Poesias

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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Hino da Revolução de 9 de julho de 1932

Segundo a página São Paulo in Foco, trata-se do Hino do Partido Constitucionalista (site: http://www.saopauloinfoco.com.br/hino-partido-constitucionalista/), porém conhecido por muitos como Hino da Revolução Constitucionalista.

Hino do Partido Constitucionalista

“Da alma cívica de um povo,
Irmanado nas trincheiras,
Surgem as novas Bandeiras,
Criando um São Paulo novo.

Povo heroico à luta afeito,
Firma a sua tradição,
Tendo nas mãos o direito
E a pátria no coração.

Marchemos cheios de glória!
Conosco marcha a vitória!
Marchemos cheios de glória!
Conosco marcha a vitória!

Anima o surto grandioso
Que a nossa alma retempera
A ânsia andeja de Raposo
E a firmeza de Anhangüera

Rumando a novas conquistas,
Fiel ao destino da raça,
Ei-lo! Abre Alas, Paulistas,
pois é São Paulo que passa!

Marchemos cheios de glória!
Conosco marcha a vitória!
Marchemos cheios de glória!
Conosco marcha a vitória!”

 

domingo, 30 de agosto de 2020

Higienópolis - Um Bairro que Nasceu Nobre

No final do século XIX, dois imigrantes anglo-saxões, Martinho Buchard e Victor Nothman, formaram um grupo empresarial, e criaram um dos primeiros bairros residenciais nobres de São Paulo: Higienópolis. 
O Bairro viria a atrair os ricos fazendeiros de café do interior, que buscavam uma residência na capital. Além disso, a burguesia paulistana, composta por comerciantes e profissionais liberais, se interessou pelas mansões de Higienópolis. 
A prosperidade dos moradores. atraiu para o Bairro um comércio de luxo, com casas importadoras, livrarias, hotéis e ateliês de costura.
Situado no ponto mais alto da face norte do espigão da Paulista, o Bairro registrava um dos melhores climas da cidade. 
Além disso, o planejamento do Bairro incluía todas as melhorias higienistas da época. 
Daí sua denominação de Higienópolis , "cidade da higiene". higienopolis.htmhigienopolis.htm
Uma das mansões que ainda resistem em Higienópolis, é a "Vila Penteado". 
Ela recebe esse nome, porque foi construída, e serviu de residência para Antônio Álvares Penteado. Nascido em 1852, na cidade de Mogi Mirim, Álvares, era neto do fazendeiro Bernardo José Leite Penteado, de origem portuguesa
Ele se mudou para a capital, em torno de 1890. 
Foi então que adquiriu uma grande área de terreno no Bairro de Higienópolis, onde fez erguer uma residência no estilo art-nouveau, cercada de jardins, lago artificial, quadra de tênis, horta, cocheira, e dependências para empregados. 
Utilizada por várias décadas por seus familiares, o imóvel foi doado na década de 40, para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, a FAU-USP. 
Atualmente, a "Vila Penteado" é um edifício tombado, e abriga os cursos de pós graduação da FAU-USP.
Outra mansão de Higienópolis que guarda uma história peculiar, é a da família Prado. 
A "Vila Maria", na esquina da Avenida Higienópolis com a Rua Itambé, é um palacete em estilo neoclássico francês com bosques, lagos, e pomar especialmente projetados. 
Atualmente a propriedade é tombada pelo Patrimônio Histórico, e abriga o São Paulo Clube.
No início do século XX, uma tradição marcava o Bairro de Higienópolis: o corso. 
O evento consistia em um desfile de carros realizado no Carnaval, quando os "carnavalescos" fantasiados desfilavam, jogando confetes e serpentinas, para as pessoas que ficavam nas calçadas ou nas janelas. 
Inicialmente, o corso percorria toda a Avenida Higienópolis. 
Em torno de 1912, ele foi transferido para a Avenida Paulista, mais extensa, onde ficou até o início da década de 1950.
A Praça Buenos Aires, no centro do bairro de Higienópolis, é o principal espaço de lazer do Bairro. Como a maioria dos edifícios de apartamentos de Higienópolis foi construída entre as décadas de 1940 e 1960, uma época em que não eram obrigatórias as áreas livres, o Bairro se caracteriza por uma alta qualidade dos espaços públicos e, por conseqüência, um grande uso dos mesmos.
O Bairro ainda conta com instituições de ensino extremamente tradicionais na cidade, como o Colégio Sion, o Instituto Mackenzie e o Colégio Rio Branco. 
Mais recentemente, e contrariando a opinião de moradores conservadores do Bairro, foi inaugurado no ano de 2000 o Shopping Pátio Higienópolis, um dos mais modernos e movimentados da capital paulista. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Freguesia do Ó - A força da fé e da Tradição

A Freguesia do Ó, é um dos Bairros mais antigos de São Paulo. 
Durante muito tempo, a região serviu de passagem para os viajantes, que se dirigiam às cidades de Jundiaí e Campinas.
O primeiro núcleo populacional da Freguesia do Ó, teve início em 1580, quando o Bandeirante Manoel Preto, estabeleceu-se na região. 
O explorador português, extremamente religioso, e sua esposa, D. Agueda Rodrigues, fundaram uma capela na região, em 1610. 
A pequena construção recebeu o nome de N. Sra. da Esperança, ou da Expectação. 
Mais tarde, a capela passou a se chamar Nossa Senhora do Ó. 
Essa capela, destruída por um grande incêndio em 1896, foi reconstruída com recursos da população. 
O novo templo foi inaugurado em 1901, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó. freguesiao.htmfreguesiao.htm
No inicio do século XX, despertou-se o interesse da industria imobiliária pelo Bairro. 
Uma série de melhorias começou a ser feita nas várzeas do Rio Tietê. 
A Freguesia tornou-se um grande canteiro de obras para a construção de diversos loteamentos, e empresas industriais. 
As antigas chácaras e sítios se valorizaram rapidamente. 
Com o desenvolvimento, muitos Bairros novos surgiram no entorno da Freguesia do Ó: Vila Palmeira, Vila Siqueira, Moinho Velho, Vila Simões, Vila Cavaton, Itaberaba, Vila Bancária Munhoz, Vila São Vicente, Vila Albertina, e outros.
Localizado na zona norte da capital paulistana, o Bairro da Freguesia do Ó, é atualmente um dos mais populosos da cidade. 
Ali, conservam-se traços da tradição colonial, desde o uso de expressões tradicionais na linguagem local, até a manutenção de características coloniais, na arquitetura de suas construções.
 
Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Capela do Socorro

Originalmente integrada à região pertencente a Santo Amaro, a área conhecida como Socorro, foi desmembrada, no ano de 1938, por ato do Governador do Estado de São Paulo. 
Pelo fato de haver um município com o mesmo nome, e em razão da existência de uma antiga capela, o novo Bairro passou a ser denominado Capela do Socorro.
A região era constituída por uma grande várzea, constantemente inundada. 
Mesmo após a construção da represa Billings, a região continuou sendo uma vasta área pantanosa.
Até o começo do século XX, existiam no Bairro, muitas serrarias e olarias. 
Havia grande dificuldade de escoar seus produtos, pela falta de estradas. 
As madeiras eram embarcadas em transporte fluvial até certo ponto e, depois, seguiam pela ferrovia até o centro da cidade.
Somente após a abertura da Avenida Santo Amaro, que liga o Bairro à zona central de São Paulo, e o loteamento das chácaras que margeavam a linha do bonde, foram se formando os primeiros núcleos residenciais da zona sul.
Em 1940, o primeiro loteamento da região é aberto com o nome de seu proprietário: Claudino Klein. 
Até então, as ruas da região sul eram de terra, e somente a Avenida De Pinedo, era asfaltada.
Com a construção da represa de Guarapiranga, criaram-se condições para o desenvolvimento dos esportes náuticos, com veleiros e barcos a motor. 
Fundaram-se clubes como o Iate Clube São Paulo e o Santo Amaro Iate Clube. 
Para o atendimento a essas atividades, o Bairro passou a abrigar alguns estaleiros. 
Até hoje, eles prestam manutenção às embarcações. 
Aos poucos, a região da represa de Guarapiranga se consolidou como um ponto de recreação, com bares e restaurantes, e até mesmo a criação de uma pequena praia, conhecida como "Prainha".
O Autódromo de Interlagos, construído entre as represas Billings e Guarapiranga, na região vizinha à Capela do Socorro, é a sede do Grande Prêmio Brasil de "Formula 1". 
O evento coloca a região da Capela do Socorro, no mapa mundial de eventos esportivos famosos. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Campos Elíseos - Destino dos Heróis

