Anos sessentas. Nesta década começa a história de Laura, uma jovem moça, moradora da cidade de São Paulo.
Das seis às sete horas da manhã, utilizando-se de um ônibus que circulava em seu bairro, Laura se dirige para o trabalho. Passa portanto, uma hora dentro de um ônibus cheio, lotado de pessoas, até finalmente chegar na loja em que trabalhava.
Ao chegar ao trabalho, imediatamente entra na loja e começa a arrumar as mercadorias. Isso por que em uma hora a loja seria aberta para os consumidores. Assim, a moça precisava se apressar para organizar a loja.
Com isso Laura verificava os estoques, e se havia necessidade de se pedir mais alguma mercadoria. Além disso, organizava as mercadorias em prateleiras no depósito. Laura também olhava o caixa, para ver se havia troco em caso de necessidade. Isso sem contar, na necessidade também de organizar as vitrines da loja, dada as diferentes coleções de produtos a serem vendidos.
Ou seja, antes da abertura da loja, Laura já estava trabalhando a uma hora.
E assim, depois, de organizar a loja, a mesma era aberta, e começava a correria para se atender aos clientes. Os mais variados tipos deles. Desde gente indecisa, que fazia as vendedoras, inclusive ela, descerem a loja inteira, para no final decidirem que não iriam levar nada, até pessoas grosseiras, que as consideravam subalternas.
Entretanto, para a sorte das funcionárias da loja, a maioria dos fregueses era educada. E assim, facilitavam o trabalho delas.
Isso por que o trabalho era intenso tendo em vista que a loja estava sempre movimentada. As vendedoras quase não tinham tempo para respirarem. No entanto, o mais complicado de tudo isso, não era o trabalho e sim, aturar a impaciência constante do chefe que as enlouquecia com suas exigências. Este, não admitia que os clientes ficassem esperando serem atendidos.
Para ele, quando alguém chegava na loja, tinha que ser atendido imediatamente.
E mesmo as moças tentando explicar que nem sempre estavam livres para atenderem todos os fregueses imediatamente, ele ainda continuava a reclamar.
Não havia argumentos para escusas, segundo ele. Tudo poderia ser melhorado.
Um dia, Laura sugeriu-lhe que contratasse mais uma funcionária para auxiliá-las no trabalho. Assim, poderiam realizar uma atendimento mais adequado.
No entanto, quando Ronaldo ouviu isso, ficou furioso. Como contratar mais uma funcionária? E o que ele já gastava com a folha de funcionários já contratados?
E assim, diante da resistência do patrão em contratar novos funcionários, não restou outra alternativa a moça, senão se calar.
Ao comentar o incidente com as colegas, as mesmas disseram:
-- Bem feito. Quem mandou você falar isso? Parece que não conhece o patrão que tem.
-- Eu sei, Benê. Falei demais. – concordou Laura.
-- Eu espero que isto te sirva de lição. Não provoque a fera.
-- Está certo, Benê. Este assunto, morre aqui.
-- Gente. Vamos mudar de assunto. O Senhor Rabugento está vindo pra cá. – alertou Eugênia.
-- Vamos mudar de assunto. – concordou Renata.
-- E então, Laura. Como vai o namoro? – perguntou Eugênia.
-- Não vai. Terminei.
-- Ah, que pena. O rapaz parecia tão simpático. – comentou Renata.
-- Infelizmente, não deu certo.
Nisso Ronaldo se aproximou e tratou de dispersar as mulheres. Disse que não era hora de conversa. Em razão de ser hora do almoço, o patrão dividiu o horário em duas partes. Durante os primeiros quarenta minutos, Laura e Benedita saíam para almoçar, depois iriam Eugênia e Renata.
E assim, as duas amigas foram almoçar. E assim comentaram sobre incidente na loja. Ademais, preocupada, Benê já vinha há muito tempo alertando a amiga sobre o comportamento estranho de Angela. Achava que Laura devia tomar cuidado com ela.
No que a moça sempre retrucava:
-- Mas ela é minha irmã. Se eu não confiar nela, em quem eu vou confiar?
-- Mas você tem que tomar cuidado com ela sim. Ainda mais depois do que ela aprontou semana passada. – argumentou Benê.
-- Bobagem sua. Aquela foi uma discussão sem importância.
-- Quer dizer que, jogar na tua cara toda a ajuda que ela já te deu, por causa de um mal entendido, é bobagem. – ironizou.
-- É sim, a gente sempre brigou por causa disso.
