Poesias

sábado, 18 de janeiro de 2020

DAS VOLTAS DO MUNDO - CAPÍTULO 7

 Assim, como era de se esperar, na aula seguinte, Fábio voltou a falar da Grécia.
Primeiramente, recomendou aos alunos que abrissem o livro na página 27.
Nisso os alunos pegaram seus livros de história e abriram na página indicada.
Diante disso, o professor então, começou a aula.
Não sem antes destacar que Esparta, localizada na Lacônia, uma fértil planície situada na região central da Península do Peloponeso, foi uma das principais Cidades-Estados gregas.
Fundada pelos Dórios, povo de origem indo-européia, que invadiu a região no século XII antes de Cristo e dominou os Aqueus.
Os Aqueus viviam na região desde o século XVI antes de Cristo, morando em pequenas vilas agrárias.
Alguns se submeteram aos Dórios, tornando-se seus aliados.
Mas outros resistiram e foram escravizados.
As terras conquistadas pelos Dórios foram distribuídas entre os guerreiros, constituindo-se as explorações familiares, base do sistema Gentílico do Período Homérico.
A propriedade da terra era coletiva e o regime, patriarcal.
Existiam poucas diferenças entre as classes sociais.
A constituição de Esparta (Grande Reta) estabelecia que o governo da cidade devia ser regido por dois reis (Diarquia), um conselho e uma assembléia.
A sucessão era hereditária, existindo apenas duas grandes famílias: os Ágidas e os Euripôntidas.
Havia três camadas na sociedade: os Espartiatas ou Espartanos, descendentes dos invasores Dórios, que formavam a Aristocracia e exploravam o trabalho servil na agricultura.
Os Hilotas – camada que correspondia à massa da população vencida, submetida à servidão coletiva – pertenciam ao Estado ou a particulares e trabalhavam na agricultura, entregando grande parte da produção aos Espartiatas.
E os Periecos, que não tinham direitos políticos, mas eram livres.
Trabalhando como comerciantes e artesãos, possuíam pequenas propriedades, embora não pudessem administrá-las fora dos limites da cidade.
Somente os Espartiatas eram considerados cidadãos espartanos.
Iniciavam sua preparação militar aos sete anos de idade, praticando pesados exercícios físicos e acostumando-se a dormir em camas de bambu, a passar fome e sede.
Os jovens Espartiatas participavam de uma competição anual que consistia em matar o maior número possível de servos.
Era uma das formas encontradas para limitar o crescimento da população Hilota.
Por volta de 650 antes de Cristo, esse sistema sofreu profundas alterações.
A conquista da Planície de Messênia, motivada pela escassez de terras, provocou o aumento do número de servos.
Os Messênios revoltaram-se obrigando Esparta a tomar medidas drásticas para impedir o crescimento das rebeliões.
A cidade passou a viver praticamente em função do problema servil.
As conquistas externas foram interrompidas e o governo limitou-se a manter a sua política de aliança com os povos vizinhos.
Redefinindo a economia, Esparta aboliu a grande propriedade familiar e estabeleceu, em seu lugar, uma vasta propriedade estatal, chamada Terra Cívica, dividida em lotes.
Distribuídos entre os guerreiros Dórios (Espartiatas), esses lotes não podiam ser cedidos ou divididos.
O Estado conservava a posse legal da terra, cabendo aos cidadãos o seu usufruto.
O controle dos servos também passou para a competência exclusiva do Estado, que os distribuía em lotes e podia dispor de suas vidas.
As competições anuais visando a morte dos servos também foram abolidas.
As mudanças políticas acompanharam as transformações econômicas.
Esparta tornou-se definitivamente uma Oligarquia e somente os Espartiatas passaram a ter direito às decisões políticas.
O Poder Supremo foi monopolizado por um Conselho de Ansiãos (Gerúsia), composto de 28 Gerontes, um grupo de 5 Magistrados (Éforos) e dois Reis (Diarcas).
Mais tarde, a Diarquia perdeu parte de suas funções executivas, conservando apenas as funções militares e sacerdotais.
Apenas os Espartiatas com mais de trinta anos podiam participar das Assembléias que escolhiam os Gerontes.
E para ser membro do Conselho de Ansiãos era preciso ter mais de sessenta anos.
O mesmo procedimento era exigido para a escolha dos Magistrados que compunham a Éfora. Cumpria ao Conselho de Ansiãos redigir as leis votadas durante as Assembléias.
Nesse sentido, a Gerúsia exercia um poder meramente consultivo.
Por outro lado, atribuía-se aos Éforos um poder executivo quando assumiam as principais decisões do governo.
Esse sistema caracterizou Esparta como uma cidade extremamente conservadora.
Como resultado de uma economia estática, fundamentada na mão de obra servil e nos privilégios de uma minoria aristocrática, a cidade começou a regredir cultural e socialmente.
O seu desenvolvimento foi muito diferente do de Atenas que, a partir das mudanças do Período Arcaico ao Período Clássico, conseguiu derrubar as bases da Oligarquia e instaurar a Democracia.
