Toda mobiliada, estava pronta para ser habitada.
Marcílio, ao tomar conhecimento desse detalhe, ficou deveras satisfeito. Ansioso, tratou logo de fazer suas malas. Atento, recomendou que Reginaldo fizesse o mesmo, já que este também iria acompanhá-lo.
Dias depois, lá estava ele, residindo na cidade.
Água Branca, mesma cidade onde, anos antes ele saíra sumido, quase fugindo.
Ao se deparar com a construção, elogiou o cuidado com que Reginaldo executou o serviço. Adentrando a morada, constatou que seria ótimo viver ali. Afastada dos olhares de vizinhos bisbilhoteiros, aquele era um ótimo lugar para se morar.
Animado com a mudança, o homem recomendou que Reginaldo contratasse ao menos duas empregadas. Como a casa era grande, necessária se fazia a presença de criados para cuidar da casa.
Reginaldo, comparsa de Marcílio, prometeu que dentro em breve contrataria a criadagem necessária.
Marcílio, respondeu:
-- Está bem. Mas enquanto não temos empregadas, vamos procurar um lugar para comer, por o que nós não podemos é ficar é de estômago vazio, não é mesmo?
-- É verdade. – respondeu Reginaldo.
-- Então vamos.
Nisso os dois saíram juntos a procura de um restaurante ou qualquer outro lugar onde pudessem jantar.
Conforme andavam, Marcílio, pensou em ir até a casa de Eulália.
Como a mulher não havia chegado, os dois foram atendidos por Raíssa.
Atencioso Marcílio foi logo perguntando a moça como ela estava.
-- Bem. – respondeu ela, visivelmente feliz com sua presença.
Percebendo que Eulália não estava presente, Marcílio perguntou a moça se podiam conversar.
Raíssa, dizendo que Eulália estava fazendo serão, comentou que eles podiam falar sobre os negócios enquanto ela não chegava.
Marcílio, aproveitando o ensejo, disparou:
-- Pois bem. Como vão as coisas? Você está conseguindo vender bem as mercadorias?
-- Sim. Estão vendendo melhor do que eu poderia imaginar. Até um pessoal da escola está consumindo nossos produtos. – respondeu ela satisfeita.
-- Colegas seus? – perguntou ele curioso.
-- Ainda não. O senhor sabe, é preciso ter cuidado. Se não nos acautelarmos, facilmente seremos pegos. – respondeu ela com ar de superioridade.
Preocupado, Marcílio, recomendou-lhe que não vendesse os produtos para seus colegas de classe. Se fosse o caso, usasse de intermediários. Isso por que, ao lidar com esse grupo de pessoas, ela estaria se expondo muito.
Dizendo que certos riscos não se faziam necessários, recomendou que ela mantivesse distância dessas pessoas. Afinal de contas, todo cuidado era pouco.
Raíssa concordou, e prometendo não tratar diretamente com essas pessoas, comentou que estava precisando de mais gente.
Marcílio ao ouvir a reivindicação de Raíssa, ficou um tanto quanto preocupado. Aumentar o número de envolvidos era tornar mais gente conhecedora do trabalho deles.
Raíssa ciente dos riscos, comentou que se queriam expandir os negócios e não queriam expô-la, os mesmos deveriam contratar mais gente para trabalhar com eles.
Aproveitando o ensejo, a moça, dizendo que seu trabalho estava tendo um pouco de resultado, fez-lhes um desafio.
Afinal se tudo estava indo tão bem, por que não arriscar um pouco mais?
Reginaldo ao ouvir a proposta da moça, ficou um tanto quanto preocupado.
Marcílio, ao notar que Raíssa era ousada, prometeu que iria pensar no assunto. Por enquanto tudo ficaria como estava.
Raíssa prometeu que esperaria pacientemente pela resposta.
Nisso, Eulália chegando do trabalho, perguntou surpresa o que Marcílio estava fazendo ali.
O homem, apresentando seu amigo Reginaldo, comentou que estavam ali para uma breve visita. Explicando que passara o tempo em que a esperava conversando com a moça, comentou que Raíssa os convidara para jantar.
Eulália, espantada, comentou que não tinha preparado nada de especial para a ocasião.
