Poesias

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Sonhos

Recordo-me do sonho de ontem.
Foi um sonho que eu tive e que por sinal foi bem interessante.
Era assim.
Uma bela e imensa construção, que aos que de fora olhavam, a imaginavam média.
Somente ao entrar nela se podia dar conta de sua grandiosidade.
Por fora da casa, toda pintada de amarelo claro, se tinha a impressão de ser uma casa de tamanho razoável.
Realmente, não era pequena.
Só que ao fundo da construção, se esta pudesse ser visível por quem de fora olhasse, poderia se perceber a magnificência da vasta construção.
A casa fora estrategicamente construída para que ninguém pudesse perceber quais eram suas reais dimensões.
Nem mesmo quem lá trabalhava, sabia exatamente o seu tamanho.
Os únicos que conheciam detalhes da casa, eram os donos da casa.
Nem mesmo a mocinha que habitava a casa, nem ela conhecia todos os segredos desta.
Em seu interior, a casa era bem maior do que parecia.
Tão grande, que mais parecia um labirinto cheio de secretas passagens e muito suntuoso.
Cheio de móveis antigos, esculturas que remontam do período grego, grandes pinturas nas paredes, flores, abajures caríssimos.
A cozinha por exemplo, abrigava um exército de trabalhadores que preparavam durante todo o dia o ambiente para as refeições da família, suas festas, e seu dia-a-dia.
Neste ambiente, cujo piso era de mármore, havia vários fornos, fogões, armários para guardar os  utensílios domésticos, e até uma mesa de mármore para preparar as refeições dos patrões.
Parecia uma cozinha industrial, tamanha a quantidade de equipamentos que lá havia.
Em outro cômodo da casa, próximo da cozinha, mais armários guardavam as louças e as pratarias da dona do imóvel.
A despensa era imensa, possuía todas as espécies de alimentos que se podia imaginar.
Cumpre salientar que esta dependência da cozinha, era de uso exclusivo dos donos da casa.
Atrás da cozinha estava a lavanderia, com vários cômodos.
Num deles, inúmeros tanques de lavar roupa.
No outro ficava o depósito com o armário para guardar os produtos de limpeza, ferros de passar, as tábuas que ficavam escamoteadas no armário, sabões, etc..
Ali também havia um outro espaço para se guardar as roupas passadas e tudo o que fosse necessário, e por último, uma grande área reservada só para os varais, ainda dentro da casa.
Com efeito, resta falar de um depósito de quinquilharias que existia ao fundo da casa, onde estavam guardadas as tralhas imprestáveis da família.
Num imenso corredor que saía da cozinha, se avistavam ainda, os quartos dos empregados.
Eram cerca de uns trinta e cinco quartos.
Tais quartos consistiam em: uma entrada e uma sala com sofás de madeira com tecido salmão, com mesa de centro e uma pequena estante com rádio e outros produtos de consumo da época.
Lá também havia uma mesa com quatro lugares, para realizar as refeições do fim do dia, bem com em alguns quartos, havia uma pequena cozinha e área de serviço, com espaço para um varal.
No mesmo ambiente, estava ainda o quarto dos filhos, geralmente com duas camas e três aparadores (geralmente), amplos armários, escrivaninha, banheiro com chuveiro, pia e sanitário, além de uma pequena sala repleta de brinquedos.
No quarto propriamente, um ambiente com cama de casal e dois aparadores de cada lado da cama, um sofá de tecido salmão aos pés da cama, penteadeira com cadeira revestida também de veludo salmão, ao fundo um pequeno closet, e um banheiro com chuveiro, uma pequena banheira, pia com um grande espelho e sanitário.
Esta é basicamente a composição dos quartos dos empregados, com poucas diferenças.
Geralmente quem trabalhava na casa levava sua família junto.
Agora, com relação o local das refeições dos empregados, o piso deste era de um mármore singelo, possuía cerca de umas quarenta mesas de vidro com pés de mármore e quatro cadeiras cada, todas de espaldar alto.
