Gostaria de começar, escrevendo sobre uma linda história, mas como estou há muito
tempo sem escrever.
Parece que eu perdi o jeito de lidar com as palavras
Princesas tão ariscas
Tão ariscas que parecem escapar por entre meus dedos, lisas como corredeiras de
rios imensos e caudalosos
Procuro inspiração
Onde estás?
Respondas!
Tentei escrever sobre as grandes batalhas da terra Brasil
Fracasso
Não consegui desenvolver nada muito original
Muito embora a história deste país seja tão rica...
Escrevi sobre a origem do mundo e a beleza da criação divina
Nesta empreitada consegui ser um pouco mais feliz
Ao que me parece, perdi um pouco o jeito, fogem-me as idéias
Hoje, tenho que me esforçar um pouco mais para ter idéias criativas...
Espere, parece que me ocorreu uma idéia
Vou escrever sobre o carnaval, que é a maior festa popular do mundo
O ano de 2003 começou como qualquer outro ano ...
As comemorações de fim de
ano...
No nosso caso, um churrasco para coroar a passagem do ano com flores – no caso
de pano, mas ainda assim flores - música, boa música, a intragável posse do novo salvador
da pátria do momento, e a expectativa de alguma novidade neste ano que surge.
Vesti uma saia longa preta juntamente com uma blusa cinza, estilo tomara que caia,
maquiagem, pulseiras e o colar que ganhei de minha tia no meio do ano, como presente de
aniversário, e os cabelos bem cuidados e soltos como sempre.
Na noite da passagem do ano, o Reveillon propriamente dito, estava usando meu
vestido longo marrom que eu adoro, com uma tira num dos ombros, simulando um tomara
que caia.
Estava igualmente maquiada e arrumada para tão especial ocasião como sempre
me arrumo há muito tempo.
Para ser exata, há sete ou oito anos, desde São Caetano, é uma
comemoração memorável no apartamento em frente a escola onde já estudei.
Naquela época, nossa árvore de natal de dois metros e quarenta, estava sendo
comprada, e nós estavamos preparando a sala para o Natal.
Neste Natal, usei um vestido
vermelho curto, com um scarpin vermelho que eu comprei para combinar com o vestido,
maquiagem, cabelos presos, champagne e uma bela ceia.
Ouvimos música, inclusive os
Beatles.
Tomei muito champagne e assistimos um pouco de televisão, depois ceamos.
Se não me falha a memória, usei no Reveillon, meu vestido branco com corselet,
maquiagem, sapatos brancos, e como sempre a ceia que encerra toda passagem de ano.
Em Santo André usei um vestido preto longo que comprei quando já morava lá, e
também um outro vestido de formatura branco que eu fiz.
Mas voltando ao churrasco de fim de ano e ao dia Primeiro de Janeiro de 2003...
No
já tão propalado dia mundial da paz, embora por muitos esquecido.
Foi um belo churrasco, e o início de um ano que com certeza será venturoso e
profícuo de mudanças.
Ainda no Natal de 2002, vesti o já conhecido vestido branco com corselet, e no dia
seguinte, uma saia longa vermelha com uma blusa igualmente vermelha com uma alça em
V.
Como sapato, usava uma sandália plataforma preta, maquiagem, meus brincos de argola,
meu relógio dourado, e perfume.
Ademais, como já dito, sobreveio o ano de 2003, a minha formatura, no Anfiteatro
da Faculdade de Direito...
Sucederam-se os dias, que na maior parte das vezes foram de estudo, muito estudo,
dedicação, e também porque não, assistindo novelas, e a maravilhosa minissérie A Casa das
Sete Mulheres, que conta a história da Revolução Farroupilha, também conhecida como
Guerra dos Farrapos, e seus heróis e vilões, todos devidamente romantizados.
Chegou finalmente o final do mês de fevereiro, e com isso o Carnaval de São Paulo,
muito organizado e bonito, e apesar das tragédias que aconteceram próximas a data, nada
empanou o brilho da comemoração.