Raíssa, percebendo isso, resolveu preparar o único prato que sabia fazer.
Assim, ao vasculhar os armários e encontrar um pacote de macarrão, auxiliada por Marcílio e Reginaldo, a garota preparou uma macarronada.
Eulália, ao ver a mesa posta, comentou espantada:
-- E pensar que eu peço isso todos os dias a Raíssa e ela insiste em não me atender. Marcílio, percebendo que ela ainda estava de pé, convidou-a para se sentar.
Eulália, encantada com as boas maneiras de Marcílio, sentou-se. Faminta, comeu com gosto a macarronada. Comeu e repetiu.
Ao ouvir de Marcílio que fora Raíssa quem preparara o repasto, Eulália, surpresa, foi logo perguntando:
-- Re o quê? Isso não é capim!
-- Minha cara, eu simplesmente disse que foi Raíssa que preparou o jantar. Está bem? – respondeu ele calmamente.
-- Essa res então é isso? Comida?
-- Repasto senhora. Fina iguaria. – emendou ele.
-- Fina iguaria. Sei. Mas iguaria não é tudo sempre igual?
Raíssa, impaciente com a pouca instrução de sua madrasta, comentou que iguaria era um prato muito sofisticado e não o que ela estava pensando.
Eulália, percebendo que Raíssa e Marcílio pareciam muito amigos, foi logo perguntando a eles, como era que os dois se conheciam.
Raíssa, surpresa com a pergunta, ficou sem palavras.
Marcílio percebendo o apuro, comentou que como já havia dito antes, a viu trabalhando na loja de um amigo seu.
Curiosa, Eulália quis logo saber que tipo de loja era.
Raíssa, respondeu que era uma loja de roupas.
A mulher surpresa logo comentou:
-- Curioso. A única coisa que eu nunca imaginei você fazendo é atender pessoas! Curioso ... Raíssa, me responda uma pergunta então. Não foi você mesma que disse que odiava lidar com pessoas?
Raíssa ao ouvir a pergunta, respondeu que não, nunca dissera isso. Ademais se algum dia proferira aquelas palavras, isso fora há muito.
Eulália ficou surpresa.
Muito embora não tivesse acreditado nas palavras da enteada, nem sequer imaginava no que a moça estava envolvida. Em relação a isso, só mais tarde descobriria que Raíssa estava trilhando um caminho sem volta.
Contudo, para ela, que não estava tão preocupada assim com a enteada, saber que Raíssa levava dinheiro para casa, era muito bom.
Sim por que, desde que voltara, a garota passou a também contribuir com as despesas da casa.
Quando Marcílio tomou conhecimento deste fato, o homem ficou furioso.
Tomando satisfações com Eulália, o mesmo disse-lhe que se ela continuasse cobrando dinheiro da enteada, a mesma deixaria de receber a gorda mesada que ele pagava.
Eulália, dizendo que estava tendo muitos gastos ultimamente, comentou que já que ela estava trabalhando, podia perfeitamente colaborar com as despesas da casa.
O homem ao ouvir isso, ficou furioso.
Dizendo que não estava nem um pouco interessado em sustentar os luxos da mulher, foi taxativo ao dizer que o dinheiro que ele lhe dava era para as duas. Ademais, era quantia mais do que suficiente para suprir os gastos de ambas.
Eulália, tentou retrucar, mas Marcílio ao dizer que era sua última palavra, calou-a.
Mais tarde, quando ele descobriu que a casa estava no nome de Raíssa, constatou que Eulália se utilizara desse artifício como manobra.
Isso por que, estando a casa em nome da primeira, nenhum credor poderia tomar a casa em que moravam. Trambiqueira até não poder mais, a mulher usara deste expediente para se eximir de possíveis responsabilidades.
Quando ele descobriu isso, percebeu que Eulália, tentando ser esperta, acabou abrindo caminho para Raíssa tomasse a casa dela. Constatando que Raíssa estava com a faca e o queijo nas mãos, resolveu não revelar o que sabia. Esperando o momento oportuno para se manifestar, deixaria o assunto aparentemente de lado.
Enquanto isso Raíssa vendia as aludidas mercadorias. Precavida, realizava as negociações em lugares afastados da cidade.
