A noite escurecida de um longo carnaval, confetes se espalham pelo ambiente ao
sabor do vento que sussurra noites mil, marchinhas inesquecíveis.
A lua risonha, murmura
baixinho, não fazendo barulho para o astro rei não acordar de seu sonho profundo, zangado
por causa da folia que por cá ocorre todos os anos numa repetição sem fim.
Ah! Carnavais Antigos, os velhos te saúdam com saudade dos tempos idos do
carnaval de rua, tempos de melindrosas e pierrôs, colombinas, as fantasias tradicionais,
detalhes delicados, lindos babados, o confete e a serpentina que se espalham pelo salão ao
sabor do vento, derramando-se pelas ruas.
As mocinhas ricamente fantasiadas, das mais variadas formas, o rosto carregado de
maquiagem, o olhar lânguido, envolvente...
Depois, ao terminar a passagem dos carros pela
rua, o desfile de cortejos e também o espaço aberto, o banho noturno no mar, as fantasias
de crepom que se desfazem na água.
O entrudo, a guerra de água e farinha.
Dizem os mais velhos, carnaval assim não
mais existe.
Agora a realidade.
A apoteose de um longo passear, desfile de cores, penas e plumas,
grandes adornos, figuras mitológicas, representações do enredo, shows de fumaça e fogo.
Tudo agora é right-tech, altos recursos para agradar a platéia agora delirante diante do
desfile de imagens, mulheres semi-nuas, muitas sem corpo para fazerem isso, pura exibição
de um momento efêmero que se extinguirá com a mesma rapidez com que as horas velozes
do tempo passam, levando até mesmo a beleza de um momento tão mágico e fantástico.
O Carnaval, O Maior Espetáculo da Terra.
Encerro aqui o meu relato deste artefato.
O Carnaval.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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