Não existem registros históricos, comprovando os motivos que levam o tradicional Bairro de Campos Elíseos, a receber esse nome. 
A maioria da população paulistana atribui o nome ao Les Champs Elyseés, de Paris. 
No entanto, Campos com este título na mitologia grega, são o destino dos espíritos de heróis e homens virtuosos, após a sua morte. 
Por pouco não foi instalado nos Campos Elíseos, ainda em 1885, um cemitério. 
Mas o Bairro da Consolação, por ser mais distante, acabou abrigando o tal cemitério. 
Qual será o real motivo do nome Campos Elíseos?
No começo, a área do Bairro não passava de um conjunto de pequenas chácaras, conhecido como Campo Redondo. 
Quando o célebre Visconde de Mauá adquiriu terras na região, a área passou a ser chamada popularmente de Campos de Mauá.
A maior reviravolta na história da região, foi a construção da Estrada de Ferro Sorocabana, em 1875. 
O antigo Campo das Cavalhadas, que abrigava corridas de cavalo, passa a se chamar Largo dos Guaianazes (atual Praça Princesa Isabel), uma das muitas áreas verdes do primeiro Bairro planejado da cidade de São Paulo: os Campos Elíseos. 
Projetado por Hermann von Puttkamer, o Bairro foi idealizado pelos capitalistas Frederico Glette e Victor Nothmann, que têm seus nomes perpetuados em duas das mais famosas ruas do loteamento.
Com ruas largas e ortogonais, o Bairro atraía fazendeiros do interior. 
Eles estavam interessados não somente na salubridade do local, mas também na proximidade da estação ferroviária. 
Um dos imensos palacetes construídos em autêntico estilo eclético do século XIX, o Palacete Elias Chaves, foi comprado pelo governo do Estado em 1911. 
Em 1935, o edifício passa a ser chamado de Palácio dos Campos Elíseos, para abrigar a Sede Administrativa do Governo do Estado.
Há muitas outras construções importantes nos Campos Elíseos. 
O Largo Coração de Jesus, no centro do Bairro, abriga um dos mais significativos conjuntos arquitetônicos do final do século XIX: um conjunto de casas típicas do loteamento, o Liceu Coração de Jesus, e o Santuário do Sagrado Coração de Jesus.
O Liceu Coração de Jesus, por exemplo, faz parte da história da educação paulista. 
Até hoje o edifício-sede, inaugurado em 1909, abriga a instituição salesiana, uma das mais respeitadas de ensino infantil, fundamental e médio. 
Já o Santuário do Sagrado Coração de Jesus, aberto em 1901 em estilo renascentista, tem uma torre que serve de referência na cidade até hoje, por sua altura e imponência.
Entretanto, o avanço da riqueza produzida nas fazendas do interior, colaborou para a decadência do Bairro, construído justamente para abrigar as residências dos fazendeiros: a construção da Estação Ferroviária Júlio Prestes, inaugurada em 1938. 
A beleza e funcionalidade do edifício, não foram capazes de conter a proliferação de depósitos, pensões e hotéis. 
O Bairro que desde o começo do século, já vinha perdendo parte de seu valor, por causa da construção do Bairro de Higienópolis e da Avenida Paulista, em áreas de muito maior altitude, entrava num ciclo que durou até o final do século XX.
As Avenidas Duque de Caxias e Rio Branco foram alargadas. 
A Praça Princesa Isabel, ampliada. 
Em 1960, instalou-se na recém-aberta Praça Sorocabana (atual Praça Júlio Prestes), aquela que seria a última cartada para o fim do uso residencial nos Campos Elíseos: a Estação Rodoviária. 
E, em 1965, o Governo do Estado muda-se para o Palácio dos Bandeirantes, no Bairro do Morumbi.
Mesmo com a transferência da Estação Rodoviária para o Tietê, em 1982, o Bairro só iniciou sua recuperação em 1998, com a transformação de parte da Estação Julio Prestes em Sala São Paulo, uma das melhores, e mais importantes salas de concerto do mundo. 
A Praça homônima, abriga uma feira de artesanato, e outras atividades culturais, todos os finais de semana. 
Em 2002, a antiga Estação Sorocabana, foi transformada no Museu do Imaginário do Povo Brasileiro. Aos poucos, o antigo loteamento planejado retoma sua vocação de riqueza.
Não se sabe os reais motivos do nome Campos Elíseos... 
A história do Bairro, no entanto, está ligada à educação e ao governo de São Paulo. 
E, principalmente, à memória paulistana, como o primeiro Bairro sofisticado de São Paulo. 
E como prova do poder de recuperação desta cidade. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Cambuci - O Reduto dos Imigrantes

Há pouco mais de cem anos, o Cambuci não passava de um pacato pouso de viajantes e tropeiros, que seguiam pelo antigo Caminho do Mar, ligação do litoral ao planalto paulista.
A riqueza produzida pelo ciclo do café, e a política do governo brasileiro de atrair imigrantes para substituir a mão de obra escrava, gerou um grande fluxo de trabalhadores europeus, para a capital de São Paulo.
O Bairro do Cambuci acolheu grande leva desses imigrantes que, desembarcando no Porto de Santos, acomodavam-se em pensões e vilas, em Bairros Paulistanos como o Cambuci. cambuci.htmcambuci.htm
Nas duas últimas décadas do século XIX, ocorreu um processo natural de agrupamento da população estrangeira que, ao redor da antiga Chácara da Glória, criou condições para a formação do Bairro. 
A existência das várzeas, com seu nítido caráter operário, em razão da proximidade e concentração das primeiras industrias, que vieram a formar o grande Parque Fabril da capital de São Paulo, aumentou as condições de reunião desses imigrantes. 
Não existindo qualquer infra-estrutura pública, a própria população trabalhadora abria ruas e erguia casas, transformando a paisagem urbana da região, o que favoreceu um considerável, adensamento populacional.
Em maio de 1900, a chegada do bonde elétrico da empresa inglesa Light & Power causou um grande alvoroço. 
Os antigos veículos puxados a burro, estavam com seus dias contados. 
No Cambuci, a Light instalou suas Oficinas Gerais, criando emprego para grande parcela da população.
Aos poucos, consolidava-se o perfil do Bairro: um misto de residências, comércio e serviços que, por sua relativa proximidade ao centro da cidade, permaneceu com essas características até os dias atuais.
Alguns dos festejos religiosos mais tradicionais da cidade, tiveram início no bairro do Cambuci. 
Até hoje, são famosas as festas cristãs e pagãs do Bairro como o Carnaval, as quermesses e a Malhação do Judas.
Outra característica curiosa do Bairro, foi a de reunir os primeiros times de futebol de várzea, esporte trazido ao Brasil pelos ingleses no final do século XIX. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Butantan - Portal de Saída dos Bandeirantes

O Butantan foi descoberto no final do século XVI, quando jesuítas e bandeirantes, dirigiam-se à região do futuro forte de Emboaçava. 
O bairro nasceu em uma área de várzea, e o seu nome inicial era Ybiatá, "taipa de terra socada", na língua Tupi-Guarani. butantan.htmbutantan.htm
Os bandeirantes e tropeiros utilizaram-se dos caminhos feitos pelos índios, em busca de ouro e pedras preciosas, existentes nas Minas Gerais. 
Assim, iniciaram a formação das primeiras estradas que ligavam São Paulo, às demais regiões do Brasil. 
O Butantã tornava-se o portal de saída da cidade para boa parte dessas viagens.
A implantação do internacionalmente conhecido Instituto Butantã, deveu-se a um surto epidêmico de peste bubônica, iniciado na cidade de Santos. 
Eficaz em suas pesquisas sobre venenos de animais peçonhentos, o Instituto tornou-se famoso, especialmente pelo pioneirismo na produção de vacinas.
O IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, é outro órgão conceituado localizado no Bairro. 
Ali são feitos laudos técnicos, solicitados pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário, além de suporte tecnológico às indústrias de construção civil, química, petroquímica, e outras empresas da iniciativa privada do estado.
O Jóquei Clube de São Paulo, inaugurado em 25 de Janeiro de 1941, tornou-se também uma dos mais importantes associações de fins recreativos da sociedade paulistana, sediado na Cidade Jardim, parte da região do Butantã.
Além dessas instituições, criadas no século XX, o Bairro mantém dois patrimônios históricos do período de sua fundação: a Casa do Bandeirante, localizada na Praça Monteiro Lobato, e a Casa Sertanista, na Praça Dr. Ênio Barbato.
Para a execução de seu terceiro projeto de urbanização na capital paulista, consolidando o Butantã como Bairro Residencial, a Cia. City adquiriu uma grande propriedade da família Vieira de Medeiros, no ano de 1915. 
A valorização do Bairro se deu pela presença do Jóquei Clube, e pela proximidade da Cidade Universitária. 
O loteamento foi iniciado antes da implantação dessas instituições. 
Ainda em 1918, a City Butantan começou a ser construída, com padrões de urbanização característicos do Bairro Jardins, atraindo um público de alto poder aquisitivo. 
Desde o início, suas avenidas largas e fartamente arborizadas, mantiveram a preocupação com a qualidade ambiental, nos melhores padrões europeus. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Bom Retiro - A Tradição Milenar do Comércio Judaico

A inauguração, em 1867, da São Paulo Railways, conhecida como "A Inglesa", e, mais tarde, da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, favoreceu a construção de galpões para depósitos de mercadorias, estrategicamente próximos das estações ferroviárias, ao longo de Bairros como o Bom Retiro.
Anteriormente, a presença de grandes chácaras e propriedades rurais, caracterizou o conhecido Bairro comercial do Bom Retiro como local, dentro da capital paulistana, convidativo à caça e pesca.
Em torno de 1881, iniciaram-se os primeiros loteamentos que atraiam os imigrantes. 
O Bairro constituía-se como um Bairro residencial de cunho proletário.
Em 1912, foi instalada no Bom Retiro, a primeira Sinagoga de São Paulo, por iniciativa de judeus originários da Europa. 
Com o passar dos anos, o Bairro chegou a abrigar 10 Sinagogas, que atendem os grupos israelitas de diferentes origens. 
Dentre as contribuições culturais da colônia judaica à cidade de São Paulo, destaca-se o Teatro de Arte Israelita Brasileiro, o TAIB, também no Bairro.
Na década de 1930, o Bairro sofreu um rápido processo de adensamento de comércio e residências, ao lado de pequenas chácaras, estábulos, e mesmo de terrenos baldios.
Outra grande comunidade que se agrupou no Bairro, foi a dos imigrantes árabes, tradicionalmente conhecidos como introdutores do sistema de venda, por crediário, de roupas e produtos de uso doméstico de porta em porta. 
A facilidade para financiar as compras, fez o mascate árabe, ser popularmente conhecido como "o turco da prestação".
Ao final da década de 1950, a ocupação de estabelecimentos comerciais, impôs-se às residências. Começaram a surgir as galerias e centros comerciais. 
Das matracas e dos pregões que eram a forma primitiva de anunciar seus produtos, os comerciantes árabes e judeus, foram evoluindo para a criação dos bazares em pontos fixos, e para a formação de tais galerias que reúnem lojas diversas. 
Roupas, calçados, colchas, toalhas, e até aparelhos domésticos, a preços atrativos. 
Quase tudo pode ser comprado no Bom Retiro.
No final do século XX, chegaram os coreanos. 
Com eles, cresceu a característica de mosaico comercial do Bairro do Bom Retiro. 
A venda de produtos em atacado para pequenos comerciantes, que vem de outras regiões do Brasil e da América Latina, gera um grande movimento na economia do Bairro. 
E proporciona oportunidades para os vendedores ambulantes, que praticam o comércio informal. 
Em função da situação econômica do país, essa atividade cresce a cada dia, especialmente no Bairro do Bom Retiro. 
Essas atividades, no entanto, não prejudicam o mosaico comercial que caracteriza o Bairro. 

