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10 de julho de 2011 às 22:21
Andanças em meio a arenosas estradas
A contemplar lua cheia enamorada,
Ladeada com o brilho das estrelas
Movimentos astrais
E o luar a tudo clarear
Habitáculo de mágicos momentos
Entre miríades de luzes, brilhos
Nuvens a envolver o luar
Caminhar de mãos dadas,
A contemplar um mar,
Banhado pela luz da lua
Nas mãos, singelas flores
Rosas rubras, para acompanhar
Como na saudosa canção
Caminhos, andanças
Passos, andar em direção ao nada,
Direções nunca certas
A deixar a rua deserta
Musa de inaudita beleza!
A humana beleza,
Em suas mais diversas formas
Mulheres e homens, seres, flores
A idealização de um mundo de belezas
Singeleza, delicadeza!
Em contraste a escuridão desfeita,
Pelo nascer do sol
Um vento solar,
Com sua suave brisa a emanar
Trazendo sonhos da Serra do Luar
Tendo a saudade por namorada!
A triste canção a adeus dizer a todos
Pois o amor de sua amada vida, já vai partir
Tendo sempre por companhia
Os seus passos a lhe acompanharem,
Ainda que por pensamento
Triste sina dos amados, dos amantes,
A viverem seu amor,
Apenas no campo ideal
Platônicos amores,
Alguns deles inventados!
O desfolhar das tardes invernais
O outono a nos assolar,
O inverno a nos enregelar as almas
Introspectiva estação do ano
A tudo gelar, com suas frias rajadas de vento
As folhas das árvores a cair,
Enrijecendo
Natureza desfolhada!
O vento de maio, a se afastar
Trazendo em seu bojo
As cores do inverno
A casa, a servir de abrigo para as frias tardes,
As manhãs congelantes, gélidas
As ruas escuras, as madrugadas vazias
E o caminhar lento, o vento cortante,
A tudo nos afastar!
Um livro por companhia
Mil coisas para se ler, se descobrir
Para se viver!
Mistérios a se desvendar
Mil coisas novas para se estudar
Trilhos a se percorrer
Com um coração a fazer mil viagens
Tendo outros a baterem,
A parados ficarem, na estação sentimento
Trabalho a se fazer
Tantas novas coisas a se conquistar
Tarefas a se executar
Tantas plagas por onde se passar
Cenários abruptamente transformados,
Em um tempo em que não tínhamos bicicleta!
Na televisão, novelas memoráveis,
Embaladas por belas canções
Casamento perfeito,
Entre o ás do sertão,
E o pamparriar do sinhá
Dona Beja, a todos encantar!
Na sintonia do rádio,
A estação saudade, a nos invadir o sentimento
Com as canções a ecoarem do outro lado do rádio
Como do outro lado da cidade a saber
Que vive alguém, sem saber,
Que eu vivo aqui também!
E eu, quieta num canto,
Como que a pensar
E assim, como nos dizeres da música,
Penso, medito e me espanto!
Filosofia em que os entendedores dizem
Filosofiar é,
A arte de eternamente se admirar!
Em assim sendo,
Admirada estou, da plena capacidade
Que muitos tiveram,
De com seu pensamento explanar
E com as mais diversas palavras,
A mesma realidade explicar
Noite, a horas te espero,
Mas você não chega a meu coração
Ou terás chegado a noite dos dias,
Sem que eu me desse por mim?
As voltas que a vida dá,
Vida do jeito que for
A esperar por mim,
Espere que eu chego já,
Indo me encontrar,
De volta em meu aconchego!
E assim, todos os sentimentos e afetos,
Já cantados e decantados foram
Mas sempre há, algo novo para se criar
Novas formas para o mesmo se dizer,
Inspirando as mais belas criações
Construção e reconstrução
Sem nunca atrapalhar o tráfego!
A todos os dias,
Tudo de repetida forma, a ser feito
Cotidianas formas,
A serem quebradas pelo lúdico dos dias
As chaves jogadas,
Para um amanhã que é um novo dia,
Uma nova manhã!
Assim, como em uma Noite Equatorial
Vou sair outra vez,
E onde mora a trilha do meu silêncio,
Vou te buscar!
Onde viver é afinar, o instrumento
E tudo é uma questão de manter,
A mente quieta, a espinha ereta,
E o coração tranqüilo!
De uma pequenina borboleta
A sobrevoar um jardim de flores,
E em meio de flores a voar,
E a procurar, quem a queira!
Rebelde criança
A abraçar uma cantiga, por onde passar!
Vestir de novo um casaco marrom
E com saudades, de muitas coisas se lembrar!
Um céu se faz contemplar
Em seus multi tons
Pois a vida, embora sofrida,
Difícil, árida,
É por assaz bela,
Para não ser vivida!
Não me impressiona, rios de dinheiro
Mas elegância, oh, beleza pura!
A Cor do Som, isto sim,
Os sons que a gente ouve,
Sim é, isto é, beleza pura!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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