Assim, como era de se esperar, na aula seguinte, Fábio voltou a falar da Grécia.
Primeiramente, recomendou aos alunos que abrissem o livro na página 27.
Nisso os alunos pegaram seus livros de história e abriram na página indicada.
Diante disso, o professor então, começou a aula.
Não sem antes destacar que Esparta, localizada na Lacônia, uma fértil planície situada
na região central da Península do Peloponeso, foi uma das principais Cidades-Estados gregas.
Fundada pelos Dórios, povo de origem indo-européia, que invadiu a região no século XII
antes de Cristo e dominou os Aqueus.
Os Aqueus viviam na região desde o século XVI antes
de Cristo, morando em pequenas vilas agrárias.
Alguns se submeteram aos Dórios, tornando-se seus aliados.
Mas outros resistiram e foram escravizados.
As terras conquistadas pelos Dórios foram distribuídas entre os guerreiros,
constituindo-se as explorações familiares, base do sistema Gentílico do Período Homérico.
A propriedade da terra era coletiva e o regime, patriarcal.
Existiam poucas diferenças entre
as classes sociais.
A constituição de Esparta (Grande Reta) estabelecia que o governo da
cidade devia ser regido por dois reis (Diarquia), um conselho e uma assembléia.
A sucessão
era hereditária, existindo apenas duas grandes famílias: os Ágidas e os Euripôntidas.
Havia três camadas na sociedade: os Espartiatas ou Espartanos, descendentes dos
invasores Dórios, que formavam a Aristocracia e exploravam o trabalho servil na agricultura.
Os Hilotas – camada que correspondia à massa da população vencida, submetida à servidão
coletiva – pertenciam ao Estado ou a particulares e trabalhavam na agricultura, entregando
grande parte da produção aos Espartiatas.
E os Periecos, que não tinham direitos políticos,
mas eram livres.
Trabalhando como comerciantes e artesãos, possuíam pequenas
propriedades, embora não pudessem administrá-las fora dos limites da cidade.
Somente os Espartiatas eram considerados cidadãos espartanos.
Iniciavam sua
preparação militar aos sete anos de idade, praticando pesados exercícios físicos e
acostumando-se a dormir em camas de bambu, a passar fome e sede.
Os jovens Espartiatas
participavam de uma competição anual que consistia em matar o maior número possível de
servos.
Era uma das formas encontradas para limitar o crescimento da população Hilota.
Por volta de 650 antes de Cristo, esse sistema sofreu profundas alterações.
A
conquista da Planície de Messênia, motivada pela escassez de terras, provocou o aumento
do número de servos.
Os Messênios revoltaram-se obrigando Esparta a tomar medidas
drásticas para impedir o crescimento das rebeliões.
A cidade passou a viver praticamente em
função do problema servil.
As conquistas externas foram interrompidas e o governo limitou-se a manter a sua política de aliança com os povos vizinhos.
Redefinindo a economia, Esparta aboliu a grande propriedade familiar e estabeleceu,
em seu lugar, uma vasta propriedade estatal, chamada Terra Cívica, dividida em lotes.
Distribuídos entre os guerreiros Dórios (Espartiatas), esses lotes não podiam ser cedidos ou
divididos.
O Estado conservava a posse legal da terra, cabendo aos cidadãos o seu usufruto.
O controle dos servos também passou para a competência exclusiva do Estado, que os
distribuía em lotes e podia dispor de suas vidas.
As competições anuais visando a morte dos
servos também foram abolidas.
As mudanças políticas acompanharam as transformações
econômicas.
Esparta tornou-se definitivamente uma Oligarquia e somente os Espartiatas
passaram a ter direito às decisões políticas.
O Poder Supremo foi monopolizado por um
Conselho de Ansiãos (Gerúsia), composto de 28 Gerontes, um grupo de 5 Magistrados
(Éforos) e dois Reis (Diarcas).
Mais tarde, a Diarquia perdeu parte de suas funções
executivas, conservando apenas as funções militares e sacerdotais.
Apenas os Espartiatas
com mais de trinta anos podiam participar das Assembléias que escolhiam os Gerontes.
E
para ser membro do Conselho de Ansiãos era preciso ter mais de sessenta anos.
O mesmo
procedimento era exigido para a escolha dos Magistrados que compunham a Éfora. Cumpria
ao Conselho de Ansiãos redigir as leis votadas durante as Assembléias.
Nesse sentido, a Gerúsia exercia um poder meramente consultivo.
Por outro lado, atribuía-se aos Éforos um
poder executivo quando assumiam as principais decisões do governo.
Esse sistema
caracterizou Esparta como uma cidade extremamente conservadora.
Como resultado de uma
economia estática, fundamentada na mão de obra servil e nos privilégios de uma minoria
aristocrática, a cidade começou a regredir cultural e socialmente.
O seu desenvolvimento foi
muito diferente do de Atenas que, a partir das mudanças do Período Arcaico ao Período
Clássico, conseguiu derrubar as bases da Oligarquia e instaurar a Democracia.
Assim, graças a sua localização na Península Àtica, que se estende por todo o Mar
Egeu, Atenas escapou das grandes correntes invasoras (principalmente os Dórios).
