Poesias

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

A GANGUE DO TERROR - CAPÍTULO 18

Diante dos fatos, precisava aproveitar os poucos dias que ainda tinha para ficar na cidade.
Assim, aproveitou para visitar os lugares que havia gostado. Passou em frente a mansão que lhe despertou curiosidades. Ficou a admirá-la por um longo tempo. Encantada, queria guardar na memória cada detalhe da construção.
Já sentindo saudades, passeou pela praça onde dormira na primeira noite que passou na cidade.
Aproveitou ainda para, juntamente com seu chefe e Reginaldo, almoçarem num dos melhores restaurantes do lugar.
Animado, Marcílio só queria saber de comemorar. Havia finalmente encontrado uma grande assistente. Uma pessoa a sua altura para dar continuidade ao comércio da organização.
Tal fato, chegou até a gerar um certo conflito com Reginaldo. Este sentiu-se preterido, afinal de contas estava na organização já havia muito tempo. Por isso, nada mais justo que passar para ele o encargo.
Mas o alto comando, não queria vê-lo envolvido nisso, os chefões preferiam alguém que conhecesse pouco a organização. Não queriam se arriscar. Quanto menos os novos ‘funcionários’ soubessem, melhor. Menos riscos.
Afinal de contas, não poderiam colocar na linha de frente, seus melhores ‘funcionários’.
Por esta razão, Marcílio escolheu Raíssa.
Por esta estar a pouco tempo trabalhando para ele, não teve tempo suficiente para conhecer os meandros da organização. Além disso, parecia ser a melhor opção. Esperta, Marcílio confiou em sua capacidade de liderança. Também lhe pareceu, uma pessoa de confiança.
E com isso, sem ter outra alternativa, só restou para Reginaldo, se conformar com a escolha. Embora estivesse insatisfeito, acabou aceitando a escolha do parceiro e comparsa. Amigo de Marcílio há muitos anos, confiou em sua capacidade de escolha.
Por esta razão, chegou até a acompanhar Raíssa em alguns passeios.
Muito embora não tenha se tornado amigo da garota, com a convivência diária, acabou por deixar de lado a hostilidade.
Afinal de contas, fora ele mesmo que a indicara para o amigo, dada sua esperteza e sua capacidade de desconfiar das coisas.
Ademais tinha que reconhecer, que ficou impressionado com ela.
Esta apesar de sua pouca idade, sabia se virar muito bem. A maior prova disso foi ter conseguido ficar em Água Viva por tanto tempo.
Por fim, Raíssa, antes de voltar para sua cidade, fez questão de mais uma vez, visitar o cemitério da cidade.
E assim, caminhou novamente pelas ruas da cidade.
Passeou pela praça, reviu os prédios onde seu chefe e o camarada dele trabalhavam, reviu a velha mansão que a impressionara semanas atrás, e seguiu até o cemitério da cidade.
Queria muito, encontrar-se novamente com o misterioso homem com quem falara tempos atrás.
Tranqüila, visitou algumas sepulturas. Caminhando pelas quadras do cemitério, pode constatar que havia muitos túmulos antigos. Em algumas lápides constava nomes de famílias tradicionais do lugar. Pessoas que foram influentes algum dia.
Impressionada, Raíssa pensou, este deve ser o sonho de todos os professores de história.
E continuou a caminhar. Depois de um belo jantar com Marcílio e Reginaldo, onde comeu muito bem, só queria despedir-se da cidade. Caminhar pelos lugares bonitos, e despedir das pessoas com quem convivera durante alguns meses.
Mentira. Raíssa queria mais que tudo, encontrar-se novamente com o homem, o estranho homem.
Com isso, esperou durante horas para que o homem aparecesse.
Cansada, acabou por dormir ao lado de uma sepultura. Sentou-se no chão, e acabou dormindo apoiada em um túmulo.
Quase que imediatamente adormeceu, e dormiu durante algumas horas. Foi então, quando já estava quase amanhecendo, um homem se aproximou.
De longe, se podia ver sua imponente capa preta tremulando ao sabor dos ventos da madrugada.
E assim, chegando cada vez mais perto ... Raíssa despertou.
Assustada, logo que percebeu o vulto que se aproximava, levantou-se sobressaltada.
Ao ver-se de pé, percebeu que o homem que a assustara, não era nada mais que a temida assombração por que esperava.
Foi então que o homem perguntou:
-- O que você quer de mim?
-- Nada de mais. Só queria conversar um pouco com você.
-- Ah é? E o que você quer saber?
-- Quero saber sobre sua vida.
-- Pois eu não quero falar sobre mim. Não pode me deixar em paz? – perguntou irado.
-- Mas não fui eu que procurei-o. Foi o senhor que veio até a mim. Não se lembra? – respondeu, calmamente.
-- Mas isso não te dá o direito de vir até aqui perturbar-me.
-- Eu sei. Me desculpe. Não foi minha intenção. Mas eu quero saber o que aconteceu. Quem sabe eu possa ajudar o senhor?
Nisso, o misterioso homem riu. Ajudá-lo. Quem poderia?
Mas Raíssa insistiu. Queria conhecer mais sobre sua história, e não desistiria até conseguir descobrir o que se passara.
Diante disso, o homem descobriu que não tinha jeito. Teria que dizer-lhe alguma coisa, se quisesse se livrar dela. E assim o fez.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.

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