E juntos, seguiram para a Capital da Província. Ao lá chegarem, ficaram hospedados em dos luxuosos hotéis que existiam na região. Tratados como reis, José e Ticiano, logo foram verificar os eventos que estavam acontecendo na cidade.
Assim, entre passeios e diversão, os dois foram se informando sobre os principais eventos que estavam por acontecer. De posse dessas informações, Tício e José passaram então a freqüentar esses eventos. Ticiano então, teve uma idéia.
Animado Ticiano comentou com José, se quem sabe, o segredo não fosse ele também organizar eventos como aqueles da região. Assim José poderia atrair investidores da Capital, para o interior da Província, para a localidade onde viviam.
Interessado, José quis saber mais sobre as idéias de Ticiano. E assim, os dois ficaram conversando. Enquanto José adquiria novos animais para sua fazenda, Ticiano lhe expunha suas idéias sobre como criar um evento desses na localidade em que viviam.
Observador, Ticiano perguntou ao fazendeiro, se este também não tinha interesse em vender alguns animais.
No que José respondeu:
-- No momento, não estou interessado em me desfazer dos meus animais. Ainda mais agora, que estou pensando seriamente em comprar sua idéia e realizar um evento desses em minha fazenda. Diante disso, acho melhor não me desfazer dos animais.
-- Então, o senhor pretende colocar em prática a idéia? – perguntou encantado.
-- E por que não? É uma ótima idéia.
Realmente, a idéia era muito boa.
Mas, no entanto, enquanto estivessem por lá, o que interessava a José, era somente seu trabalho.
Como bom fazendeiro que era, logo adquiriu bons animais para sua fazenda. Ambicioso, intencionava ampliar seus negócios. Para isso no entanto, precisava aumentar sua criação de animais, comprar mais terras, e ter alguém de confiança, para ajudá-lo a administrar tudo isso.
Ademais, com a idéia de Ticiano, José passou a pensar também, em criar um evento de grande porte na região, para que pudesse tornar o lugar conhecido e ali mesmo se realizassem bons negócios.
Assim, cada vez mais, José ficava satisfeito com a escolha. Ticiano era o homem certo para ajudá-lo a pôr em prática os seus projetos. Por essa razão, tencionava investir no jovem.
Por isto, durante a estada na cidade, os dois foram visitar museus, teatros. Conheceram o Teatro Municipal, visitaram algumas lojas. Aliás, no tocante as lojas, José, ao avistá-las, tratou logo de entrar em várias delas. Precisava comprar alguns presentes para a esposa e os filhos.
Gentil, apesar das inúmeras roupas que mandara fazer para Ticiano, comprou-lhe ainda uma bela capa, para o rapaz.
No que o mesmo, agradecido, respondeu-lhe que não precisava se incomodar.
Mas ele, satisfeito que estava com o desempenho do rapaz, que demonstrava ser um bom administrador, não se fez de rogado, e comprou-lhe logo um belo presente.
Encantado com a cidade, Ticiano pediu licença ao patrão, para que pudesse visitar o Jardim Botânico.
Ao ouvir isso, o fazendeiro ficou admirado. Então Ticiano conhecia a cidade?
O rapaz então, ao perceber o olhar curioso do patrão, tratou logo de explicar.
A despeito da desconfiança do patrão, não era nada daquilo do que ele estava pensando.
Ticiano somente queria conhecer um dos lugares famosos da Capital. Afinal, desde que era criança, já ouvira falar do famoso Jardim Botânico. Em muito dos livros que lera inclusive, havia inúmeros comentários sobre a tão famosa cidade.
José, então, ao ouvir isso, tranqüilizou-se. Gentil, até ofereceu-se para acompanhar o jovem.
Contudo, Tício recusou educadamente a companhia. Disse que preferia ir sozinho, se o fazendeiro não se incomodasse. Pois somente queria visitar alguns lugares.
Calmamente Ticiano disse-lhe que queria apenas conhecer os detalhes dos pontos turísticos da cidade. Além do mais, queria dar uma boa caminhada.
Dessarte, também queria ficar um pouco sozinho. Gostava dessa solidão.
E, apesar de não ter contado ao patrão, queria matar as saudades de um tempo que já passou.
E assim o fez. Passeou pelas ruas da cidade, reviu lojas, construções, casas. Lindos lugares. De charrete, chegou ao Jardim Botânico.
Ao adentrar o imponente lugar, veio a lembrança, cenas de um tempo antigo, de coisas acontecidas, não se sabe com quem.
O rapaz então, passou a lembrar-se do jardim, das crianças brincando felizes, no amplo quintal que eram as terras do lugar. Veio-lhe a imagem de uma carruagem se aproximando, um homem descendo.
