Poesias

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

DAS VOLTAS DO MUNDO - CAPÍTULO 2

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CAPÍTULO 2

Durante a tarde, os alunos aproveitavam para se reunir e ficar conversando na praça.
Nessa oportunidade, as moças aproveitavam para comentar as novidades. Aproveitavam também para falar sobre o fim de semana e seus futuros passeios. Nesse bate-papo ficavam entretidas por horas.
Fabiola, Sabrina e Sandra, amigas de longa data, aproveitaram para por a conversa em dia. Animadas com o fim de semana que tiveram, não se cansavam de falar do baile em que tinham ido, no clube da cidade.
Dançando os sucessos da época, aproveitaram também para flertar um pouco, afinal eram garotas, e segundo elas, já estavam na idade de ter um namorado.
Contudo, o assunto principal, era o novo professor do colégio. Quase tão jovem quanto os alunos, Fábio caiu logo nas graças das alunas.
Por essa razão, as três garotas, eram algumas das meninas que passaram a falar sobre ele.
-- Esse professor novo é um charme. Vocês não acham? – perguntou Fabiola.
-- Sim, ele é muito bonito. – respondeu Sabrina.
-- Eu acho o professor bonito, mas aquele cantor é mais. – comentou Sandra.
-- Que cantor? Afinal temos tantos cantores ultimamente. – perguntou Fabiola com um certo desdém.
Ao perceber o pouco caso da amiga, Sandra então comentou:
-- Ah! Você só está falando isso, por que sabe que se ele aparecesse aqui, nunca te daria atenção.         
Sabrina então, sabendo que as coisas iriam se complicar, tornou a falar do baile, do clube.       
-- Estava tão linda a festa, semana passada no clube. Vocês não acham? A música estava perfeita, não tinham ninguém para atrapalhar. Uns brotos muito lindos olharam para a gente ...
-- Estava tudo muito legal mesmo. – comentou Fabiola.
-- Só faltou o Roberto. – insistiu Sandra.
-- Pronto. Chegou quem não faltava. – disse Fabiola, ao ver os garotos se aproximando.
Sim, os rapazes também aproveitavam para ficar conversando na praça.
Nessas conversas, falavam de seus ídolos e das músicas que adoravam ouvir.
Mas também, os rapazes, encantados, aproveitavam muitas vezes, para paquerar, ou então ficar conversando, em meio a uma roda de amigos.
Assim, dessa maneira, assim que viram as três garotas conversando, dois garotos se aproximaram e resolveram puxar conversa.
-- Como vão as garotas? – perguntaram os rapazes.
-- Vamos bem. – respondeu Fabiola com pouco caso.
Sandra e Sabrina, percebendo os olhares dos garotos, também foram dizendo que sim, iam bem. Para continuarem conversando, falaram que sempre que podiam, ficavam durante às tardes na praça. Mas não era sempre.
Aí então, um deles, respondeu:
-- Ah! Então é por isso, que eu nunca vi vocês por aqui.
No que o outro garoto emendou:
-- É verdade. Das várias vezes que eu passei por aqui, nós nunca vimos nenhuma das duas por aqui. Estamos com sorte então.
Nisso, as duas moças riram.
Ao vê-las rindo, os dois garotos então perguntaram se elas poderiam ir ao baile que um amigo deles estava realizando. Comentaram que era uma pessoa que elas provavelmente conheciam.
Foi então que elas perguntaram de quem se tratava.
Ao descobrirem que era Rogério o amigo em comum, as duas moças concordaram em ir.
Nisso, a conversa ia se encerrando quando elas perguntaram aos rapazes:
-- Qual o seu nome?
-- Caio.         
-- Felipe.
Responderam os dois, quase ao mesmo tempo. Com isso, os dois também perguntaram a elas, os seus nomes.
E assim, responderam prontamente, Sandra e Sabrina.
Dito e feito, dentro em breve se encontrariam novamente com seus pares.
Mas a despeito do entusiasmo das garotas, Fabiola não ficou nem um pouco satisfeita com a notícia.
Diante disso, Sandra, que adorava provocá-la, disse:
-- É lógico que você não gostou. Eles nem deram bola para você.
Foi então que Sabrina, novamente procurou desviar o rumo da conversa.
E assim, enquanto as garotas colocavam o assunto em dia, os garotos também aproveitavam para conversarem sobre seus ídolos e o sonho que tinham de ser como eles.
E assim, o tempo passava.
Quando à tarde então terminava, e a noite começava a surgir, todos tinham que voltar para suas casas.
Acostumados a dormirem cedo durante a semana, os alunos do Colégio Pedro de Alcântara, tinham que estar em casa logo que a noite caísse.