Em galpões velhos, lugares abandonados.
Todos os lugares afastados eram bons pontos para realizar o comércio.
Marcílio que havia prometido pensar na proposta da moça em arrumar novos ajudantes, acabou concordando com ela. Ao ver o volume de trabalho que tinham, o mesmo percebeu que a medida era necessária.
Diante disso, Raíssa chamando novos auxiliares, treinou-os e indicando quais eram seus alvos e o ponto onde iriam trabalhar, aumentou o índices de vendas das mercadorias.
Contudo, o que parecia ser uma ótima idéia, revelou-se com o passar do tempo, ser um péssimo negócio.
Isso por que, seus colegas de classe ao tomarem conhecimento de havia um produto sendo vendido por alguns garotos, que deixava todo mundo feliz, acorreram logo em direção a eles. E assim foi dado o primeiro passo para a ruína dos mesmos.
Inicialmente porém, os jovens, consumindo as mercadorias, ficaram felizes e eufóricos.
Tão felizes e eufóricos que parecia que nada destruiria toda aquela felicidade.
A felicidade inexorável.
Com doses médias os jovens passaram a sentir uma curta sensação de euforia. Autoconfiantes muitos sentiram os donos do mundo. Confiantes sentiam que podiam tudo o que queriam. Atentos passaram a ter a mais concreta sensação de que a tudo entendiam e olhavam com maior clareza.
Sem fome e sem vontade de dormir ficaram a criar mundos imaginários.
Vivendo por meia hora nesse mundo de satisfação e felicidade, muitos jovens, animados com a possibilidade de prolongarem essa sensação de prazer, decidiram comprar mais da aludida mercadoria.
Mesmo diante das sensações físicas como aumento do número de batimentos do coração, elevação da temperatura do corpo, respiração cortada, dilatação das pupilas, aparição de suor e palidez, os mesmos sentiam que deviam comprar mais do produto.
E assim, lá se foram eles, cada vez mais obcecados pela maravilhosa mercadoria que lhes prometia prazeres indizíveis. Prazeres, que mais cedo do que imaginavam, se tornariam suas maiores prisões.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Marcílio, ao tomar conhecimento desse detalhe, ficou deveras satisfeito. Ansioso, tratou logo de fazer suas malas. Atento, recomendou que Reginaldo fizesse o mesmo, já que este também iria acompanhá-lo.
Dias depois, lá estava ele, residindo na cidade.
Água Branca, mesma cidade onde, anos antes ele saíra sumido, quase fugindo.
Ao se deparar com a construção, elogiou o cuidado com que Reginaldo executou o serviço. Adentrando a morada, constatou que seria ótimo viver ali. Afastada dos olhares de vizinhos bisbilhoteiros, aquele era um ótimo lugar para se morar.
Animado com a mudança, o homem recomendou que Reginaldo contratasse ao menos duas empregadas. Como a casa era grande, necessária se fazia a presença de criados para cuidar da casa.
Reginaldo, comparsa de Marcílio, prometeu que dentro em breve contrataria a criadagem necessária.
Marcílio, respondeu:
-- Está bem. Mas enquanto não temos empregadas, vamos procurar um lugar para comer, por o que nós não podemos é ficar é de estômago vazio, não é mesmo?
-- É verdade. – respondeu Reginaldo.
-- Então vamos.
Nisso os dois saíram juntos a procura de um restaurante ou qualquer outro lugar onde pudessem jantar.
Conforme andavam, Marcílio, pensou em ir até a casa de Eulália.
Como a mulher não havia chegado, os dois foram atendidos por Raíssa.
Atencioso Marcílio foi logo perguntando a moça como ela estava.
-- Bem. – respondeu ela, visivelmente feliz com sua presença.
Percebendo que Eulália não estava presente, Marcílio perguntou a moça se podiam conversar.
Raíssa, dizendo que Eulália estava fazendo serão, comentou que eles podiam falar sobre os negócios enquanto ela não chegava.
Marcílio, aproveitando o ensejo, disparou:
-- Pois bem. Como vão as coisas? Você está conseguindo vender bem as mercadorias?
-- Sim. Estão vendendo melhor do que eu poderia imaginar. Até um pessoal da escola está consumindo nossos produtos. – respondeu ela satisfeita.