Assim, graças a sua localização na Península Àtica, que se estende por todo o Mar Egeu, Atenas escapou das grandes correntes invasoras (principalmente os Dórios).
Com poucas terras férteis, os Atenienses dedicaram-se ao comércio marítimo, favorecido pela existência de portos naturais e de minas de prata, que facilitaram a emissão de moedas.
O desenvolvimento do comércio transformou Atenas em grande centro econômico.
Seus primitivos habitantes eram de origem ariana (Aqueus, Jônios e Eólios), mas os Atenienses se consideravam apenas Jônios.
Essa população se distribui em vilas espalhadas pela planície, organizadas, segundo a estrutura patriarcal, em Fratrias e Gens.
Por volta do século X antes de Cristo, essas vilas aglutinaram-se pacificamente em diversas Pólis, da qual Atenas se tornou Capital.
Dois séculos depois, a estrutura econômica da cidade mantinha-se ainda essencialmente rural, baseada na grande propriedade.
Já se notava, porém, o desenvolvimento de atividades artesanais e mercantis que ultrapassaram os limites da própria Atenas.
A camada social dominante era constituída pelos Eupátridas (bem-nascidos), cujas grandes propriedades eram cultivadas por escravos, rendeiros e assalariados.
Embora o governo fosse monopolizado pelos Eupátridas, o regime era monárquico e hereditário, sendo chefiado por um Monarca (o Basileu, que era chefe de guerra, juiz e sacerdote), cujo poder era limitado por um conselho de Aristocratas, o Areópago.
A colonização provocada pela Diáspora ampliou os horizontes do mundo Grego.
O contato dos colonos com a metrópole intensificou-se e Atenas transformou-se em importante centro comercial.
Como resultado, os comerciantes e artesãos tornaram-se cada vez mais numerosos, iniciando um processo de ascensão na escala social.
As leis do legislador Dracon (623 antes de Cristo), embora reforçassem os privilégios dos Eupátridas, foram as primeiras leis escritas destinadas a impedir abusos em relação às classes inferiores.
Outro legislador, Sólon, promulgou uma série de leis que limitavam o poder dos Eupátridas.
Sólon determinou o fim do monopólio do poder pela Aristocracia (que se baseava no critério do nascimento) e instituiu um novo sistema de participação de poder baseado na riqueza dos cidadãos (Eclésia).
Nessa assembléia, que dividia os cidadãos em quatro classes políticas, onde todos podiam participar igualmente das decisões.
Todavia, poucos podiam votar, já que o direito de voto era baseado exclusivamente na riqueza.
Sólon também acabou com a escravidão por dívida, mas a situação do escravo continuou a mesma.
Porém, as reformas de Sólon não puderam ser devidamente aplicadas devido à rivalidade entre os partidos políticos e sociais.
Essas desavenças provocaram o aparecimento dos Tiranos, homens que se apoderavam do poder sem respeitar a legislação estabelecida, ou seja, de forma ilegítima.
Vale a pena ressaltar que o termo Tirano não envolvia, o sentido pejorativo que carrega atualmente.
Pisístrato foi o principal Tirano.
Líder do Partido Diacranos (Partido das Montanhas), formado por pequenos proprietários (Gergois) e por trabalhadores remunerados, tomou o poder, derrotando os Pedianos (Partido da Aristocracia) e os Paralianos (Partido dos Grandes Comerciantes).
Ao assumir o poder, confiscou grande parte das terras dos Eupátridas e distribuiu-as aos camponeses pobres.
Foi criado um sistema crédito estatal aos camponeses (pequenos proprietários rurais) para que estes não recorressem aos empréstimos dos Eupátridas.
Com a morte de Pisístrato (527 antes de Cristo), o poder passou a Hiparco e Hípias, seus filhos.
Sem a mesma popularidade, foram derrubados pelos Eupátridas, restabelecendo-se a Oligarquia em Atenas.
A volta da Oligarquia uniu Diacranos e Paralianos que, liderados por um Aristocrata progressista, Clístenes, realizaram uma série de reformas políticas.
Clístenes implantou a Democracia em Atenas.
As reformas de Clístenes limitaram o poder do Arcondato e do Areópago, concentrando o poder na Assembléia Popular (Eclésia), onde todo o cidadão Ateniense podia falar e propor leis.
O poder passou a ser exercido pela Bulê, ou Conselhos dos 500, composto por 50 elementos dos 10 Demos de Atenas, que foi dividida por Clístenes em três regiões: Cidade (Asty), Interior (Mesogia) e Litoral (Paralia).
A Democracia ateniense era o regime do povo, que constituía a parcela menor da população, pois excluía escravos, estrangeiros e mulheres.
Ao povo pertenciam apenas os que tinham direitos políticos e eram considerados, por isso, cidadãos atenienses.
Democracia que fez com que o poder, antes dominado pelos Eupátridas, passasse a ser exercido pelos pequenos proprietários, artesãos e comerciantes, submetendo uma massa de escravos, Metecos (Estrangeiros) e mulheres.