Tal cômodo ficava em outro setor da casa, onde ficava também a cozinha onde preparavam a comida que os outros criados da casa iriam comer.
Havia também uma imensa despensa para esta cozinha.
Para os serviçais, havia também uma lavanderia, quase do mesmo tamanho da dos patrões, para que pudessem cuidar de suas roupas.
Na área da casa onde ficava a cozinha havia um enorme local para refeições, onde havia fornos especiais para se prepararem pizzas, entre outras delícias, e era onde a família e os amigos eventualmente se reuniam, geralmente em finais de semana.
Enfim, a casa era um verdadeiro palácio.
Magnifico.
A seguir pode-se ver outros ambientes na casa: a entrada, suntuosa com grandes esculturas de pedra, colunas de mármore, e piso igualmente de mármore; após, a sala, com sofás de madeira trabalhada e recoberto por fino tecido, além de mesinhas e aparadores cheios de fotos, abajures e algumas esculturas.
Havia uma mesa de centro também em madeira, onde repousava um imenso vaso com flores e onde se tinha uma vista deslumbrante de um jardim de inverno que ficava dentro da casa.
Ao fundo havia ainda outras salas, uma com lareira, esta adornada com ricas esculturas de gesso como também com móveis de madeira e sofás recobertos de veludo verde e mesinhas e aparadores, como na outra sala.
Ao lado desta a sala de descanso, com inúmeros pufes para amparar as pernas cansadas dos moradores do majestoso lar.
Quanto a decoração, nada de sofás de madeira recobertos de tecido, e sim sofás estofados e de tecido, ricamente revestidos de veludo salmão.
Ao centro do cômodo um sofá redondo, no mesmo estilo.
E ao fundo uma pequena estante com divisórias para as correspondências dos moradores, bem um como um bar com sete lugares, igualmente feito em madeira, e repleto de bebidas, e atrás dele, uma adegada climatizada.
Na casa havia também uma sala de som, um estúdio para as músicas, um cômodo para guardar filmes, e uma sala íntima, com muitos sofás e de onde se podia avistar um dos inúmeros jardins internos da casa.
Num desses jardins existia um pergolado, e várias espécimes de flores, bem uma praça com esculturas e fonte de onde jorrava água.
Na outra sala estava um piano de calda, e também estava adornada à semelhança das salas anteriores.
Entre as inúmeras salas pude ver uma colossal escada, e ao se aproximar dela, pode se constatar a presença ainda, de uma sala de jantar com umas trinta ou até mais, cadeiras e uma mesa de vidro com pés de mármore, bem como de alguns móveis ao redor, assim como imensos arranjos de flores e algumas pequenas esculturas clássicas.
Ao lado, uma sala de almoço, com uma mesa redonda, umas quinze cadeiras, e uma ornamentação um pouco mais simples.
No escritório havia toilet, uma biblioteca de livros técnicos – imensa, dividida em vários setores, com espaço para revistas e jornais, além é claro de romances e clássicos da literatura, bem como enciclopédias –, uma sala de espera e uma pequena copa, tudo para que o senhorio pudesse trabalhar em casa.
Duas secretárias organizavam sua agenda, em uma sala só para elas, e lá mesmo ele atendia seus clientes.
Pode-se ver ainda outras duas salas, uma de estudos, com várias carteiras de madeira de lei, uma imensa biblioteca dividida em várias seções e que pelo tamanho devia ter uns trezentos ou quatrocentos metros quadrados.
Também pode-se ver uma farta sala de brinquedos, com tantas bonecas e brinquedos, que mais parecia uma loja.
Tudo isso me parecia imenso.
Se fosse calcular a dimensão destes cômodos, acredita-se, daria cada um uns cem metros quadrados ou mais.
Pode se avistar ainda uma enorme piscina olímpica, assim como os salões de jogos, com área para jogar pingue-pongue e cartas, além de sinuca e outros jogos, uma quadra poliesportiva, além de uma piscina coberta.
Havia também um magnífico salão de festas, com pista de dança, e que possuía serviço de cozinha próprio, toilet’s separados e tudo mais o que fosse necessário.