-- Colegas seus? – perguntou ele curioso.
-- Ainda não. O senhor sabe, é preciso ter cuidado. Se não nos acautelarmos, facilmente seremos pegos. – respondeu ela com ar de superioridade.
Preocupado, Marcílio, recomendou-lhe que não vendesse os produtos para seus colegas de classe. Se fosse o caso, usasse de intermediários. Isso por que, ao lidar com esse grupo de pessoas, ela estaria se expondo muito.
Dizendo que certos riscos não se faziam necessários, recomendou que ela mantivesse distância dessas pessoas. Afinal de contas, todo cuidado era pouco.
Raíssa concordou, e prometendo não tratar diretamente com essas pessoas, comentou que estava precisando de mais gente.
Marcílio ao ouvir a reivindicação de Raíssa, ficou um tanto quanto preocupado. Aumentar o número de envolvidos era tornar mais gente conhecedora do trabalho deles.
Raíssa ciente dos riscos, comentou que se queriam expandir os negócios e não queriam expô-la, os mesmos deveriam contratar mais gente para trabalhar com eles.
Aproveitando o ensejo, a moça, dizendo que seu trabalho estava tendo um pouco de resultado, fez-lhes um desafio.
Afinal se tudo estava indo tão bem, por que não arriscar um pouco mais?
Reginaldo ao ouvir a proposta da moça, ficou um tanto quanto preocupado.
Marcílio, ao notar que Raíssa era ousada, prometeu que iria pensar no assunto. Por enquanto tudo ficaria como estava.
Raíssa prometeu que esperaria pacientemente pela resposta.
Nisso, Eulália chegando do trabalho, perguntou surpresa o que Marcílio estava fazendo ali.
O homem, apresentando seu amigo Reginaldo, comentou que estavam ali para uma breve visita. Explicando que passara o tempo em que a esperava conversando com a moça, comentou que Raíssa os convidara para jantar.
Eulália, espantada, comentou que não tinha preparado nada de especial para a ocasião.
Raíssa, percebendo isso, resolveu preparar o único prato que sabia fazer.
Assim, ao vasculhar os armários e encontrar um pacote de macarrão, auxiliada por Marcílio e Reginaldo, a garota preparou uma macarronada.
Eulália, ao ver a mesa posta, comentou espantada:
-- E pensar que eu peço isso todos os dias a Raíssa e ela insiste em não me atender. Marcílio, percebendo que ela ainda estava de pé, convidou-a para se sentar.
Eulália, encantada com as boas maneiras de Marcílio, sentou-se. Faminta, comeu com gosto a macarronada. Comeu e repetiu.
Ao ouvir de Marcílio que fora Raíssa quem preparara o repasto, Eulália, surpresa, foi logo perguntando:
-- Re o quê? Isso não é capim!
-- Minha cara, eu simplesmente disse que foi Raíssa que preparou o jantar. Está bem? – respondeu ele calmamente.
-- Essa res então é isso? Comida?
-- Repasto senhora. Fina iguaria. – emendou ele.
-- Fina iguaria. Sei. Mas iguaria não é tudo sempre igual?
Raíssa, impaciente com a pouca instrução de sua madrasta, comentou que iguaria era um prato muito sofisticado e não o que ela estava pensando.
Eulália, percebendo que Raíssa e Marcílio pareciam muito amigos, foi logo perguntando a eles, como era que os dois se conheciam.
Raíssa, surpresa com a pergunta, ficou sem palavras.
Marcílio percebendo o apuro, comentou que como já havia dito antes, a viu trabalhando na loja de um amigo seu.
Curiosa, Eulália quis logo saber que tipo de loja era.
Raíssa, respondeu que era uma loja de roupas.
A mulher surpresa logo comentou:
-- Curioso. A única coisa que eu nunca imaginei você fazendo é atender pessoas! Curioso ... Raíssa, me responda uma pergunta então. Não foi você mesma que disse que odiava lidar com pessoas?
Raíssa ao ouvir a pergunta, respondeu que não, nunca dissera isso. Ademais se algum dia proferira aquelas palavras, isso fora há muito.
Eulália ficou surpresa.
