Poesias

terça-feira, 3 de agosto de 2021

SONHO DE VALSA - CAPÍTULO 4

E assim, apesar de impressionada no início, ao longo de meses, acabou percebendo que o comportamento das meninas independiam de que lado do globo estivessem. Por isso, homens e mulheres eram iguais, independente do país onde vivessem.
Ao perceber isso, passou a conviver muito melhor com as garotas, que muitas vezes até, elogiavam seu inglês.
Algumas vezes, Marilu chegou a ouvir dos professores, que ela falava melhor do muitos deles.
Estes, diziam assim:
-- You speak english like a english-woman.35
Gentis, comentavam com ela, que esta falava inglês, como uma inglesa.
No entanto, Maria Lúcia não sabia se estes diziam isto para elogiá-la, ou se era realmente verdade.
Mas, diante disso, não podia negar. Ao contrário do que diziam, ao menos ali, os ingleses eram muito simpáticos. Formais, mas simpáticos.
Também eram bem simpáticas, as americanas que foram para Londres estudar.
Acostumadas a brincar com as pessoas, logo que foram apresentadas a Maria Lúcia, por se atrapalharem com a pronúncia do nome, passaram a chamá-la de Marylu.
Assim, sempre que era apresentada para alguém, todos sentiam dificuldades em pronunciar corretamente o seu nome.
Diante disso, quando foi apresentada as colegas americanas ...
-- Hi, I’m Emily, and you?36
-- My names is Lúcia. And yours?37
-- Marya Lucia? 38 – perguntou-lhe Emily.
-- No, I’m Maria Lúcia. – insistiu a garota.39
-- Sorry. How do you spell your name?40 – perguntou Helen.
-- M-A-R-I-A L-Ú-C-I-A.41 – respondeu ela.
Ao perceberem que teriam dificuldades com a pronúncia do nome da moça, resolveram dar-lhe um apelido. Por esta razão, logo após ouvirem a pronúncia do nome, perguntaram:
-- Can we call you for a nick name?42 – perguntou Emily.
-- Yes, of course. But what?43
-- Marylu, ok?44 – perguntou Helen.
-- Do you like this nick name?45 – insistiu Emily.
-- I dont know. It’s very strange.46
-- I think this a good nick name.47 – respondeu Emily.
-- I guess so.48 – concordou Helen.
-- Sorry, I forgot to said my name. My name is Helen.49 – respondeu a moça, ao perceber que não havia se apresentado.
-- Ok. It’s a pleasure to know yours.50 – respondeu Maria Lúcia.
Por esta razão, ao longo de um árduo ano de estudos, Maria Lúcia foi apelidada de Marylu. E assim, depois de algum tempo, até mesmo os professores passaram a chamá-la pelo apelido.
Para ela, este foi um fato curioso. Em correspondência aos pais, chegou a comentar, que, se ficasse muito tempo por lá, acabaria desaprendendo qual era o seu nome, de tão acostumada que estava com o fato de ser chamada de Marylu.
Nestas mesmas cartas, também comentava, que estava gostando da estada. Entusiasmada com a estadia na Inglaterra, comentou na epístola, que faria uma curta viagem pelo restante da Europa, durante as férias. Tratava-se de uma excursão, promovida pela escola.
Tais notícias, eram alvissareiras para seus pais.
Isso por que, em suas primeiras missivas, Marilu não se cansou de falar que estava triste, morrendo de saudades de casa, e que não via a hora de voltar.
De tão preocupados, Paulo e Rose, utilizando do telefone, realizaram uma chamada internacional para o colégio onde Maria Lúcia estava estudando. Apreensivos, queriam a todo custo conversar com a filha, pois esta, em cartas, não lhes parecia bem.
O diretor do colégio, ao receber a ligação dos pais, prometeu que tentaria localizar a moça e conversaria com ela.
Impaciente porém, Paulo resolveu escrever para a filha. Mas, até a mensagem chegar a filha, sabia que levaria muito tempo para receber uma resposta.
Contudo, após alguns dias, Paulo finalmente recebeu uma ligação da filha. Ao ouvir a voz de Maria Lúcia, ao telefone, foi aos poucos se acalmando.
Percebendo que a filha estava bem, desistiu da idéia de ir até a Inglaterra visitá-la. Isso deve ao fato, de que, além de ter constatado que a moça estava bem, Marilu lhe assegurou que ele não precisava ir até lá.
Para demovê-lo de tal idéia, a moça comentou que fora muito bem recebida por lá, e que todos a tratavam bem. Portanto, não havia motivos para ela desistir da viagem.
Para ela, a única coisa que a incomodava era o vazio que as vezes sentia por não ter nenhum conhecido por perto. Não mentiu, realmente sentia muita saudade de casa, mas não queria desistir.
Ao ouvir isso, Paulo, apesar de preocupado, resolveu não intervir na decisão da filha. Mas, pediu-lhe, que resolvesse desistir da idéia de morar um ano na Inglaterra, deveria comunicá-lo imediatamente disso. Extremamente zeloso com a filha, explicou-lhe que ela não estava obrigada a continuar por lá, se não era isso que queria. Por isso pediu-lhe que, se resolvesse desistir, poderia fazê-lo a qualquer hora e que não haveria problemas.
Mas Maria Lúcia disse-lhe, que não ia desistir.
Ademais, antes de encerrar a conversa, perguntou com estavam as coisas por lá.
Como resposta obteve:
-- O mesmo de sempre. Sua mãe está realmente interessada no salão. Por ela, se fosse necessário trabalhar vinte e quatro horas naquele salão, isso seria feito. Já sua irmã, implicante como sempre, acabou se envolvendo em uma discussão na escola. Mas não se preocupe, daqui a pouco vai estar tudo bem.
E assim, para encerrar a conversar, afirmou que estava bem e que ela não precisava se preocupar com nada. Quanto a mãe e a irmã, se pudessem, mais tarde, ligariam para elas.
E foi dizendo isso que despediu-se e desligou o telefone.
Dessarte, conforme o prometido, depois de alguns dias, Marilu ligou para conversar com a mãe.
Com ela, comentou sobre os progressos na escola, sobre sua saudade de casa, e de seu profundo desejo de continuar sua estada, apesar das dificuldades de adaptação.
Dona Rose, ao ouvir o relato da filha, tranqüilizou-se. Animada, insistiu com a filha, para que não desistisse dos seus planos, por mais difíceis que eles fossem.
Entusiasmada, Rose disse ainda, que tudo na vida, custa muito para ser conquistado, mas que todo o esforço, vale a pena. Diante disso, Marilu não poderia jamais desistir de seus planos.
E assim, a conversa entre as duas, transcorreu normalmente. No entanto, ao tentar conversar com a irmã, Maria Lúcia foi advertida pela mãe, de que a mesma estava emburrada em seu quarto e que não queria falar com ninguém.
Diante disso, Maria Lúcia não insistiu, e continuou conversando mais um pouco com a mãe, depois desligou. Estava tarde.
E assim, ao desligar o telefone Marilu se dirigiu ao dormitório.
Lá, como era de se imaginar, dividia seu espaço com outras garotas. Conforme a faixa etária, as garotas ficavam alojadas um determinado dormitório. Esses lugares, eram grandes quartos, repletos de camas e armários, para que as jovens pudessem guardar seus pertences.
Limpos e bem arrumados, mesmo com tantas garotas os ocupando, pareciam lugares solitários.
Pois bem, foi num desses dormitórios que Maria Lúcia viveu, durante um bom ano de sua vida. Num desses dormitórios, passou noites se dividindo entre a arrumação do cômodo, seus estudos, suas leituras à parte, e suas cartas.
Muitas vezes, suas colegas de quarto, ao verem-na tão atarefada, vinham convidá-la para passear. Educadamente perguntavam:
-- Marylu, shall we go to walk?51
-- Sorry, but I have to write for a letter. I promissed for my family to write for a letter frequentelly.52
-- That’s all right. But I have to go now. Bye, bye.53
Diante disso despediu-se e saiu do quarto.
Quanto a esta última parte, deve ser ressaltado, que Maria Lúcia manteve assídua correspondência com sua família. E, apesar de após alguns meses passar a escrever menos, ao menos uma vez por semana, correspondia-se com seus pais.
Isso por que, nos últimos tempos, passou a ter mais afazeres.
Além disso, conforme já foi mencionado, durante as férias, realizaria uma excursão pela Europa. Assim aproveitaria sua estada para estudar e conhecer outros países. Diante de tal possibilidade, ficou encantada.
Mas para isso, precisar se sair muito bem nas próximas provas. Apesar de ter se saído muito bem nas primeiras avaliações, estava apreensiva. Perfeccionista, achava que poderia melhorar ainda mais as suas notas.