Bom Retiro dos Imigrantes 
"O maiore distritto di Zan Baolo
O maise bello e ch'io maise dimiro
É o Bó Retiro" (Juó Bananére)

Juó Bananére nunca existiu. 
Mesmo assim, escreveu um dos mais ricos e reveladores retratos da São Paulo do início do século que se conhece: La Divina Increnca. 
A cidade era então primordialmente italiana. 
Nada mais natural, portanto, que um conterrâneo de Dante, descesse ao inferno da jovem metrópole e narrasse, num misto de italiano e português, as aventuras que pululavam pelas ruas da Paulicéia.
Nessas aventuras, o Bairro do Bom Retiro tem um papel central. 
O que também não é de se estranhar. 
Afinal, desde a construção da São Paulo Railway, inaugurada em 1867, o Bairro, devido a sua proximidade com as estações ferroviárias, se tornara um ponto efervescente para armazéns, que guardavam as mercadorias trazidas pela famigerada "inglesa". 
Não tardou que surgisse uma indústria que transformasse essas mercadorias, marcando definitivamente, com fisionomia operária, o Bom Retiro.
Alexandre Ribeiro Marcondes Machado, o verdadeiro autor de La Divina Increnca, estava situado de maneira privilegiada, para descrever o que ocorria no bairro e na cidade. 
Apesar de ostentar um sobrenome inconfundivelmente brasileiro, fora aluno da Escola Politécnica, localizada na rua Três Rios, lá no Bom Retiro. 
Pôde provavelmente, assim, presenciar, em primeira mão, muito do que depois narrou.
O Bom Retiro de Juó Bonanére, pouco tinha a ver com o bairro original. 
Apesar de apenas 1.600 metros o separarem da região central da Sé, tinha sido, até a construção da estrada de ferro, uma aprazível região de chácaras, procuradas, durante os finais-de-semana, como refúgio, pelas mais abastadas famílias de São Paulo. 
Uma delas se chamava justamente Bom Retiro.
A segunda leva importante de imigrantes modifica, mais uma vez, a cara do Bairro. 
Se os italianos que tinham se instalado, desde 1880, nas proximidades das estações ferroviárias eram em geral operários, os judeus que passam a chegar a partir de 1900, são principalmente comerciantes. 
Substituem os sírio-libaneses, que como mascates, comerciantes ambulantes, percorriam o Brasil, oferecendo uma ampla gama de mercadorias, para a população de baixa renda. 
A imigração mais antiga, dos assim chamados mascates turcos, já que eram naturais de países então pertencentes ao império otomano, com o tempo, passara a se fixar em alguns pontos de comércio e indústria ligeira. 
De qualquer forma, tanto uns como outros, ofereciam muito mais opções de consumo para os trabalhadores das fazendas, do que as anteriormente existentes com os "barracões", controlados pelos proprietários rurais. 
Boa parte das grandes redes de magazine, que ainda vendem a prazo, tem sua origem nesse tipo de comércio.
Porém, um ponto, em especial, diferencia os judeus, dos sírios e libaneses. 
Os últimos são em número muito maior do que os primeiros, cerca de dez vezes mais, o que possibilitou que se dispersassem pelo país. 
Os pouco numerosos judeus, em compensação, que hoje são cerca de 150 mil em todo país, se quiserem manter sua identidade, precisam se concentrar em áreas específicas, tendo escolhido principalmente os grandes centros urbanos para tanto.
Na capital do estado de São Paulo, onde se encontra quase a metade dos judeus brasileiros, se instalam, de início, principalmente no bairro do Bom Retiro. 
Lá se especializaram no comércio e na indústria ligeira, de confecção de roupas feitas. 
A rua José Paulino, passagem única da Estação da Luz para o Bom Retiro, tinha e ainda tem, papel central nessas atividades. 
As palavras de Hilário Dertônio, servem para descrevê-la ontem como hoje: 
"Muitas velhas casas da rua foram derrubadas, e no lugar se construíam grandes galerias, com centenas de lojas em cada uma, principalmente de artigos de vestuário, muitas delas tendo, nos fundos, suas próprias oficinas de costura, ou fábricas de malhas, gravatas, e quejandas mercadorias. 
Sobrou pouco espaço para o restante do comércio: há duas ou três farmácias, panificadoras, agências bancárias, casas de lanches, leiterias, repartições públicas, construtoras, administradoras, casas de móveis, transportadoras, apenas o suficiente para que a rua possa viver. 
O restante são lojas, lojas, lojas, onde todos os seis milhões de paulistanos poderiam se abastecer".
Dos judeus que substituíram os italianos como população majoritária do bairro, aos coreanos, bolivianos e peruanos que não param de afluir, pouco parece ter mudado, no Bom Retiro. 
É verdade que as enormes diferenças culturais, dão a impressão da existência de uma quase arqueologia urbana no Bairro, que deixa sobreposta, em camadas pelas ruas, a contribuição de cada povo. 
Por outro lado, atrás da leva de imigrantes, também vieram a exercer atividades econômicas similares, fazendo uso de expedientes também parecidos para produzir e comerciar. 
Especializaram-se na venda de roupas baratas, produzidas em precárias confecções, onde na falta de capital, o trabalho é intensivo. 
Souberam se beneficiar da proximidade com as estações ferroviárias, ponto para, e de onde afluem, as mercadorias demandadas, pelas camadas mais pobres da megalópole paulista.
Assim, com engenho, e de forma muitas vezes brutal, vão superando suas limitações. 
No final, mudam-se do bairro decadente, como fazem atualmente os judeus e os coreanos, e antes deles os italianos, para que ai só fiquem os mais pobres, hoje de rostos andinos, submetidos a um regime de trabalho próximo da escravidão. 
É quase certo, portanto, que bolivianos e peruanos, não nutrirão desejos como os de Juó Banararé: 

"Ai chi mi dera
Chi o meu úrtimo sospiro
Fosse lá nu Bó Ritiro,
I o meu tumbolo tambê".

3-Bernardo Ricupero, membro do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial; mestre e doutorando em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Brooklin Novo - Concentração de Grandes Empresas

Uma das conseqüências do desenvolvimento empresarial de uma cidade, é a necessidade de criação de novos pontos para a ocupação de novas empresas comerciais, e prestadoras de serviços. 
Na cidade de São Paulo, a criação de uma nova via, a Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, no final da década de 1970, é um exemplo de formação de um novo pólo centralizador dessas empresas.
O elevado custo dos terrenos na avenidas Paulista e Faria Lima, alertou os dirigentes da Construtora Bratke & Collet, fundada no início de 71, para a necessidade de criação de uma nova centralidade em São Paulo. 
O Engenheiro Roberto Bratke, dá seu testemunho: 
"Até aquele momento eu ainda não tinha percebido... Foi então que, ao me aproximar da janela, naquela tarde de inverno, lá pelos anos 70, eu senti que o futuro de São Paulo estava ali, na minha frente, naquela avenida recém aberta entre a Vila Olímpia e o Brooklin".
Aliado ao aspecto logístico, que estuda o deslocamento das pessoas entre residência-trabalho-residência, a construção de alguns centros de compras na região do Brooklin Novo - como os Shoppings Morumbi, D & D e Market Place - fez a Avenida Berrini, se firmar como uma nova centralidade na cidade.
Atualmente, com a existência de cerca de 100 edifícios comerciais, a região da Berrini redefine sua paisagem urbana, com a construção de arrojados projetos arquitetônicos. 
No horizonte, destacam-se o World Trade Center, o Hotel Meliá, as novas instalações da Rede Globo, e a sede do BankBoston.
Para atender ao grande fluxo de automóveis que passou a circular pela região, após a consolidação da nova centralidade, o Governo do Estado, na administração Mário Covas, implantou novas e modernas estações ferroviárias na região. 
A integração dessa linha de a malha de transportes sobre trilhos da cidade, é fundamental para reduzir o saturado tráfego de automóveis na Marginal Pinheiros, principal via da região. 
Além disso, um grande projeto cultural está sendo implantado pela Associação Amigos da Berrini: o "Projeto Av. Berrini Corredor Cultural - Museu Aberto". 
Com o apoio de leis de incentivo fiscal, empresas privadas promovem a execução de obras de revitalização das praças públicas, em estado de abandono nas últimas administrações do município. Essas praças estão se transformando em locais de lazer e cultura, com a exposição de obras-de-arte e a realização de concertos musicais. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Brasilândia - E sua Formação

Na década de 30, alguns sítios e chácaras de cana de açúcar, foram se transformando em núcleos residenciais, na zona norte da cidade de São Paulo. 
O crescimento de sua ocupação veio a formar o Bairro denominado Brasilândia.
Esse desenvolvimento se deve à chegada de imigrantes de várias origens, como as famílias Okada, do Japão, Fraga, da Espanha e Simões, de Portugal. 
O comerciante Brasílio Simões, por exemplo, liderou a comunidade para a construção da Igreja de Santo Antonio, em substituição à antiga capela existente. 
Por isso, o comerciante teve o seu nome empregado na denominação do bairro, em reconhecimento ao feito. 
O bairro também recebeu um grande fluxo de migrantes do nordeste do país, que fugiam da seca em seus estados nas décadas de 50 e 60, além de famílias vindas do interior do estado, em busca de oportunidades de trabalho. 
Outro contingente de famílias, de origem africana e escrava, veio para o Bairro, depois de expulsos pela Prefeitura, do centro da cidade. 
Essa expulsão ocorreu com a demolição de muitas habitações antigas, que deram lugar a novas avenidas, como a Nove de Julho no Bairro do Anhangabaú, projeto da Cia. City.
A Brasilândia foi loteada em 1946, pela família Bonilha, que era proprietária de uma grande olaria na região. 
Embora não fossem dotados de qualquer infra-estrutura, os terrenos eram adquiridos com grandes facilidades de pagamento, inclusive com a doação de tijolos, para estimular a construção das casas. 
Na primeira gestão do Prefeito Jânio Quadros, o Bairro foi beneficiado com algumas obras, como o asfaltamento da Rua Parapuã. 
A conseqüência disso foi a valorização do Bairro, e um surto de desenvolvimento para o comércio local. 
Outro elemento incentivador da ocupação do bairro, foi a instalação da empresa Vega-Sopave que, ao instalar sua sede na Brasilândia, oferecia moradia a seus empregados, o que trouxe um considerável número de famílias para a região.

