Poesias

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Folia de Reis

Trata-se da chegança dos reis magos a humilde gruta onde nascera Jesus.
É um cerimonial comemorado de diversas formas, em muitos recantos do país.
Para sua comemoração se visita a casa de amigos na véspera do dia dos reis, que se dá no dia 6 de janeiro.
Se constituí em alguns lugares, de um conjunto de rapazes e moças que, trazendo nomes de flores, astros, pássaros, e carregando ricas e ornadas alegorias, celebram a jornada dos três reis magos.
Ademais, alguns grupos que celebram esta tradição folclórica, possuem uma Porta Estandarte, protegida por uma Guarda de Honra feminina, que é também acompanhada por um Mestre-Sala, que a abana com um leque, e ao seu redor, desenvolve os passos mais extraordinários possíveis.
Essa comemoração também é denominada de Terno ou Rancho de Reis, onde todos se apresentam, com suas Pastoras e Ciganas que dançam e cantam sob a luz vacilante de lanternas chinesas que pendem de grandes candelabros.
Em alguns lugarejos, é reproduzida a Viagem dos Reis Magos, para finalmente, conhecerem o menino Jesus.
Nas regiões interioranas, os Foliões saem no Natal e cumprem uma peregrinação durante 12 noites, palmilhando incansavelmente as estradas, visitando fazendas e casas de amigos, conhecidos e devotos.
Comem e dormem onde podem.
Em outras paragens, a companhia só saí em dias de folga, domingos e feriados.
Alguns, penitentes, cumprem a ritualística como uma paga por favores celestiais recebidos, e fazem a jornada pelo período de 7 anos.
Em algumas cidades se formam um grupo com no mínimo 12 homens, sob o comando do Mestre e entoam cânticos de inspiração bíblica, as profecias, por eles compostos, de acordo com suas leituras do Novo Testamento.
Em marcha, rodeiam ou acompanham a Bandeira, o Estandarte da Folia, um quadrado de madeira com a Adoração dos Magos, toda ornada de flores e espelhos, carregado pelo Alferes.
São todos músicos e cantores, violeiros, sanfoneiros, tocadores de triângulo, de caixa, de bumbo.
Ladeando os Foliões, que se movimentam em marcha descansada, saracoteiam dois ou três Palhaços, com a cara encoberta por máscaras de peles de animais, e o corpo em camisolas ou Lagartixas de cores vistosas, os pés nus e um porrete nas mãos.
Acrobatas e Declamadores representam os soldados de Herodes, perseguidores do menino Jesus.
Com isso, toda a companhia interpreta, no interior e nas calçadas urbanas, o Evangelho de São Mateus.
O Reisado, tradição antiqüíssima, tem um Rei e um Secretário-de-Sala, que se batem a espada com altivos Embaixadores de um Governante que se nomeia, e movimenta figuras reais e fantásticas, como o Urso, o Jaraguá, o Capitão-de-Campo, os Escravos homiziados, o Lobisomem, o Diabo, o Arcanjo Gabriel.
Todos disputam a posse de uma alma Recém Desencarnada.
O Guerreiro, versão modernizada do Reisado, acrescenta novas cenas e personagens à ação, inspirados em outras manifestações folclóricas, como o Índio Peri, cercado e aprisionado após violento e obstinado combate de espada, e a Lira, assassinada, e depois ressuscitada.
Assim se comemoram a chegada dos Reis Magos a gruta onde nascera o Cristo.
Com essa mesma alegria e desprendimento, deveríamos todos comemorar as datas felizes do ano e as datas não comemorativas também.
A todos um Feliz Natal, um Próspero Ano Novo – 2003 –, e que este ano vindouro seja um ano de grandes conquistas.
Feliz 2003, a todos nós!

Luciana Celestino dos Santos
È permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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