando a escuna retornou, ficamos uma hora brincando na praias. Tudo porque pegamos a escuna que partira uma hora antes da nossa. No final do passeio voltamos com a mesma turma com a qual partimos.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.  

Tu Te Tornas Eternamente Responsável Por Aquilo Que Cativas

 Dizem que muitas coisas pelas quais passamos durante a vida nos servem de ensinamento ou de preparação para as dificuldades futuras.

 A todo momento na vida fazemos escolhas.

Muitas coisas na vida acontecem sem que possamos compreender o significado. Mas como dizem, tudo na vida passa, e que na vida as agruras e os sofrimentos são inevitáveis. Não é possível viver sem que haja algum obstáculo a ser transposto, alguma dificuldade a ser superada. Muitas vezes precisamos passar por algumas barreiras para que possamos aprender a viver. Mas acima de tudo, nossa vida é o resultado de nossas escolhas, dos caminhos que traçamos percorrer.

Dizem os mais velhos que se não podemos compreender  o hoje, amanhã a vida nos dará respostas. Nos dará respostas se tivermos a maturidade e a paciência para buscarmos entender as coisas no momento certo. Momento este que nem sempre temos a paciência para esperar ou a ilusão de entender.

Um dia o grande poeta Mário Quintana resolveu escrever sobre a maturidade num poema que tem o mesmo nome do início desta frase, “um dia”. Nesse poema ele disse que um dia, muitas coisas incompreensíveis para nós na juventude passam a fazer sentido e a ter um significado quando encontramos a  maturidade. E também, que muitas vezes, independentemente da idade, só entendemos ou aceitamos algo quando já é tarde demais.

O poema é todo sobre o significado de certas coisas e situações que demoramos para entender, e uma das partes mais lindas da poesia é quando o ilustre poeta afirma que um dia saberemos a importância da frase: ”Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

Essa frase, de tão grandioso significado, nos remete para as escolhas que fazemos na vida. Para mim possuindo até um sentido além do humano, metafísico.

“Cativar, tornar cativo, capturar, ganhar a simpatia, a estima, seduzir, atrair, granjear, prender, ligar, sujeitar, ficar sujeito, penhorar-se, render-se, apaixonar-se, enamorar-se.”

Ou seja, a tão bela frase dita no poema tem dois sentidos. Aquilo que a nós cativa, podemos tanto apreender e conquistar, como por ela sermos conquistados. É portanto uma troca, que no poema pode ser tanto humana como pode ser também uma idéia, um ideal, um sonho que cativamos e que nos cativa, um carinho e até mesmo um caminho como o qual devemos sempre ser fiéis, mesmo quando nada parece dar certo.

Algo que transcende esta simples existência humana, esta simples condição na qual vivemos. Em poucas palavras, aquilo que cativas pode ser o significado da própria vida. É sentido o qual, muitas pessoas buscam em sua vida e tantas outras o perdem, e o perdendo perdem também o sentido da vida.

Podemos escolher o que cativamos, mas que esta escolha seja responsável  posto que se assim não o for, e perderes o que cativavas, não cativavas o que era seu. Não sabias o que é cativar. O que queremos,  o que amamos, o que gostamos, enfim, o que nós cativamos, é um compromisso além da vida, além do humano, além do tangível. É um compromisso com os outros, não somente com você. É um compromisso com a sua realização como pessoa, e algumas pessoas possuem esse sentido primordial em suas vidas escrito de forma indelével na sua história de vida. Haja vista os heróis, as grandes mulheres, as pessoas de certa maneira predestinadas na nossa história. As pessoas que passam anos de suas vidas lutando e buscando por algo em que acreditam. Pode ser nas lutas por igualdade e justiça, na busca por realizar um antigo sonho que engrandecerá a vida de outras pessoas, seja na realização pessoal que mudará a sua vida e que também poderá mudar a vida de outras pessoas.

Portanto, nunca se esqueças de uma coisa, “serás eternamente responsável por aquilo que cativas”.  O bem que tu cativas será o acalanto de tua existência, poderá ser até mesmo, a tua existência.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Passeando pela cidade de São Paulo

Visitei a famosa Estação da Luz
Com sua linda fachada de tijolos, pintada de amarelo
E um relógio, no seu ponto mais alto
Belíssima, possuí várias portas de folhas duplas em madeira

Neste passeio,
Pude também, vislumbrar um bonito pedaço da cidade

Conheci o jardim da luz
Com suas inusitadas esculturas abstratas
Seu chafariz, e uma magnífica fonte de água
Além de alamedas e inúmeros bancos para as pessoas sentarem-se

Ao lado deste afamado parque,
A famosa e monumental Pinacoteca do Estado,
Um prédio antigo, erigido com tijolos à vista

Do lado de fora do parque, pude avistar inúmeras jaqueiras
Circundando o parque, o lado pobre de uma cidade repleta de contrastes

Próximo dali, está a Fatec, um belíssimo prédio
Dos tempos gloriosos da cidade
A sua frente, um bonito prédio onde está instalada a polícia militar

É nessa região que está a Igreja de Santo Expedito
O santo das causas impossíveis
Sua igreja possuí duas pequenas capelas ao lado do altar, todo fechado
No fundo do altar, está a imagem de Cristo crucificado,
Objetos religiosos, flores, uma mesa com Bíblia, toalha branca, etc.
A sua frente, uma imagem de Santo Expedito, toda em madeira
Cercada, tem a seu lado um cesto, onde são depositados pedidos

Os bancos da igreja são de madeira, e no teto,
Há um imponente lustre
No alto da construção, vitrais coloridos,
Nas paredes, passagens bíblicas entalhadas em madeira
A entrada da igreja, tem uma imensa e imponente porta trabalhada, toda em madeira

Mas, para adentrar o templo sagrado,
É necessário passar por um portão de ferro
A seguir, uma pequena escadaria dá acesso a construção
Antes de entrar porém, há um recipiente com água benta

Logo atrás depois de alcançar a igreja, está o Batalhão da Polícia Militar
Ampla construção antiga, toda em amarelo
Lamentavelmente descascando

Próximo dali, está o Museu de Arte Sacra
Onde no Natal, é realizada uma exposição com lindos presépios
Logo ali está também, um amplo terreno repleto de bananeiras
E a Estação de Metrô Tiradentes

Mais distante está à região da Barra Funda
Pegando a linha vermelha do metrô se pode descer na estação de mesmo nome

Bem próximo dali está o famoso Memorial da América Latina,
Em frente está o Parlamento, e alguns prédios, nesta região tão pouco movimentada
Silenciosa e afastada da região da Sé

Barra Funda
É nessa região que fica a Esaf, o Procon, entre outros estabelecimentos
O estúdio da Record também fica bem próximo deste lugar

São Paulo,
Cidade da Avenida Paulista, do Masp, do Parque Trianon,
Da magnífica Praça da Sé, com sua famosa Catedral em estilo gótico,
Dos metrôs, do Centro Histórico,
Do Teatro Municipal, do Shopping Light, do Viaduto do Chá,
Das grandes avenidas, Do Pátio do Colégio,
Dos prédios imponentes, grandiosos, espelhados,
Dos monumentos e dos parques, enfim!

Certamente, este passeio compôs mais uma belíssima página do livro de minha vida!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.