Porém, ao contrário de seus alunos, Fábio, o professor de história, se preparava para ir para estudar. Como estudante, estava cursando o 4º ano de história, na faculdade. Uma instituição de ensino tradicional na região.
A razão do rapaz passar a dar aulas no colégio, se deve ao fato de o diretor ser um grande amigo de seu pai.
Em dado momento, seu pai e Seu Rubens, o diretor da escola, foram professores. E assim, surgiu a amizade entre os dois. Lecionando no colégio onde hoje Fábio é professor, os dois colegas de profissão, então puderam estreitar os laços de amizade.
Com o passar dos anos, a amizade se estendeu ao restante da família.
Assim, mesmo após o passamento de Otacílio, pai de Fábio, Seu Rubens nunca deixou de lado a sua amizade pela família do amigo. Aliás, sempre que podia, estimulava o então garoto, filho de seu amigo, a investir no seu sonho de seguir os passos do pai.
Sim, Fábio desde a infância, queria ser professor.
Com isso, Seu Rubens, ao perceber que não seria fácil realizar o sonho de Fábio – em razão do falecimento de seu pai, quando este ainda era criança – o amigo da família fez tudo o que pôde para ajudá-los. Arrumou emprego para a mãe de Fábio, e assim esta pode manter o restante da família, e ajudar o filho a realizar o sonho de ser professor.
Assim, quando o rapaz entrou na faculdade, a notícia foi recebida com grande alegria por Irene, sua mãe.
Além disso, depois de três anos de curso, e por isso mesmo, antes de se formar, Fábio, já começou a ministrar aulas como professor substituto de história. Mas para ele, mesmo em sendo substituto, era uma grande satisfação, pois podia desempenhar sua função. Durante as primeiras aulas, já se podia perceber o quanto ele era dedicado. Cuidadoso, sempre preparava as aulas, antes de ministrá-las.
Certa vez, Seu Rubens, aproveitando para inspecionar o trabalho dos professores, foi logo até a sala do novo professor. Ao ouvir sua exposição, o diretor ficou encantado. Sim, havia tomado a atitude certa ao contratar o jovem rapaz, para substituir o professor titular, que ficara doente.
Observado a uma certa distância, sem nem mesmo se dar conta disso, o professor ministrou uma maravilhosa aula de história. Fábio, apaixonado que era pela disciplina, adorava o que fazia, e assim ao lecionar, se percebia que o mesmo estava na profissão certa.
Com  isso, o diretor, satisfeito que estava, prosseguiu em seu trabalho de observar o trabalho dos demais professores.
E assim, caminhando pelos corredores do colégio, pôde acompanhar discretamente, o trabalho dos demais mestres.
Sim, tudo transcorria na mais perfeita ordem.
E assim, ao cair da noite, animado, o jovem professor se dirigiu até a faculdade. De posse de livros e apostilas, caminhava até o ponto de ônibus, já que a instituição ficava à uma certa distância de sua casa.
Assim ao lá chegar, foi logo abordado por seus colegas de classe.
Estes, ao descobrirem que ele já estava dando aulas, ficaram admirados. Isso por que, isto não era comum. Afinal, ele já estava trabalhando como professor. Por isto, sempre perguntavam a ele, como fazer para conseguir uma vaga numa escola.
Gentil, ele sempre respondia que, quando soubesse de uma oportunidade, avisaria a todos.
E assim, em meio ao bate-papo, bateu o sinal indicando que a aula estava prestes a começar.
Por isso, ao perceberem que já hora de entrar na sala, todos se dirigiram para lá.
Logo que entraram, chegou o professor Marcílio, que ministrava aulas de História Geral.
Ao começar a aula, já chegou falando sobre a civilização egípcia.
 Assim, foi dizendo:
-- O moderno Egito situa-se na mesma região em que se desenvolveu na antigüidade, esta riquíssima civilização. Situado no nordeste da África, ficava em uma zona característica de desertos, e era possuidor de uma vasta planície banhada pelo Rio Nilo. Aliás, foi este rio que possibilitou o desenvolvimento desta civilização tão importante. Isso por que, este rio, corta todo o país em sua extensão. Daí o desenvolvimento do país, às margens do rio. A fertilidade do solo é devida à invasão das margens, na época das cheias, quando as águas deixam nas terras um húmus fertilizante que resulta do apodrecimento dos restos vegetais depositados no solo inundado. Foram nestas terras fertilizadas que se desenvolveu a agricultura. Além de plantarem o trigo, cultivavam o papiro, uma palmeira usada na construção de barcos e na fabricação do papel.
E nisso a aula prosseguiu.
Ao tratar da população egípcia, o professor falou dos Hamíticos, que se uniram a povos de origem semítica e núbia. Além disso, até 4000 antes de Cristo, havia no Egito apenas aldeias, nas quais persistia o modo de vida das comunidades primitivas. A partir dessa época, as aldeias, próximas entre si, passaram a se reunir, formando Nomos. O Nomos, eram organizados politicamente. Suas aldeias eram independentes. Cada qual com seu governo, exercido pela autoridade máxima local, o Nomarca. Mas embora, independentes, os Nomos cooperavam entre si, auxiliando-se mutuamente para a construção de represas ou para a abertura de novos canais de irrigação.
Com isso, a unificação dos nomos, formaram-se dois reinos distintos, o Reino do Sul – Alto Egito, que apresentava como símbolo uma coroa branca, e cuja capital era a cidade de Hieracômpolis, e o Reino do Norte – Baixo Egito, localizado na região delta do Nilo, com capital na cidade de Buto, e apresentava com símbolo uma coroa vermelha.
Por volta de 3200 antes de Cristo, o Rei Menés, do Alto Egito, conseguiu conquistar a região norte, passando com isso, a usar as duas coroas como símbolo da unificação dos dois reinos. A partir desta data, o Egito transformou-se num império e passou a ter um governo fortemente centralizado. Tal poder era exercido por um imperador, o qual exercia de forma absoluta. Quando o imperador se transformou em Faraó, passando a ser adorado como um deus, e ganhou direitos sobre todas as terras do Egito.
Obedecendo, ao Faraó como ao deus dono de todas as terras, os camponeses trabalhavam coletivamente como servos. Da produção agrícola, tiravam apenas o necessário para a própria sobrevivência. O restante era destinado ao Faraó, como imposto coletivo, e estocado nos armazéns do Estado. Além disso, os camponeses deviam serviços ao faraó. Com isso, trabalhavam na abertura de canais de irrigação, na construção de represas, templos, palácios e pirâmides, recebendo como pagamento apenas o alimento diário.
Com a unificação do Egito, a situação dos Nomos e dos Nomarcas se alterou. Estes então, passaram a ser escolhidos pelo Faraó, entre os descendentes das famílias mais importantes. E assim, administraram os Nomos como representantes dos Faraós. A sua principal tarefa dos Nomarcas era cobrar da população camponesa o imposto coletivo (o excedente agrícola).
Diante disso, o Faraó, adquiriu uma riqueza extraordinária. Em troca, beneficiava os Nomarcas, concedendo-lhes o direito de cobrar impostos especiais das aldeias. Enquanto isso, em oposição ao fausto e riqueza dos Faraós, os camponeses viviam na mais completa miséria. Com isso, para manter a concentração da riqueza, o cargo de monarca tornou-se hereditário, passando de pai para filho. Por conta da origem do poder do Faraó, que se devia a uma fantasiosa identificação como um deus, o Egito tornou-se então, um Estado teocrático.
Nessa sociedade, os sacerdotes compunham a camada social mais elevada, e sua função revestia-se de grande importância. Além disso, os Egípcios acreditam que as práticas religiosas garantiam a fertilidade das terras, e cabia aos sacerdotes orientar o cultivo dos cereais em todo o território. Conseqüentemente, estes gozavam de imenso prestígio social e recebiam favores especiais do Faraó. E como esses, seu cargo também era hereditário. Ademais, possuíam extensas propriedades e não eram obrigados a pagar impostos.
Para fiscalizar o cumprimento das decisões, existia uma classe de funcionários públicos, os Escribas, indivíduos muito cultos, que surpervisionavam toda a administração pública, responsabilizando-se pelas leis e pela cobrança de impostos.