Não vou recordar exatamente, a ordem dos desfiles na Passarela Adoniram Barbosa,
saudoso sambista que compôs e cantou as belezas e mazelas da cidade de São Paulo, mas
vou fazer um gostoso esforço para me lembrar um pouco de cada um dos desfiles.
A começar pela Escola de Samba Barroca Zona Sul, que inclusive retornou para o
grupo de acesso depois do desfile.
Na minha opinião, foi desfile fraco, com fantasias feias,
apesar da carnavalesca Rosa Magalhães.
Já a Gaviões da Fiel, ganhadora do carnaval, falou do Brasil, através de suas cinco
regiões.
Possuía lindas e ricas fantasias, fez um belo desfile, mas não considero como um
desfile vencedor.
A Escola Águia de Ouro fez um desfile muito mais bonito ao falar da China.
Tanto
que senti até vontade de conhecê-la; e a Rosas de Ouro, ao falar das frutas, tendo no Carro
Abre-Alas uma rosa símbolo da Escola, bem como frutas tema do enredo.
E que também fez
um belo desfile, adorei.
A Acadêmicos do Peruche, ao falar de Ziraldo, também fez um bonito desfile apesar
dos problemas pelos quais passou, chegando até a perder alguns carros alegóricos em um
incêndio, e nem assim foi poupada de ser rebaixada.
Achei isso, injusto e cruel.
Mas apesar
disso, tal infelicidade mostrou o lado da solidariedade humana, ao vermos que as outras
escolas, rivais, a ajudaram da forma que puderam.
A Vila Maria falou da Dutra, e da região limítrofe a rodovia, falou de Aparecida e
de outras cidades do Vale do Paraíba.
Apesar de estar chegando no Grupo Especial, fez um
senhor desfile.
A Nenê de Vila Matilde, infelizmente não me lembro de ter acompanhado seu desfile.
Temos a Leandro de Itaquera e a Acadêmicos do Tucuruvi, que falaram da imprensa e do
jornalista Tim Lopes que foi assassinado em meados do ano passado, e que, na minha
opinião, não fizeram um desfile bom, as fantasias estavam feias, e o enredo não foi bem
apresentado e explorado.
Temos ainda a X-9 Paulistana, entre outras.
Subiram para o grupo especial a Escola
de Samba Acadêmicos do Tatuapé, e outra que agora, não me recordo o nome.
Mas independente dos problemas com uma ou outra escola, o desfile de São Paulo é
lindo, com certeza, e vale a pena ser prestigiado, independente da escola a desfilar.
No Rio de Janeiro temos a Grande Rio, Caprichosos de Pilares, Portela, Mocidade
Independente de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Beija-Flor – campeã
do carnaval carioca ao falar da fome, Salgueiro – que falou da sua história, e convidou
componentes da Mangueira para o desfile, posto que a Escola mencionada é sua madrinha
–, Porto da Pedra, entre outras.
Adorei o desfile no qual o enredo foi não só a história do teatro, já abordado no
mesmo carnaval por outra escola carioca, mas também a história de Bibi Ferreira.
Tão linda
quanto a história estava a Comissão de Frente com uma bailarina de quatorze anos fazendo
a Bibi Ferreira jovem.
Também adorei a Comissão de Frente da Mangueira ao mostrar Moisés levitando
em plena Sapucaí, a passarela do samba.
A Passarela Professor Darci Ribeiro, conhecido
educador, assim como Paulo Freire e outros que se não o são, deveriam serem conhecidos.
O Brasil, terra abençoada, apesar de seus inúmeros problemas, é uma terra fértil em grandes
nomes em grandes campos do conhecimento.
Ainda bem.
Por fim, é uma pena não poder falar mais do carnaval, de suas marchinhas, de seus
blocos que até hoje persistem e resistem.
Isso porque, muita coisa eu não conheço, e se
falasse cometeria um grande erro, posto que pessoas muito mais abalizadas que eu é que
podem falar sobre isso.
Mas tudo bem, agradeço aos que lerem essas baboseiras que eu acabei de escrever,
e peço passagem para continuar escrevendo.
Obrigada.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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