Poesias

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

VEM DANÇAR COMIGO? - CAPÍTULO 3

No dia seguinte, quando comentou com sua amiga Benê sobre a recepção que tivera na noite anterior, Laura conseguiu deixar a amiga bastante ressabiada.
Benê, desconfiada da inesperada generosidade de Angela, fez mais uma vez questão de advertir a amiga, de que aquilo tudo poderia não passar de uma manobra para ganhar sua confiança e assim, manipulá-la.
Laura ao ouvir as palavras da amiga, comentou aborrecida:
-- Benedita, como pode pensar isso? Angela é minha irmã. Ela jamais faria nada para me prejudicar. Você sabe disso.
-- Saber? Eu não sei de nada Laura. A única coisa que eu sei, é que vocês duas nunca se deram bem, e agora, de uma hora para outra, sem quê nem pra quê, você me vem com uma conversa furada dizendo que ela está muito amorosa com você.
-- Ah, Benê! Por que você não pode dar um voto de confiança para ela? Afinal, não é você mesma que diz que todos nós temos direito a uma segunda oportunidade?
-- Sim, eu disse. – respondeu.
-- Além disso, Benê, Angela te convidou para cear em casa.
-- Ceiar? – perguntou surpresa.
Laura então riu. Depois comentou:
-- Não Benê. É cear.
Desconfiada, Benê respondeu:
-- Que seja! Esse papo de ceia não é comigo. Além disso, quem me garante que ela não está me convidando pra envenenar minha comida? Não sei não!
Laura, achando graça na desconfiança da amiga, respondeu:
-- Deixa disso Benê! Por acaso pensa que Angela é uma assassina? Que horror! Ela te convidou para ser gentil. Afinal de contas, ela sabe muito bem que nós somos muito amigas. Não é mesmo?
Benê concordou. Agradecida a amiga, chegou até a lhe dar um abraço.
Porém, por nada deste mundo jantaria com Angela. E assim, por mais que a amiga insistisse, nada a convencia.
Benê não gostava de Angela. Muito embora não a conhecesse pessoalmente, já sabia que ela não era uma boa pessoa. A julgar pela forma como ela tratava a irmã, não devia ser uma pessoa agradável. Por isso, sempre que a amiga vinha com essa conversa, Benê tratava logo de desconversar.
Cansada de ouvir a conversa da amiga a esse respeito, certa vez comentou que não queria mais ouvi-la falando desse convite, ou então se aborreceria com ela.
Não adiantou nada, pois Laura continuava insistindo.
Diante disso, Benê, que já não agüentava mais a insistência da amiga, acabou aceitando o convite. Contrariada, mas aceitou.
Assim, alguns dias depois, lá estava ela na casa de sua amiga e de Angela.
Embora Benê estivesse ressabiada, Angela a recebeu muito bem.
Preocupada em causar uma boa impressão em Benê, Angela deixou de lado certos formalismos.
Contudo, mesmo assim, Benedita, que não estava acostumada com certos pratos, achou muito estranha a forma como Angela serviu o jantar. Isso por que primeiramente, perguntou a ela se queria um aperitivo.
Benê, que não costuma beber, recusou imediatamente. Aborrecida chegou até a comentar que não bebia. Além disso, se tinha ido até lá para comer, por que a demora em servir o jantar?
Laura ao ouvir isso, pediu que a amiga não comentasse isso com Angela, ou ela ficaria muito desapontada.
Com isso, enquanto, Angela se desdobrava na cozinha, Laura fazia sala para sua amiga.
Nisso, quando então o jantar foi servido, Benê perguntou logo onde ficava o banheiro. Queria lavar as mãos. Depois, reuniu-se às irmãs e ceou.
Nessa época, como se pode ver, a paz reinava no lar das irmãs. Todavia, esta calmaria duraria pouco.
Foi só Laura começar a sair aos sábados a noite, que mais uma vez Angela se aborreceu com ela.
Isso por que Angela não conseguia entender tanta necessidade de sair. Por ser mais velha, Angela – que já fora casada –, não conseguia entender a mania da irmã em ficar tanto tempo longe de casa. Certa vez chegou até a comentar:
-- Já não basta a confusão que você arruma todos os dias comigo, ainda tem que ficar saindo todo sábado a noite, pra me afrontar?
-- Eu não estou te afrontando. Só estou tentando encontrar uma maneira de me divertir.
-- E para isso, você tem que sair todo sábado? Não dá para ficar ao menos de vez em quando em casa? É pedir muito?
Mas não adiantava. Laura não dava ouvido às reclamações da irmã. Assim, quando não brigava com Angela, deixava as reclamações dela de lado e mesmo diante de protestos, saía para se encontrar com Eugênia e Renata que já a esperavam do lado de fora do prédio.
Ao sair certa vez, vestida com um vestido justinho, todo colorido, a moça estava pronta para se divertir. Estava tão produzida que até suas amigas comentaram:
-- Deixou cair!
-- Eu vou me divertir. – respondeu Laura toda animada.
-- Então vamos? – perguntou Renata.
-- Vamos. – respondeu Laura.
Nisso as três caminharam em direção a um ponto de táxi. Foi assim que chegaram num badalado show. Ansiosas para assistir o espetáculo, as três foram logo se sentar.
Lá Laura se encantou com a apresentação. Suas amigas, aproveitando que o lugar estava cheio de rapazes, fizeram de tudo para se enturmar e arrumar um paquera. Porém, por mais que tentassem, nada conseguiam.
Decepcionadas, Eugênia e Renata no final da noite, ao conversarem com Laura, comentaram que a maioria dos rapazes que estavam no lugar já estavam acompanhados.
Laura então, percebendo o desânimo das amigas, comentou que era assim mesmo. Nem sempre elas conseguiriam companhia.
E assim, todas elas voltaram para casa. Dividindo as despesas do táxi, cada uma voltou para sua respectiva morada.
Nisso, Laura ao chegar em casa, entrou pé-ante-pé, no apartamento.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.

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