Até mesmo o artesanato era controlado pelo Faraó, que fornecia alimentos e materiais. O comércio consistia na troca de um produto por outro, apenas para satisfazer as necessidades imediatas da população. Como objeto de troca, utilizavam-se ferramentas de trabalho, roupas e utensílios domésticos, geralmente de fabricação caseira.
 Uma outra parte da população era constituída de Guerreiros profissionais a serviço do Faraó. Esse exército, além de vigiar o trabalho servil dos camponeses, atacava regiões vizinhas para conseguir metais e escravizar os vencidos. Ademais, a força do trabalho escravo, era utilizada tanto nas obras públicas quanto no serviço doméstico.
Com relação ao império que se formou no Egito, sua história se divide em três fases:
Na Primeira Fase – conforme o professor explicava –,  que corresponde ao Antigo Império (3200 a 2200 antes de Cristo), surgiu a primeira das cinco dinastias dominantes. Nessa época, a capital é transferida de Tínis para Mênfis, no delta do Nilo.
Entre 2700 a 2600 antes de Cristo, foram construídas as famosas pirâmides de Gizé, atribuídas aos faraós Queóps, Quéfrem e Miquerinos, da terceira dinastia. No final desse período, a autoridade do faraó é enfraquecida pela ascensão dos Nomarcas, que apoiados pela nobreza, conduzem o país a uma grave crise.
A Segunda Fase, corresponde ao Médio Império (2000 a 1750 antes de Cristo). Com a capital em Tebas, no Alto Egito. Lá os Faraós conseguem novamente restabelecer seu poder, enfrentando com sucesso, a anarquia militar. Além disso, a descoberta de metais, no deserto da Núbia e na Palestina fortalece a economia do Estado, o que possibilita uma maior produção de armas. Já, entre 1800 e 1700 antes de Cristo, o Egito sofre inúmeras invasões, principalmente dos Hicsos, povo de origem asiática que invade a região do delta, cobrando altos impostos à população local. Com isso, a dominação dos Hicsos permaneceu durante mais de um século, durante o período de 1750 a 1580 antes de Cristo.
Por fim, a Terceira Fase, corresponde ao Novo Império. Período de 1580 a 1085 antes de Cristo. Inicia-se com a expulsão dos Hicsos.
Nesse ínterim, o Faraó reconquista o poder que havia perdido para os Nomarcas e, com os conhecimentos militares adquiridos dos Hicsos, como a utilização de cavalaria e de carros de combate, os egípcios desenvolvem uma classe de Guerreiros. Agora fortalecido, o Faraó, saqueia os povos vizinhos, como Assírios e Hititas, que, depois de dominados, pagam pesados impostos ao império egípcio.
Mas foi com a guerra, que o país, expandiu seu domínio territorial.
No entanto, após um longo período de grandeza, o país, entrou em decadência, atingido por invasões dos denominados povos do mar, vindos de ilhas do Mediterrâneo, ao norte, e de tribos da Líbia, a oeste. Em 525 antes de Cristo, o Faraó Psamérico III foi derrotado por Cambises, Rei dos Persas, na Batalha de Pelusa. Com isso, o Egito, perdeu sua independência. Nos séculos seguintes, os povos Egípcios seriam dominados pelos Gregos, para, finalmente, em 30 antes de Cristo, caírem sob o domínio do Império Romano.
Mas este, era assunto para as próximas aulas, conforme comentou o professor.
Com isso, mais três aulas se seguiram, só interrompidas, por um breve intervalo.
Após, Fábio, retornou para casa.
Na volta, dentro do ônibus, só pensava em como seria quando finalmente estivesse formado. Sozinho, entretido com seus pensamentos, só se desfez deles quando se aproximava do lugar onde deveria descer.
De lá, continuou sua caminhada, em direção a sua casa.
Chegando em casa, foi logo se preparando para dormir. Afinal, já era quase meia-noite. Além disso, precisava estar em pé, logo cedo, pois, seu turno na escola, era de manhã.
Não podia falhar. E assim o fez, logo que chegou, se preparou, e foi dormir.

Luciana Celestino dos Santos
Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. https://www.facebook.com/notes/206392906096118/

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