Com
poucas terras férteis, os Atenienses dedicaram-se ao comércio marítimo, favorecido pela
existência de portos naturais e de minas de prata, que facilitaram a emissão de moedas.
O
desenvolvimento do comércio transformou Atenas em grande centro econômico.
Seus
primitivos habitantes eram de origem ariana (Aqueus, Jônios e Eólios), mas os Atenienses se
consideravam apenas Jônios.
Essa população se distribui em vilas espalhadas pela planície,
organizadas, segundo a estrutura patriarcal, em Fratrias e Gens.
Por volta do século X antes
de Cristo, essas vilas aglutinaram-se pacificamente em diversas Pólis, da qual Atenas se
tornou Capital.
Dois séculos depois, a estrutura econômica da cidade mantinha-se ainda
essencialmente rural, baseada na grande propriedade.
Já se notava, porém, o
desenvolvimento de atividades artesanais e mercantis que ultrapassaram os limites da própria
Atenas.
A camada social dominante era constituída pelos Eupátridas (bem-nascidos), cujas
grandes propriedades eram cultivadas por escravos, rendeiros e assalariados.
Embora o governo fosse monopolizado pelos Eupátridas, o regime era monárquico e
hereditário, sendo chefiado por um Monarca (o Basileu, que era chefe de guerra, juiz e
sacerdote), cujo poder era limitado por um conselho de Aristocratas, o Areópago.
A colonização provocada pela Diáspora ampliou os horizontes do mundo Grego.
O
contato dos colonos com a metrópole intensificou-se e Atenas transformou-se em importante
centro comercial.
Como resultado, os comerciantes e artesãos tornaram-se cada vez mais
numerosos, iniciando um processo de ascensão na escala social.
As leis do legislador Dracon (623 antes de Cristo), embora reforçassem os privilégios
dos Eupátridas, foram as primeiras leis escritas destinadas a impedir abusos em relação às
classes inferiores.
Outro legislador, Sólon, promulgou uma série de leis que limitavam o
poder dos Eupátridas.
Sólon determinou o fim do monopólio do poder pela Aristocracia (que
se baseava no critério do nascimento) e instituiu um novo sistema de participação de poder
baseado na riqueza dos cidadãos (Eclésia).
Nessa assembléia, que dividia os cidadãos em
quatro classes políticas, onde todos podiam participar igualmente das decisões.
Todavia, poucos
podiam votar, já que o direito de voto era baseado exclusivamente na riqueza.
Sólon também
acabou com a escravidão por dívida, mas a situação do escravo continuou a mesma.
Porém, as reformas de Sólon não puderam ser devidamente aplicadas devido à rivalidade
entre os partidos políticos e sociais.
Essas desavenças provocaram o aparecimento dos
Tiranos, homens que se apoderavam do poder sem respeitar a legislação estabelecida, ou seja,
de forma ilegítima.
Vale a pena ressaltar que o termo Tirano não envolvia, o sentido
pejorativo que carrega atualmente.
Pisístrato foi o principal Tirano.
Líder do Partido
Diacranos (Partido das Montanhas), formado por pequenos proprietários (Gergois) e por
trabalhadores remunerados, tomou o poder, derrotando os Pedianos (Partido da Aristocracia)
e os Paralianos (Partido dos Grandes Comerciantes).
Ao assumir o poder, confiscou grande
parte das terras dos Eupátridas e distribuiu-as aos camponeses pobres.
Foi criado um sistema crédito estatal aos camponeses (pequenos proprietários rurais) para que estes não
recorressem aos empréstimos dos Eupátridas.
Com a morte de Pisístrato (527 antes de
Cristo), o poder passou a Hiparco e Hípias, seus filhos.
Sem a mesma popularidade, foram
derrubados pelos Eupátridas, restabelecendo-se a Oligarquia em Atenas.
A volta da Oligarquia uniu Diacranos e Paralianos que, liderados por um Aristocrata
progressista, Clístenes, realizaram uma série de reformas políticas.
Clístenes implantou a
Democracia em Atenas.
As reformas de Clístenes limitaram o poder do Arcondato e do
Areópago, concentrando o poder na Assembléia Popular (Eclésia), onde todo o cidadão
Ateniense podia falar e propor leis.
O poder passou a ser exercido pela Bulê, ou Conselhos
dos 500, composto por 50 elementos dos 10 Demos de Atenas, que foi dividida por Clístenes
em três regiões: Cidade (Asty), Interior (Mesogia) e Litoral (Paralia).
A Democracia
ateniense era o regime do povo, que constituía a parcela menor da população, pois excluía
escravos, estrangeiros e mulheres.
Ao povo pertenciam apenas os que tinham direitos
políticos e eram considerados, por isso, cidadãos atenienses.
Democracia que fez com que o
poder, antes dominado pelos Eupátridas, passasse a ser exercido pelos pequenos
proprietários, artesãos e comerciantes, submetendo uma massa de escravos, Metecos
(Estrangeiros) e mulheres.
A Democracia Ateniense tornou-se um exemplo para muitas
cidades gregas e a Cidade de Atenas passou a ser o centro político e cultural da Grécia no
século V antes de Cristo.
