Índios no Fim do Ano
Ouvi dizer, por estas paragens
Que os índios comemoravam
Logicamente à moda deles
O fenômeno do rompimento da aurora de um novo ano
Assim como se dera com os negros
Herdeiros de suas divindades originais
Que ofertavam ricas prendas aos seus orixás
Os índios também procediam de uma maneira especial
Em sua ritualística para celebrarem o novo ano
Primeiramente, preparavam suas canoas com belos adornos
E com delicado deleite para tão precioso momento
Trabalhando e trabalhando
Logo ao cair da tarde e ao surgir da noite alta
Alta e obscura, mal se via a lua, a Lua Jaci
E o pio da coruja que observava atenta os preparativos do ritual
Os índios, cônscios de seus deveres
Preparavam suas oferendas às suas divindades
E a partir daí saía a procissão que seguia rio adentro
Dentro de uma das canoas um rico altar ornado
Com grandes homenagens ao deus Tupã
À certa distância da margem, lançavam flores
Em homenagem ás suas mais ricas tradições
E após, seguiam novamente em direção as margens do rio
De onde iniciaram a procissão
Voltando aos negros
Os negros
Ah! Esses velhos escravos do preconceito
Que também se entregavam aos seus rituais
Oferendas à Yemanjá
Altares para suas divindades e celebrações aos seus orixás
Com oferendas e festejos
Perpetuando as lendas mais sagradas de seus ancestrais
Habitantes da misteriosa e distante África
Hoje, em todos os recantos do Brasil
A ritualística abre espaço para novas esperanças
Todos a seu modo celebram o reveillon
Data esta que recebe um tratamento todo especial
Trata-se de um momento em que se renovam as esperanças no futuro
Num mundo melhor
Todos acreditam que o novo ano vindouro será melhor
Bem melhor
Mas poucos se esforçam para que este desejo se concretize
No entanto, só cabe a nós a realização de nossos maiores sonhos
Por isso a todos, um feliz e próspero ano novo!
Luciana Celestino dos Santos
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