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Brás - A força da tradição Italiana

Uma grande área, com terras de propriedade do sertanista Brás Cubas, deu origem a um dos mais antigos e tradicionais bairros de São Paulo: o Brás. 
O nome do Bairro é uma homenagem ao antigo proprietário. 
Suas terras se estendiam desde o Convento do Carmo até a Freguesia de Nossa Senhora da Penha, atravessando os locais onde se encontram os Bairros do Pari, Brás, Belém, Belenzinho, e parte do Tatuapé. As avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia, constituem o antigo caminho que levava até a Penha.
A imigração européia do século XIX, predominantemente de italianos, consolidou a formação do bairro. 
O Brás se firmava como um bairro de indústrias e lojas. 
Criou-se uma tradição estrangeira no bairro, que ficou conhecido como o "Bairro dos Italianos". 
Após a Segunda Guerra Mundial, migrantes nordestinos também escolheram o Brás como local preferido de moradia, em razão da proximidade do centro da cidade. 
No bairro, entretanto, continuou predominando a força da tradição italiana.
O evento da expansão da rede ferroviária, principal meio de transporte de passageiros e mercadorias até o meio do século XX, teve grande importância para o desenvolvimento histórico do Bairro, e a valorização das propriedades lá existentes. 
E foi no Bairro do Brás, que se fixaram as instalações da São Paulo Railway, o que gerou muitos empregos. 
A estação do Norte, atual Estação Roosevelt, gerou um expressivo crescimento para o comércio regional, por receber um grande fluxo de pessoas de vários pontos do estado e do país.
O Largo da Concórdia, é o grande centro do comércio que se expande até as ruas Oriente, Maria Marcolina e Silva Teles, onde se encontram lojas atacadistas de tecidos. 
Já a rua do Gasômetro transformou-se, ao longo do tempo, em centro de empresas madeireiras, e fabricantes de portas e esquadrias.
Uma das características que entravou por muito tempo o crescimento do Bairro, foi a existência de porteiras, localizadas nos cruzamentos em nível das ruas, com a linha férrea. 
Grandes congestionamentos aconteciam, enquanto se aguardava a passagem dos comboios. 
Somente na década de 60, construíram-se viadutos e passagens de nível, para atender a demanda do tráfego rodoviário.
Outra área de comércio que se destaca na história do Bairro, é a das cantinas italianas. 
Ainda hoje se encontram bons e tradicionais restaurantes com farta comida italiana, para a alegria dos gastrônomos.

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Avenida Paulista - A mais Paulista das Avenidas

A população de São Paulo não passava de cem mil habitantes, quando se fez a Avenida Paulista. 
Com efeito, no ano de 1891, criou-se na parte mais alta do sítio paulistano, a imponente via. 
Por ali, bondes puxados a burros, circulavam em faixa própria, antes mesmo de se instalarem os palacetes e mansões, que abrigaram novos ricos e fazendeiros de cafém, que se mudavam do interior do estado para a capital. 
Uma larga faixa central de jardins, completava o embelezamento da nobre e imponente avenida. 
De grande importância para a consolidação da mais paulista das avenidas, foi a criação do Parque Siqueira Campos. 
O popularmente chamado "Parque Trianon" teve projeto do urbanista inglês Barry Parker, ligado à Companhia City, empresa responsável por loteamentos como Jardim América e Pacaembu. 
Além da área verde, o parque contava com um belvedere, concebido pelo paisagista francês Paul Villon, e implantado pelo arquiteto brasileiro Ramos de Azevedo.
Barry Parker propunha às autoridades, a criação de um parque linear, centralizado no Trianon. 
Esse parque cruzaria toda a cidade de São Paulo, e evitaria que o crescimento vertiginoso da cidade afetasse o meio ambiente, e a qualidade de vida dos paulistanos. 
Apesar de não implantado, o ideal de Barry Parker se consolidou: a Avenida Paulista, é o centro de tudo que acontece na cidade.
Ainda no começo do século XX, a Avenida Paulista já havia sido escolhida como o local dos eventos populares da cidade, como o corso carnavalesco. 
O corso consistia em um desfile de carros conversíveis, com capotas arriadas, de onde os carnavalescos arremessavam serpentinas, confetes e lança-perfumes, nos foliões da calçada. 
Outro grande acontecimento da Avenida, era a corrida de automóveis nas décadas de 1920 e 1930.
Um importante fato valorizou ainda mais a grande avenida: a abertura de uma passagem transversal e subterrânea, que ligava o centro da cidade, aos bairros novos da zona sul, como o Jardim América: era a transformação do Vale do Saracura na Avenida 9 de Julho.
As construções residenciais que tinham surgindo nos mais diversos estilos, tinham em comum a inspiração no ecletismo europeu, nos seus mais variados tipos, dos neoclássicos ingleses e franceses,  até os italianos. 
Havia também sinais de modernismo e o "art-nouveau", estilo mais característico da época de construção das casas.
No início da década de 1940, algumas mansões começavam a ceder espaço para construções verticais, inicialmente residenciais. 
A partir da década de 1960, as mansões dão lugar para edifícios comerciais.
Aquela que era considerada uma avenida larga e generosa, começava a sentir a necessidade de mais espaço, obrigando a municipalidade a reduzir o canteiro central, e a rasgar alguns jardins das residências, alargando-a para ampliação das pistas de rolamento. 
O tráfego de automóveis e ônibus era crescente.
Um marco da arquitetura nacional foi construído no final da década de 50, na esquina da Rua Augusta: o famoso Conjunto Nacional. 
O complexo abriga lojas e cinemas, escritórios e apartamentos. 
O Conjunto viria a ser o antecessor nacional dos shopping-centers.
A construção do Museu de Arte de São Paulo, o MASP, no local do antigo Belvedere do Trianon, foi a consolidação do prestígio da Avenida Paulista. 
Seu acervo é o maior e mais rico da América Latina, e o próprio edifício do MASP, projeto de Lina Bo Bardi, é tido como parte do acervo.
Em 1995, foi criada a Associação Paulista Viva, cujo objetivo é trabalhar pela preservação da imagem da Avenida Paulista, garantindo qualidade a todos que vivem, circulam e trabalham na mais famosa e querida via da cidade. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Alto de Pinheiros

Um Típico Bairro City 
O Alto de Pinheiros surgiu como loteamento da Cia. City em 1925. 
Entretanto, a Light and Power Co. recebeu por lei estadual a concessão para retificar e alargar o Rio Pinheiros. 
Isso provocou um retardamento da implantação do Bairro. 
Somente em 1937, foi recomeçado o arruamento do Bairro do Alto de Pinheiros, aproveitando-se das vantagens das obras de melhoria no Rio Pinheiros. 
A história da região começou muito antes. 
Em 1770, quando a Lei do Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas do Brasil, suas terras forma leiloadas, e deram origem a chácaras e sítios de particulares. 
Estas foram adquiridas pela Cia. City, em 1913. 
E estavam desocupadas por serem sujeitas a enchentes periódicas do Rio Pinheiros. apinheiros.htmapinheiros.htm
O projeto do novo bairro aproveitou as experiências bem sucedidas dos bairros-jardins já implantados pela Cia. City: Jardim América e Pacaembu.
Com curvas de níveis respeitadas, um dimensionamento generoso do sistema viário, e hábil distribuição de áreas livres (praças, canteiros centrais nas avenidas e calçadas), surgiu o Bairro Alto de Pinheiros. 
Ele constituiu-se em área residencial para as classes média e alta da sociedade paulistana. 
A sua avenida principal, com canteiro central de largura superior às das pistas de rolamento, é hoje denominada Avenida Pedroso de Moraes. 
Ali se destaca um grande corredor comercial, formado por lojas de automóveis, supermercados e empresas de engenharia. 
A Praça Pan-Americana, com sua rotatória de grandes dimensões, distribui largas avenidas em suas diagonais. 
Até hoje, o Alto de Pinheiros é um exemplo dos mais representativos do urbanismo europeu, implantado na cidade de São Paulo. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Anhangabaú - Vale do Anangabaú - São Paulo

A expansão do Centro Velho 
O desenvolvimento econômico do Estado de S.Paulo, com o advento do ciclo do café, trouxe para a capital paulistana, a conseqüente expansão urbana. 
Isto levou a Cia. City, em 1917 a adquirir áreas a partir do Viaduto do Chá, se estendendo até a atual Avenida 9 de Julho, à época denominada de Avenida Anhangabaú.
O nome, originário do córrego existente naquele vale, foi adotado para o loteamento empreendido pela Cia City. 
Devido à ocupação parcial de vários terrenos em algumas dessas áreas, muito próximas ao centro urbano, não foi possível à loteadora, seguir os mesmos padrões do Jardim América e do Pacaembu, Bairros em desenvolvimento na mesma época.
O Anhangabaú veio a exercer um importante papel na ligação do Centro Velho com os novos bairros, através da Avenida 9 de Julho.
A conhecida Praça das Bandeiras, abrigou por muitos anos o Teatro de Alumínio, onde eram apresentadas peças de teatro de revista, consideradas como cultura popular, até o final da década de 60, quando, atendendo às necessidades do tráfego de veículos, a Praça foi transformada em Terminal Rodoviário urbano.
Por sua vez a Praça Santos Dumont, hoje rebatizada com o nome de Praça 14 Bis, servia de ponto de distribuição do trânsito e acesso para os bairros da Bela Vista e Consolação. 
Para minimizar os inúmeros cruzamentos da Avenida 9 de Julho, a Administração Municipal criou uma via expressa e elevada que atravessa, desde a Rua Avanhandava, até a entrada do túnel sob a Avenida Paulista. 
Na primeira administração do Prefeito Mário Covas, no Município de São Paulo, (1983 - 1985), foi criado ao longo da Avenida 9 de Julho, um "corredor de ônibus". 
Esse corredor ocupa uma faixa que tem início onde nasce a avenida, seguindo até o cruzamento com a Avenida São Gabriel, daí continuando em direção à Avenida Santo Amaro. 
Essa medida visava dar prioridade ao transporte coletivo de passageiros, fazendo com que os automóveis cedessem espaço, para o fluxo dos coletivos. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

História dos Bairros de São Paulo

O SiteCity conta um pouco da história de alguns dos principais bairros de São Paulo.

