Poesias

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Manha

A vida é rica em seus detalhes.
E os elementos que a vida traz em seu mister enriquece-nos de momentos felizes.
Ora, para que existe a natureza senão para contemplarmos, embevecidos, a sua beleza?
É claro que ela também atende aos nossos propósitos nos beneficiando com suas maravilhas.
Mas aqui, eu estou falando do propósito contemplativo da natureza, que nos evoca a pureza do ser em seu estado mais primal.
Toda essa beleza serve somente para enriquecer nossas recordações.
Exemplo da evocação da natureza se faz presente através da figura do mar.
“O mar, suave lembrança da primavera distante.
Lembrei-me de seu perfume exalando por todos os seus recantos peculiares.
A areia fina a beijar os pés de quem ousa por cima dela passar.
Caminhada.
Sinto deslizar meus pés ao som murmurante do marulhar das águas que agitam o mar.
Ao fim do horizonte, um morro verdejante se eleva sobre as águas.
O sol, então, repousa seu dorso triste sobre as águas.
Vem de longe com sua luz para mergulhar voluptuosamente, em tão temperadas águas.
Para explicar tal milagre, reza a lenda, que o sol a todo instante, trava uma luta descomunal para vir iluminar nossa vida e se elevar sobre nós, com seus fulgurantes raios.
Combate este, onde sempre por sua força e sagacidade, se sobrepuja aos desafios do oceano e se mostra soberano, ao vencê-lo tão habilmente.
O Sol, astro-rei, o príncipe do universo que nos volteia com sua claridade, pelos lugares onde passamos.
Traz-nos a lembrança de um eterno reviver, a vida que recomeça a todo instante nos turbilhonando para o intangível, o inexplorável, o inatingível.
Para o que não podemos alcançar com as nossas próprias mãos, para o que apesar de estar tão perto, permanece tão longe de nós.
Ó, insondável mistério.”
Mas, o que é a luz, o que é o mar senão um pedaço de vida num universo tão grandioso, um fragmento de sua grandeza, um pedaço de seu mistério?
Tudo isso somente para lembrar que você, assim como todas as outras mães, também fazem parte da beleza da vida, que é preciosa em seus detalhes, e que como os mesmos, nos tira da triste chateação, da mesmice das velhas paisagens a que estamos habituados.

Luciana Celestino dos Santos
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