Poesias

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

QUANDO O DIA AMANHECER - CAPÍTULO 70

E assim, foi dado início ao tratamento.
Com paciência, Andressa começou a fazer os exercícios e a melhorar sua dicção.
Dedicada, surpreendeu Patrícia que comentou que o tratamento era demorado.
Augusto, porém, sabedor da determinação de Andressa, afirmou que para ele, os progressos de Andressa, não eram nenhuma novidade.
Com isso, pouco a pouco, Andressa voltou a falar.
Augusto, ao tomar conhecimento da evolução de Andressa, ficou exultante.
Desta forma, Andressa depois de um curto tratamento, voltou a falar normalmente.
Seus amigos de escola, que nunca a viram falando, ficaram surpresos.
Andressa, porém, sentia-se livre. 
Agora podia dizer com todas as letras, que estava retomando sua vida.
Com isso, noutra noite, Andressa teve um sonho muito curioso.
Animada, assim que pôde revelou ao professor, que sonhara que estava numa avenida movimentada da cidade de São Paulo e encontrou uma estranha caixa. 
Curiosa, Andressa entrou nela e foi parar na França.
Augusto ao ouvir estas palavras, ficou curioso. 
Tanto que pediu para que a garota descrevesse o lugar por onde havia andado.
Para seu espanto, Andressa descreveu alguns dos lugares mais famosos de Paris. 
O que era mais curioso, é que a garota nem sequer tinha ouvido falar na existência de tais lugares. 
Tanto que para descrevê-los, Andressa não soube nominá-los corretamente.
Como se nem os conhecia? 
Assim, só restou-lhe descrevê-los um por um.
Augusto ao se dar conta disso, ficou deslumbrado. 
Para ele, tal fato só poderia significar uma coisa: 
Muito provavelmente, Andressa já vivera ali, em algum momento da história.
A garota ao ouvir as conjecturas do professor, caiu na risada.
Augusto, porém, estava convicto de que suas idéias não eram de todo, absurdas.
Com isso, nessa convivência gostosa, eles passam longos meses.
Prestativo, Augusto ensinou tudo o que podia a Andressa. 
Assim, além da escola, a moça também continuava a ter aulas particulares.
Quanto ao vestuário, Augusto, quando a levou para sua casa, ao perceber que ela só tinha a roupa do corpo, tratou logo de providenciar sua vestimenta. 
Com a ajuda de Patrícia – que mesmo contrariada resolveu ajudá-lo – comprou algumas roupas para Andressa.
No tocante a isso, cumpre ressaltar que, no dia seguinte ao sumiço da moça, lá estava ele na casa de Paulina. 
Surpreso, foi quando Augusto descobriu que Andressa havia sumido.
Desta forma, não levantou suspeitas da mulher.
Mesmo assim, o delegado Francisco, mandou Alexandre e João segui-lo. 
Porém, quando percebeu que o professor não sabia do paradeiro da moça, liberou os policiais da ingrata tarefa.
No entanto, certa vez, João, percebendo Andressa andando nos arredores da casa do professor, comentou com o delegado:
-- Engraçado! Outro dia eu vi aquela garota perto da casa daquele professor.
Francisco ao ouvir o comentário, repreendeu o policial:
-- Por que você não me disse isso antes?
João então lhe explicou que vira a moça por acaso, por que tivera que cumprir uma diligência naquelas proximidades. 
Estava saindo de uma loja e virou-se. 
Foi quando a viu andando perto da casa do tal Augusto. 
Nisso, procurando desculpar-se por ter demorado a contar o fato, comentou que quando voltou a delegacia, ele havia saído. 
Além disso, somente agora conseguira falar-lhe.
Francisco ao ouvir tal história, ligou imediatamente para Paulina.
Ao saber disso, Paulina ficou inconformada. 
Tanto que exigiu que o delegado prendesse o professor. 
Dizendo que não admitiria esse tipo de absurdo, comentou que queria Andressa em sua casa, o mais rápido possível.
Francisco respondeu então, que tomaria as providências cabíveis.
Ao desligar o telefone, Francisco resolveu ir até a casa de Augusto.
Numa atitude bastante irregular, ameaçou o professor. 
Dizendo que ele estava seriamente encrencado, exigiu ver Andressa.
A garota ao perceber a confusão, tratou logo de se esconder. 
Trancando a porta de seu quarto, começou pegar suas roupas. 
Nervosa, preparou uma trouxa.
Enquanto isso, Francisco sugeriu a Augusto que ele pagasse uma módica quantia.
Dizendo que assim poderia se livrar de maiores problemas, comentou que só era preciso entregar a garota.
Irritado, Augusto respondeu dizendo que Andressa não estava ali. 
Alegando que não a vira mais, salientou que estava atrasado para um compromisso e que tinha que ir.
Francisco então, respondeu:
-- Pois então, professor! Vamos acabar com essa história! Entregue a garota.
Augusto, ao ouvir tais palavras, insistiu em dizer que Andressa não estava lá.
Foi quando Francisco ameaçou vasculhar a casa.
Augusto ao perceber a intenção do delegado, retrucou:
-- Doutor, dê-me licença. Tenho que sair.
Francisco, demonstrando que não pretendia sair dali, comentou que iria olhar a casa.
Irritado, Augusto perguntou-lhe se tinha ordem judicial.
Surpreso o delegado respondeu negativamente.
Foi quando Augusto disse:
-- Pois então doutor, trate de conseguir uma. Sem ela, o senhor não pode fazer nada.
-- Não mesmo? Eu já estou aqui dentro. – retrucou Francisco.
-- Não mesmo. E se o senhor me ameaçar, eu o denuncio.
Atrevidamente Francisco respondeu que tinha as costas quentes.
-- Pois se o senhor tem quem o proteja, não tem por que se preocupar. Quando o senhor voltar com a ordem judicial, eu ainda vou estar morando aqui.
Francisco não gostou nem um pouco da brincadeira.
Augusto então, insistindo que precisava sair, pediu ao delegado que se retirasse.
Francisco vendo que não podia agir de forma arbitrária, resolveu se retirar. 
Foi quando já no portão, perguntou ao professor se ele não ia sair.
Augusto respondeu que precisava pegar uns papéis.
O delegado então se despediu.
Nisso, Augusto entrou novamente em casa. 
Nervoso, bateu na porta do quarto onde Andressa dormia.
Como ninguém respondia, resolveu verificar se a porta estava aberta. 
Para seu espanto, descobriu que Andressa havia sumido.
Ao perceber isso, tratou logo de pegar uma pasta, e, dirigindo-se a casa de Patrícia, revelou-lhe o que estava acontecendo.
Após, voltando para casa percebeu uma carta jogada no chão. 
Era uma carta de Andressa, explicando que fugira para não complicá-lo. 
Dizendo que não queria ser achada, pedia a ele que não a procurasse.
Pesaroso, Augusto comentou consigo mesmo: 
‘Por que ela fez isso? Eu poderia resolver este problema!’
Preocupado, sentou-se na cama e começou a pensar onde Andressa estaria. 

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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