Lembrou-se da mulher se recusando a atender o estranho homem.
Lembrou-se dos sonhos, dos momentos em que torturado, só queria deixar de sonhar com isso. Mas, seu esforço era inútil.
Triste, sentou-se em um canto, e taciturno, lembrou-se que já estivera ali. Foi então que veio a memória uma imagem curiosa. Uma jovem mulher, a segurar um ramalhete de flores, e ao seu lado, um homem que parecia ser o seu marido. Estavam felizes. De longe se percebia que estavam rindo.
Foi então que, incontido, Ticiano se pôs a chorar.
Mesmo sem entender direito por que, o rapaz sentia uma necessidade quase desesperada de chorar. Contudo, não poderia fazê-lo diante de José, pois o fazendeiro estranharia.
Daí a necessidade imensa e urgente de ficar sozinho. Precisava por em ordem seus pensamentos. Precisava também encontrar um jeito de voltar para a fazenda, o mais depressa possível. Queria fugir daquelas imagens.
Mas sabia também, que só poderia retornar, quando José resolvesse todos os seus problemas. Assim, por mais que quisesse, não poderia sair da cidade, enquanto o fazendeiro, não participasse de todos os eventos que o interessavam.
Com isso, Ticiano não poderia chamar a atenção. Não queria que José lhe fizesse perguntas embaraçosas.
Em razão disso, permaneceu silente durante os dias que se passaram. Não comentou com ninguém sobre o que sucedera no parque. Simplesmente disse ao fazendeiro, que o lugar era realmente tão lindo quanto lhe contaram. Uma beleza.
Mas, José observador que era, percebeu que algo estranho acontecera.
O rapaz parecia mais taciturno do que antes. Estranhamente, desde o dia da visita no parque, o moço ficara esquisito. Isso porque, apesar de Ticiano não ser muito de conversas, nos últimos tempos, estava realmente muito calado.
Muito calado e tristonho, nem parecia o mesmo rapaz interessado em conhecer melhor o mundo dos eventos com animais.
Muitas vezes, embora se esforçasse para demonstrar interesse, em alguns momentos, se distanciava de tudo o cercava, e ficava com o olhar parado. Distraído, Ticiano estava com os pensamentos em outro lugar.
Diante disso, José, preocupado, perguntou ao jovem:
-- O te preocupa Ticiano? Algum problema?
-- Não. – respondeu lacônico.
-- Mas então, se não é um problema, o que te deixou tão casmurro?
-- Nada.
-- Alguma coisa te aborreceu?
-- Não. Nada. Só estou com um pouco de dor de cabeça. – disse desculpando-se.
-- Realmente, esta dor de cabeça deve ser muito forte. Há dias que vosmecê quase não fala. Mal repara no que acontece a sua volta.
-- Me desculpe Seu José. Não havia me dado conta de estava tão desconcentrado. Mas prometo que a partir de hoje isso não vai mais se repetir.
-- Ticiano, você não tem que me pedir desculpas. Mas estou deveras preocupado com vosmecê. Não pareces nada bem.
-- Não Seu José. Não se preocupe, vou melhorar.
-- Espero que sim. Se não tiver melhoras, procure um médico.
-- Assim o farei, se isto for necessário. – disse e então se afastou.
E assim, muito embora não tivesse convencido de que se tratava apenas de uma dor de cabeça, José não tocou mais no assunto. Ocupado que estava com seus negócios, precisava visitar alguns eventos. De formas que, certo dia não chegou nem a ver o rapaz.
Isso por que, conforme o combinado, enquanto ele resolvia assuntos particulares, Ticiano tentaria negociar a compra de mais alguns animais.
Com isso José, passara a testar a habilidade do empregado em realizar bons negócios.
Mais tarde, José soube por conhecidos, que o jovem passara a tarde inteira com alguns fazendeiros, fechando o negócio. Ademais, interessado, Ticiano ofereceu-se para acompanhá-los em suas incursões noite afora.
Ao ouvir notícia tão alvissareira, José ficou satisfeito. Sim, o jovem Tício estava correspondendo suas expectativas.
Curiosamente, desde que o vira pela primeira vez, sujo, maltratado, e depois, ao conversar com ele, José sempre tivera a sensação de que o rapaz era diferente dos demais. Foi então que o fazendeiro se lembrou, da desconfiança que sentira, quando conversou com o rapaz. Parecia que ele tinha bem mais a dizer do que realmente falou.
Mas, ao ver-se novamente intrigado com o misterioso mancebo, José tratou de dissipar suas dúvidas. Afinal nesses dois anos o rapaz não lhe dera trabalho. Aliás, ao contrário, desde que pôs os pés na fazenda, Tício nunca deu motivos para que José lhe chamasse a atenção. Sempre foi um bom empregado.
José, não tinha queixas portanto, a seu respeito. Mas curioso, gostaria de saber mais sobre sua vida.
Assim, entre passeios e diversão, os dois foram se informando sobre os principais eventos que estavam por acontecer. De posse dessas informações, Tício e José passaram então a freqüentar esses eventos. Ticiano então, teve uma idéia.
Animado Ticiano comentou com José, se quem sabe, o segredo não fosse ele também organizar eventos como aqueles da região. Assim José poderia atrair investidores da Capital, para o interior da Província, para a localidade onde viviam.
Interessado, José quis saber mais sobre as idéias de Ticiano. E assim, os dois ficaram conversando. Enquanto José adquiria novos animais para sua fazenda, Ticiano lhe expunha suas idéias sobre como criar um evento desses na localidade em que viviam.
Observador, Ticiano perguntou ao fazendeiro, se este também não tinha interesse em vender alguns animais.
No que José respondeu:
-- No momento, não estou interessado em me desfazer dos meus animais. Ainda mais agora, que estou pensando seriamente em comprar sua idéia e realizar um evento desses em minha fazenda. Diante disso, acho melhor não me desfazer dos animais.
-- Então, o senhor pretende colocar em prática a idéia? – perguntou encantado.
-- E por que não? É uma ótima idéia.
Realmente, a idéia era muito boa.
Mas, no entanto, enquanto estivessem por lá, o que interessava a José, era somente seu trabalho.
Como bom fazendeiro que era, logo adquiriu bons animais para sua fazenda. Ambicioso, intencionava ampliar seus negócios. Para isso no entanto, precisava aumentar sua criação de animais, comprar mais terras, e ter alguém de confiança, para ajudá-lo a administrar tudo isso.
Ademais, com a idéia de Ticiano, José passou a pensar também, em criar um evento de grande porte na região, para que pudesse tornar o lugar conhecido e ali mesmo se realizassem bons negócios.
Assim, cada vez mais, José ficava satisfeito com a escolha. Ticiano era o homem certo para ajudá-lo a pôr em prática os seus projetos. Por essa razão, tencionava investir no jovem.
Por isto, durante a estada na cidade, os dois foram visitar museus, teatros. Conheceram o Teatro Municipal, visitaram algumas lojas. Aliás, no tocante as lojas, José, ao avistá-las, tratou logo de entrar em várias delas. Precisava comprar alguns presentes para a esposa e os filhos.
Gentil, apesar das inúmeras roupas que mandara fazer para Ticiano, comprou-lhe ainda uma bela capa, para o rapaz.
No que o mesmo, agradecido, respondeu-lhe que não precisava se incomodar.
Mas ele, satisfeito que estava com o desempenho do rapaz, que demonstrava ser um bom administrador, não se fez de rogado, e comprou-lhe logo um belo presente.
Encantado com a cidade, Ticiano pediu licença ao patrão, para que pudesse visitar o Jardim Botânico.
Ao ouvir isso, o fazendeiro ficou admirado. Então Ticiano conhecia a cidade?
O rapaz então, ao perceber o olhar curioso do patrão, tratou logo de explicar.
A despeito da desconfiança do patrão, não era nada daquilo do que ele estava pensando.
Ticiano somente queria conhecer um dos lugares famosos da Capital. Afinal, desde que era criança, já ouvira falar do famoso Jardim Botânico. Em muito dos livros que lera inclusive, havia inúmeros comentários sobre a tão famosa cidade.
José, então, ao ouvir isso, tranqüilizou-se. Gentil, até ofereceu-se para acompanhar o jovem.
Contudo, Tício recusou educadamente a companhia. Disse que preferia ir sozinho, se o fazendeiro não se incomodasse. Pois somente queria visitar alguns lugares.
Calmamente Ticiano disse-lhe que queria apenas conhecer os detalhes dos pontos turísticos da cidade. Além do mais, queria dar uma boa caminhada.
Dessarte, também queria ficar um pouco sozinho. Gostava dessa solidão.
E, apesar de não ter contado ao patrão, queria matar as saudades de um tempo que já passou.
E assim o fez. Passeou pelas ruas da cidade, reviu lojas, construções, casas. Lindos lugares. De charrete, chegou ao Jardim Botânico.
Ao adentrar o imponente lugar, veio a lembrança, cenas de um tempo antigo, de coisas acontecidas, não se sabe com quem.
O rapaz então, passou a lembrar-se do jardim, das crianças brincando felizes, no amplo quintal que eram as terras do lugar. Veio-lhe a imagem de uma carruagem se aproximando, um homem descendo.
Lembrou-se da mulher se recusando a atender o estranho homem.
Lembrou-se dos sonhos, dos momentos em que torturado, só queria deixar de sonhar com isso. Mas, seu esforço era inútil.
Triste, sentou-se em um canto, e taciturno, lembrou-se que já estivera ali. Foi então que veio a memória uma imagem curiosa. Uma jovem mulher, a segurar um ramalhete de flores, e ao seu lado, um homem que parecia ser o seu marido. Estavam felizes. De longe se percebia que estavam rindo.
Foi então que, incontido, Ticiano se pôs a chorar.
Mesmo sem entender direito por que, o rapaz sentia uma necessidade quase desesperada de chorar. Contudo, não poderia fazê-lo diante de José, pois o fazendeiro estranharia.
Daí a necessidade imensa e urgente de ficar sozinho. Precisava por em ordem seus pensamentos. Precisava também encontrar um jeito de voltar para a fazenda, o mais depressa possível. Queria fugir daquelas imagens.
Mas sabia também, que só poderia retornar, quando José resolvesse todos os seus problemas. Assim, por mais que quisesse, não poderia sair da cidade, enquanto o fazendeiro, não participasse de todos os eventos que o interessavam.
Com isso, Ticiano não poderia chamar a atenção. Não queria que José lhe fizesse perguntas embaraçosas.
Em razão disso, permaneceu silente durante os dias que se passaram. Não comentou com ninguém sobre o que sucedera no parque. Simplesmente disse ao fazendeiro, que o lugar era realmente tão lindo quanto lhe contaram. Uma beleza.
Mas, José observador que era, percebeu que algo estranho acontecera.
O rapaz parecia mais taciturno do que antes. Estranhamente, desde o dia da visita no parque, o moço ficara esquisito. Isso porque, apesar de Ticiano não ser muito de conversas, nos últimos tempos, estava realmente muito calado.
Muito calado e tristonho, nem parecia o mesmo rapaz interessado em conhecer melhor o mundo dos eventos com animais.
Muitas vezes, embora se esforçasse para demonstrar interesse, em alguns momentos, se distanciava de tudo o cercava, e ficava com o olhar parado. Distraído, Ticiano estava com os pensamentos em outro lugar.
Diante disso, José, preocupado, perguntou ao jovem:
-- O te preocupa Ticiano? Algum problema?
-- Não. – respondeu lacônico.
-- Mas então, se não é um problema, o que te deixou tão casmurro?
-- Nada.
-- Alguma coisa te aborreceu?
-- Não. Nada. Só estou com um pouco de dor de cabeça. – disse desculpando-se.
-- Realmente, esta dor de cabeça deve ser muito forte. Há dias que vosmecê quase não fala. Mal repara no que acontece a sua volta.
-- Me desculpe Seu José. Não havia me dado conta de estava tão desconcentrado. Mas prometo que a partir de hoje isso não vai mais se repetir.
-- Ticiano, você não tem que me pedir desculpas. Mas estou deveras preocupado com vosmecê. Não pareces nada bem.
-- Não Seu José. Não se preocupe, vou melhorar.
-- Espero que sim. Se não tiver melhoras, procure um médico.
-- Assim o farei, se isto for necessário. – disse e então se afastou.
E assim, muito embora não tivesse convencido de que se tratava apenas de uma dor de cabeça, José não tocou mais no assunto. Ocupado que estava com seus negócios, precisava visitar alguns eventos. De formas que, certo dia não chegou nem a ver o rapaz.
Isso por que, conforme o combinado, enquanto ele resolvia assuntos particulares, Ticiano tentaria negociar a compra de mais alguns animais.
Com isso José, passara a testar a habilidade do empregado em realizar bons negócios.
Mais tarde, José soube por conhecidos, que o jovem passara a tarde inteira com alguns fazendeiros, fechando o negócio. Ademais, interessado, Ticiano ofereceu-se para acompanhá-los em suas incursões noite afora.
Ao ouvir notícia tão alvissareira, José ficou satisfeito. Sim, o jovem Tício estava correspondendo suas expectativas.
Curiosamente, desde que o vira pela primeira vez, sujo, maltratado, e depois, ao conversar com ele, José sempre tivera a sensação de que o rapaz era diferente dos demais. Foi então que o fazendeiro se lembrou, da desconfiança que sentira, quando conversou com o rapaz. Parecia que ele tinha bem mais a dizer do que realmente falou.
Mas, ao ver-se novamente intrigado com o misterioso mancebo, José tratou de dissipar suas dúvidas. Afinal nesses dois anos o rapaz não lhe dera trabalho. Aliás, ao contrário, desde que pôs os pés na fazenda, Tício nunca deu motivos para que José lhe chamasse a atenção. Sempre foi um bom empregado.
José, não tinha queixas portanto, a seu respeito. Mas curioso, gostaria de saber mais sobre sua vida.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
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