A Democracia Ateniense tornou-se um exemplo para muitas cidades gregas e a Cidade de Atenas passou a ser o centro político e cultural da Grécia no século V antes de Cristo.
Por outro lado, as reformas de Clístenes produziram um efeito de estabilidade em Atenas.
Essa estabilidade permitiu a formação de um sistema coeso, capaz de enfrentar um longo período de perturbações externas – provocadas por guerras contra os Persas – que ajudaram a consolidar ainda mais as instituições atenienses.
A partir daí, Fábio passou a tratar das Guerras Greco-Pérsicas.

Isso por que, quase todas as colônias gregas situadas no Oriente foram ocupadas por tropas Persas desde os tempos do Rei Ciro.
No início, os Persas respeitavam a autonomia das cidades gregas da Ásia, das quais recebiam contribuições aparentemente espontâneas.
Com o passar do tempo, entretanto, a exigência cada vez maior de impostos obrigou muitas dessas cidades a se revoltarem, principalmente Mileto, que contou com a ajuda dos Atenienses.
Esse foi o motivo para a guerra total entre Gregos e Persas.
Assim, quando se deu a Primeira Guerra, a cidade de Mileto foi arrasada e seus habitantes deportados para a Mesopotâmia.
Em seguida, uma expedição militar persa submeteu a Trácia e a Macedônia.
Em 492 antes de Cristo, Dario exigiu a rendição incondicional dos Gregos.
Atravessando o Mar Mediterrâneo, Dario desembarcou o exército Persa na Planície Grega de Maratona, a poucos quilômetros de Atenas.
Avisados a tempo, os Atenienses conseguiram se organizar.
Comandados por Milcíades e ajudados pelas irregularidades do terreno – que dificultavam a ação da cavalaria persa –, conseguiram vencer os Persas.
Com a vitória, o prestígio de Atenas aumentou como nunca entre os Gregos.
Já, durante a Segunda Guerra, dez anos depois, os Persas voltaram a vencer a Grécia.
Xerxes, sucessor de Dario em 486 antes de Cristo, preparou uma ofensiva.
Para atravessar o Estreito de Dardanelos, os Persas chegaram ao requinte de construir uma ponte feita com barcos.
Mas a iminência da dominação uniu ainda mais os gregos: formou-se uma confederação de cidades, denominada Confederação de Delos, para lutar contra os invasores.
Com isso, cerca de 6000 Espartanos, comandados pelo Rei Leônidas, tentaram barrar os Persas no Desfiladeiro das Termópilas.
Mas estes descobriram outra passagem, no alto das montanhas.
Para permitir a retirada de seus homens, Leônidas e mais 300 soldados resistiram no desfiladeiro, acabando massacrados pelos Persas.
Os Persas atacaram Atenas depois de a população ter sido retirada.
Embora vazia, Atenas foi incendiada.
Temístocles, comandante dos Atenienses, atacou a frota Persa no Golfo de Salamina e destruiu-a.
Em seguida, Pausânias, Rei de Esparta, comandando um exército grego unificado, derrotou os Persas na Batalha de Platéia.
O poderoso Império Persa foi obrigado a curvar-se diante dos Gregos que, na ofensiva conduzida pela Liga de Delos, forçaram os Persas a aceitar a paz e sair da Ásia Menor.
Com isso, Atenas atingiu seu momento de maior esplendor durante o governo de Péricles, que assumiu a liderança política do Estado depois do ostracismo de Címon, filho de Milcíades.
Péricles governou durante quinze anos (de 444 a 429 antes de Cristo) e durante seu governo as instituições de Atenas funcionaram harmoniosamente.
Péricles realizou uma série de reformas políticas, instituindo o pagamento aos membros dos Tribunais e da Assembléia.
Iniciou ainda a construção de diversas obras públicas, tanto para embelezar a cidade e reforçar sua defesa, quanto para dar emprego aos desocupados.
Soldados e marinheiros passaram a receber salários.
A Assembléia Popular conseguiu deter amplos poderes políticos.
Mas as reformas de Péricles não conseguiram alterar a situação dos escravos.
No entanto, o esplendor cultural de Atenas atingiu um de seus pontos mais altos.
Houve um grande desenvolvimento do teatro, assim como das artes em geral.
Os cidadãos recebiam o Theoricon, uma quantia em dinheiro para assistirem aos espetáculos teatrais.
Péricles cercou-se dos maiores intelectuais de seu tempo, como o escultor Fídias, o poeta trágico Sófocles, o historiador Heródoto e o filósofo Anaxágoras.
As escolas de Atenas eram freqüentadas por estudantes de toda a Grécia.
Todavia, a expansão de Atenas entrou em choque com a de Esparta, provocando uma guerra entre as duas cidades, conhecida como a Guerra do Peloponeso.
Assim, o êxito de Atenas, despertou a rivalidade de Esparta e de Corinto.
Nessa época muitos aliados Atenieneses desejavam se desligar da Confederação de Delos, já que não havia mais razão para a sua existência depois da vitória contra os Persas.
