Vendo Raíssa em tão lastimável estado, trataram de socorrê-la, embora alguns dos presentes suspeitasse de sua participação na confusão acontecida.
Como sua perna precisava ser tratada, levaram-na diretamente para o Pronto Socorro Municipal, para que o médico de plantão olhasse sua perna.
Quando ela ali chegou já era mais de duas e trinta e cinco da manhã.
O médico ao ver o estado de sua perna, pediu para que se deitasse, porque iria examiná-la.
Verificando cuidadosamente a situação da perna, constatou que seria necessária uma completa assepsia do local atingido para que pudesse verificar melhor se haviam estilhaços da bombinha lançada. Se estivessem alojados estilhaços na perna dela, os mesmos seriam retirados um por um cuidadosamente, nos dizeres do médico, e se fosse o caso, seria feito um curativo em sua perna. No caso de a queimadura ter sido muito séria, o doutor recomendou que não se colocasse ataduras no ferimento, para que não ficasse grudando no local fiapos de gaze, visando também uma rápida cicatrização do local.
Enquanto o médico examinava Raíssa, muitos curiosos ficaram ali na sala médica bisbilhotando o exame. Estranhamente, sua madrasta não se encontrava no meio dos curiosos.
Diante do incidente, o médico começou a perguntar:
-- Menina. Como é que você se acidentou?
-- Não sei.- respondeu secamente.
-- Mais alguém se machucou?
-- Não. Mais ninguém. – respondeu o Prefeito, desconsolado com o final abrupto da quermesse.
-- Mas como é que foi acontecer uma coisa dessas? – insistiu o doutor.
-- Vai se saber. – respondeu uma das beatas.
Enquanto o médico ía retirando os estilhaços de sua perna, fazia perguntas:
-- Já tem algum suspeito?
-- Pra confusão que fizeram hoje? – perguntou o Prefeito.
-- É.
-- Necas de pitibiriba.
-- Nada?
-- Ninguém. Mas isso não vai ficar assim. – respondeu o Prefeito.
Enquanto isso, o médico fez uma nova assepsia no local do ferimento e entendeu por bem fazer um curativo com um tecido, para proteger o melhor o local. A seguir, recomendou a Raíssa que ficasse um bom tempo descansando. Por fim, perguntou onde estavam seus pais, e alguém respondeu por ela, que a mesma não possuía família, somente a madrasta que não se encontrava ali no momento.
Atencioso, perguntou se alguém se oferecia para levá-la em casa, posto que naquelas condições, ela não poderia voltar caminhando.
Em razão da situação, o Prefeito se ofereceu para acompanhá-la até sua casa. Primeiramente, pediu que aguardasse no Pronto Socorro, que ele iria pegar seu carro em casa, para retornar e então, levá-la em casa.
Cumpriu o combinado e levou-a até sua casa, numa das áreas pobres da cidade. Deixou-a em casa e retornou.
Como não havia ninguém em casa, tratou de ir pulando até seu quarto, onde se deitou com a roupa que havia ido a quermesse e dormiu.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
A GANGUE DO TERROR - CAPÍTULO 7
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