E assim, continuou funcionando normalmente o serviço da guarda imperial.
Depois de quase dois anos, desde que fugira sem rumo, da Fazenda Passárgada, Ticiano, encontrara um abrigo.
Durante os meses em que permaneceu na pequena cidadezinha de Serra Azul, dedicou-se com afinco, a sua nova carreira. Depois, por conta de seu gesto de heroísmo, foi promovido e transferido para a Corte.
Muito embora estivesse satisfeito com seu trabalho, não queria se expor. Por isso, sempre que precisava dar uma caminhada, esperava o dia cair para o fazer. Afinal, temia encontrar alguém conhecido. Por esta razão também, o rapaz passou a evitar os passeios com os amigos.
Uma vez, porém em uma caminhada até uma das belas igrejas da cidade, em companhia de dois colegas que muito insistiram em acompanhá-lo, Ticiano encontrou, um conhecido seu. Como não dava para voltar atrás, o rapaz abaixou-se, visando evitar que o vissem.
Tal fato, entretanto, só serviu para que seus colegas ficassem cada vez mais desconfiados de seu comportamento.
Era estranho que um rapaz tão jovem como Ticiano, tivesse algo para esconder. Josué e os outros amigos, chegaram a pensar que talvez o jovem Tício, tivesse aprontado alguma coisa, e que por isso tinha algo a esconder.
Diante dessa possibilidade, os rapazes comunicaram ao capitão, que Ticiano se comportara muito estranhamente durante um dos passeios que fizeram juntos. Entretanto, como não havia nada de concreto contra o rapaz, tal comunicação não foi sequer, levada em consideração. Afinal, o rapaz era impecável. Nunca dera motivos para reclamações. Desempenhava seu trabalho da forma mais correta possível, e além do mais, raramente pedia folgas.
Muito pelo contrário, sempre que podia, preferia permanecer de prontidão, para desempenhar suas tarefas. Com isso, muito embora os soldados trabalhassem em turnos, sempre havia o que fazer. E prestativo, o jovem Tício não fugia do trabalho, ao contrário de alguns de seus colegas de caserna, extremamente preguiçosos.
Assim, não havia nada que o desabonasse.
Mas, voltemos a caminhada. Ticiano, como já dito, adorava realizar caminhadas. Procurando conhecer melhor os arredores do palácio, sempre que podia, aproveitava o cair da noite para caminhar.
Algumas vezes, Ticiano chegou até, a caminhar pelas ruas da cidade à pé. Gostava do lugar, muito embora, algumas vezes lhe trouxesse lembranças tristes.
Numa dessas caminhadas, certa vez, o rapaz acabou esbarrando num homem que se tornaria mais tarde, seu grande amigo.
Foi assim. Enquanto caminhava distraído, o rapaz acabou por esbarrar num homem que caminhava em sentido contrário.
Ao dar o encontrão, Ticiano foi logo se desculpando.
No que o homem, percebendo que não fora proposital, aceitou as escusas dizendo que não fora nada. Gentil, convidou-o para ir até com ele em uma casa de mulheres. Disse que lá serviam um excelente vinho. Mas Ticiano, cioso de seus deveres, por bem, resolveu recusar, e assim, retomou seu caminho.
Muito embora parecesse que nunca mais se veriam, mais tarde os dois voltaram a se esbarrar, quando houve uma festa no palácio da família real.
Nesse dia, muitas confusões aconteceram. Ticiano por engano, foi confundido com um dos convidados da festa e acabou entrando na salão, onde ocorriam as festividades. Sem ser reconhecido, ficou um longo tempo, num dos belos salões da construção.
Ticiano ao perceber o engano, bem que tentou se explicar. Dizendo que era um criado, ninguém acreditou nele. Todos achavam que não se passava de uma brincadeira.
E assim, Ticiano passou a integrar a festa como se fora um dos convidados. Como não usava trajes militares, e dada sua elegância no trajar, confundiram-no com um dos convidados. De tão elegante que estava, chegou a ser alvo de olhares de algumas das jovens damas que estavam na festa.
Galante, procurou tratar a todas, com muito respeito e deferência.
Portanto, participou da festa. Ticiano tomou vinho, dançou com as moças, se divertiu um pouco.
Mas, enquanto fez tudo isso, tentou diversas vezes, sair da festa, sem que percebessem sua ausência. No entanto, não conseguiu se livrar da confusão.
Instado a se aproximar do imperador, tentou o quanto pôde, se livrar desta formalidade. Alegando não ser digno de tão nobre honraria, fez o possível para que o encontro fosse evitado.
No entanto, sua resistência não foi levada em consideração. E , ao se aproximar do imperador, Ticiano foi imediatamente reconhecido.
Irritado, Sua Excelência, o Imperador, ordenou-lhe que se retirasse. Aborrecido, mal podia acreditar que havia sido alvo de uma pilhéria.
Ao ouvir a ordem para que se retirasse, Ticiano atendeu prontamente. Desculpou-se e saiu do salão.
Durante o incidente, o senhor em quem trombara o reconheceu, e pediu pessoalmente ao imperador, para que o desculpasse o moço. Alegando que o rapaz não agira de má-fé, argumentou que talvez tivesse sido confundido com alguém. Ele mesmo disse ao imperador que acreditava conhecer o jovem.
Diante disso, o imperador ao constatar que se ele próprio já confundira o rapaz, nada impediria que outros fizessem a mesma confusão. Ademais, ele próprio vira o jovem diversas vezes, tentar sair do salão. Contudo, cada vez que intentava se evadir do lugar, alguém aparecia para dissuadi-lo da idéia. Até os guardas, seus companheiros de farda conspiraram contra ele.
Diante disso, o imperador tratou de esquecer do incidente. Afinal se um grande amigo o dizia, como poderia ser mentira?
Assim, o imperador reconsiderou, e resolveu desculpá-lo. Não tomaria assim, nenhuma providência com relação ao rapaz.
Ticiano ao saber disso, não conseguiu entender. Por que um estranho se incomodou com isso? Nunca ninguém antes, havia se preocupado com ele.
Agradecido pela intervenção amigável, Ticiano procurou o homem que o auxiliara por todos os lugares onde já havia passado. Chegou até a visitar alguns bordéis, procurando o sujeito. Mas, nada de achá-lo.
Entretanto, ao final de um longo dia de trabalho, quando deveria fazer a ronda pelas ruas próximas ao palácio, Ticiano acabou por encontrar o misterioso homem que o ajudara.
Chamava-se Rogério e aparentava uns trinta e cinco anos. Este ao ser indagado pelo jovem sobre os motivos que o levaram a tal gesto, o homem disse-lhe que o considerava um rapaz de confiança. Isso por que, não havia por que acreditar que ele seria tão tolo, a ponto de brincar com o imperador.
Rogério então, dizendo-se amigo pessoal da família do imperador, respondeu que sabia que haviam confundido-o com algum nobre. Em razão de seu porte, poderia ser facilmente confundido com um deles.
Para Rogério, seria até natural que houvesse essa confusão.
Foi aí então, que o homem percebera algo. Conhecia o jovem, há mais tempo do que pensava.
Ticiano ao ouvir isso, disse-lhe que não. Nunca havia estado na Corte antes. Provavelmente, Rogério o estava confundindo-o com outro rapaz. E dizendo isso, encerrou a conversa. Desculpou-se e retornou ao palácio.
Mas essa história, não termina por aqui.
O cavalheiro, sabendo onde encontrar o rapaz, diversas vezes foi até o palácio para conversar com o imperador, e, aproveitando a oportunidade, se aproximar de Ticiano.
Curioso que estava, queria descobrir de onde conhecia o rapaz, e entender por que aquele rosto não lhe era estranho.
E assim, depois da conversa que teve com o imperador, Rogério insistiu para que o levasse até a caserna, para que pudesse conversar com Ticiano.
Lá ao constatar que o mesmo saíra para realizar serviços externos, decidiu que o esperaria voltar. Por esta razão, perguntou quanto tempo Ticiano demoraria para retornar.
Um soldado então lhe informou que o oficial poderia levar a tarde inteira realizando o trabalho. Atencioso, recomendou ao cavalheiro, que retornasse um outro dia.
Mas Rogério insistiu em esperar.
Ao perceber que nada faria o homem desistir da idéia, o soldado desculpou-se e dizendo que precisava ir trabalhar, alegou que em alguns minutos começaria seu turno.