Muito embora não tivesse acreditado nas palavras da enteada, nem sequer imaginava no que a moça estava envolvida. Em relação a isso, só mais tarde descobriria que Raíssa estava trilhando um caminho sem volta.
Contudo, para ela, que não estava tão preocupada assim com a enteada, saber que Raíssa levava dinheiro para casa, era muito bom.
Sim por que, desde que voltara, a garota passou a também contribuir com as despesas da casa.
Quando Marcílio tomou conhecimento deste fato, o homem ficou furioso.
Tomando satisfações com Eulália, o mesmo disse-lhe que se ela continuasse cobrando dinheiro da enteada, a mesma deixaria de receber a gorda mesada que ele pagava.
Eulália, dizendo que estava tendo muitos gastos ultimamente, comentou que já que ela estava trabalhando, podia perfeitamente colaborar com as despesas da casa.
O homem ao ouvir isso, ficou furioso.
Dizendo que não estava nem um pouco interessado em sustentar os luxos da mulher, foi taxativo ao dizer que o dinheiro que ele lhe dava era para as duas. Ademais, era quantia mais do que suficiente para suprir os gastos de ambas.
Eulália, tentou retrucar, mas Marcílio ao dizer que era sua última palavra, calou-a.
Mais tarde, quando ele descobriu que a casa estava no nome de Raíssa, constatou que Eulália se utilizara desse artifício como manobra.
Isso por que, estando a casa em nome da primeira, nenhum credor poderia tomar a casa em que moravam. Trambiqueira até não poder mais, a mulher usara deste expediente para se eximir de possíveis responsabilidades.
Quando ele descobriu isso, percebeu que Eulália, tentando ser esperta, acabou abrindo caminho para Raíssa tomasse a casa dela. Constatando que Raíssa estava com a faca e o queijo nas mãos, resolveu não revelar o que sabia. Esperando o momento oportuno para se manifestar, deixaria o assunto aparentemente de lado.
Enquanto isso Raíssa vendia as aludidas mercadorias. Precavida, realizava as negociações em lugares afastados da cidade.
Em galpões velhos, lugares abandonados.
Todos os lugares afastados eram bons pontos para realizar o comércio.
Marcílio que havia prometido pensar na proposta da moça em arrumar novos ajudantes, acabou concordando com ela. Ao ver o volume de trabalho que tinham, o mesmo percebeu que a medida era necessária.
Diante disso, Raíssa chamando novos auxiliares, treinou-os e indicando quais eram seus alvos e o ponto onde iriam trabalhar, aumentou o índices de vendas das mercadorias.
Contudo, o que parecia ser uma ótima idéia, revelou-se com o passar do tempo, ser um péssimo negócio.
Isso por que, seus colegas de classe ao tomarem conhecimento de havia um produto sendo vendido por alguns garotos, que deixava todo mundo feliz, acorreram logo em direção a eles. E assim foi dado o primeiro passo para a ruína dos mesmos.
Inicialmente porém, os jovens, consumindo as mercadorias, ficaram felizes e eufóricos.
Tão felizes e eufóricos que parecia que nada destruiria toda aquela felicidade.
A felicidade inexorável.
Com doses médias os jovens passaram a sentir uma curta sensação de euforia. Autoconfiantes muitos sentiram os donos do mundo. Confiantes sentiam que podiam tudo o que queriam. Atentos passaram a ter a mais concreta sensação de que a tudo entendiam e olhavam com maior clareza.
Sem fome e sem vontade de dormir ficaram a criar mundos imaginários.
Vivendo por meia hora nesse mundo de satisfação e felicidade, muitos jovens, animados com a possibilidade de prolongarem essa sensação de prazer, decidiram comprar mais da aludida mercadoria.
Mesmo diante das sensações físicas como aumento do número de batimentos do coração, elevação da temperatura do corpo, respiração cortada, dilatação das pupilas, aparição de suor e palidez, os mesmos sentiam que deviam comprar mais do produto.
E assim, lá se foram eles, cada vez mais obcecados pela maravilhosa mercadoria que lhes prometia prazeres indizíveis. Prazeres, que mais cedo do que imaginavam, se tornariam suas maiores prisões.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário