Poesias

sábado, 18 de janeiro de 2020

AS BRUMAS

As brumas que nunca cessam
A tornar gélido o ar das manhãs
A gelar ainda mais a noite
Madrugando o amanhecer do sol

Passos lentos, vagarosos
Tendo o frio, e o vento por companhia
A solitude de um dia que nem bem começou

Solidez dorida de um dia invernal
Sinto uma noite escura
Um breu sem luar
O silêncio da noite
O vento a fazer barulho
Em contraste com a desolação do cenário

Como é difícil levantar para ir ao trabalho
Em dias tão tristes,
Onde o frio do inverno nos faz companhia
Assolando-nos por toda a manhã
E ás vezes por todo o dia

Noite escura a nos envolver na volta para casa
Vento frio a nos invadir
Vontade de para casa voltar

Durante o dia, pressa, correria
Trabalho
Labor, muito labor

Na volta, a vontade de um pouco descansar
Esquecer a dureza do cotidiano
A faina diária
As decepções, os dissabores
As injustiças submetidas
A todos impingidas

Esquecer que por vezes,
Que a vida é tão dura e difícil!

Que vontade de permanecer neste mundo de sonho
Onírico a nos embalar
A beleza das canções
Os momentos bonitos vividos

Projetos a iniciar
Sonhos a se materializar
Uma vida inteira a se transfigurar
Manhãs madrugadeiras a beira mar
A beleza do oceano a contemplar

Mares, imensos mares
Férias na praia
Em criança
A contemplar e a brincar no mar
Pedaladas a beira mar
A contemplar o ir e vir das águas

Ondas a beijarem a areia
Revoltas, a tudo invadir
A se aninharem por toda a faixa de areia

Ou então, a se recolherem para dentro de si
As espumas das ondas, brancas
A contrastarem com o dourado das areias

De longe, avistar o movimento dos banhistas
O ir e vir de frágeis e pequenos barcos
A emoldurarem a entrada do rio

Com sua maré bravia, e suas pedras
Perto das serras verdejantes
Ora reveladas pela beleza do sol
Ora escondidas atrás de brumas
Nevoeiro das manhãs

Os barcos circundam o mar e fazem par com o ambiente
Pequenos coqueiros e chapéus-de-praia, emolduram o cenário
Embelezam o lugar

O vento a servir de obstáculo ao caminhar
Lentas passadas, tímidas pedaladas
A ganhar distância,
Apreciar a bela paisagem natural

As construções citadinas, os quiosques
Curiosos nomes
Cuidar das flores do jardim da bela casa

Viver, ler
Eterno debruçar sobre o conhecimento
Por seu querer,
Passei madrugadas a ler,
Sobre a beleza e a dureza, que habitam as humanas relações

Contemplei a poucos passos, a miséria humana
O sofrimento de personagens
Que de tão humanamente descritos,
Parecem tão reais!

Poderiam, e de certa forma são
Os nossos amigos de todas as horas
Quando as personagens de nossa vida real, enfim, nos faltam

Um livro, velho amigo
Antigo conhecido
A amplificar nossa visão de mundo
A nos trazer as melhores promessas de um mundo melhor

Como as boas músicas a nos traduzirem
As nossas melhores emoções
Quantas vezes a sensação de que a música
Diz ao mundo o que queremos
Quando nos faltam as palavras

Quantas canções a parecer que foram feitas para nós
A permanecer conosco a embelezar nossas vidas
A enfeitar nossas almas
A nos enriquecer de vida interior
A fazer um par sem igual com a literatura

Poesia em forma melódica
Fruto de nossas melhores cabeças pensantes

Nestas horas, sinto um orgulho imenso em minha nacionalidade,
A brasileira!
Belas pessoas a construírem este país

Quanta personalidade na literatura, na música e nas artes!
Povo valoroso que és!
És belo e forte pela própria natureza!
Ó impávido colosso!
E o seu futuro a espelhar muita grandeza!

Rico contraste entre a riqueza
Das artísticas criações
Cálidas e acolhedoras

E o frio inverno a nos rondar
Deixando-nos embalados em muito pano!

Vinho quente a nos aquecer
Percorrendo nossas gargantas
Muita música a lembrar nossas mais ricas tradições

Canções de raiz,
Homenagem a nossa origem rural
Lindo mês de festividades!

Bandeirolas coloridas
A emoldurar o painel de nossas memórias
Bruma a se dissipar no coração

Outono a se dissipar
Inverno a se aproximar
Logo dará lugar a primavera
E novos sóis irão se fazer
Ante nossos maravilhados olhos

E o inverno se desabrochará em lindas flores
Primaveras, rosas, hortências
A azular e encher de cores diversas
O jardim de minha vida
As flores de minha existência!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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