Com isso, diante da resistência da amiga em dar crédito para suas palavras, Benedita desistiu. Afinal, não queria brigar com Laura. A amizade das duas não merecia acabar por causa de uma divergência de opiniões. E assim, encerrou o assunto.
Assim, as duas terminaram o almoço e trataram de retornar ao trabalho. Em seguida, Eugênia e Renata saíram para almoçar.
Por volta de duas horas da tarde, o movimento da loja aumentou consideravelmente. Por isso, a tarde de trabalho seguiu-se atribulada.
Por fim, por volta das seis horas, Laura retornou do serviço. Cansada que estava foi direto para casa.
Lá, como de costume, Laura encontrou sua irmã lhe esperando na sala. Angela estava sentada no sofá lendo uma revista.
Nesse instante Laura disse:
-- Boa noite.
Pronto, Angela havia encontrado uma deixa para enchê-la de perguntas.
-- Como foi o seu dia?
-- Corrido como todos os outros. – respondeu Laura secamente.
-- Nada de novo?
-- Não.
-- Então, por que a senhorita só chegando a esta hora em casa?
-- Por que eu estava trabalhando.
-- E como não me avisou que ía demorar?
-- Não deu. A tarde foi uma correria, mal tive tempo de tomar um copo d’água. Não deu para telefonar.
-- A mesma velha desculpa de sempre. E como é que para sair, você encontra tempo e disposição?
-- Por que eu não tenho um chefe chato na minha cola todo sábado a noite.
-- E isso muda tudo. Não é?
-- Muda sim ... Quer saber? Eu não vou ficar aqui, discutindo com você.
-- Escute aqui. Eu te conheço desde que você nasceu. Você me deve respeito e obediência. – argumentou Angela.
-- Eu não te devo nada. Você sabe muito bem disso.
Disse isso e foi para seu quarto. Ao entrar, Laura trancou a porta e se deitou em sua cama. Depois de um dia de trabalho, precisava descansar. O que não impediu sua irmã Angela, de ficar durante quinze minutos batendo em sua porta, exigindo-lhe explicações pela a atitude intempestiva.
Irritada, a mulher dizia que Laura não tinha o direito de destratá-la já que era ela que cuidava das duas. Enraivecida, Angela bateu na porta insistentemente, exigindo que a irmã a abrisse.
No entanto, depois de muito esmurrar a porta, desistiu. Laura não abriria a porta para ela.
Das seis às sete horas da manhã, utilizando-se de um ônibus que circulava em seu bairro, Laura se dirige para o trabalho. Passa portanto, uma hora dentro de um ônibus cheio, lotado de pessoas, até finalmente chegar na loja em que trabalhava.
Ao chegar ao trabalho, imediatamente entra na loja e começa a arrumar as mercadorias. Isso por que em uma hora a loja seria aberta para os consumidores. Assim, a moça precisava se apressar para organizar a loja.
Com isso Laura verificava os estoques, e se havia necessidade de se pedir mais alguma mercadoria. Além disso, organizava as mercadorias em prateleiras no depósito. Laura também olhava o caixa, para ver se havia troco em caso de necessidade. Isso sem contar, na necessidade também de organizar as vitrines da loja, dada as diferentes coleções de produtos a serem vendidos.
Ou seja, antes da abertura da loja, Laura já estava trabalhando a uma hora.
E assim, depois, de organizar a loja, a mesma era aberta, e começava a correria para se atender aos clientes. Os mais variados tipos deles. Desde gente indecisa, que fazia as vendedoras, inclusive ela, descerem a loja inteira, para no final decidirem que não iriam levar nada, até pessoas grosseiras, que as consideravam subalternas.
Entretanto, para a sorte das funcionárias da loja, a maioria dos fregueses era educada. E assim, facilitavam o trabalho delas.
Isso por que o trabalho era intenso tendo em vista que a loja estava sempre movimentada. As vendedoras quase não tinham tempo para respirarem. No entanto, o mais complicado de tudo isso, não era o trabalho e sim, aturar a impaciência constante do chefe que as enlouquecia com suas exigências. Este, não admitia que os clientes ficassem esperando serem atendidos.
Para ele, quando alguém chegava na loja, tinha que ser atendido imediatamente.
E mesmo as moças tentando explicar que nem sempre estavam livres para atenderem todos os fregueses imediatamente, ele ainda continuava a reclamar.
Não havia argumentos para escusas, segundo ele. Tudo poderia ser melhorado.
Um dia, Laura sugeriu-lhe que contratasse mais uma funcionária para auxiliá-las no trabalho. Assim, poderiam realizar uma atendimento mais adequado.
No entanto, quando Ronaldo ouviu isso, ficou furioso. Como contratar mais uma funcionária? E o que ele já gastava com a folha de funcionários já contratados?
E assim, diante da resistência do patrão em contratar novos funcionários, não restou outra alternativa a moça, senão se calar.
Ao comentar o incidente com as colegas, as mesmas disseram:
-- Bem feito. Quem mandou você falar isso? Parece que não conhece o patrão que tem.
-- Eu sei, Benê. Falei demais. – concordou Laura.
-- Eu espero que isto te sirva de lição. Não provoque a fera.
-- Está certo, Benê. Este assunto, morre aqui.
-- Gente. Vamos mudar de assunto. O Senhor Rabugento está vindo pra cá. – alertou Eugênia.
-- Vamos mudar de assunto. – concordou Renata.
-- E então, Laura. Como vai o namoro? – perguntou Eugênia.
-- Não vai. Terminei.
-- Ah, que pena. O rapaz parecia tão simpático. – comentou Renata.
-- Infelizmente, não deu certo.
Nisso Ronaldo se aproximou e tratou de dispersar as mulheres. Disse que não era hora de conversa. Em razão de ser hora do almoço, o patrão dividiu o horário em duas partes. Durante os primeiros quarenta minutos, Laura e Benedita saíam para almoçar, depois iriam Eugênia e Renata.
E assim, as duas amigas foram almoçar. E assim comentaram sobre incidente na loja. Ademais, preocupada, Benê já vinha há muito tempo alertando a amiga sobre o comportamento estranho de Angela. Achava que Laura devia tomar cuidado com ela.
No que a moça sempre retrucava:
-- Mas ela é minha irmã. Se eu não confiar nela, em quem eu vou confiar?
-- Mas você tem que tomar cuidado com ela sim. Ainda mais depois do que ela aprontou semana passada. – argumentou Benê.
-- Bobagem sua. Aquela foi uma discussão sem importância.
-- Quer dizer que, jogar na tua cara toda a ajuda que ela já te deu, por causa de um mal entendido, é bobagem. – ironizou.
-- É sim, a gente sempre brigou por causa disso.
Com isso, diante da resistência da amiga em dar crédito para suas palavras, Benedita desistiu. Afinal, não queria brigar com Laura. A amizade das duas não merecia acabar por causa de uma divergência de opiniões. E assim, encerrou o assunto.
Assim, as duas terminaram o almoço e trataram de retornar ao trabalho. Em seguida, Eugênia e Renata saíram para almoçar.
Por volta de duas horas da tarde, o movimento da loja aumentou consideravelmente. Por isso, a tarde de trabalho seguiu-se atribulada.
Por fim, por volta das seis horas, Laura retornou do serviço. Cansada que estava foi direto para casa.
Lá, como de costume, Laura encontrou sua irmã lhe esperando na sala. Angela estava sentada no sofá lendo uma revista.
Nesse instante Laura disse:
-- Boa noite.
Pronto, Angela havia encontrado uma deixa para enchê-la de perguntas.
-- Como foi o seu dia?
-- Corrido como todos os outros. – respondeu Laura secamente.
-- Nada de novo?
-- Não.
-- Então, por que a senhorita só chegando a esta hora em casa?
-- Por que eu estava trabalhando.
-- E como não me avisou que ía demorar?
-- Não deu. A tarde foi uma correria, mal tive tempo de tomar um copo d’água. Não deu para telefonar.
-- A mesma velha desculpa de sempre. E como é que para sair, você encontra tempo e disposição?
-- Por que eu não tenho um chefe chato na minha cola todo sábado a noite.
-- E isso muda tudo. Não é?
-- Muda sim ... Quer saber? Eu não vou ficar aqui, discutindo com você.
-- Escute aqui. Eu te conheço desde que você nasceu. Você me deve respeito e obediência. – argumentou Angela.
-- Eu não te devo nada. Você sabe muito bem disso.
Disse isso e foi para seu quarto. Ao entrar, Laura trancou a porta e se deitou em sua cama. Depois de um dia de trabalho, precisava descansar. O que não impediu sua irmã Angela, de ficar durante quinze minutos batendo em sua porta, exigindo-lhe explicações pela a atitude intempestiva.
Irritada, a mulher dizia que Laura não tinha o direito de destratá-la já que era ela que cuidava das duas. Enraivecida, Angela bateu na porta insistentemente, exigindo que a irmã a abrisse.
No entanto, depois de muito esmurrar a porta, desistiu. Laura não abriria a porta para ela.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
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