Poesias

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

A GANGUE DO TERROR - CAPÍTULO 17

Raíssa, como todos os jovens de sua idade, achava que já sabia de tudo. Confiante, acreditava que tudo daria certo. Estava feliz, e nada, absolutamente nada estragaria seus planos.
Com isso, a cada dia que passava, sentia-se mais dona de sua própria vida.
Como seu chefe havia lhe prometido cuidar da questão com a madrasta, tranqüilizou-se. Afinal de contas, era do interesse de todos que ninguém atrapalhasse os planos da organização. Como a garota demonstrou durante o pouco tempo em que ficou sob a responsabilidade de Marcílio, tratar-se de pessoa confiável, não haveria problema nenhum que ele se encarregasse de conversar com a madrasta.
No entanto, pelo pouco que já havia conversado com Raíssa, percebera que Eulália era uma pessoa de gênio difícil. Por isso cogitava comprar seu silêncio.
Assim, conforme se esgotava o tempo de Raíssa na cidade, Marcílio já se acautelara no sentido de se informar sobre quem era a madrasta da garota. Sem que Raíssa soubesse, mandou uma pessoa de confiança investigar a vida das duas.
E assim foi feito. De posse do resultado das investigações, descobriu surpreso, que já conhecia a madrasta de Raíssa.
Descobriu ainda, que o relacionamento entre as duas não era bom. O que explicava a fuga de Raíssa para uma das cidades vizinhas. Mais espantado ainda, constatou que Raíssa poderia ser sua parente. Entretanto, não comentou nada com a garota.
Discreto combinou com a mesma que ela iria primeiro, de ônibus. Isso para que ninguém desconfiasse dos seus planos. Cauteloso, pediu para a garota que aguardasse as ordens para começar. Portanto, enquanto não estivesse autorizada a entrar em ação, não poderia comentar com ninguém os planos. Nem com os amigos, nem com qualquer pessoa que ela pretendesse que se tornasse um colaborador. Os mesmos só poderiam tomar conhecimento disso, na hora certa.
Alertaram-na de que, se assim não procedesse, poderia vir a ter problemas.
No que Raíssa, consciente dos riscos que envolviam a operação, prometeu não comentar sobre o assunto.
No entanto, uma coisa a aborrecia. Diferente do combinado, teria que voltar a conviver com a madrasta. Idéia esta que desagradou-a profundamente.
Mas seu chefe, lhe prometeu que assim que pudesse, conversaria com a madrasta. Por enquanto, não seria necessário.
Por isso pediu-lhe paciência. Afinal não poderiam levantar suspeitas. Prometeu ainda, que enquanto estivesse aguardando ordens, continuaria a receber seu salário normalmente.
E mais, para ajudá-la, deu-lhe uma boa quantia em dinheiro.
Disse-lhe para usá-lo como cala boca contra a madrasta. Se era como ela mesma dizia, levando-lhe dinheiro, a fera mais do que depressa se acalmaria.
Assim, terminava o trabalho de Raíssa na cidade.
Agora, teria que arrumar seus pertences e se preparar para o retorno. Nesta volta, teria ainda, que enfrentar a madrasta.
Teria ainda, que esconder de todos, o seu trabalho na cidade. Diria simplesmente que ganhou alguns presentes dos amigos e amigas que fez na cidade, e que trabalhou para se manter durante os três meses e meio que ficou na cidade.
Como motivo para voltar, diria simplesmente que alguns amigos descobriram que ela fugiu e a aconselharam a voltar para casa.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.

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