Desde sua fundação, no ano de 1554, até os primeiros anos do Século XX, a cidade de São Paulo esteve praticamente contida no chamado "triângulo central", hoje conhecido como Centro Velho. 
Além disso, havia bairros distantes como Pinheiros, Santo Amaro e São Miguel Paulista.
Com o progresso econômico decorrente da cultura cafeeira, surgiram novos bairros que atendiam à emergente elite dos fazendeiros. 
Para a classe trabalhadora, surgiam bairros populares, na periferia da cidade, que viriam a abrigar os imigrantes de várias nacionalidades que aqui chegavam.
A ocupação dos espaços urbanos foi ocorrendo com a riqueza produzida pelo café e, em seguida, com o início da industrialização. 
Através desse processo, formaram-se novos bairros, que preencheram os vazios existentes entre os bairros mais antigos. 
Cada bairro tem sua história e identidade própria. 
O conjunto desses bairros constitui a história do desenvolvimento da metrópole paulistana.

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

25 de janeiro de 1984 - São Paulo

O cenário é a Praça da Sé, centro da cidade de São Paulo. 
O Brasil ansiava pela democratização e pelas eleições diretas. 
Movimentos se espalhavam por todo país, mas a Campanha das Diretas, somente conquista as ruas, depois do histórico comício de 25 de janeiro. 
Marcado para o dia do aniversário da cidade de São Paulo, o primeiro grande comício da campanha por eleições diretas para presidente, foi organizado por Franco Montoro, governador paulista. 
Participaram também diversos partidos políticos de oposição, além de lideranças sindicais, civis e estudantis. 
A expectativa era das mais tensas. 
O governo militar tentava minar o impacto do evento. 
O dia estava chuvoso. 
Aos poucos, a praça foi lotando e, no final, cerca de 300 mil pessoas gritavam por "Diretas já!" no centro da cidade. 
Além de políticos, também estiveram presentes artistas como Christiane Torloni, Fernanda Montenegro, Gilberto Gil, Alceu Valença, Regina Duarte, Bruna Lombardi, Fafá de Belém e Chico Buarque de Holanda. 
O jornalista Osmar Santos anuncia a presença do governador Franco Montoro. 
O idealizador do Comício pelas Diretas estava acompanhado dos governadores Iris Resende, José Richa, Nabor Junior e Leonel Brizola. 
Os presidentes do PMDB, Ulisses Guimarães, e do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, também estavam presentes. 
Também estavam presentes, o senador Fernando Henrique Cardoso, presidente regional do PMDB, e o prefeito de São Paulo, Mário Covas, que fez um emocionado discurso, pedindo um minuto de silêncio para homenagear Teotônio Vilela, morto em 27 de novembro do ano anterior. 
Teotônio morreria bem no dia da primeira manifestação pública em favor das Eleições Diretas. 
Aquele foi mesmo um dia de nenhuma comemoração, em que 15 mil pessoas compareceram em frente ao estádio do Pacaembu. 
Bem diferente da manifestação da Praça da Sé. 
"Me perguntaram se aqui estão 300 ou 400 mil pessoas. Mas a resposta é outra: aqui estão presentes as esperanças de 130 milhões de brasileiros." (Franco Montoro Filho)

Logo após o discurso de Montoro, o Hino Nacional começa a ser cantado na Praça, que agora era só do povo. 
Com o sucesso do comício em São Paulo, todos os governadores de oposição resolveram fazer o mesmo. 
Foi com o evento paulista que ficou comprovado o anseio popular. 
A partir de fevereiro, os comícios pelas eleições diretas foram se sucedendo nas principais capitais do país. 
No dia 16 de abril, pouco antes da votação das diretas, realizou-se um último comício em São Paulo. 
Só que desta vez, a Praça da Sé parecia muito pequena. 
Foi escolhido o vale do Anhangabaú, que recebeu uma multidão estimada em mais de 1,5 milhão de pessoas. 
Foi a maior manifestação política jamais vista no país. 

Dá para classificar a música paulista num só ritmo?
Até pela mistura dos povos aqui tem música sertaneja, tem música erudita, tem popular brasileira, tem rock, tem rap, tem chorinho, tem samba. 
Samba sim senhor! 
"Mente quem diz que São Paulo não entende do assunto, pois o samba tá na veia pulsante e no coração do poeta. São Paulo é a síntese do Brasil", João Nogueira (cantor e compositor carioca).

São Paulo é um autêntico pot-pourri. 
Compositores e cantores não faltam: Luiz Tatit, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Arnaldo Antunes, Paulo Vanzolini, Edvaldo Santana, Walter Franco, Rita Lee, Renato Teixeira, Demônios da Garoa e Adoniran Barbosa. 
Cada um com seu estilo próprio, mas todos paulistas. 
Quer dividido por categoria? 
Vamos lá: 
Modinhas: Paraguassú (Roque Ricciardi) e Marcelo Tupinambá (Fernando Lobo). 
Música sertaneja: Mário Zan, Cornélio Pires, Tonico e Tinoco, e Alvarenga e Ranchinho.
Valsa: Erotides de Campos. 
Choro: Zequinha de Abreu 
Violonista: Garoto (Aníbal Augusto Sardinha) e Canhoto (Américo Giacomino). 
Erudita: Carlos Gomes, Guiomar Novaes, Madalena Tagliaferro Antonietta Rudge. 
Orquestra: Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.
Mesmo não sendo paulistas, muitos músicos fizeram de São Paulo o seu principal palco. 
Nos anos 60, os festivais televisivos de música, tiveram um papel fundamental na divulgação de muitos artistas. 
Os festivais da antiga TV Excelsior, de São Paulo, a primeira a promovê-los, ocorreram nesta década. 
A música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, com Elis Regina, ganhou o primeiro lugar em 1965. 
Em 1966 a TV Record, também de São Paulo, aderiu aos festivais de música brasileira. 
O vencedor daquele ano foi Chico Buarque com "A Banda" e "Disparada", de Geraldo Vandré, e Teo de Barros, com Jair Rodrigues, empatadas. 
Agora, você está perguntando se tem alguém com mais cara de São Paulo. 
Vá lá: Adoniran Barbosa. 
Um talento que traduz um espírito, uma época e certos lugares da cidade de São Paulo. 
Sem falar do sotaque italiano misturado com o brasileiro, que deu no que deu: a música inconfundível de Adoniran.
Se o artista não for de São Paulo, também não tem importância. 
A força da indústria cultural e o mercado fonográfico paulista possibilitam que São Paulo adote e divulgue o Brasil inteiro. 
Foi assim com a Bossa Nova, Tropicália, a Jovem Guarda, o samba, o rock, o heavy metal, o rap, e muitos outros movimentos ou estilos musicais. 
Assim é São Paulo. Sem preconceitos. 