Por outro lado, as reformas de Clístenes produziram um efeito de
estabilidade em Atenas.
Essa estabilidade permitiu a formação de um sistema coeso, capaz
de enfrentar um longo período de perturbações externas – provocadas por guerras contra os
Persas – que ajudaram a consolidar ainda mais as instituições atenienses.
A partir daí, Fábio passou a tratar das Guerras Greco-Pérsicas.
Isso por que, quase todas as colônias gregas situadas no Oriente foram ocupadas por
tropas Persas desde os tempos do Rei Ciro.
No início, os Persas respeitavam a autonomia das
cidades gregas da Ásia, das quais recebiam contribuições aparentemente espontâneas.
Com
o passar do tempo, entretanto, a exigência cada vez maior de impostos obrigou muitas dessas
cidades a se revoltarem, principalmente Mileto, que contou com a ajuda dos Atenienses.
Esse
foi o motivo para a guerra total entre Gregos e Persas.
Assim, quando se deu a Primeira
Guerra, a cidade de Mileto foi arrasada e seus habitantes deportados para a Mesopotâmia.
Em seguida, uma expedição militar persa submeteu a Trácia e a Macedônia.
Em 492 antes
de Cristo, Dario exigiu a rendição incondicional dos Gregos.
Atravessando o Mar
Mediterrâneo, Dario desembarcou o exército Persa na Planície Grega de Maratona, a poucos
quilômetros de Atenas.
Avisados a tempo, os Atenienses conseguiram se organizar.
Comandados por Milcíades e ajudados pelas irregularidades do terreno – que dificultavam a
ação da cavalaria persa –, conseguiram vencer os Persas.
Com a vitória, o prestígio de Atenas
aumentou como nunca entre os Gregos.
Já, durante a Segunda Guerra, dez anos depois, os Persas voltaram a vencer a Grécia.
Xerxes, sucessor de Dario em 486 antes de Cristo, preparou uma ofensiva.
Para atravessar o
Estreito de Dardanelos, os Persas chegaram ao requinte de construir uma ponte feita com
barcos.
Mas a iminência da dominação uniu ainda mais os gregos: formou-se uma
confederação de cidades, denominada Confederação de Delos, para lutar contra os invasores.
Com isso, cerca de 6000 Espartanos, comandados pelo Rei Leônidas, tentaram barrar os
Persas no Desfiladeiro das Termópilas.
Mas estes descobriram outra passagem, no alto das
montanhas.
Para permitir a retirada de seus homens, Leônidas e mais 300 soldados resistiram
no desfiladeiro, acabando massacrados pelos Persas.
Os Persas atacaram Atenas depois de a
população ter sido retirada.
Embora vazia, Atenas foi incendiada.
Temístocles, comandante dos Atenienses, atacou a frota Persa no Golfo de Salamina
e destruiu-a.
Em seguida, Pausânias, Rei de Esparta, comandando um exército grego
unificado, derrotou os Persas na Batalha de Platéia.
O poderoso Império Persa foi obrigado
a curvar-se diante dos Gregos que, na ofensiva conduzida pela Liga de Delos, forçaram os
Persas a aceitar a paz e sair da Ásia Menor.
Com isso, Atenas atingiu seu momento de maior esplendor durante o governo de
Péricles, que assumiu a liderança política do Estado depois do ostracismo de Címon, filho de
Milcíades.
Péricles governou durante quinze anos (de 444 a 429 antes de Cristo) e durante
seu governo as instituições de Atenas funcionaram harmoniosamente.
Péricles realizou uma
série de reformas políticas, instituindo o pagamento aos membros dos Tribunais e da
Assembléia.
Iniciou ainda a construção de diversas obras públicas, tanto para embelezar a
cidade e reforçar sua defesa, quanto para dar emprego aos desocupados.
Soldados e
marinheiros passaram a receber salários.
A Assembléia Popular conseguiu deter amplos
poderes políticos.
Mas as reformas de Péricles não conseguiram alterar a situação dos
escravos.
No entanto, o esplendor cultural de Atenas atingiu um de seus pontos mais altos.
Houve um
grande desenvolvimento do teatro, assim como das artes em geral.
Os cidadãos recebiam o
Theoricon, uma quantia em dinheiro para assistirem aos espetáculos teatrais.
Péricles cercou-se dos maiores intelectuais de seu tempo, como o escultor Fídias, o poeta trágico Sófocles, o
historiador Heródoto e o filósofo Anaxágoras.
As escolas de Atenas eram freqüentadas por
estudantes de toda a Grécia.
Todavia, a expansão de Atenas entrou em choque com a de
Esparta, provocando uma guerra entre as duas cidades, conhecida como a Guerra do
Peloponeso.
Assim, o êxito de Atenas, despertou a rivalidade de Esparta e de Corinto.
Nessa
época muitos aliados Atenieneses desejavam se desligar da Confederação de Delos, já que
não havia mais razão para a sua existência depois da vitória contra os Persas.
No entanto,
Atenas exigiu que continuassem na Liga e manteve a cobrança dos tributos de guerra.
