As brumas que nunca cessam
A tornar gélido o ar das manhãs
A gelar ainda mais a noite
Madrugando o amanhecer do sol
Passos lentos, vagarosos
Tendo o frio, e o vento por companhia
A solitude de um dia que nem bem começou
Solidez dorida de um dia invernal
Sinto uma noite escura
Um breu sem luar
O silêncio da noite
O vento a fazer barulho
Em contraste com a desolação do cenário
Como é difícil levantar para ir ao trabalho
Em dias tão tristes,
Onde o frio do inverno nos faz companhia
Assolando-nos por toda a manhã
E ás vezes por todo o dia
Noite escura a nos envolver na volta para casa
Vento frio a nos invadir
Vontade de para casa voltar
Durante o dia, pressa, correria
Trabalho
Labor, muito labor
Na volta, a vontade de um pouco descansar
Esquecer a dureza do cotidiano
A faina diária
As decepções, os dissabores
As injustiças submetidas
A todos impingidas
Esquecer que por vezes,
Que a vida é tão dura e difícil!
Que vontade de permanecer neste mundo de sonho
Onírico a nos embalar
A beleza das canções
Os momentos bonitos vividos
Projetos a iniciar
Sonhos a se materializar
Uma vida inteira a se transfigurar
Manhãs madrugadeiras a beira mar
A beleza do oceano a contemplar
Mares, imensos mares
Férias na praia
Em criança
A contemplar e a brincar no mar
Pedaladas a beira mar
A contemplar o ir e vir das águas
Ondas a beijarem a areia
Revoltas, a tudo invadir
A se aninharem por toda a faixa de areia
Ou então, a se recolherem para dentro de si
As espumas das ondas, brancas
A contrastarem com o dourado das areias
De longe, avistar o movimento dos banhistas
O ir e vir de frágeis e pequenos barcos
A emoldurarem a entrada do rio
Com sua maré bravia, e suas pedras
Perto das serras verdejantes
Ora reveladas pela beleza do sol
Ora escondidas atrás de brumas
Nevoeiro das manhãs
Os barcos circundam o mar e fazem par com o ambiente
Pequenos coqueiros e chapéus-de-praia, emolduram o cenário
Embelezam o lugar
O vento a servir de obstáculo ao caminhar
Lentas passadas, tímidas pedaladas
A ganhar distância,
Apreciar a bela paisagem natural
As construções citadinas, os quiosques
Curiosos nomes
Cuidar das flores do jardim da bela casa
Viver, ler
Eterno debruçar sobre o conhecimento
Por seu querer,
Passei madrugadas a ler,
Sobre a beleza e a dureza, que habitam as humanas relações
Contemplei a poucos passos, a miséria humana
O sofrimento de personagens
Que de tão humanamente descritos,
Parecem tão reais!
Poderiam, e de certa forma são
Os nossos amigos de todas as horas
Quando as personagens de nossa vida real, enfim, nos faltam
Um livro, velho amigo
Antigo conhecido
A amplificar nossa visão de mundo
A nos trazer as melhores promessas de um mundo melhor
Como as boas músicas a nos traduzirem
As nossas melhores emoções
Quantas vezes a sensação de que a música
Diz ao mundo o que queremos
Quando nos faltam as palavras
Quantas canções a parecer que foram feitas para nós
A permanecer conosco a embelezar nossas vidas
A enfeitar nossas almas
A nos enriquecer de vida interior
A fazer um par sem igual com a literatura
Poesia em forma melódica
Fruto de nossas melhores cabeças pensantes
Nestas horas, sinto um orgulho imenso em minha nacionalidade,
A brasileira!
Belas pessoas a construírem este país
Quanta personalidade na literatura, na música e nas artes!
Povo valoroso que és!
És belo e forte pela própria natureza!
Ó impávido colosso!
E o seu futuro a espelhar muita grandeza!
Rico contraste entre a riqueza
Das artísticas criações
Cálidas e acolhedoras
E o frio inverno a nos rondar
Deixando-nos embalados em muito pano!
Vinho quente a nos aquecer
Percorrendo nossas gargantas
Muita música a lembrar nossas mais ricas tradições
Canções de raiz,
Homenagem a nossa origem rural
Lindo mês de festividades!
Bandeirolas coloridas
A emoldurar o painel de nossas memórias
Bruma a se dissipar no coração
Outono a se dissipar
Inverno a se aproximar
Logo dará lugar a primavera
E novos sóis irão se fazer
Ante nossos maravilhados olhos
E o inverno se desabrochará em lindas flores
Primaveras, rosas, hortências
A azular e encher de cores diversas
O jardim de minha vida
As flores de minha existência!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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