Fundação de São Paulo
A fundação de São Paulo insere-se no processo de ocupação, e exploração das terras americanas pelos portugueses, a partir do século XVI. 
Inicialmente, os colonizadores fundaram a Vila de Santo André da Borda do Campo (1553), constantemente ameaçada pelos povos indígenas da região. 
Nessa época, um grupo de padres da Companhia de Jesus, da qual faziam parte José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, escalaram a serra do mar, chegando ao planalto de Piratininga, onde encontraram "ares frios e temperados como os de Espanha", e "uma terra mui sadia, fresca e de boas águas". 
Do ponto de vista da segurança, a localização topográfica de São Paulo era perfeita: situava-se numa colina alta e plana, cercada por dois rios, o Tamanduateí e o Anhangabaú. 
Nesse lugar, fundaram o Colégio dos Jesuítas, em 25 de janeiro de 1554, ao redor do qual iniciou-se a construção das primeiras casas de taipa, que dariam origem ao povoado de São Paulo de Piratininga. 
Em 1560, o povoado ganhou foros de Vila e Pelourinho, mas a distância do litoral, o isolamento comercial, e o solo inadequado ao cultivo de produtos de exportação, condenou a Vila, a ocupar uma posição insignificante durante séculos na América Portuguesa. 
Por isso, ela ficou limitada ao que hoje denominamos Centro Velho de São Paulo, ou triângulo histórico, em cujos vértices ficam os Conventos de São Francisco, de São Bento e do Carmo. 
Até o século XIX, nas ruas do triângulo (atuais ruas Direita, XV de Novembro e São Bento) ,concentravam-se o comércio, a rede bancária e os principais serviços de São Paulo. 
Em 1681, São Paulo foi considerada cabeça da Capitania de São Paulo e, em 1711, a Vila foi elevada à categoria de Cidade. 
Apesar disso, até o século XVIII, São Paulo continuava como um quartel-general, de onde partiam as "bandeiras", expedições organizadas para apresar índios e procurar minerais preciosos nos sertões distantes. 
Ainda que não tenha contribuído para o crescimento econômico de São Paulo, a atividade bandeirante foi a responsável pelo devassamento e ampliação do território brasileiro a sul e a sudoeste, na proporção direta do extermínio das nações indígenas, que opunham resistência a esse empreendimento. 
A área urbana inicial, contudo, ampliou-se com a abertura de duas novas ruas, a Líbero Badaró e a Florêncio de Abreu. 
Em 1825, inaugurou-se o primeiro jardim público de São Paulo, o atual Jardim da Luz, iniciativa que indica uma preocupação urbanística com o aformoseamento da cidade. 
No início do século XIX, com a independência do Brasil, São Paulo firmou-se como capital da província e sede de uma Academia de Direito, convertendo-se em importante núcleo de atividades intelectuais e políticas. 
Concorreram também para isso, a criação da Escola Normal, a impressão de jornais e livros, e o incremento das atividades culturais. 
No final do século, a cidade passou por profundas transformações econômicas e sociais decorrentes da expansão da lavoura cafeeira em várias regiões paulistas, da construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí (1867), e do afluxo de imigrantes europeus. 
Para se ter uma idéia do crescimento vertiginoso da cidade na virada do século, basta observar que em 1895 a população de São Paulo era de 130 mil habitantes (dos quais 71 mil eram estrangeiros), chegando a 239.820 em 1900!). 
Nesse período, a área urbana se expandiu para além do perímetro do triângulo, onde surgiram as primeiras linhas de bondes, os reservatórios de água e a iluminação a gás. 
Esses fatores somados já esboçavam a formação de um parque industrial paulistano. 
A ocupação do espaço urbano registrou essas transformações. 
O Brás e a Lapa transformaram-se em bairros operários por excelência; ali concentravam-se as indústrias próximas aos trilhos da estrada de ferro inglesa, nas várzeas alagadiças dos rios Tamanduatey e Tietê. 
A região do Bexiga foi ocupada, sobretudo, pelos imigrantes italianos, e a Avenida Paulista e adjacências, áreas arborizadas, elevadas e arejadas, pelos palacetes dos grandes cafeicultores. 
As mais importantes realizações urbanísticas do final do século foram, de fato, a abertura da Avenida Paulista (1891), e a construção do Viaduto do Chá (1892), que promoveu a ligação do "centro velho" com a "cidade nova", formada pela rua Barão de Itapetininga e adjacências. 
É importante lembrar, ainda, que logo a seguir (1901), foi construída a nova estação da São Paulo Railway, a notável Estação da Luz. 
Do ponto de vista político-administrativo, o poder público municipal ganhou nova fisionomia. 
Desde o período colonial São Paulo, era governada pela Câmara Municipal, instituição que reunia funções legislativas, executivas e judiciárias. 
Em 1898, com a criação do cargo de Prefeito Municipal, cujo primeiro titular foi o Conselheiro Antônio da Silva Prado, os poderes legislativo e executivo se separaram. 
O século XX, em suas manifestações econômicas, culturais e artísticas, passa a ser sinônimo de progresso. 
A riqueza proporcionada pelo café, espelha-se na São Paulo "moderna", até então acanhada e tristonha capital. 
Trens, bondes, eletricidade, telefone, automóvel, velocidade, a cidade cresce, agiganta-se e recebe muitos melhoramentos urbanos: como calçamento, praças, viadutos, parques e os primeiros arranha-céus. 
O centro comercial com seus escritórios e lojas sofisticadas, expõe em suas vitrinas a moda recém lançada na Europa. 
Enquanto o café excitava os sentidos no estrangeiro, as novidades importadas chegavam ao Porto de Santos, e subiam a serra em demanda à civilizada cidade planaltina. 
Sinais telegráficos traziam notícias do mundo e repercutiam na desenvolta imprensa local. 
Nos navios carregados de produtos finos para damas e cavalheiros da alta classe, também chegavam os imigrantes italianos e espanhóis rumo às fazendas, ou às recém instaladas indústrias, não sem antes passar uma temporada amontoados na famosa hospedaria dos imigrantes, no Bairro do Brás. 
Em 1911, a cidade ganhou seu Teatro Municipal, obra do arquiteto Ramos de Azevedo, celebrizado como sede de espetáculos operísticos, tidos como entretenimento elegante da elite paulistana. 
A industrialização se acelera após 1914 durante a Primeira Grande Guerra, mas o aumento da população e das riquezas, é acompanhado pela degradação das condições de vida dos operários que sofrem com salários baixos, jornadas de trabalho longas e doenças. 
Só a gripe espanhola dizimou oito mil pessoas, em quatro dias. 
Os operários se organizam em associações e promovem greves, como a que ocorreu em 1917, e parou toda a cidade de São Paulo por muitos dias. 
Nesse mesmo ano, o governo e os industriais inauguram a exposição industrial de São Paulo, no suntuoso Palácio das Indústrias, especialmente construído para esse fim. 
O otimismo era tamanho que motivou o prefeito de então, Washington Luis, a afirmar, com evidente exagero: 
"A cidade é hoje alguma coisa como Chicago e Manchester juntas".
 
Na década de 20, a industrialização ganha novo impulso, a cidade cresce (em 1920, São Paulo tinha 580 mil habitantes), e o café sofre mais uma grande crise. 
No entanto, a elite paulistana, num clima de incertezas, mas de muito otimismo, frequenta os salões de dança, assiste às corridas de automóvel, às partidas de foot-ball, às demonstrações malabarísticas de aeroplanos, vai aos bailes de máscaras, e participa de alegres corsos nas avenidas principais da cidade. Nesse ambiente, surge o irrequieto movimento modernista. 
Em 1922, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Luís Aranha, entre outros intelectuais e artistas, iniciam um movimento cultural que assimilava as técnicas artísticas modernas internacionais, apresentado na célebre Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal. 
Com a queda da bolsa de valores de Nova Iorque e a Revolução de 1930, alterou-se a correlação das forças políticas que sustentou a "República Velha". 
A década que se iniciava, foi especialmente marcante para São Paulo, tanto pelas grandes realizações no campo da cultura e educação, quanto pelas adversidades políticas. 
Os conflitos entre a elite política, representante dos setores agro-exportadores do Estado, e o governo federal, conduziram à Revolução Constitucionalista de 1932 que transformou a cidade numa verdadeira praça de guerra, onde se inscreviam os voluntários, se armavam estratégias de combate, e se arrecadavam contribuições da população amedrontada, mas orgulhosa de pertencer a uma "terra de gigantes". 
A derrota de São Paulo e sua participação restrita no cenário político nacional coincidiu, no entanto, com o florescimento de instituições científicas e educacionais. 
Em 1933, foi criada a Escola Livre de Sociologia e Política, destinada a formar técnicos para a administração pública; em 1934, Armando de Salles Oliveira, interventor do Estado, inaugurou a Universidade de São Paulo; em 1935, o Município de São Paulo ganhou, na gestão do prefeito Fábio Prado, o seu Departamento de Cultura e de Recreação. 
Nesse mesmo período, a cidade presenciou uma realização urbanística notável, que testemunhava o seu processo de "verticalização": a inauguração, em 1934, do Edifício Martinelli, maior arranha-céu de São Paulo, à época, com 26 andares e 105 metros de altura! 
A década de 40 foi marcada por uma intervenção urbanística sem precedentes na história da cidade. 
O prefeito Prestes Maia colocou em prática o seu "Plano de Avenidas", com amplos investimentos no sistema viário. 
Nos anos seguintes, a preocupação com o espaço urbano visava basicamente abrir caminho para os automóveis, e atender aos interesses da indústria automobilística, que se instalou em São Paulo em 1956. 
Simultaneamente, a cidade cresceu de forma desordenada em direção à periferia, gerando uma grave crise de habitação, na mesma proporção, aliás, em que as regiões centrais se valorizaram, servindo à especulação imobiliária. 
Em 1954, São Paulo comemorou o centenário de sua fundação com diversos eventos, inclusive a inauguração do Parque Ibirapuera, principal área verde da cidade, que passou a abrigar edifícios diversos projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer. 
Nos anos 50, inicia-se o fenômeno de "desconcentração" do parque industrial de São Paulo, que começou a se transferir para outros municípios da Região Metropolitana (ABCD, Osasco, Guarulhos, Santo Amaro), e do interior do Estado (Campinas, São José dos Campos, Sorocaba). 
Esse declínio gradual da indústria paulistana, insere-se num processo de "terciarização" do Município, acentuado a partir da década de 70. 
Isso significa que as principais atividades econômicas da cidade estão intrinsecamente ligadas à prestação de serviços, e aos centros empresariais de comércio (Shopping Centers, Hipermercados, etc). As transformações no sistema viário vieram atender a essas novas necessidades. 
Assim, em 1969, foram iniciadas as obras do metrô na gestão do prefeito Paulo Salim Maluf. 
A população da metrópole paulistana cresceu na última década, de cerca de 10 para 16 milhões de habitantes. 
Esse crescimento populacional veio acompanhado do agravamento das questões sociais e urbanas (desemprego, transporte coletivo, habitação, problemas ambientais ...), que nos desafiam como "uma boca de mil dentes" nesse final de século. 
No entanto, como dizia o grande poeta da cidade , Mário de Andrade: 

"Lá fora o corpo de São Paulo escorre vida ao guampasso dos arranha céus"