No entanto, Atenas exigiu que continuassem na Liga e manteve a cobrança dos tributos de guerra.
Com isso, algumas cidades se revoltaram, entre elas Naxos e Tasos, sendo destruídas.
Depois das Guerras Greco-Pérsicas, Atenas se transformou em grande potência comercial e marítima.
Os Atenienses se orgulhavam de viver no maior centro econômico e cultural da Grécia.
O dinheiro da Liga de Delos, originalmente guardado para combater uma possível ameaça Persa, foi usado na fortificação de Atenas.
Assim, a hegemonia Ateniense na Grécia tornava inevitável o choque com Esparta.
Corinto, rival comercial de Atenas, pertencia à Liga do Peloponeso, liderada por Esparta.
O conflito eclodiu inicialmente em 431 antes de Cristo, entre Corinto e Atenas, provocando logo a intervenção de Esparta.
Começou assim, a Guerra do Peloponeso, que durante 27 anos devastaria as Cidades Gregas.
Péricles, então governante de Atenas, resistiu ao forte ataque dos Espartanos por terra, enquanto no mar os Atenienses, comandados por Temístocles, devastavam a frota de Corinto, aliada de Esparta.
Como os ataques Espartanos eram constantes, toda a população vizinha refugiou-se dentro da cidade de Atenas.
Como conseqüência, uma terrível peste atingiu a cidade, dizimando grande número de pessoas.
O próprio Péricles foi vítima da peste, morrendo em 429.
Com isso, as cidades dominadas pela Liga de Delos aproveitaram-se do enfraquecimento de Atenas e se revoltaram.
Com o poderio da cidade abalado, o governo foi retomado pela Aristocracia.
Em 421 antes de Cristo, Nícias, um aristocrata, assinou um tratado de paz com Esparta, mas essa trégua durou pouco.
Em 415 a guerra recrudesceu.
Contando com o apoio do rei da Pérsia, Esparta consegue derrotar Atenas no mar e por terra,  impondo-lhe rendição em 404 antes de Cristo.
Começa assim um período de hegemonia de Esparta.
No entanto, não interessava aos Persas fortalecer qualquer das cidades gregas.
Assim é que, em 396 antes de Cristo, apoiaram uma liga de cidades gregas que se insurgiram contra Esparta, entre as quais se destacavam Tebas e Atenas.
Os conflitos entre as cidades gregas sucederam-se.
Atenas recobrou seu poderio e conseguiu voltar a se impor por um curto período.
Ao assinar o acordo de paz com o rei da Pérsia, Esparta reconheceu o domínio dele sobre os Gregos da Ásia, enfraquecendo-se cada vez mais.
Na verdade, através de sucessivos conflitos, as cidades gregas foram se alternando no poder, culminando com a hegemonia de Tebas, que se impôs graças à liderança de Epaminondas.
Mas o domínio Tebano durou pouco tempo (371 a 362 antes de Cristo).
Marcada pelas conseqüências das Guerras do Peloponeso e por rivalidades internas, a Grécia tornara-se um alvo fácil para outros conquistadores.
A Macedônia, região situada ao Norte e governada por Filipe II, conquistou toda a Grécia.
Cercada por grandes montanhas e vales férteis, essa região possuía uma economia fundamentada na agricultura e no pastoreio.
Assim, em comparação com as cidades gregas, comercialmente desenvolvidas e urbanizadas, a Macedônia, era considerada atrasada.
Os Macedônios eram povos de origem ariana.
Sua organização política, baseada na nobreza territorial, apoiava-se em uma economia agrária bastante rudimentar.
Os ricos proprietários de terras, em número muito pequeno, exploravam os camponeses pobres e escravos.
Por outro lado, devido a sua posição geográfica, eram freqüentemente ameaçados por regiões vizinhas como a Ilíria, a Trácia e o Epiro.
Esses fatores obrigaram os Macedônios a se tornarem um povo prático e extremamente combativo.
Em meados do século IV antes de Cristo, Filipe II da Macedônia, alguns anos antes de assumir o poder, viajou por toda a Grécia para conhecer seu modo de vida e costumes.
Em Tebas, percebeu que as guerras e rivalidades entre as cidades haviam enfraquecido os Estados gregos.
Observou, também, a organização do exército Tebano e familiarizou-se com o uso de longas lanças de madeira introduzidas pelo grande estrategista Epaminondas.
Ao assumir o poder em 356 antes de Cristo, uma das primeiras medidas de Filipe II foi limitar o poder da nobreza, distribuindo suas terras entre os camponeses pobres.
Dessa forma, passou a contar com o apoio de uma classe numerosa, o que lhe permitiu a formação de um exército de milhares de soldados.
Armadas de escudos e lanças de madeira, essas forças militares – que tinham na Falange seu ponto forte – conseguiram vencer os tradicionais inimigos da Macedônia.
Ao mesmo tempo, Filipe II fortaleceu a economia do país, desenvolvendo o comércio e aumentando a exploração das jazidas de ouro.
Além disso, as reformas econômicas e militares de Filipe II criaram a base de um aparelho de Estado destinado, acima de tudo, a manter uma política imperialista.