Até um barzinho com cinco lugares cada e com sua própria adega.
Havia ainda salas de ginástica, com vários ambientes, vestiários, e saunas.
No ambiente externo havia vestiários para a piscina, churrasqueira, barzinhos, ao todo três, com oito lugares, várias varandas e alpendres.
A casa possuía ainda uma capela com cem lugares, para os empregados rezarem, assim como os moradores da casa.
A capela era tão imponente que possuía inúmeros vitrais, confessionário, e um grande altar com inúmeras imagens de santos.
E uma sala de costuras, com três ambientes para que a mãe pudesse se distrair durante o dia.
E ainda, uma garagem para uns cinqüenta carros.
Ademais, não se pode deixar de esquecer de fazer menção de quem, em todos os ambientes da casa existem toilet’s ou lavabos sem exceção.
Na casa haviam também uma enorme sala de TV que mais parecia um cinema.
Suntuosa, era muito bem decorada.
Ademais ainda tinha um teatro, com palco, camarins, banheiros e auditório com cem cadeiras, entre os ambientes da imponente residência.
No jardim, imenso, havia uma grande variedade de plantas, flores e árvores, bem como um zoológico e um cemitério, distantes de olhares curiosos.
Por fim, adentrando a casa novamente, surgiu o corredor que dava acesso aos quartos, no andar superior da casa, e neste pode se ver o magnifico quarto onde uma jovem repousava, com móveis antigos, trabalhados em madeira.
Nesse quarto, uma imensa janela dava acesso a uma bela vista do lugar (este só visível para quem lá morava), e que poderia ficar escondida pela rica cortina azul que ficava sobre a janela.
Ainda neste ambiente havia uma penteadeira, com objetos de uso pessoal e uma cadeira com estofamento em veludo azul, um sofá comum também revestido de veludo na mesma cor, e ao redor da cama de casal, cortinas azuis.
Próximo a janela ficava a escrivaninha, acompanhada de uma cadeira de espaldar alto e revestida de azul, e uma estante, com livros e os objetos e estudo.
Ao lado da cama, um pequeno móvel de madeira de cada lado com abajures trabalhados datando da belle époque.
Na saleta que fazia parte do quarto, estavam os sofás de madeira revestidos do mesmo tecido, uma mesa de centro de madeira de lei, com flores, dois pequenos móveis de madeira atrás dos sofás, uma mesa com dois lugares e ao fundo se podia ver a porta do toilet e antes um imenso closet onde havia uma passagem.
Os demais quartos em muito se assemelhavam com esse, e por isso seria desnecessário descrevê-los, só atentando para o fato de que era uns trinta quartos ao longo de um imenso corredor, sendo quase todos avarandados e com algumas passagens secretas.
No último andar ficava um sótão também mobiliado e com alguns ambientes ricamente decorados e aparentemente abandonados, os quais nem a filha dos donos tinha acesso.
Pois bem, nesta casa morava uma jovem moça.
E neste sonho, a jovem moça estava procurando algo que ninguém saberia explicar.
Procurou, procurou, chegou a sair de sua casa escondida para que pudesse encontrar o que almejava.
Não conseguiu.
Por essa razão, em boa parte do sonho, ela estava fora da casa.
Somente no final do sonho retornou ao lar.
Ao entrar foi logo recebida por uma empregada que cuidou para não a vissem.
Nervosa, a empregada cobriu-a e a levou para o quarto.
A moça, devia viver como uma verdadeira lady neste monumento da arquitetura.
E tudo seguiria calmamente, não fosse o fato de a moça ter um amigo muito impertinente e atrevido.
Amigo este que conseguiu adentrar o palácio e se esconder nos aposentos da jovem mulher.
Viveu um bom período escondido a lhe fazer companhia, e quase foi descoberto, não fosse sua vivacidade e esperteza ao se esconder numa das passagens escondidas da casa, a tempo. E com isto, acabaria a combinação entre eles.
Isso porque uns dos empregados de seu pai adentrou seu quarto inesperadamente.

Luciana Celestino dos Santos
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