Uma coisa muito antiga aconteceu porventura em um lugar distante.
Vou lhe contar uma linda história de uma indiazinha.
“Seu nome era Jaci.
Conhecida como filha da lua, era adorada por todos os
habitantes de sua aldeia.
Jaci, costumava passear pela floresta e sentar-se a beira de um lago.
No lago
costumava pensar sobre o amor que viveria.
Um lindo índio a levaria para longe de sua tribo?
No entanto, por mais por mais que perguntasse não encontrou resposta, e triste
voltou para casa, sua oca, onde ajudava a fiar e tecer.
Outro dia voltou ao lago para pensar.
Ficou admirando a beleza do lago.
Suas águas límpidas das quais retiravam os índios
o seu sustento.
Usavam também as águas para se refrescarem, pois não tinham vergonha da
nudez.
Vergonha imposta pelos brancos durante a colonização.
A indiazinha contemplou tanto a beleza das águas que nem sentiu o tempo passar e
a noite chegar com suas estrelas brilhantes, e a lua prateada e redonda, com sua
luminosidade refletida nas águas do lago.
A noite que foi trazida pela curiosidade dos índios era a clara forma de prisão de
uma nação.
Jaci então se espantou com o espetáculo da lua, pois nunca tinha visto coisa assim
antes, e de tanto contemplar a lua refletida nas águas se enamorou desta.
Queria a lua perto
de si, e foi triste que ouviu os chamados de “Jaci, Jaci”.
Ouvindo ser chamada, ficou entristecida e começou a chorar.
Não queria voltar para
casa, queria estar perto de seu amor.
As lágrimas começaram a tomar forma.
Como os chamados não cessaram, num desenfreado desespero Jaci se atirou para
dentro do rio.
Amanhecendo novamente, o luar se despediu com seu brilho noturno e deu lugar ao
astro-rei, o sol maior.
O dia transcorreu em trabalhos.
Os índios foram caçar, outros foram pescar.
As índias teceram e fiaram lindas redes,
cocares, coisas mil.
Cuidaram da oca e do futuro de sua tribo.
Anoiteceu novamente e com a noite liberta de dentro de um coco, veio a lua, também
chamada Jaci, e no lago em suas águas agora mais elevadas, surgia uma bela flor aquática
com uma bandeja verde e no centro uma delicada flor vermelha.”
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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