Aproveitando a forte crise que enfraquecia as Cidades Gregas - resultado das lutas internas iniciadas com a Guerra do Peloponeso –, Filipe II conquistou alguns aliados entre os Gregos, que viam na dominação Macedônica a única forma de união e de superação das divergências internas.
Filipe II usou de toda sua habilidade para conseguir adeptos.
Para isso, instigava os Gregos contra os Persas e procurava demonstrar a necessidade de se unirem para combatê-los.
Nesse sentido, contou com a importante colaboração de Isócrates, pregador de uma cruzada grega contra os persas.
As intenções do imperialista Filipe II eram evidentes.
No entanto, somente Demóstenes, o grande orador Ateniense, tinha consciência do perigo e passou a alertar seus concidadãos na Eclésia de Atenas.
Em conseqüência, formaram-se dois grupos políticos: Os 31 Filomacedônicos, liderados por Ésquines, que viam em Filipe II o salvador da Grécia; e os Antimacedônicos, liderados por Demóstenes, que pregavam a união dos gregos contra Filipe II.
No entanto, quando os Gregos perceberam o perigo que representava a política Macedônica, já era tarde.
Apoiando-se nos grupos Filomacedônicos, organizados em todas as cidades gregas, a Falange Macedônica derrotou os Atenienses e os Tebanos na Batalha de Queronéia, em 338 antes de Cristo.
Em seguida, Filipe II apoderou-se do restante da Grécia.
Todavia, conhecedor do individualismo das cidades gregas, Filipe II preservou sua autonomia e respeitou suas instituições.
Desse modo, pôde reivindicar o direito de chefiar uma liga militar contra os Persas – a Liga de Corinto.
Filipe II já havia assentado as bases militares para a invasão da Pérsia quando foi assassinado, durante a cerimônia de casamento de sua filha.
Tão logo se espalhou a notícia da morte do Rei da Macedônia, cidades gregas como Tebas e Atenas começaram a se revoltar.
Por outro lado, os numerosos filhos de Filipe reivindicavam a sucessão do pai.
Alexandre, filho legítimo de Filipe II, que contava na época com apenas 20 anos de idade, resolveu a questão por meio da violência.
Montou uma armadilha para os irmãos, assassinando-os no meio de um banquete.
Além disso, usou de extrema brutalidade para com os revoltosos.
As Cidades Gregas rebeldes foram arrasadas e seus habitantes escravizados.
Dessarte, com um exército de 35.000 homens e 169 navios, constituído na maioria por Macedônios e pequenos contigentes das Cidades Gregas, Alexandre desembarcou na Ásia.
Na primeira batalha em 334 antes de Cristo, venceu os Sírios junto ao Rio Górdio.
No ano seguinte, desbaratou um imenso exército Persa comandado pelo próprio Dario III na Planície de Issos.
Em seguida, tomou o Porto de Tiro, na Fenícia.
Fiel a sua política de enfraquecer ao máximo o inimigo antes de chegar ao centro do império, Alexandre deslocou-se para o Egito, onde encontrou pouca resistência, sendo recebido como um verdadeiro deus pelos sacerdotes locais.
Alexandre incorporou o exército Egípcio às suas divisões e invadiu o território Persa em 331 antes de Cristo, defrontando-se com inimigo na Planície de Gaugamela.
Por isso, com a vitória, abriu-se caminho para a conquista das cidades Persas.
O Rei Dario III foi assassinado, e Alexandre coroado Rei da Pérsia.
Com isso, as tropas Macedônicas continuaram a marchar até a Índia.
Porém, ao chegarem às margens do Rio Indo, os soldados se recusaram a avançar.
Alexandre, então, dividiu seu exército e voltou a Mesopotâmia.
Na Babilônia, foi acometido por uma febre vindo a falecer em 323 antes de Cristo, com apenas 33 anos de idade.
Alexandre, não deixou herdeiros.
Devido às diferenças sócio-culturais, o imenso império que conquistou foi dividido entre seus generais, formando os Estados Helenísticos.
O Reino do Oriente incluía a Dinastia dos Selêucidas e compunha-se da Síria, Mesopotâmia e Ásia Menor.
O Reino do Egito foi herdado por Ptolomeu.
O Reino da Macedônia, que incluía toda a Grécia, ficou com o general Antígono.
Além disso, formaram-se em outras regiões do Império, pequenos reinos, como o de Pérgamo, que teve grande desenvolvimento.
As Cidades Gregas voltaram a ter um curto período de relativa independência, mas no século II antes de Cristo, foram conquistadas pelos Romanos.
Assim, a Civilização Helenística é resultado da fusão entre a cultura grega e a cultura do Oriente, principalmente Persa e Egípcia.
Em função do expansionismo Macedônico, o centro econômico deslocou-se da Grécia Continental para outros centros do Oriente, como Pérgamo, Alexandria e Antioquia.
Essas regiões beneficiaram-se economicamente dos novos caminhos abertos por Alexandre e da circulação de moedas, decorrente do aumento da produção de ouro e prata.