Com
isso, algumas cidades se revoltaram, entre elas Naxos e Tasos, sendo destruídas.
Depois das Guerras Greco-Pérsicas, Atenas se transformou em grande potência
comercial e marítima.
Os Atenienses se orgulhavam de viver no maior centro econômico e
cultural da Grécia.
O dinheiro da Liga de Delos, originalmente guardado para combater uma
possível ameaça Persa, foi usado na fortificação de Atenas.
Assim, a hegemonia Ateniense
na Grécia tornava inevitável o choque com Esparta.
Corinto, rival comercial de Atenas, pertencia à Liga do Peloponeso, liderada por
Esparta.
O conflito eclodiu inicialmente em 431 antes de Cristo, entre Corinto e Atenas,
provocando logo a intervenção de Esparta.
Começou assim, a Guerra do Peloponeso, que
durante 27 anos devastaria as Cidades Gregas.
Péricles, então governante de Atenas, resistiu ao forte ataque dos Espartanos por terra,
enquanto no mar os Atenienses, comandados por Temístocles, devastavam a frota de Corinto,
aliada de Esparta.
Como os ataques Espartanos eram constantes, toda a população vizinha
refugiou-se dentro da cidade de Atenas.
Como conseqüência, uma terrível peste atingiu a
cidade, dizimando grande número de pessoas.
O próprio Péricles foi vítima da peste,
morrendo em 429.
Com isso, as cidades dominadas pela Liga de Delos aproveitaram-se do
enfraquecimento de Atenas e se revoltaram.
Com o poderio da cidade abalado, o governo foi
retomado pela Aristocracia.
Em 421 antes de Cristo, Nícias, um aristocrata, assinou um
tratado de paz com Esparta, mas essa trégua durou pouco.
Em 415 a guerra recrudesceu.
Contando com o apoio do rei da Pérsia, Esparta consegue derrotar Atenas no mar e por terra, impondo-lhe rendição em 404 antes de Cristo.
Começa assim um período de hegemonia de
Esparta.
No entanto, não interessava aos Persas fortalecer qualquer das cidades gregas.
Assim
é que, em 396 antes de Cristo, apoiaram uma liga de cidades gregas que se insurgiram contra
Esparta, entre as quais se destacavam Tebas e Atenas.
Os conflitos entre as cidades gregas
sucederam-se.
Atenas recobrou seu poderio e conseguiu voltar a se impor por um curto
período.
Ao assinar o acordo de paz com o rei da Pérsia, Esparta reconheceu o domínio dele
sobre os Gregos da Ásia, enfraquecendo-se cada vez mais.
Na verdade, através de sucessivos
conflitos, as cidades gregas foram se alternando no poder, culminando com a hegemonia de
Tebas, que se impôs graças à liderança de Epaminondas.
Mas o domínio Tebano durou pouco
tempo (371 a 362 antes de Cristo).
Marcada pelas conseqüências das Guerras do Peloponeso
e por rivalidades internas, a Grécia tornara-se um alvo fácil para outros conquistadores.
A Macedônia, região situada ao Norte e governada por Filipe II, conquistou toda a
Grécia.
Cercada por grandes montanhas e vales férteis, essa região possuía uma economia
fundamentada na agricultura e no pastoreio.
Assim, em comparação com as cidades gregas,
comercialmente desenvolvidas e urbanizadas, a Macedônia, era considerada atrasada.
Os Macedônios eram povos de origem ariana.
Sua organização política, baseada na
nobreza territorial, apoiava-se em uma economia agrária bastante rudimentar.
Os ricos
proprietários de terras, em número muito pequeno, exploravam os camponeses pobres e
escravos.
Por outro lado, devido a sua posição geográfica, eram freqüentemente ameaçados
por regiões vizinhas como a Ilíria, a Trácia e o Epiro.
Esses fatores obrigaram os Macedônios
a se tornarem um povo prático e extremamente combativo.
Em meados do século IV antes de Cristo, Filipe II da Macedônia, alguns anos antes
de assumir o poder, viajou por toda a Grécia para conhecer seu modo de vida e costumes.
Em Tebas, percebeu que as guerras e rivalidades entre as cidades haviam enfraquecido os
Estados gregos.
Observou, também, a organização do exército Tebano e familiarizou-se com
o uso de longas lanças de madeira introduzidas pelo grande estrategista Epaminondas.
Ao
assumir o poder em 356 antes de Cristo, uma das primeiras medidas de Filipe II foi limitar o
poder da nobreza, distribuindo suas terras entre os camponeses pobres.
Dessa forma, passou
a contar com o apoio de uma classe numerosa, o que lhe permitiu a formação de um exército
de milhares de soldados.
Armadas de escudos e lanças de madeira, essas forças militares –
que tinham na Falange seu ponto forte – conseguiram vencer os tradicionais inimigos da
Macedônia.
Ao mesmo tempo, Filipe II fortaleceu a economia do país, desenvolvendo o
comércio e aumentando a exploração das jazidas de ouro.
Além disso, as reformas econômicas e militares de Filipe II criaram a base de um
aparelho de Estado destinado, acima de tudo, a manter uma política imperialista.
