Poesias

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Um Momento Maravilhoso

Um momento maravilhoso.
Uma grande cortina rendada, cheia de ricos detalhes, se abre num imenso salão de veludo onde um longo tapete se desenrola à sua passagem.
No lugar, mesas decoradas com toalhas brancas de renda, com ricos ornatos, completam a visão do ambiente.
Para iluminar a festa, lustres barrocos, riquezas de detalhes.
Nas mesas cadeiras de espaldar alto, delicadas.
Tudo isso se transforma num grande salão de danças onde ao fundo uma banda toca, uma linda valsa de Strauss.
O mais rico criador de valsas, que junto ao seu filho, deixaram o mundo repleto de musicalidade.
As moças de longo, altos saltos, rostos maquiados.
Os rapazes de smoking, elegantemente trajados.
A dança começa, os pares se unem no imenso salão.
Algumas pessoas sentadas na mesa conversam, trocam idéias, se cumprimentam, pois ao que se nota, são velhos conhecidos.
As flores enfeitam o salão, e as pessoas são recepcionadas por garçons trajados de acordo com a ocasião.
Logo depois da valsa, uma dança qualquer que esteja na moda no momento.
A festa aqui mais serve para se mostrar vestimentas do que uma verdadeira confraternização.
Todos querem dançar bem, mostrar seus passos ensaiados, nem sempre tão bem dançados.
A banda toca músicas para se dançar.
Tudo é regado a muito barulho e diversão.
Ao fundo do salão um imenso jardim.
Neste se nota uma moça trajada de forma incomum.
Um longo vestido preto com bordados dourados ricos, feitos no corselete, corpete justo, sendo a saia constituída por dois rachos, estando os cabelos presos por um coque, o rosto bem maquiado, e os pés calçados numa sandália plataforma.
Nesse jogo de mostra e esconde, as pernas estão em evidência, pois com os delicados passos dados pela moça, estas mostram-se em toda sua sutileza e depois novamente são cobertas pela roupa.
A moça caminha solitária pelo jardim, em que, apesar de sua amplidão, estão apenas duas pessoas. Ah! O jardim, com lindas esculturas renascentistas me lembra um jardim italiano repleto de estátuas, uma beleza de arte greco-romana.
As folhagens verdes, as plantas, quase não se ouvem as músicas, as valsas, o barulho que emana do salão.
A moça anda tranqüila pelas folhagens, mergulhada em si mesma, em sua essência, sua juventude primaveril, mas, ainda assim tão completa.
Olhando detalhes do jardim, absorta em pensamentos, eis que surge alguém que a convida para dançar no salão...
Fim

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário