Nisso, ao cair da tarde, como faziam normalmente, todos se recolheram para suas casas. Quando a luz do sol acabasse, já estariam dormindo.
Nesse dia, no entanto, nem tudo saiu como de costume. Tereza, a filha mais nova do fazendeiro, entrou furtivamente no quarto de Ticiano. Mais do que depressa, ao vê-lo se aproximar da casa, tratou de se esconder debaixo da cama.
Nesse dia, no entanto, nem tudo saiu como de costume. Tereza, a filha mais nova do fazendeiro, entrou furtivamente no quarto de Ticiano. Mais do que depressa, ao vê-lo se aproximar da casa, tratou de se esconder debaixo da cama.
Durante alguns minutos, Tereza teve que aguardar sua chegada. Finalmente, quando Ticiano adentrou o quarto, a moça pensou em sair debaixo da cama e fazer-lhe uma surpresa, mas desistiu. Pensando que seria melhor ficar ali embaixo da cama por mais algum tempo, esperou para ver o que acontecia.
Com isso, logo que chegou em casa, Ticiano retirou suas botas, e despejou parte da água que havia num jarro na pequena bacia de louça, para que assim, lavasse o rosto.
Tencionou tirar a roupa que usou no trabalho e então se recolher. Mas, cansado que estava, ao se sentar na cama, quase que imediatamente foi deslizando no colchão e deitado, acabou caindo no sono.
Foi quando então, Tereza saiu debaixo da cama do jovem e ficou admirando-lhe e velando seu sono. Quando Ticiano acordou e se deparou com aquela jovem à sua frente, assustou-se.
Espantado, perguntou:
-- O que a senhorita está fazendo aqui?
-- Nada. Só vim te dizer boa noite.
-- Se não se importa. Não poderia ter dito isso lá fora?
-- E qual o problema em entrar no seu quarto?
-- O problema é que você é uma menina. Além do mais, é filha do meu patrão.
-- Se eu não fosse a filha do patrão não haveria problema. É isso?
-- Não, não é isso. Só que eu não quero mais você aqui dentro. Por favor saia.
-- E quem me leva em casa?
-- Qual o problema?
-- Por favor, me leva.
-- Está bem, eu te levo até a entrada.
Nisso, Tereza saiu da casa e ficou do lado de fora, esperando Ticiano sair. Ao que este então lavou o rosto, se ajeitou um pouco e levou Tereza até a entrada da sede.
Lá ela insistiu para que ele esperasse um pouco.
Isso por que, Tereza tencionava contar ao pai que estivera perdida por toda a noite, e que de manhã ao sair de sua casa, Ticiano lhe encontrara.
Ticiano, no entanto desconfiado, ao ouvir o pedido da moça, pediu licença e voltou para casa. Ela que procurasse sozinha, uma explicação para seu sumiço.
Só que Tereza teimosa, queria muito que o rapaz se interessasse por ela, e para isso, seria capaz de fazer qualquer coisa. Até mesmo prejudicá-lo se fosse preciso.
Por essa razão, durante o dia, enquanto os peões trabalhavam duramente, cuidando dos animais da fazenda, Tereza ficava rondando a cocheira, esperando Ticiano voltar com os cavalos. Queria por queria participar-lhe uma novidade. Desejava ser a primeira a contar que seu pai havia doado a ele, algumas peças de roupa.
Isso porque, José esperava que ele, usando uma das peças, participasse da festa juntamente com a família Vieira.
Por essa razão Tereza ficou esperando quase até o cair da tarde para que Ticiano aparecesse e assim, pudesse contar a novidade.
Quando então, o jovem finalmente surgiu, com sua roupa de montaria, Tereza ficou encantada. Para ela parecia a imagem de um príncipe. Nunca o vira antes com uma roupa de montaria, e por esta razão, quando o viu entrar vestido com estes trajes, achou-o verdadeiramente, encantador.
Não que Ticiano fosse um rapaz feio, mas com sua constante implicância com o rapaz, Tereza não havia reparado na beleza do mancebo. Ultimamente, no entanto, parecia estar interessada demais no moço. O que com certeza causou estranheza em todos os seus familiares, já acostumados com sua hostilidade declarada em relação ao rapaz.
Isso por que, Tereza sempre fizera tudo para provocá-lo, humilhá-lo. Um dia com suas amigas, insinuou que ele possuía um porte muito elegante. Altivo como os cavalos criados por seu pai, o moço possuía nobre raça, somente comparada aos puros sangue.
Nisso diante da caçoada, todos riram estrondosamente. Em especial, os rapazes.
Além disso, diversas vezes, Tereza tentou fazê-lo seu criado. Para isso tentou dominá-lo, impondo serviços domésticos.
Entretanto, apesar de ser a filha do dono do lugar, Ticiano, nunca se deixara humilhar por ela. Jamais aceitaria isso.
Ademais, José, conhecedor do temperamento da filha, ao vê-la tentar humilhá-lo, sempre a rechaçava. Por ser um homem justo, nunca aceitou o comportamento da filha em relação ao rapaz. Reiteradas vezes disse a filha que aquele era um rapaz de fibra e de valor, e Tereza, mesmo sendo sua filha, jamais poderia maltratá-lo.
Em razão disso, tanto Tereza, quanto sua mãe Catarina, por muitas vezes, chegaram a desconfiar de que havia uma estranha relação entre os dois. Cismada Catarina, cogitou a possibilidade de que talvez Ticiano fosse filho de seu marido.
No que, José, certa vez, ao ouvir tal absurdo, começou a rir abertamente.
Catarina, ficou então indignada. Mas diante das explicações do marido, e dada as circunstâncias em que o rapaz apareceu, a mulher acabou por se convencer de que Ticiano não poderia mesmo ser filho de seu marido.
Entretanto, mesmo diante de tais explicações, Catarina continuou cismada com a atenção que o rapaz despertava em seu marido, com o estranho aparecimento do rapaz, com o seu verniz de cultura. Simplesmente, não parecia um peão.
Mas enfim, voltando a cocheira. Quando a jovem encontrou o moço, depois de um certo tempo de silêncio, contou o fazia ali. Tereza disse a ele que seu pai havia se desfeito de algumas roupas antigas com as quais o estava presenteando.
Ticiano surpreso com o gesto, perguntou:
-- Mas porque para mim?
-- Porque papai disse, que não havia pessoa mais indicada.
Disse e isso, e ao se preparar para sair da cocheira, completou:
-- Hoje à noite estaremos o esperando para buscar as suas roupas.
Ao terminar de dizer isto, saiu.
Com isso, logo que chegou em casa, Ticiano retirou suas botas, e despejou parte da água que havia num jarro na pequena bacia de louça, para que assim, lavasse o rosto.
Tencionou tirar a roupa que usou no trabalho e então se recolher. Mas, cansado que estava, ao se sentar na cama, quase que imediatamente foi deslizando no colchão e deitado, acabou caindo no sono.
Foi quando então, Tereza saiu debaixo da cama do jovem e ficou admirando-lhe e velando seu sono. Quando Ticiano acordou e se deparou com aquela jovem à sua frente, assustou-se.
Espantado, perguntou:
-- O que a senhorita está fazendo aqui?
-- Nada. Só vim te dizer boa noite.
-- Se não se importa. Não poderia ter dito isso lá fora?
-- E qual o problema em entrar no seu quarto?
-- O problema é que você é uma menina. Além do mais, é filha do meu patrão.
-- Se eu não fosse a filha do patrão não haveria problema. É isso?
-- Não, não é isso. Só que eu não quero mais você aqui dentro. Por favor saia.
-- E quem me leva em casa?
-- Qual o problema?
-- Por favor, me leva.
-- Está bem, eu te levo até a entrada.
Nisso, Tereza saiu da casa e ficou do lado de fora, esperando Ticiano sair. Ao que este então lavou o rosto, se ajeitou um pouco e levou Tereza até a entrada da sede.
Lá ela insistiu para que ele esperasse um pouco.
Isso por que, Tereza tencionava contar ao pai que estivera perdida por toda a noite, e que de manhã ao sair de sua casa, Ticiano lhe encontrara.
Ticiano, no entanto desconfiado, ao ouvir o pedido da moça, pediu licença e voltou para casa. Ela que procurasse sozinha, uma explicação para seu sumiço.
Só que Tereza teimosa, queria muito que o rapaz se interessasse por ela, e para isso, seria capaz de fazer qualquer coisa. Até mesmo prejudicá-lo se fosse preciso.
Por essa razão, durante o dia, enquanto os peões trabalhavam duramente, cuidando dos animais da fazenda, Tereza ficava rondando a cocheira, esperando Ticiano voltar com os cavalos. Queria por queria participar-lhe uma novidade. Desejava ser a primeira a contar que seu pai havia doado a ele, algumas peças de roupa.
Isso porque, José esperava que ele, usando uma das peças, participasse da festa juntamente com a família Vieira.
Por essa razão Tereza ficou esperando quase até o cair da tarde para que Ticiano aparecesse e assim, pudesse contar a novidade.
Quando então, o jovem finalmente surgiu, com sua roupa de montaria, Tereza ficou encantada. Para ela parecia a imagem de um príncipe. Nunca o vira antes com uma roupa de montaria, e por esta razão, quando o viu entrar vestido com estes trajes, achou-o verdadeiramente, encantador.
Não que Ticiano fosse um rapaz feio, mas com sua constante implicância com o rapaz, Tereza não havia reparado na beleza do mancebo. Ultimamente, no entanto, parecia estar interessada demais no moço. O que com certeza causou estranheza em todos os seus familiares, já acostumados com sua hostilidade declarada em relação ao rapaz.
Isso por que, Tereza sempre fizera tudo para provocá-lo, humilhá-lo. Um dia com suas amigas, insinuou que ele possuía um porte muito elegante. Altivo como os cavalos criados por seu pai, o moço possuía nobre raça, somente comparada aos puros sangue.
Nisso diante da caçoada, todos riram estrondosamente. Em especial, os rapazes.
Além disso, diversas vezes, Tereza tentou fazê-lo seu criado. Para isso tentou dominá-lo, impondo serviços domésticos.
Entretanto, apesar de ser a filha do dono do lugar, Ticiano, nunca se deixara humilhar por ela. Jamais aceitaria isso.
Ademais, José, conhecedor do temperamento da filha, ao vê-la tentar humilhá-lo, sempre a rechaçava. Por ser um homem justo, nunca aceitou o comportamento da filha em relação ao rapaz. Reiteradas vezes disse a filha que aquele era um rapaz de fibra e de valor, e Tereza, mesmo sendo sua filha, jamais poderia maltratá-lo.
Em razão disso, tanto Tereza, quanto sua mãe Catarina, por muitas vezes, chegaram a desconfiar de que havia uma estranha relação entre os dois. Cismada Catarina, cogitou a possibilidade de que talvez Ticiano fosse filho de seu marido.
No que, José, certa vez, ao ouvir tal absurdo, começou a rir abertamente.
Catarina, ficou então indignada. Mas diante das explicações do marido, e dada as circunstâncias em que o rapaz apareceu, a mulher acabou por se convencer de que Ticiano não poderia mesmo ser filho de seu marido.
Entretanto, mesmo diante de tais explicações, Catarina continuou cismada com a atenção que o rapaz despertava em seu marido, com o estranho aparecimento do rapaz, com o seu verniz de cultura. Simplesmente, não parecia um peão.
Mas enfim, voltando a cocheira. Quando a jovem encontrou o moço, depois de um certo tempo de silêncio, contou o fazia ali. Tereza disse a ele que seu pai havia se desfeito de algumas roupas antigas com as quais o estava presenteando.
Ticiano surpreso com o gesto, perguntou:
-- Mas porque para mim?
-- Porque papai disse, que não havia pessoa mais indicada.
Disse e isso, e ao se preparar para sair da cocheira, completou:
-- Hoje à noite estaremos o esperando para buscar as suas roupas.
Ao terminar de dizer isto, saiu.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
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