Aproveitando a forte crise que enfraquecia as Cidades Gregas - resultado das lutas internas
iniciadas com a Guerra do Peloponeso –, Filipe II conquistou alguns aliados entre os Gregos,
que viam na dominação Macedônica a única forma de união e de superação das divergências
internas.
Filipe II usou de toda sua habilidade para conseguir adeptos.
Para isso, instigava os
Gregos contra os Persas e procurava demonstrar a necessidade de se unirem para combatê-los.
Nesse sentido, contou com a importante colaboração de Isócrates, pregador de uma
cruzada grega contra os persas.
As intenções do imperialista Filipe II eram evidentes.
No entanto, somente
Demóstenes, o grande orador Ateniense, tinha consciência do perigo e passou a alertar seus
concidadãos na Eclésia de Atenas.
Em conseqüência, formaram-se dois grupos políticos: Os
31
Filomacedônicos, liderados por Ésquines, que viam em Filipe II o salvador da Grécia; e os
Antimacedônicos, liderados por Demóstenes, que pregavam a união dos gregos contra Filipe
II.
No entanto, quando os Gregos perceberam o perigo que representava a política
Macedônica, já era tarde.
Apoiando-se nos grupos Filomacedônicos, organizados em todas
as cidades gregas, a Falange Macedônica derrotou os Atenienses e os Tebanos na Batalha de
Queronéia, em 338 antes de Cristo.
Em seguida, Filipe II apoderou-se do restante da Grécia.
Todavia, conhecedor do individualismo das cidades gregas, Filipe II preservou sua
autonomia e respeitou suas instituições.
Desse modo, pôde reivindicar o direito de chefiar
uma liga militar contra os Persas – a Liga de Corinto.
Filipe II já havia assentado as bases militares para a invasão da Pérsia quando foi
assassinado, durante a cerimônia de casamento de sua filha.
Tão logo se espalhou a notícia da morte do Rei da Macedônia, cidades gregas como
Tebas e Atenas começaram a se revoltar.
Por outro lado, os numerosos filhos de Filipe
reivindicavam a sucessão do pai.
Alexandre, filho legítimo de Filipe II, que contava na época
com apenas 20 anos de idade, resolveu a questão por meio da violência.
Montou uma
armadilha para os irmãos, assassinando-os no meio de um banquete.
Além disso, usou de
extrema brutalidade para com os revoltosos.
As Cidades Gregas rebeldes foram arrasadas e
seus habitantes escravizados.
Dessarte, com um exército de 35.000 homens e 169 navios,
constituído na maioria por Macedônios e pequenos contigentes das Cidades Gregas,
Alexandre desembarcou na Ásia.
Na primeira batalha em 334 antes de Cristo, venceu os
Sírios junto ao Rio Górdio.
No ano seguinte, desbaratou um imenso exército Persa
comandado pelo próprio Dario III na Planície de Issos.
Em seguida, tomou o Porto de Tiro,
na Fenícia.
Fiel a sua política de enfraquecer ao máximo o inimigo antes de chegar ao centro
do império, Alexandre deslocou-se para o Egito, onde encontrou pouca resistência, sendo
recebido como um verdadeiro deus pelos sacerdotes locais.
Alexandre incorporou o exército Egípcio às suas divisões e invadiu o território Persa
em 331 antes de Cristo, defrontando-se com inimigo na Planície de Gaugamela.
Por isso,
com a vitória, abriu-se caminho para a conquista das cidades Persas.
O Rei Dario III foi
assassinado, e Alexandre coroado Rei da Pérsia.
Com isso, as tropas Macedônicas
continuaram a marchar até a Índia.
Porém, ao chegarem às margens do Rio Indo, os soldados
se recusaram a avançar.
Alexandre, então, dividiu seu exército e voltou a Mesopotâmia.
Na
Babilônia, foi acometido por uma febre vindo a falecer em 323 antes de Cristo, com apenas
33 anos de idade.
Alexandre, não deixou herdeiros.
Devido às diferenças sócio-culturais, o imenso
império que conquistou foi dividido entre seus generais, formando os Estados Helenísticos.
O Reino do Oriente incluía a Dinastia dos Selêucidas e compunha-se da Síria, Mesopotâmia
e Ásia Menor.
O Reino do Egito foi herdado por Ptolomeu.
O Reino da Macedônia, que
incluía toda a Grécia, ficou com o general Antígono.
Além disso, formaram-se em outras
regiões do Império, pequenos reinos, como o de Pérgamo, que teve grande desenvolvimento.
As Cidades Gregas voltaram a ter um curto período de relativa independência, mas no século
II antes de Cristo, foram conquistadas pelos Romanos.
Assim, a Civilização Helenística é resultado da fusão entre a cultura grega e a cultura
do Oriente, principalmente Persa e Egípcia.
Em função do expansionismo Macedônico, o
centro econômico deslocou-se da Grécia Continental para outros centros do Oriente, como
Pérgamo, Alexandria e Antioquia.
Essas regiões beneficiaram-se economicamente dos novos
caminhos abertos por Alexandre e da circulação de moedas, decorrente do aumento da produção de ouro e prata.
