Um brinde.
O silêncio nos faz pensar no quanto de coisas que se deixa de brindar.
Em poucos minutos se ouve o tilintar dos copos tocando uns nos outros com seu cristal.
Todos se sentam e ouvem um breve relato, viagem antiga.
Agora neste momento declarado tão brilhante e luminoso, quero pedir que leiam
estas palavras que estou explorando para descrever tal situação:
“Apaixonante.
O simples dia começar, e o sol aparecer e clarear o céu.
Posso
observar de longe o morro alto enfeitando as rochas altaneiras e íngremes a beira-mar.
As falésias a encantar o morro isolado ao longe.
Feitiço do mar argento, cor de prata,
por reflexos da luz da lua.
Nesse ponto de vista é belíssimo, de uma grandeza inominável.
A areia fofa e macia refletindo os clarões do dia e da noite, o mar bravio que se
irrompe em ondas violentamente.
Arroja contra a areia seu ímpeto destruidor, constrói
sulcos na areia e forma a morada de animais marinhos.
Ao longe o vôo solitário de uma
gaivota.
Creio eu, que todo este espetáculo foi feito para nós, ledo engano.
Isso só serve para
mostrar o quanto nós somos arrogantes e pretenciosos.
A beleza, a natureza, nada disso foi
feito para nós e sim para enriquecer a nossa vida.
Ainda no morro, o morro, velho morro, se observa a colocação de fortes que em
tempos mais antigos, serviram como proteção contra eventuais invasões estrangeiras.
Dentro desse forte se observa a beleza de suas construções.
Muitas delas datam do século XVI e mostram a opulência do período.
No interior do
forte, canhões primitivos cercam estas antigas construções e reforçam a idéia de que este é
um ponto estratégico para uma conquista militar.
O morro possibilita uma visão privilegiada deste litoral agreste, rude e indócil.
Em tempos remotos sua imensidão possibilitou a muitos navegantes sem rumo a sua
visão na imensidão do mar e serviu como bússola orientadora.
Talvez por isso, muitas pessoas o chamem de farol.
Próximo a este lugar existe um
lugarejo onde as pessoas vivem da pesca.
Tudo isso remonta a origem de muitos lugares.
O mar, eterno mar.
As águas revoltas indo e voltando, trazendo vida.
Os coqueiros
balançando parecem acenar para quem os vê.
Tudo funcionando harmoniosamente como se fosse um precioso bailado.
Tremulam ao sabor da coreografia dos ventos.
O vento salobro, como gosto e cheiro de maresia.
Na areia, depósito do sal do mar,
existem conchas das mais variadas formas.
Muitas delas já sem seu hóspede, morador.
A vida se mostra aí, verdadeiramente
selvagem.
Como diriam os evolucionistas, somente os mais fortes saem vivos destas batalhas!
No mar existe uma grande diversidade de seres vivos: pólipos, seres dotados de um
corpo em forma de guarda-chuva, moluscos – o polvo, por exemplo –, peixes, crustáceos
como camarões etc.
E tudo isso mostra a grandeza da vida...”
Fim do relato.
Tudo transcorreu de maneira tão lenta e suave que ninguém notou que o tempo
passou.
A manhã surgiu e por trás do relato tão rico que se formou pela beleza de seus
detalhes, está uma doce azulada e luminosa manhã. Ao abrir das janelas se pode sentir o
suave bafejar do dia, os sons benfazejos dos pássaros que cantam tornando a manhã mais
cálida.
Mais um dia que começa.
Feliz Ano 2000
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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