História da Cidade de São Paulo
Em seus quase 450 anos de existência, uma pequena aldeia formada ao redor de um Colégio de Jesuítas, transformou-se em uma das maiores aglomerações do planeta: a Região Metropolitana de São Paulo. Com 39 municípios, e uma mancha contínua urbanizada de cerca de 1.700 quilômetros quadrados, a metrópole tem um eixo Leste-Oeste, que cobre mais de 80 km de extensão urbana!
No entanto, a cidade de São Paulo esteve contida durante os três séculos iniciais em seu sítio original, uma pequena elevação entre o Rio Tamanduateí e o Ribeirão Anhangabaú. 
O crescimento vertiginoso da "urbe" iniciou-se com a instalação da ferrovia Santos-Jundiaí, na segunda metade do século XIX. 
A posição estratégica da cidade, como passagem obrigatória entre o porto e as rotas de escoamento do café (então plantado em quase todo o interior paulista), levou à modernização radical de sua estrutura econômica e urbana.
O comércio se diversificou, atraindo todo tipo de atividade, como casas de câmbio e hotéis. 
E a área urbanizada se espraiou para atender ao rápido aumento de população, principalmente com a vinda de imigrantes estrangeiros, em sua maioria italianos, portugueses, espanhóis, sírio-libaneses, japoneses e judeus.
Na passagem do século XIX ao XX, a cidade já estava totalmente transformada. 
A partir dos anos 30, ao atingir um milhão de habitantes, a cidade assume um perfil de metrópole industrial. 
Começa a verticalização da área central, e a construção de vários bairros industriais e operários. 
A cidade continua espraiando-se de forma vertiginosa. 
O marco simbólico dessa metropolização acontece na comemoração do 4º Centenário da cidade de São Paulo, em 1954, sob o lema ufanista "São Paulo não pode parar".
Nas décadas seguintes, a vinda de população imigrante e migrante para São Paulo, acabou gerando a construção de bairros irregulares, nos espaços vazios do sítio urbano. 
Isso gerou uma estrutura totalmente caótica de cidade. 
Atualmente vivem em São Paulo mais de 10 milhões de pessoas, sendo quase 01 milhão em favelas. Por São Paulo trafegam quase 06 milhões de veículos diariamente.
Nesse milênio que se inicia, impõe-se um novo lema para a cidade: 
"É tempo de organizar". 
Os seguintes temas se fazem presentes: a implantação do Plano Diretor, aprovado em 13 de setembro de 2002; a melhora e integração das áreas centrais, com o estímulo à ocupação residencial, e à recuperação de seu papel simbólico; a urbanização das periferias, estendendo a essas áreas o padrão de urbanização necessário para se viver.
A questão das áreas verdes, da água e do lixo, entre tantas outras, deverá ser assumida com mais seriedade pelos administradores paulistanos. E de forma mais consciente pela sua população.
Décadas são uma unidade de tempo muita curta na "vida" das cidades... 
E as próximas deverão refletir se conseguiremos reverter ou não o quadro atual, fazendo de São Paulo uma cidade mais humana, bonita e solidária.  
A região onde se desenvolveu uma das maiores concentrações urbanas do planeta, foi predestinada por suas características naturais, relacionadas com a formação e o relevo do território onde se encontra.
A cidade está situada num enclave de terrenos sedimentares e planícies fluviais, chamado Bacia de São Paulo, em meio às formações rochosas do Planalto Atlântico, a uma altitude média de 750 metros. 
O sítio é separado do litoral pelas escarpas da Serra do Mar, ainda hoje uma formidável barreira para as ligações entre as terras altas do Planalto, e as planícies costeiras. 
Entre as poucas possibilidades de travessia possível entre o litoral e o planalto em todo o Sudeste brasileiro, a que levava à Bacia de São Paulo era uma das mais utilizadas. 
Do interior do atual Estado de São Paulo para o litoral, são também poucas as passagens favoráveis entre os conjuntos de serras dos Cristais, do Japi e da Cantareira, cruzando a Bacia de São Paulo para a descida da Serra do Mar. 
Da mesma forma, essa região era passagem obrigatória das ligações entre o Rio de Janeiro e as regiões Norte e Centro-Oeste, para as povoações ao sul do país, através do Vale do Paraíba. 
Essa localização peculiar, tornou a região um entroncamento dos múltiplos caminhos percorridos há milênios pelos povos primitivos que circulavam no território, estabelecendo um ponto estratégico natural de passagem e de encontros. 
No século XVI, o território paulista era ocupado por várias nações indígenas. 
Uma vasta rede de trilhas interligava a região dos Campos de Piratininga ao litoral, e ao interior do continente, chegando aos Andes e a Amazônia. 
A faixa litorânea era dividida por duas tribos do grupo Tupi-Guarani: os Tupiniquins, desde o extremo sul do Estado até a região de Bertioga, e os Tupinambás, entre eles os Tamoios, que controlavam desse limite até a região de Cabo Frio. 
Por volta de 1500 já era conhecida a existência de povoados no litoral sul do país, como Cananéia, presente em mapas europeus dessa época. 
A costa brasileira era então percorrida freqüentemente por navios de vários países europeus. 
Sabia-se de vários europeus vivendo entre os índios. 
Entre eles, encontravam-se dois comerciantes de escravos com grande influência entre os nativos: o Bacharel de Cananéia e João Ramalho.
Senhor da região de São Vicente, João Ramalho era casado com a filha do cacique Tibiriçá (em tupi, o principal da terra), cuja aldeia ficava serra acima, no planalto, aproximadamente a 70 km do mar. 
Trinta e dois anos após o desembarque de Pedro Álvares Cabral, tem início a colonização efetiva do país. 
Para o estabelecimento de engenhos de açúcar no litoral paulista, Martim Afonso de Souza travou diversos contatos com João Ramalho, resultando na fundação da primeira vila no Brasil, a Vila de São Vicente, em 1532.
Primeiro núcleo regular de colonização portuguesa no mundo, a Vila comunicava-se com o planalto por uma trilha indígena que passava por Paranapiacaba e Santo André da Borda do Campo, já no planalto, onde viviam João Ramalho e várias tribos tupiniquins e guaianases. 
O conhecimento de que a rede de caminhos do planalto, passando pelos Campos de Piratininga, levava ao rio Paraná e à terra dos Incas, no Peru, fez com que Martim Afonso promovesse a fundação do povoado de Piratininga, em 1533, num local próximo à aldeia de Tibiriçá.
Seu objetivo era inibir o acesso de portugueses ao local, e impedir seus habitantes de partir para o interior, uma iniciativa que confirma as características de "boca-de-sertão" dessa região. 
O povoado dispersou-se em pouco tempo. 
Em 1549, chega ao Brasil o padre Manoel da Nóbrega e, em 1553, o noviço José de Anchieta
Com os jesuítas, tem início a catequização dos índios, levando à criação de aldeias e colégios em diversos pontos da costa. 
Em 1554, buscando as povoações existentes nos Campos de Piratininga, sobem a serra pelo caminho conhecido posteriormente como Trilha dos Tupiniquins, um ramal do Peabirú, onde hoje passa aproximadamente a Via Anchieta, e instalam um colégio junto aos domínios de Tibiriçá, que os acolhe e ajuda.
O lugar escolhido é estratégico, numa elevação entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, garantindo proteção contra ataques, e ampla visibilidade dos caminhos que levavam até lá. 
Atualmente, o local é conhecido como Pátio do Colégio, e mantém parte da colina histórica preservada. A data oficial reconhecida para a fundação do Colégio, é a da conversão de São Paulo, 25 de janeiro, quando é rezada missa, e assumido o nome de "Colégio São Paulo de Piratininga", dando origem ao povoado que se formou ao seu redor. 
O povoado era constantemente atacado por índios hostis. 
Para fortalecê-lo, o governador geral Mem de Sá ordena a mudança da população da Vila de Santo André da Borda do Campo, onde vivia João Ramalho, para São Paulo de Piratininga
A vila era cercada por muros de barro socado, num processo conhecido como taipa-de-pilão, o qual delimitava o núcleo urbano, em meio às plantações e à mata ao redor. 
Em seu interior, a igreja tornou-se maior e as casas iam se multiplicando, construídas com paredes de barro e cobertas com folhas de palmeira, e posteriormente com telhas.
Uma população formada por índios amigos, colonos portugueses, e seus índios escravizados, padres e seus índios catequizados, consolidava a ocupação do local, com o traçado das primeiras ruas. 
No terreno elevado, de forma triangular, essas ruas ligavam o Colégio à aldeia de Tibiriçá, no atual Largo de São Bento, e aos caminhos que desciam aos vales em seu entorno, levando às lavouras.
Nesses primeiros e difíceis tempos, Tibiriçá colocou seus irmãos Caiubi e Piquerobi, estrategicamente aldeados nas regiões que hoje seriam Santo Amaro e São Miguel Paulista, visando a proteção da Vila. 
Em 1562, um grande ataque dos tamoios, apoiados pelo mesmo Piquerobi, arrasou com a Aldeia de Pinheiros e quase destruiu São Paulo de Piratininga. 
Foram necessárias várias gerações, com miscigenação de portugueses e índios, para que se formasse o primeiro paulista autêntico, o mameluco
Sem ele seria impossível a grande aventura dos bandeirantes, que circularam pelo sertão brasileiro durante todo o século XVIl.
Os bandeirantes trilharam os caminhos indígenas, que ligavam São Paulo ao continente, durante todo o século XVII, na busca de índios para as lavouras dos colonos, para vendê-los nas capitanias do nordeste, ou ainda na busca das sonhadas minas de ouro e prata, escondidas pelo interior da colônia.
Pelo sul, pela trilha Peabirú que os Jesuítas chamavam São Tomé, os bandeirantes entravam pelo Paraná e daí para a região do Guairá, onde os índios guaranis eram capturados nas reduções dos jesuítas espanhóis.
Ao norte, avançando pelo Vale do Paraíba, até a Garganta do Embaú, a única passagem pela serra da Mantiqueira, os bandeirantes atingiram as regiões de São João Del Rey, Ouro Preto e Sabará, onde descobriram ouro em tal quantidade, que teve início um novo período econômico na colônia. 
A descoberta atraiu portugueses e aventureiros de todo o Brasil, para a ocupação da região das minas. Logo os paulistas foram expulsos, na Guerra dos Emboabas.
Outras expedições foram organizadas para o nordeste, seguindo a trilha dos Caiapós
Estas expedições levaram à descoberta das minas de ouro de Goiás e, na direção oeste, às minas de Cuiabá.
Para São Paulo, esse período teve duas consequências: uma ampla rede de vilas se formou no planalto, com acesso a partir da vila original; e houve um esvaziamento temporário da região, em função da febre do ouro, que tomou conta de seus habitantes. 