A cidade de Alexandria fundada no Egito transformou-se em centro
da Civilização Helenística e seus museus e bibliotecas tornaram-se conhecidos no mundo
inteiro.
Por outro lado, manteve-se a importância da economia agrícola, baseada no uso
intensivo da mão de obra escrava.
Os Reinos Helenísticos constituíam-se de Estados
centralizados, governados por Déspotas considerados divinos e cercados por imensa e
privilegiada burocracia.
Um poderoso aparato de Estado assegurava o domínio de uma massa
miserável de servos e escravos.
A filosofia desenvolveu-se de maneira extraordinária, com
correntes filosóficas como o Epicurismo e o Estoicismo, que criticavam com vigor o
escravismo.
Mas foi principalmente nas ciências que o Helenismo conseguiu suas maiores
conquistas.
Com isso, Fábio, enquanto ministrava sua aula, percebeu que alguns alunos
conversavam entre si. Assim, imediatamente chamou-lhes a atenção:
-- O que está havendo aqui? Alguém pode me explicar? Afinal de contas, há semanas
que eu estou percebendo que os senhores não estão prestando a devida atenção às minhas
aulas. Por acaso é algum problema comigo?
Ao ouvirem isso, algumas alunas negaram ter qualquer tipo de problema com ele.
Mas, conforme os garotos continuaram a conversar, Fábio imediatamente intimou-os
para que se retirassem da classe.
Os alunos em número de cinco, ao serem expulsos da classe, começaram a discutir
com o professor.
Considerando-se injustiçados, teimaram em não sair da classe.
Fábio, então, já bastante irritado com o comportamento provocativo dos alunos nas
últimas semanas, ameaçou levar o caso a diretoria, caso eles não se comportassem dentro da
classe.
Isso por que, enquanto explicava a história dos gregos, os alunos, em vez de prestarem
atenção nas suas explicações, passaram todo o tempo conversando.
Por isso mesmo, enquanto ministrava sua aula, teve que interromper várias vezes a
explicação da matéria, para chamar a atenção dos alunos.
E assim, o comportamento dos garotos estava comprometendo o desenvolvimento
normal da aula.
Porém, de nada adiantavam as admoestações.
Era sempre assim.
Chamava a atenção de um aluno, aí então seguiam-se alguns minutos de calmaria.
No
entanto, após esses minutos, o burburinho continuava.
E por mais que ele chamasse a atenção
dos garotos, nada adiantava.
Enervado com isso, tomou a seguinte atitude.
Firme e decidido, chegou a dizer:
-- Se os senhores não aprovam minha didática, é melhor sugerirem algo melhor. O
que eu não vou admitir que é façam pouco caso da minha aula. Se os senhores não se
interessam por história, eu só posso lamentar. Mas enquanto estiverem em classe, assistindo
minha aula, os senhores deverão prestar atenção em tudo o que eu falo. Estão ouvindo? Por
que não me custa nada mandar o caso para a direção da escola analisar. Se eu tiver que fazer
isso, não duvidem que eu o farei. – disse e saiu da classe.
E assim, os alunos ficaram sozinhos na classe.
Ao ouvirem isso, mesmo os rapazes ficaram preocupados.
Afinal, e se ele fizesse o que realmente prometeu?
Diante das circunstâncias, o melhor a fazer era não provocá-lo mais.
Mas ainda assim, a rivalidade com o professor, não estava resolvida.
Isso por que, sempre que ouviam das meninas que Fábio era um professor muito
interessante e legal, eles logo retrucavam:
-- Ah, ele nem é tão bonito assim.
-- É. E eu nem sei o que vocês viram nele. – emendava outro.
Por isso, sempre que as garotas ficavam tecendo comentários a respeito da beleza do
professor, eles logo criavam defeitos para ele.
Alegavam que ele era muito mais velho que
qualquer um deles, que estava por fora das novidades, que o papo dele era muito cansativo,
e que a aula dele nem era tão boa assim.
Mas, mesmo assim, nos dias seguintes, para espanto de Fábio, não houve nenhum
problema em classe.
Prevenidos sobre a possibilidade de o professor levar o assunto para a direção, os
garotos resolveram se acalmar.
Todavia, não fosse a apatia de Leonora, tudo estaria bem.
Isso por que, ao contrário das semanas anteriores, a moça não estava tão atenta as
aulas, como antes.
Dedicada e atenta, sempre respondia as indagações do professor, assim
como procurava participar ativamente das outras aulas.
Sim por que, Leonora, ao contrário de boa parte de suas colegas de escola, adorava
as aulas de literatura, geografia, etc.
Por isso também em oposição a suas colegas, costumava
participar das aulas.
Enfim, era uma aluna dedicada.
Fábio, ao perceber o desinteresse da moça pela aula, ficou preocupado.
Tal comportamento se deu, em razão dos últimos acontecimentos que sucederam em
sua vida.
Leonora estava tendo problemas.
Certa vez a moça, ao voltar para casa, depois de um passeio com colegas e amigos,
percebeu que alguém a seguia.
Preocupada, logo que percebeu isso, começou a caminhar apressadamente.