A cidade de Alexandria fundada no Egito transformou-se em centro da Civilização Helenística e seus museus e bibliotecas tornaram-se conhecidos no mundo inteiro.
Por outro lado, manteve-se a importância da economia agrícola, baseada no uso intensivo da mão de obra escrava.
Os Reinos Helenísticos constituíam-se de Estados centralizados, governados por Déspotas considerados divinos e cercados por imensa e privilegiada burocracia.
Um poderoso aparato de Estado assegurava o domínio de uma massa miserável de servos e escravos.
A filosofia desenvolveu-se de maneira extraordinária, com correntes filosóficas como o Epicurismo e o Estoicismo, que criticavam com vigor o escravismo.
Mas foi principalmente nas ciências que o Helenismo conseguiu suas maiores conquistas.

Com isso, Fábio, enquanto ministrava sua aula, percebeu que alguns alunos conversavam entre si. Assim, imediatamente chamou-lhes a atenção:
-- O que está havendo aqui? Alguém pode me explicar? Afinal de contas, há semanas que eu estou percebendo que os senhores não estão prestando a devida atenção às minhas aulas. Por acaso é algum problema comigo?
Ao ouvirem isso, algumas alunas negaram ter qualquer tipo de problema com ele.
Mas, conforme os garotos continuaram a conversar, Fábio imediatamente intimou-os para que se retirassem da classe.
Os alunos em número de cinco, ao serem expulsos da classe, começaram a discutir com o professor.
Considerando-se injustiçados, teimaram em não sair da classe.
Fábio, então, já bastante irritado com o comportamento provocativo dos alunos nas últimas semanas, ameaçou levar o caso a diretoria, caso eles não se comportassem dentro da classe.
Isso por que, enquanto explicava a história dos gregos, os alunos, em vez de prestarem atenção nas suas explicações, passaram todo o tempo conversando.
Por isso mesmo, enquanto ministrava sua aula, teve que interromper várias vezes a explicação da matéria, para chamar a atenção dos alunos.
E assim, o comportamento dos garotos estava comprometendo o desenvolvimento normal da aula.
Porém, de nada adiantavam as admoestações.
Era sempre assim.
Chamava a atenção de um aluno, aí então seguiam-se alguns minutos de calmaria.
No entanto, após esses minutos, o burburinho continuava.
E por mais que ele chamasse a atenção dos garotos, nada adiantava.
Enervado com isso, tomou a seguinte atitude.
Firme e decidido, chegou a dizer:
-- Se os senhores não aprovam minha didática, é melhor sugerirem algo melhor. O que eu não vou admitir que é façam pouco caso da minha aula. Se os senhores não se interessam por história, eu só posso lamentar. Mas enquanto estiverem em classe, assistindo minha aula, os senhores deverão prestar atenção em tudo o que eu falo. Estão ouvindo? Por que não me custa nada mandar o caso para a direção da escola analisar. Se eu tiver que fazer isso, não duvidem que eu o farei. – disse e saiu da classe.
E assim, os alunos ficaram sozinhos na classe.
Ao ouvirem isso, mesmo os rapazes ficaram preocupados.
Afinal, e se ele fizesse o que realmente prometeu?
Diante das circunstâncias, o melhor a fazer era não provocá-lo mais.
Mas ainda assim, a rivalidade com o professor, não estava resolvida.
Isso por que, sempre que ouviam das meninas que Fábio era um professor muito interessante e legal, eles logo retrucavam:
-- Ah, ele nem é tão bonito assim.
-- É. E eu nem sei o que vocês viram nele. – emendava outro.
Por isso, sempre que as garotas ficavam tecendo comentários a respeito da beleza do professor, eles logo criavam defeitos para ele.
Alegavam que ele era muito mais velho que qualquer um deles, que estava por fora das novidades, que o papo dele era muito cansativo, e que a aula dele nem era tão boa assim.
Mas, mesmo assim, nos dias seguintes, para espanto de Fábio, não houve nenhum problema em classe.
Prevenidos sobre a possibilidade de o professor levar o assunto para a direção, os garotos resolveram se acalmar.
Todavia, não fosse a apatia de Leonora, tudo estaria bem.
Isso por que, ao contrário das semanas anteriores, a moça não estava tão atenta as aulas, como antes.
Dedicada e atenta, sempre respondia as indagações do professor, assim como procurava participar ativamente das outras aulas.
Sim por que, Leonora, ao contrário de boa parte de suas colegas de escola, adorava as aulas de literatura, geografia, etc.
Por isso também em oposição a suas colegas, costumava participar das aulas.
Enfim, era uma aluna dedicada.
Fábio, ao perceber o desinteresse da moça pela aula, ficou preocupado.
Tal comportamento se deu, em razão dos últimos acontecimentos que sucederam em sua vida.
Leonora estava tendo problemas.
Certa vez a moça, ao voltar para casa, depois de um passeio com colegas e amigos, percebeu que alguém a seguia.
Preocupada, logo que percebeu isso, começou a caminhar apressadamente.