Por isso, durante as semanas que antecederam as provas, dedicou-se o quanto pôde aos estudos. Extremamente preocupada, chegou a virar noites estudando.
Precisava se sair muito bem nas provas.
No entanto, suas amigas, ao verem a obsessão de Maria Lúcia pelos estudos, foram logo lhe falar:
-- Please Marylu. Stop. You’re studying very much. – comentou Helen. – It’s not necessary.54
-- I guess so. You’re very studious.55 – reiterou Emily.
-- Yes I know. You have a reason. But I need to study. It’s very important for me.56
-- We know’s. But we should be study more. You’re very smart.57 – comentou Helen.
E assim, mesmo sabendo que era um boa aluna continuou se dedicando aos estudos. Para Marilu, era muito importante conseguir boas notas. Precisava mostrar aos pais, que era capaz disso. Não queria decepcioná-los, e assim, continuou estudando.
Com isso, após algumas semanas, a prova foi realizada.
Embora estivesse segura de ter realizado uma boa prova, Maria Lúcia precisava saber qual havia sido seu desempenho. Por isso, enquanto as mesmas não foram corrigidas e publicadas, Marilu não se tranqüilizou.
Assim, mesmo após ter realizado as provas, comentou com as amigas.
-- I’ve studied a lot. I should get a good grade on the test.58
-- Don’t worry. You’re ready. You will to suceed in examination. It’s not to preoccupied.59 – comentou Susie, tentando tranqüilizá-la.
Mas mesmo assim, Maria Lúcia só ficou totalmente tranqüila, quando soube o resultado das provas.
Ansiosa, mal podia esperar pela entrega das notas.
Com isso ...
-- Good examination, Marylu.60
-- Thank you teacher.61
-- Not at all.62
Diante do boletim, ao verificar as notas, Marilu ficou realmente muito contente. Seu esforço valera a pena. Suas notas estavam ótimas.
E assim, sem ter que se preocupar com provas, a moça pôde finalmente se preparar para sair em excursão pela Europa.
Animada Maria Lúcia arrumou suas malas e partiu em viagem.
Mas, antes de partir, tratou de se despedir das amigas.
Lisa, curiosa, quis logo saber quando ela retornaria. Diante disso, perguntou:
-- When you come back?63
-- I’m not sure, some time for three weeks. There’s a plane at nine o’clock. And we going to catch it.64
-- That’s right. See you soon.65 – respondeu Lisa.
-- Camon let’s go Marylu.66 – gritou Helen, com intuito de fazer Marilu se apressar.
-- Ok let’s go.67 – respondeu.
Dali seguiriam direto para o aeroporto. Estavam ávidas por conhecer novos lugares.

Tradução:
Você fala inglês como uma inglesa.
Oi, eu sou Emily, e você?
Meu nome é Maria Lúcia. E o seu?
Marya Lucia?
Não, eu sou Maria Lúcia.
Desculpe. Poderia soletrar o seu nome?
M (em) – A (ei) – R (ar) I – (ai) – A (ei) L (el) – U (you) – C (si) – I (ai) – A (ei).
Podemos lhe dar um apelido?
Sim claro. Mas qual?
Marylu, está certo?
Você gosta desse apelido?
Eu não. É muito estranho.
Eu acho um bom apelido.
Eu concordo.
Desculpe, eu esqueci de dizer o meu nome. Meu nome é Helen.
Está certo. É um prazer conhecer vocês.
Marylu, você gostaria de dar uma caminhada?
Desculpe, mas eu tenho de escrever uma carta. Eu prometi para minha família escrever cartas com uma certa freqüência.
Está tudo bem. Mas eu tenho que ir agora. Tchau, tchau.
Por favor Marilu. Pare. Você está estudando muito. Isto não é necessário.
Eu concordo. Você é muito estudiosa.
Eu sei. Vocês tem razão. Mas eu preciso estudar. Isso é muito importante para mim.
Nós sabemos. Nós precisamos estudar mais. Você é muito inteligente.
Eu estudei bastante. Eu preciso tirar boas notas nas provas.
Não se preocupe. Você está preparada. Você vai ter boas notas em suas provas. Não precisa se preocupar.
Boas notas, Marylu.
Obrigada professor.
De nada.
Quando você volta?
Eu não tenho certeza, talvez em três semanas. Tem um avião às nove horas. E é nesse vôo que vamos.
Está certo. Vejo você em breve.
Vamos Marylu.
Sim vamos.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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