Mas seu perseguidor, ao perceber que ela apertava o passo, também passou a andar
mais depressa.
A moça, ao ouvir o barulho dos passos, passou então a correr.
Nisso, o rapaz que a seguia, fez o mesmo.
Com isso, Leonora passou a correr mais e mais depressa.
Mas, por mais que corresse, parecia que o rapaz estava mais e mais próximo.
Sua sorte foi que, em certa altura, um conhecido a abordou.
Estranhando a aflição da
moça, foi logo a convidando para entrar em sua casa, para conversarem sossegadamente.
Nisso, o rapaz que a seguia, ao perceber a aproximação de um conhecido da garota,
tratou logo de sumir dali.
E Rogério, um antigo amigo de Leonora, preocupou-se ao vê-la tão intranqüila.
Afinal, Leonora estava sempre tão calma.
Percebendo-a tão nervosa foi logo lhe oferecendo
água com açúcar.
Assim, foi até a cozinha e lhe preparou a água.
Em seguida, foi até a sala e ofereceu
a água.
No que a moça bebeu o conteúdo do copo.
Ao terminar de beber a água com açúcar, a moça explicou que alguém a seguia.
Isso
por que, ao retornar para sua casa, percebeu que alguém a acompanhava.
Por isso, tratou logo
de apertar o passo e aumentar o ritmo de seu caminhar.
Mas, para seu desespero, a pessoa
que a seguia também aumento o ritmo de suas passadas.
Com isso, ao perceber que a pessoa não desistira de continuar a segui-la, passou então a correr.
Mas, também não adiantou, pois
quem a seguia começou igualmente a correr.
Por esta razão, a perseguição só acabou quando ele apareceu.
Assim, só restava a Leonora agradecer o rapaz, o que fez depois de lhe explicar o que
estava acontecendo.
Ao ouvir as explicações de Leonora, Rogério, preocupado com o que havia ocorrido,
se prontificou a acompanhá-la até sua casa.
Muito embora a moça não morasse muito longe dali, diante do que ocorrera minutos
atrás, não havia como deixá-la voltar sozinha para casa.
Assim, depois que a moça se acalmou um pouco, Rogério tratou de levá-la para casa.
Com isso, embora não tenha chegado tarde, seus pais, ao constatarem que já passava
das quatro horas da tarde, ficaram preocupados.
Por isso, logo que Leonora chegou em casa,
estes lhe indagaram sobre o que tinha ocorrido para ter chegado tão tarde.
Mas, esta, chateada que estava com o que tinha ocorrido, não quis saber de conversa,
foi logo para seu quarto, e de lá só saiu no dia seguinte.
Não saiu de lá nem para jantar, muito embora seus pais tenham insistido para que ela
saísse do quarto e conversasse com eles.
Seu Clóvis e Dona Leonilde estavam preocupados com Leonora.
Mas, de nada adiantou a insistência dos mesmos, para que a moça saísse do quarto.
Leonora ficou o restante da tarde e durante toda a noite, reclusa.
Entretanto mesmo depois de uma longa noite pensando em como faria para evitar que
o incidente se repetisse, não conseguiu encontrar nenhuma solução.
E de tão triste, seus pais perceberam que estava demudada.
Mas, novamente a garota não quis saber de conversa.
Mesmo preocupados Dona Leonilde e Seu Clóvis, nada podiam fazer.
Pacientes,
esperariam que Leonora resolvesse conversar com eles.
Contudo, apesar do passar dos dias, nada mudava.
Cada vez mais reclusa em seu quarto, seus pais não sabiam mais o que fazer para
animá-la.
Sempre que sugeriam dar um passeio, Leonora rejeitava a proposta.
Além disso,
sempre que Dona Leonilde e Seu Clóvis tentavam conversar com a filha sobre o que estava
acontecendo, esta lhes respondia com evasivas.
Enfim, conforme os dias foram se seguindo, Dona Leonilde e Seu Clóvis ficaram cada
vez mais apreensivos.
Muito embora soubessem que havia algo errado, não sabiam como
proceder.
Foi então que após procurarem Rogério, o rapaz, percebendo a preocupação de
ambos, resolveu falar.
Comentando então, sobre o estranho homem que a seguira, Dona Leonilde e Seu
Clóvis ficaram deveras preocupados.
Afinal de contas, se alguém a estava seguindo, eles
deviam tomar alguma providência, visando evitar que ocorresse um dano maior.
Nesse ponto, até mesmo o rapaz foi obrigado a concordar.
Assim, Rogério, preocupado com o comportamento de Leonora, aconselhou seus
pais, a tentarem descobrir se algo teria acontecido, ou mesmo se ela conhecia o rapaz.
Isso
por que, apesar do susto que Leonora sofrera, achava um tanto estranho o comportamento da
moça.
Afinal de contas, se realmente havia alguém seguindo-a, o primeiro cuidado que ela
deveria ter tomado após chegar em casa, era ter chamado a polícia.
Assim, advertidos pelo rapaz do que se sucedera com Leonora, Seu Clóvis e Dona
Leonilde foram imediatamente até a Delegacia.