Mas seu perseguidor, ao perceber que ela apertava o passo, também passou a andar mais depressa.
A moça, ao ouvir o barulho dos passos, passou então a correr.
Nisso, o rapaz que a seguia, fez o mesmo.
Com isso, Leonora passou a correr mais e mais depressa.
Mas, por mais que corresse, parecia que o rapaz estava mais e mais próximo.
Sua sorte foi que, em certa altura, um conhecido a abordou.
Estranhando a aflição da moça, foi logo a convidando para entrar em sua casa, para conversarem sossegadamente.
Nisso, o rapaz que a seguia, ao perceber a aproximação de um conhecido da garota, tratou logo de sumir dali.
E Rogério, um antigo amigo de Leonora, preocupou-se ao vê-la tão intranqüila.
Afinal, Leonora estava sempre tão calma.
Percebendo-a tão nervosa foi logo lhe oferecendo água com açúcar.
Assim, foi até a cozinha e lhe preparou a água.
Em seguida, foi até a sala e ofereceu a água.
No que a moça bebeu o conteúdo do copo.
Ao terminar de beber a água com açúcar, a moça explicou que alguém a seguia.
Isso por que, ao retornar para sua casa, percebeu que alguém a acompanhava.
Por isso, tratou logo de apertar o passo e aumentar o ritmo de seu caminhar.
Mas, para seu desespero, a pessoa que a seguia também aumento o ritmo de suas passadas.
Com isso, ao perceber que a pessoa não desistira de continuar a segui-la, passou então a correr.
Mas, também não adiantou, pois quem a seguia começou igualmente a correr.
Por esta razão, a perseguição só acabou quando ele apareceu.
Assim, só restava a Leonora agradecer o rapaz, o que fez depois de lhe explicar o que estava acontecendo.
Ao ouvir as explicações de Leonora, Rogério, preocupado com o que havia ocorrido, se prontificou a acompanhá-la até sua casa.
Muito embora a moça não morasse muito longe dali, diante do que ocorrera minutos atrás, não havia como deixá-la voltar sozinha para casa.
Assim, depois que a moça se acalmou um pouco, Rogério tratou de levá-la para casa.
Com isso, embora não tenha chegado tarde, seus pais, ao constatarem que já passava das quatro horas da tarde, ficaram preocupados.
Por isso, logo que Leonora chegou em casa, estes lhe indagaram sobre o que tinha ocorrido para ter chegado tão tarde.
Mas, esta, chateada que estava com o que tinha ocorrido, não quis saber de conversa, foi logo para seu quarto, e de lá só saiu no dia seguinte.
Não saiu de lá nem para jantar, muito embora seus pais tenham insistido para que ela saísse do quarto e conversasse com eles.
Seu Clóvis e Dona Leonilde estavam preocupados com Leonora.
Mas, de nada adiantou a insistência dos mesmos, para que a moça saísse do quarto.
Leonora ficou o restante da tarde e durante toda a noite, reclusa.
Entretanto mesmo depois de uma longa noite pensando em como faria para evitar que o incidente se repetisse, não conseguiu encontrar nenhuma solução.
E de tão triste, seus pais perceberam que estava demudada.
Mas, novamente a garota não quis saber de conversa.
Mesmo preocupados Dona Leonilde e Seu Clóvis, nada podiam fazer.
Pacientes, esperariam que Leonora resolvesse conversar com eles.
Contudo, apesar do passar dos dias, nada mudava.
Cada vez mais reclusa em seu quarto, seus pais não sabiam mais o que fazer para animá-la.
Sempre que sugeriam dar um passeio, Leonora rejeitava a proposta.
Além disso, sempre que Dona Leonilde e Seu Clóvis tentavam conversar com a filha sobre o que estava acontecendo, esta lhes respondia com evasivas.
Enfim, conforme os dias foram se seguindo, Dona Leonilde e Seu Clóvis ficaram cada vez mais apreensivos.
Muito embora soubessem que havia algo errado, não sabiam como proceder.
Foi então que após procurarem Rogério, o rapaz, percebendo a preocupação de ambos, resolveu falar.
Comentando então, sobre o estranho homem que a seguira, Dona Leonilde e Seu Clóvis ficaram deveras preocupados.
Afinal de contas, se alguém a estava seguindo, eles deviam tomar alguma providência, visando evitar que ocorresse um dano maior.
Nesse ponto, até mesmo o rapaz foi obrigado a concordar.
Assim, Rogério, preocupado com o comportamento de Leonora, aconselhou seus pais, a tentarem descobrir se algo teria acontecido, ou mesmo se ela conhecia o rapaz.
Isso por que, apesar do susto que Leonora sofrera, achava um tanto estranho o comportamento da moça.
Afinal de contas, se realmente havia alguém seguindo-a, o primeiro cuidado que ela deveria ter tomado após chegar em casa, era ter chamado a polícia.
Assim, advertidos pelo rapaz do que se sucedera com Leonora, Seu Clóvis e Dona Leonilde foram imediatamente até a Delegacia.