Rogério então, respondeu que ele não precisava se incomodar, pois não se importava de esperar o rapaz, sozinho.
E assim foi. Durante horas, Rogério esperou o retorno do jovem.
Enquanto Ticiano não retornava, o homem descobriu, ao conversar com um dos capitães, que Ticiano, assim com alguns dos jovens que foram transferidos para lá, era um soldado valoroso. Apesar de não possuir origem nobre, era muito trabalhador, e por seus próprios méritos, conseguiu lograr o posto de oficial de cavalaria. Com muita dedicação, e com alguns atos de bravura, foi promovido e passou a integrar a guarda imperial.
Interessado na história, Rogério perguntou então, quanto tempo fazia que Ticiano estava no exército.
-- Dois anos. – respondeu prontamente o capitão.
-- Nossa! Mas em tão pouco tempo Ticiano já foi promovido?
-- Sim, é um de nossos melhores oficiais.
-- Realmente é surpreendente.
Diante disso, como última pergunta, Rogério quis saber de onde tinha vindo o rapaz.
-- De Serra Azul. – respondeu o militar.
Pronto, este era um ponto de partida. Já podia começar pela referida cidade, a vasculhar informações sobre o moço.
Por isso mesmo, Rogério pediu que o capitão não comentasse sua visita com o rapaz. Precavido, o homem recomendou-lhe ainda, que se o rapaz perguntasse se algum sujeito o estava procurado, o mesmo deveria responder que não sabia de ninguém. Sob o argumento de Rogério que precisava descobrir se o moço era um parente seu há muito tempo não visto, o capitão concordou.
Rogério então emendou, que tantos cuidados eram motivados, por que temia que se o rapaz soubesse disso, talvez tentasse fugir.
Com isso, Ticiano, ao chegar de seu trabalho, foi imediatamente chamado ao gabinete do capitão de seu destacamento.
Isso por que este precisava conversar com o jovem. Como estava muito satisfeito com o trabalho do rapaz, resolveu encaminhá-lo para acompanhar em viagem, uma comitiva, composta por alguns nobres, até uma cidade vizinha.
Depois de quase dois anos, desde que fugira sem rumo, da Fazenda Passárgada, Ticiano, encontrara um abrigo.
Durante os meses em que permaneceu na pequena cidadezinha de Serra Azul, dedicou-se com afinco, a sua nova carreira. Depois, por conta de seu gesto de heroísmo, foi promovido e transferido para a Corte.
Muito embora estivesse satisfeito com seu trabalho, não queria se expor. Por isso, sempre que precisava dar uma caminhada, esperava o dia cair para o fazer. Afinal, temia encontrar alguém conhecido. Por esta razão também, o rapaz passou a evitar os passeios com os amigos.
Uma vez, porém em uma caminhada até uma das belas igrejas da cidade, em companhia de dois colegas que muito insistiram em acompanhá-lo, Ticiano encontrou, um conhecido seu. Como não dava para voltar atrás, o rapaz abaixou-se, visando evitar que o vissem.
Tal fato, entretanto, só serviu para que seus colegas ficassem cada vez mais desconfiados de seu comportamento.
Era estranho que um rapaz tão jovem como Ticiano, tivesse algo para esconder. Josué e os outros amigos, chegaram a pensar que talvez o jovem Tício, tivesse aprontado alguma coisa, e que por isso tinha algo a esconder.
Diante dessa possibilidade, os rapazes comunicaram ao capitão, que Ticiano se comportara muito estranhamente durante um dos passeios que fizeram juntos. Entretanto, como não havia nada de concreto contra o rapaz, tal comunicação não foi sequer, levada em consideração. Afinal, o rapaz era impecável. Nunca dera motivos para reclamações. Desempenhava seu trabalho da forma mais correta possível, e além do mais, raramente pedia folgas.
Muito pelo contrário, sempre que podia, preferia permanecer de prontidão, para desempenhar suas tarefas. Com isso, muito embora os soldados trabalhassem em turnos, sempre havia o que fazer. E prestativo, o jovem Tício não fugia do trabalho, ao contrário de alguns de seus colegas de caserna, extremamente preguiçosos.
Assim, não havia nada que o desabonasse.
Mas, voltemos a caminhada. Ticiano, como já dito, adorava realizar caminhadas. Procurando conhecer melhor os arredores do palácio, sempre que podia, aproveitava o cair da noite para caminhar.
Algumas vezes, Ticiano chegou até, a caminhar pelas ruas da cidade à pé. Gostava do lugar, muito embora, algumas vezes lhe trouxesse lembranças tristes.
Numa dessas caminhadas, certa vez, o rapaz acabou esbarrando num homem que se tornaria mais tarde, seu grande amigo.
Foi assim. Enquanto caminhava distraído, o rapaz acabou por esbarrar num homem que caminhava em sentido contrário.
Ao dar o encontrão, Ticiano foi logo se desculpando.
No que o homem, percebendo que não fora proposital, aceitou as escusas dizendo que não fora nada. Gentil, convidou-o para ir até com ele em uma casa de mulheres. Disse que lá serviam um excelente vinho. Mas Ticiano, cioso de seus deveres, por bem, resolveu recusar, e assim, retomou seu caminho.
Muito embora parecesse que nunca mais se veriam, mais tarde os dois voltaram a se esbarrar, quando houve uma festa no palácio da família real.
Nesse dia, muitas confusões aconteceram. Ticiano por engano, foi confundido com um dos convidados da festa e acabou entrando na salão, onde ocorriam as festividades. Sem ser reconhecido, ficou um longo tempo, num dos belos salões da construção.
Ticiano ao perceber o engano, bem que tentou se explicar. Dizendo que era um criado, ninguém acreditou nele. Todos achavam que não se passava de uma brincadeira.
E assim, Ticiano passou a integrar a festa como se fora um dos convidados. Como não usava trajes militares, e dada sua elegância no trajar, confundiram-no com um dos convidados. De tão elegante que estava, chegou a ser alvo de olhares de algumas das jovens damas que estavam na festa.
Galante, procurou tratar a todas, com muito respeito e deferência.
Portanto, participou da festa. Ticiano tomou vinho, dançou com as moças, se divertiu um pouco.
Mas, enquanto fez tudo isso, tentou diversas vezes, sair da festa, sem que percebessem sua ausência. No entanto, não conseguiu se livrar da confusão.
Instado a se aproximar do imperador, tentou o quanto pôde, se livrar desta formalidade. Alegando não ser digno de tão nobre honraria, fez o possível para que o encontro fosse evitado.
No entanto, sua resistência não foi levada em consideração. E , ao se aproximar do imperador, Ticiano foi imediatamente reconhecido.
Irritado, Sua Excelência, o Imperador, ordenou-lhe que se retirasse. Aborrecido, mal podia acreditar que havia sido alvo de uma pilhéria.
Ao ouvir a ordem para que se retirasse, Ticiano atendeu prontamente. Desculpou-se e saiu do salão.
Durante o incidente, o senhor em quem trombara o reconheceu, e pediu pessoalmente ao imperador, para que o desculpasse o moço. Alegando que o rapaz não agira de má-fé, argumentou que talvez tivesse sido confundido com alguém. Ele mesmo disse ao imperador que acreditava conhecer o jovem.
Diante disso, o imperador ao constatar que se ele próprio já confundira o rapaz, nada impediria que outros fizessem a mesma confusão. Ademais, ele próprio vira o jovem diversas vezes, tentar sair do salão. Contudo, cada vez que intentava se evadir do lugar, alguém aparecia para dissuadi-lo da idéia. Até os guardas, seus companheiros de farda conspiraram contra ele.
Diante disso, o imperador tratou de esquecer do incidente. Afinal se um grande amigo o dizia, como poderia ser mentira?
Assim, o imperador reconsiderou, e resolveu desculpá-lo. Não tomaria assim, nenhuma providência com relação ao rapaz.
Ticiano ao saber disso, não conseguiu entender. Por que um estranho se incomodou com isso? Nunca ninguém antes, havia se preocupado com ele.
Agradecido pela intervenção amigável, Ticiano procurou o homem que o auxiliara por todos os lugares onde já havia passado. Chegou até a visitar alguns bordéis, procurando o sujeito. Mas, nada de achá-lo.
