Poesias

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

“Ambiente Noir”

Na entrada da velha mansão abandonada, havia um grande portão de ferro cheio de detalhes, todo cheio de voltas e adornos.
O desenho no centro do portão lembrava um leão mal desenhado.
Ao fundo, a visão de uma construção gótica, cheia de arcos ovais e extremamente altos.
O tipo de arquitetura e o abandono a que fora submetida, tornaram a construção assustadora, e desafiavam a coragem de quem se dispusesse a entrar.
As janelas, todas altas e pesadas, cuidadosamente trabalhadas com a madeira mais nobre, mas mesmo sendo tão resistentes, sofreram com a ação do tempo.
Na entrada, um grande portão de madeira todo cheio de exageros, desenhos e mais desenhos de espirais.
A maçaneta, também de madeira, foi fortemente empurrada pelo vento, que acabou abrindo a porta, de onde se ouviu um ranger.
Ao entrar na casa, tinha-se a sensação de se ter entrado em um filme de terror.
A atmosfera noir, tornava a casa sombria.
A iluminação era precária, apenas alguns castiçais onde se colocam velas, iluminavam o ambiente.
Em toda a casa havia móveis pesados feitos de madeira.
Na sala de jantar por exemplo, havia uma grande mesa de madeira, na qual, as pernas tinham forma de dragões.
No fundo do corredor, cintilava a fraca luz de uma vela.
Ao longo do imenso corredor, que começava com um arco gótico, havia vários quadros antigos, cujas tintas, envelheceram com o tempo.
Um desses quadros era de um rapaz, mas como que por encanto, uma luz, brilhou no fundo do corredor.
Essa luz estava cada vez mais próxima do quadro, parecia um espectro, e dessa tamanha luz, ouviam-se lamentos.
A voz parecia se queixar do fato de que este rapaz, não mais acreditava.
Depois foi se afastando até desaparecer completamente.
Andando para o fim do corredor, havia uma grande escala em estilo neoclássico.
Ao lado um grande salão adornado com peças de ouro e prata, castiçais, mesas com cadeiras altas, etc.
Ao subir a escada, deparava-se com outro corredor que dava acesso a vários quartos.
Em todos eles, as camas eram todas talhadas em madeira, e os lençóis eram de linho.
Num dos quartos, vários livros amontoados na janela.
Livros que eram grandes clássicos da literatura universal.
‘O Morro dos Ventos Uivantes’, ‘Odisséia’, ‘Moby Dick’, etc.
O clima era desolador, a sensação era de um grande vazio.
A casa parecia um grande país, repleto de almas perdidas e condenadas.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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