Poesias

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

AS CANÇÕES DE MINHA HISTÓRIA

As vitrines com suas belas roupas,
Acessórios e enfeites a adornarem as vidraças
Cenário em contraste com os carros as passar
As passadas apressadas dos pedestres

Todos a correr em busca de um sonho
Sucesso e realização profissional
Money no bolso, é tudo o que todos querem

Que venha a vida com suas mil possibilidades
Se for ficar, que fique comigo
Vamos cultivar a flor do Lácio
Posto que atração, é um trator, um motor,
A fundir nossos universos
Materializando nossos pensamentos
A voragem de nossas idéias não concretizadas

Em São Paulo, passeios pela mais Paulista das avenidas
Em seus faróis que logo se abrirão
E os carros ganharão as ruas da cidade
Passarão pelas ruas, ladeados por imensos arranha-céus

Só quem não te conhece,
Para não admirar-te os encantos
Na cidade onde todos ocupados estão
Em acumular dinheiros,
A contar o vil metal

Por isto, a todos se recomenda
Cuidado com o perigo nas esquinas
E o rio de asfalto e gente,
A germinar pelos caminhos,
Ora sombrios,
Da grande cidade
Oceano de concreto, em um mar de paredes

Seus Manoéis, uns audazes, outros nem tanto
A trafegar pela famosa avenida
Que um dia, detentora de imponentes palacetes
Resolveu um dia, exilar seus casarões
A abrigar hoje uma construção amarela,
Berço de cultura e poesia
Cenário de encantamento e deleite!

Em contraste as paredes acolhedoras,
De uma casa de conhecimento;
O vento de maio, a invadir os ares,
A permear e a envolver a atmosfera,
Com seus frios tons gélidos
A caminhar e a correr pela cidade inconstante,
Assim como nossos pais

Outrora caipiras, romeiros do coração,
E da saudade e de um sertão, que não volta mais

Quantas tardes fagueiras a pescar
Da casinha distante a cuidar,
Das plantações, as colheitas, as matas,
As brincadeiras a beira dos rios
Os passarinhos a cantar,
Com suas penas, suas cores, multicores

Os riozinhos amigos,
Cenários de tantas histórias
Dos encontros e das despedidas
De gente que chega, de gente que vai
Das pessoas que vão, das gentes que ficam
Dos abraços partidos,
Das lágrimas vertidas,
Os olhos cheios d’água
A lacrimar por um tempo já passado,
Distante, e que não volta mais

A saudade, triste palavra
A lembrar a nós todos
Tantas histórias de vida
Tanta tristeza, tantas belas coisas
Tanto passado para na memória se guardar
Histórias reveladas, outras tantas a jazerem
Somente sendo despertadas por eventos inesperados

Pois no meio da noite, a se esperar
Nunca poderemos esquecer-nos
De todos os que daqui partiram

Pois a vida é maior do que a canção
E uma canção é apenas um fragmento,
Da vida de qualquer pessoa
Só quem não te conhece,
Não se apercebe disto
Veleidades das frágeis mentes
Que ficam a vagar
Em cenário distante,
Sem rompantes de a tudo mudar

Quantos caminhos a percorrer
Quantas encruzilhadas por se desfazer
Tantas pedras no caminho
Pedregulhos mil
Falsas pistas a nos desviar,
Dos caminhos que a verdade levam!

E um sol de arrebol, a nos esperar
As estradas falsas,
A nos afastar do verdadeiro caminho

Rostos embrutecidos,
A esconder tanta luz e mistério
São tantas canções e emoções expressas
Em letras melodiosas e poéticas
Negra nuvem a passar,
Apartando as dores e as tristezas da vida     

Deitada no sofá, a ouvir baladas insanas
Buana, Buana,
E um cabelo à la garçon
Como uma fina chuva de vento
A embalar os sonhos infantis
Lembranças escritas nos páramos
Terrenos pedregosos de modesta cobertura vegetal,
De um amor sem fim,
Pela vida, com sua porfia
Contenda pertinaz com as palavras,
Os mistérios de seu lidar

A seguir de trem pela estação da vida
A contemplar a chegada do verão
Na estação da luz
Quantas paisagens a se observar
Quantos passeios para se fazer
Caminhadas

Lembrar das ruas, seus ramalhetes
Abraços, de um sonho a mais
Que não faz nada mal
Anjo

Pensamentos, na casa,
Apartamentos perdidos na cidade
Da cidade que todos conhecem,
Desconhecendo
Luz e pedras!

A desvendar seus olhares,
Neste véu escuro,
A desfolhar os mistérios da cidade
Construções grandiosas,
Monumentos
Parques, estátuas, pombos

Leituras enfindas
Caminhar ao som de canções
As canções me alcançar
Coração civil,
De uma interessada estudante,
A ter saudades de seu tempo de escola

Na estrada do sol,
A caminhar de manhã
Sem relva, sem orvalho, sem flores
Amparada por suave brisa

Até se chegar a um sonho de planeta
A contemplar um profundo mar azul
Todo o azul do mar,
A perder a visão em tão hipnótico cenário

Tanto tempo eu sei
A pensar, a sonhar, a viver
Carrossel a girar em seu sol
Como um país todo em flor

Músicas a construírem novas realidades
Em se ter na vida simplesmente
Uma casinha com janela,
A contemplar um lindo nascer do sol

Luz do sol, a ser cuidadosamente
Elaborada pelas flores,
Através da seiva das plantas,
Das fagueiras manhãs

Tardes frias de se ver,
Oceano de se olhar 
Que saudade da Serra do Luar
E poder voltar para se contar
Tantas viagens feitas,
Tantas coisas para se mencionar
Canções para se ouvir,
Descobrir e apreciar
Continuo a caminhar
Longas passadas ...

Um sonho de valsa a nos embalar!

Estas são, algumas das canções de minha história
Vivência onde não se cabe apenas uma canção
Para uma pessoa que não tem apenas,
Uma música em sua vida!

Pois todas em grande ou pequena parte,
Lembram os passos, os caminhos,
Os tropeços de uma jornada

E assim, todas, são as canções
Da minha vida,
Todas as belas melodias que me encantam,
Assim, como outras tantas serão 

Como a lembrar de passagens da vida:
Água de beber
Sede viver
Eu era criança,
E hoje você o é!

Viver as noites com sol ...
E entender o que a rosa diz ao rouxinol
A singeleza das pequenas coisas!

E o solstício, fenômeno de longos dias
Em virtude da inclinação do eixo terrestre,
Rivalizado com o efeito das noites,
Sem brumas e sem escuridade,
Para além das Américas ou da Europa,
Onde o sol não se põe por longas horas,
Longos dias, eternamente iluminados 

Música a entoar pelos caminhos
Ecoando pelos dial’s dos rádios
A permanecer por longos tempos
Em profusa sintonia
A contar uma romântica história

Músicas, e mais músicas!
Todas as fazerem parte de nossas vidas,
Como se feitas fossem para nós,
Sendo então, feitas para nós
Dirigem-se como flechas aos seus destinos,
Sempre certeiras

São as flores do jardim de nossa existência
A perfumar as nossas vidas
Com o frêmito de muitas emoções
Mil vidas que compartilhamos,
De alguma forma,
Sentidas e vividas por nós!   

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

*arrebol
substantivo masculino
1. cor avermelhada do crepúsculo.
2. POR METONÍMIA - a hora em que o sol está surgindo ou sumindo no horizonte.

*porfia
substantivo feminino
1. contenda de palavras; discussão, disputa, polêmica. "adorava uma p. calorosa"
2. qualidade do que é persistente; insistência, perseverança, tenacidade.

*pertinaz
adjetivo de dois gêneros
que demonstra muita tenacidade; persistente.

*frêmito
substantivo masculino
1. som estrepitoso, ruído surdo; estrondo, bramido, estrugido. "f. dos trovões"
2. som frouxo, mas áspero
Conforme consulta ao Google - Dicionário.

*páramoˈ parɐmu
nome masculino
1. campo solitário, raso e deserto
2. lugar ermo e desabrigado
3. campos das altas montanhas (3000 a 4000 metros de altitude) da América do Sul
4. abóbada celeste; firmamento
5. cume; ponto mais alto.


                   

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