Ao lá chegarem, os pais de Leonora foram conversar com o delegado.
Afirmaram que
sua filha havia sido seguida dias atrás, por um sujeito desconhecido.
Contudo, ao serem atendidos pelo delegado, este afirmou que não havia com que se
preocupar.
Afinal de contas aquela era uma cidade demasiado tranqüila.
Assim, apesar do cuidado dos dois em relatar a polícia que Leonora estava sendo
seguida, o delegado não tomou nenhuma medida.
Simplesmente recomendou a eles que não
deixassem a garota sozinha.
Que esta sempre que fosse sair, que fosse acompanhada por
alguma colega.
Contudo, se isso tornasse a acontecer, deveriam informar imediatamente a
polícia.
Por esta razão, Dona Leonilde e Seu Clóvis, demasiado assustados que estavam com
os fatos ocorridos com a filha, resolveram que não iriam esperar mais para comentarem com
a filha sobre o que teria se sucedido.
Com isso, depois que voltaram da Delegacia, foram até o quarto de Leonora.
Mas esta, ao ser interpelada pelos pais, mais do que depressa, desconversou.
Não
queria falar com eles.
Seu Clóvis no entanto, não se deu por vencido, e insistiu com a filha.
Preocupado, queria saber o que estava acontecendo.
Além disso, sabia que ela lhe contasse tudo o se sucedera, ele poderia ajudá-la.
Mas Leonora não quis saber de conversa.
Aborrecida, disse não houve nada de mais,
só que ela não gostou do incidente.
Seu pai, todavia, não ficou nem um pouco convencido com suas explicações.
Isso por
que, tudo demonstrava que Leonora escondia algo de seus pais.
-- Mas o quê? O que teria se sucedido para que Leonora ficasse tão triste e tão
nervosa? – Perguntavam-se Seu Clóvis e Dona Leonilde.
Tudo isso em razão do comportamento arisco da moça, pois, toda vez que seus pais
tentavam lhe falar, esta lhes respondia que queria ficar só.
Assim, Leonilde e Clóvis não
tinham como conversar sobre o assunto.
Do jeito que Leonora estava triste, comentar sobre o incidente só a tornaria ainda mais
arredia.
Por conta disso, chegaram até a pensar que talvez tivesse mais algum problema sério
perturbando a tranqüilidade da moça.
Talvez algum problema na escola.
Mas, não sabiam ao certo.
Para piorar, conforme os dias se seguiam, mais e mais se denotava a tristeza da moça.
Por isso, Fábio, ao constatar que a situação se agravava, foi logo se aproximando da
moça, com o intuito de ajudá-la.
Isso por que, sabia que algo errado estava acontecendo.
Assim, ao término da aula, ao perceber que a moça arrumava seu material, para sair,
pediu a ela que esperasse um pouco, antes de ir embora.
Ao ouvir o pedido do professor, assentiu com a cabeça, concordando.
Com isso, ao terminar de arrumar as suas coisas, foi até a mesa do professor e
perguntou:
-- Sim, o que senhor quer falar comigo, professor?
-- Nada de mais. Eu só quero saber por que a senhorita está tão desatenta a minha
aula?
-- Eu não estou desatenta. – retrucou a moça.
-- Me desculpe mas está sim. Já faz alguns dias que a senhorita não presta atenção nas
minhas aulas. O que está acontecendo? Quem sabe eu possa te ajudar?
-- Não é nada professor. Me desculpe, prometo que não vou mais ficar distraída em
suas aulas.
-- Leonora, a questão não é essa. Mas tudo bem. Eu não vou insistir, se a senhorita
não quer falar sobre isso, eu vou respeitar. Em qualquer caso, se tiver algo que eu possa fazer
a esse respeito, pode vir falar comigo. Eu vou estar sempre disponível. Está bem? Não tenha
receio em me falar.
-- Está bem, professor. Obrigada. – respondeu já pegando seu material escolar e
saindo da classe.
-- Tchau, professor.
-- Tchau. Até semana que vem.
E assim se encerrou a conversa entre os dois.
Tal fato contudo, não tranqüilizou nem um pouco o professor.
Isso por que, este em percebendo que algo estava indo mal, queria fazer algo para
ajudar a moça.
Mas como, se a própria moça não queria lhe contar o que estava acontecendo?
O que
poderia fazer?
Preocupado, pensou em chamar os pais da garota para conversar.
Quem sabe, eles
soubessem como resolver o problema?
Mas, cauteloso, achava que seria precipitado chamar os pais de Leonora.
Afinal, o
que poderia alegar para estar chamando-os?
Enfim, a situação era delicada.
Por isso, precisava agir, com o máximo de cuidado
possível.
Mas, para sua surpresa, ao final de alguns dias, Leonora retornou as suas atividades normais.
Novamente participativa, nem parecia a mesma garota triste de antes.
Ao perceber isso, mais do que depressa, o professor se tranqüilizou.
Depois de ficar
por todo o final de semana pensando em como chamar os pais da moça para uma conversa
informal, não tinha mais com o que se preocupar.
Aparentemente estava tudo resolvido.
Luciana Celestino dos Santos
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