Entretanto, ao final de um longo dia de trabalho, quando deveria fazer a ronda pelas ruas próximas ao palácio, Ticiano acabou por encontrar o misterioso homem que o ajudara.
Chamava-se Rogério e aparentava uns trinta e cinco anos. Este ao ser indagado pelo jovem sobre os motivos que o levaram a tal gesto, o homem disse-lhe que o considerava um rapaz de confiança. Isso por que, não havia por que acreditar que ele seria tão tolo, a ponto de brincar com o imperador.
Rogério então, dizendo-se amigo pessoal da família do imperador, respondeu que sabia que haviam confundido-o com algum nobre. Em razão de seu porte, poderia ser facilmente confundido com um deles.
Para Rogério, seria até natural que houvesse essa confusão.
Foi aí então, que o homem percebera algo. Conhecia o jovem, há mais tempo do que pensava.
Ticiano ao ouvir isso, disse-lhe que não. Nunca havia estado na Corte antes. Provavelmente, Rogério o estava confundindo-o com outro rapaz. E dizendo isso, encerrou a conversa. Desculpou-se e retornou ao palácio.
Mas essa história, não termina por aqui.
O cavalheiro, sabendo onde encontrar o rapaz, diversas vezes foi até o palácio para conversar com o imperador, e, aproveitando a oportunidade, se aproximar de Ticiano.
Curioso que estava, queria descobrir de onde conhecia o rapaz, e entender por que aquele rosto não lhe era estranho.
E assim, depois da conversa que teve com o imperador, Rogério insistiu para que o levasse até a caserna, para que pudesse conversar com Ticiano.
Lá ao constatar que o mesmo saíra para realizar serviços externos, decidiu que o esperaria voltar. Por esta razão, perguntou quanto tempo Ticiano demoraria para retornar.
Um soldado então lhe informou que o oficial poderia levar a tarde inteira realizando o trabalho. Atencioso, recomendou ao cavalheiro, que retornasse um outro dia.
Mas Rogério insistiu em esperar.
Ao perceber que nada faria o homem desistir da idéia, o soldado desculpou-se e dizendo que precisava ir trabalhar, alegou que em alguns minutos começaria seu turno.
Rogério então, respondeu que ele não precisava se incomodar, pois não se importava de esperar o rapaz, sozinho.
E assim foi. Durante horas, Rogério esperou o retorno do jovem.
Enquanto Ticiano não retornava, o homem descobriu, ao conversar com um dos capitães, que Ticiano, assim com alguns dos jovens que foram transferidos para lá, era um soldado valoroso. Apesar de não possuir origem nobre, era muito trabalhador, e por seus próprios méritos, conseguiu lograr o posto de oficial de cavalaria. Com muita dedicação, e com alguns atos de bravura, foi promovido e passou a integrar a guarda imperial.
Interessado na história, Rogério perguntou então, quanto tempo fazia que Ticiano estava no exército.
-- Dois anos. – respondeu prontamente o capitão.
-- Nossa! Mas em tão pouco tempo Ticiano já foi promovido?
-- Sim, é um de nossos melhores oficiais.
-- Realmente é surpreendente.
Diante disso, como última pergunta, Rogério quis saber de onde tinha vindo o rapaz.
-- De Serra Azul. – respondeu o militar.
Pronto, este era um ponto de partida. Já podia começar pela referida cidade, a vasculhar informações sobre o moço.
Por isso mesmo, Rogério pediu que o capitão não comentasse sua visita com o rapaz. Precavido, o homem recomendou-lhe ainda, que se o rapaz perguntasse se algum sujeito o estava procurado, o mesmo deveria responder que não sabia de ninguém. Sob o argumento de Rogério que precisava descobrir se o moço era um parente seu há muito tempo não visto, o capitão concordou.
Rogério então emendou, que tantos cuidados eram motivados, por que temia que se o rapaz soubesse disso, talvez tentasse fugir.
Com isso, Ticiano, ao chegar de seu trabalho, foi imediatamente chamado ao gabinete do capitão de seu destacamento.
Isso por que este precisava conversar com o jovem. Como estava muito satisfeito com o trabalho do rapaz, resolveu encaminhá-lo para acompanhar em viagem, uma comitiva, composta por alguns nobres, até uma cidade vizinha.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
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