 Ao lá chegarem, os pais de Leonora foram conversar com o delegado.
Afirmaram que sua filha havia sido seguida dias atrás, por um sujeito desconhecido.
Contudo, ao serem atendidos pelo delegado, este afirmou que não havia com que se preocupar.
Afinal de contas aquela era uma cidade demasiado tranqüila.
Assim, apesar do cuidado dos dois em relatar a polícia que Leonora estava sendo seguida, o delegado não tomou nenhuma medida.
Simplesmente recomendou a eles que não deixassem a garota sozinha.
Que esta sempre que fosse sair, que fosse acompanhada por alguma colega.
Contudo, se isso tornasse a acontecer, deveriam informar imediatamente a polícia.
Por esta razão, Dona Leonilde e Seu Clóvis, demasiado assustados que estavam com os fatos ocorridos com a filha, resolveram que não iriam esperar mais para comentarem com a filha sobre o que teria se sucedido.
Com isso, depois que voltaram da Delegacia, foram até o quarto de Leonora.
Mas esta, ao ser interpelada pelos pais, mais do que depressa, desconversou.
Não queria falar com eles.
Seu Clóvis no entanto, não se deu por vencido, e insistiu com a filha.
Preocupado, queria saber o que estava acontecendo.
Além disso, sabia que ela lhe contasse tudo o se sucedera, ele poderia ajudá-la.
Mas Leonora não quis saber de conversa.
Aborrecida, disse não houve nada de mais, só que ela não gostou do incidente.
Seu pai, todavia, não ficou nem um pouco convencido com suas explicações.
Isso por que, tudo demonstrava que Leonora escondia algo de seus pais.
-- Mas o quê? O que teria se sucedido para que Leonora ficasse tão triste e tão nervosa? – Perguntavam-se Seu Clóvis e Dona Leonilde.
Tudo isso em razão do comportamento arisco da moça, pois, toda vez que seus pais tentavam lhe falar, esta lhes respondia que queria ficar só.
Assim, Leonilde e Clóvis não tinham como conversar sobre o assunto.
Do jeito que Leonora estava triste, comentar sobre o incidente só a tornaria ainda mais arredia.
Por conta disso, chegaram até a pensar que talvez tivesse mais algum problema sério perturbando a tranqüilidade da moça.
Talvez algum problema na escola.
Mas, não sabiam ao certo.
Para piorar, conforme os dias se seguiam, mais e mais se denotava a tristeza da moça.
Por isso, Fábio, ao constatar que a situação se agravava, foi logo se aproximando da moça, com o intuito de ajudá-la.
Isso por que, sabia que algo errado estava acontecendo.
Assim, ao término da aula, ao perceber que a moça arrumava seu material, para sair, pediu a ela que esperasse um pouco, antes de ir embora.
Ao ouvir o pedido do professor, assentiu com a cabeça, concordando.
Com isso, ao terminar de arrumar as suas coisas, foi até a mesa do professor e perguntou:
-- Sim, o que senhor quer falar comigo, professor?
-- Nada de mais. Eu só quero saber por que a senhorita está tão desatenta a minha aula?
-- Eu não estou desatenta. – retrucou a moça.
-- Me desculpe mas está sim. Já faz alguns dias que a senhorita não presta atenção nas minhas aulas. O que está acontecendo? Quem sabe eu possa te ajudar?
-- Não é nada professor. Me desculpe, prometo que não vou mais ficar distraída em suas aulas.
-- Leonora, a questão não é essa. Mas tudo bem. Eu não vou insistir, se a senhorita não quer falar sobre isso, eu vou respeitar. Em qualquer caso, se tiver algo que eu possa fazer a esse respeito, pode vir falar comigo. Eu vou estar sempre disponível. Está bem? Não tenha receio em me falar.
-- Está bem, professor. Obrigada. – respondeu já pegando seu material escolar e saindo da classe.
-- Tchau, professor.
-- Tchau. Até semana que vem.
E assim se encerrou a conversa entre os dois.
Tal fato contudo, não tranqüilizou nem um pouco o professor.
Isso por que, este em percebendo que algo estava indo mal, queria fazer algo para ajudar a moça.
Mas como, se a própria moça não queria lhe contar o que estava acontecendo?
O que poderia fazer?
Preocupado, pensou em chamar os pais da garota para conversar.
Quem sabe, eles soubessem como resolver o problema?
Mas, cauteloso, achava que seria precipitado chamar os pais de Leonora.
Afinal, o que poderia alegar para estar chamando-os?
Enfim, a situação era delicada.
Por isso, precisava agir, com o máximo de cuidado possível.
Mas, para sua surpresa, ao final de alguns dias, Leonora retornou as suas atividades normais.
Novamente participativa, nem parecia a mesma garota triste de antes.
Ao perceber isso, mais do que depressa, o professor se tranqüilizou.
Depois de ficar por todo o final de semana pensando em como chamar os pais da moça para uma conversa informal, não tinha mais com o que se preocupar.
Aparentemente estava tudo resolvido.

Luciana Celestino dos Santos
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