Após a derrota, São Paulo voltou a se tornar uma capitania independente, separando-se do Rio de Janeiro, ao qual tinha sido anexada.
Com a derrota e a perda do controle das minas, os paulistas passaram a abastecer a região das Minas Gerais com comida, produtos de suas lavouras, e outros bens, dando início a um período caracterizado pelo constante movimento de tropas de mulas por todo o território nacional, o tropeirismo.
Levando animais para uso nos pólos de mineração, e mesmo para os engenhos do nordeste, os tropeiros cruzavam o Brasil. 
As viagens seguiam desde o Rio Grande do Sul, onde mulas e muares eram encaminhados para comercialização na feira de Sorocaba, e então distribuídos para seus destinos. 
Nessas viagens, as rotas tropeiras iam estabelecendo pousos para descanso e troca de montarias, além de pernoite para os viajantes. 
Com o tempo, esses pousos se transformaram em núcleos de várias cidades, em todo o território paulista.
São Paulo era a passagem obrigatória das tropas de mulas vindo de Sorocaba com destino para Minas, Rio de Janeiro e nordeste brasileiro. 
Elas avançavam pela várzea do Tietê e desviavam para a cidade no Caminho do Guaré, onde ficava o Convento da Luz, e entravam pelo vale do rio Anhangabaú até o ponto onde hoje está a Praça das Bandeiras (o Piques)
Por volta de 1822 (época da Independência do Brasil proclamada em São Paulo), o café que cobria a região fluminense desde o século anterior, avança para território paulista, pelo Vale do Paraíba. 
A cultura cafeeira tomará praticamente todo o Estado nos 100 anos seguintes, criando a base de riqueza que permitirá o rápido e espetacular desenvolvimento da cidade, nas últimas décadas do final do século XIX.
A necessidade de escoamento da quantidade crescente de sacas de café, levou à implantação das estradas de ferro, primeiramente com a ligação fundamental do porto de Santos a São Paulo e, daí, às zonas produtoras. 
A São Paulo Railway foi inaugurada pelos ingleses em 1867, e mantida com o monopólio do acesso ao Porto até a construção de um ramal da E.F. Sorocabana, no século seguinte.
Através de investimentos de grupos privados de grandes fazendeiros, as ferrovias transportavam a produção para o Porto, enquanto traziam novidades e produtos estrangeiros para todas as cidades onde passavam. 
A partir de 1900, as ferrovias assumem um papel precursor na ocupação do extremo oeste do Estado, com suas estações funcionando como origem de muitas cidades, então denominadas "ponta-de-trilhos".
A cidade de São Paulo, ponto de passagem obrigatório para a descida da serra e para o embarque do café para o exterior, se integra ao novo ciclo econômico, sediando Bancos, escritórios comerciais e casas de exportação, ampliando seu comércio e serviços, e iniciando grandes transformações urbanas.
Em pouco tempo, São Paulo abandona seu perfil colonial estagnado. 
Ocorre uma renovação arquitetônica, seguindo padrões europeus, e a vida urbana da cidade entra em crescente agitação. 
A ocupação da região centro-oeste do Estado, a partir de 1850, levou a iniciativa governamental de utilização de mão-de-obra imigrante, em substituição aos escravos negros, que até então eram utilizados maciçamente nas lavouras.
A partir de 1870, o movimento de chegada de imigrantes torna-se intenso, atingindo o número de 2,74 milhões de estrangeiros em 1914, em grande parte italianos, espanhóis e alemães. 
Eles eram destinados às plantações de café, que então tomavam todo o Estado de São Paulo.
As duras condições encontradas pelos colonos imigrantes, levaram a uma crescente procura pela vida nas cidades, o que irá provocar o desenvolvimento de muitos núcleos urbanos formados nas regiões produtoras de café. 
Como capital, em pleno surto de desenvolvimento, São Paulo tornou-se pólo de grande número desses imigrantes, atraídos pelas inúmeras oportunidades que então se ofereciam. 
A cidade reflete de imediato essa situação, com a expansão urbana através de diversos bairros, alguns marcadamente identificados pelas comunidades neles predominantes, como os italianos no Brás e Belenzinho, os judeus no Bom Retiro, entre outros.
São Paulo amplia sua área urbanizada, e moderniza sua área central, incorporando diversos edifícios públicos monumentais, com o advento da República. 
Tem início um processo de expansão de sua área urbanizada, através do retalhamento das chácaras em seu entorno, para a implantação descontrolada de loteamentos por toda parte. 
As exportações crescentes de café, levaram a capitalização de recursos que permitiram a formação das primeiras indústrias de São Paulo, também favorecidas com o excesso de mão-de-obra imigrante disponível. 
Implantadas ao longo dos terrenos das várzeas dos rios, por onde passavam as ferrovias, as fábricas irão criar o novo perfil urbano e econômico da cidade, acelerando seu crescimento, e ampliando a infra-estrutura de transportes e energia.
O processo de industrialização vai se acelerar nos anos 30, com a crise do café, em função da quebra da Bolsa de Nova York, consolidando sua importância na economia paulista. 
As ferrovias passam a articular uma rede de subúrbios operários constituídos no entorno de suas estações, dando início a um processo preliminar de metropolização. 
A cidade amplia velozmente sua mancha urban,a atingindo os limites dos rios Tietê e Pinheiros, estruturada numa extensa rede de bondes elétricos, e melhoramentos urbanos diversos, principalmente em sua área central, em início de verticalização.
O Viaduto do Chá rompe a barreira do Vale do Anhangabaú, e promove a expansão de bairros de elite na parte nova da cidade, enquanto consolidam-se os bairros e vilas operárias, nas proximidades das fábricas. 
O automóvel se torna comum na cena urbana, transformando praças tradicionais e espaços públicos em áreas de estacionamento. 
Em 1954, São Paulo se coloca como uma das maiores cidades do mundo, e principal metrópole industrial latino-americana, abrigando por volta de 2,75 milhões de habitantes. 
A verticalização intensa da área central, e a velocidade de seu desenvolvimento urbano, eram motivo de orgulho para os paulistanos, que então viviam "na cidade que mais cresce no mundo".
A estrutura urbana tornou-se complexa, com a pressão do aumento tráfego de automóveis nas áreas centrais, induzindo a transformações radicais em sua malha viária. 
Com o Prefeito Prestes Maia, a cidade assume sua opção pelo rodoviarismo, implantando-se um anel de avenidas, que envolvem o Centro Histórico, e transformam o Parque do Anhangabaú em parte de um corredor viário, que cruza a mancha urbana no sentido Norte-Sul, ligando a Avenida Tiradentes com às recém-criadas avenidas 9 de Julho e 23 de Maio.
O Rio Tietê é retificado em seu percurso urbano, e recebe avenidas expressas em suas margens. 
Nesse ano a cidade ganha um de seus cartões postais, e símbolo expressivo de modernidade, o Parque do Ibirapuera. 
Preenchendo seus vazios internos com loteamentos aleatórios, a mancha urbana se adensa, cumprindo a frase ufanista da época "São Paulo não pode parar".
A cidade começa também a inchar em sua periferia, como resultado do intenso movimento migratório iniciado após os anos 30, principalmente dos estados do nordeste brasileiro. 
Nos anos 1960, inicia-se um processo de perda de qualidade ambiental, e dos padrões urbanos vigentes. A corrida imobiliária para o Centro Novo, do outro lado do Vale do Anhangabaú, relegou ao Centro Velho uma lenta deterioração. 
Esse processo continuou com o surgimento de novas centralidades, como a Avenida Paulista, a Avenida Faria Lima e, mais recentemente, a Avenida Luis Carlos Berrini, na zona sul da cidade.
Por outro lado, a instalação de um pólo industrial automobilístico na região do ABC, ampliou significativamente a migração de brasileiros para São Paulo, além de incrementar o uso do automóvel na cidade. 
A cidade possui hoje a taxa de 01 carro para quase 02 habitantes, numa população de 10 milhões de pessoas. 
O descaso com o transporte público, faz de São Paulo uma cidade constantemente afetada por congestionamentos, de enormes proporções.
A falta de qualquer tipo de controle para o crescimento, levou à invasão de áreas de mananciais, essenciais para o abastecimento de água da cidade, e à perda paulatina de áreas verdes, e espaços públicos. 
Um cinturão periférico de sub-habitações, abriga mais de um milhão de pessoas, ligadas por precários laços de infra-estrutura, com a cidade convencional.
A cidade de São Paulo encontra-se hoje em um fenômeno urbano específico: uma megalópole. 
A aglomeração de pessoas e problemas, compartilhados com os municípios reunidos ao seu redor, ultrapassa fronteiras estaduais. 
O preço desse gigantismo, aliado à falta de um planejamento urbano eficaz, é a perda de qualidade de vida para boa parte dos habitantes da cidade. 
Isso acaba se refletindo em uma série de questões, como os crescentes índices de violência urbana.
Essa situação foi criada ao longo do tempo. 
Apenas a sociedade pode iniciar o processo de transformação dessa realidade. 
É hora de organizar o espaço urbano, valorizando as áreas públicas de convivência, e de reestruturar o transporte público.
Assim, as várias cidades que compõem a Megalópole, precisam ingressar no novo milênio de forma equilibrada. 
Tanto a cidade mundial, que se articula on line com os demais centros financeiros do mundo, até as periferias mais afastadas, com suas precariedades e culturas de resistência, necessitam fundamentalmente de organização para a viabilização da cidade, como um lugar digno e justo para a vida de seus habitantes.

1- Bibliografia 
BRUNO, Ernani da Silva - Tradições e Reminiscências da Cidade de São Paulo. São Paulo, Hucitec/SMC, 3 vol., 1984. 
FAUSTO, Bóris - Trabalho urbano e conflito social (1890 -1920). Rio de Janeiro, Difel, 1977. 
MILLIET, Sérgio - Roteiro do Café e outros ensaios. São Paulo, Prefeitura do Município de São Paulo,1941 (Coleção Departº de Cultura, v.25). 
MORSE, Richard - De Comunidade à Metrópole. São Paulo, Comissão do IV Centenário da fundação de São Paulo, 1954. 
PORTO, Antônio Rodrigues - História Urbanística da Cidade de São Paulo (1554-1988). São Paulo, Ed. Carthago & Forte, 1992. 
SÃO PAULO (CIDADE) - São Paulo: Crise e Mudança. São Paulo, Prefeitura do Município de São Paulo /Editora Brasiliense, 2ª edição, s/d. 
TAUNAY, Afonso E. - São Paulo nos primeiros anos (1554 -1601). Tours, Imprenta de E. Arrault e Cia, 1920. 

2- Texto: Alcino Izzo Júnior, 2001. Revisão: Fabio de Paula, 2002.

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos