Poesias

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

QUANDO O DIA AMANHECER - CAPÍTULO 29

Os dias passam.
Muito embora Andressa possa contar com o apoio de Carmem, nem todos os funcionários do orfanato são gentis como ela.
As crianças também.
Embora algumas meninas tenham tentado se aproximar e fazer amizade, muitas a desprezaram.
Por se tratar de um orfanato, havia crianças de várias idades.
Bebês, crianças bem pequenas, adolescentes.
Enfim, era uma verdadeira escadinha.
As meninas maiores por exemplo, viviam judiando das menores.
Mas havia crianças pequenas com um histórico de vida muito sofrido.
Essas, raramente queriam saber de amizade.
Não confiavam nas pessoas.
Haviam sido maltratadas por seus pais, espancadas, humilhadas.
Algumas sofreram até, abuso sexual.
Outras viviam na rua, e acabaram levadas para lá.
Muitas, foram abandonas por suas mães, logo que nasceram.
Poucas tinham o histórico de Andressa, foi deixada por lá, depois de crescida, entregue por sua mãe.
Muitas a invejavam por ser alvo de atenção e carinho de Carmem, muito embora a funcionária fosse dedicada a todas as crianças.
Mas Andressa era nova, e isso despertava ciúmes e curiosidade.
Por conta disso, algumas meninas se aproximaram nos primeiros dias para conversar.
Estavam curiosas em saber como ela havia parado lá.
Andressa, sem vontade de conversar, dizia apenas que sua mãe a deixara por lá.
Algumas garotas ao ouvirem isso, se desinteressavam dela, outras ficavam, tentando se aproximar.
Mas Andressa era arredia.
Somente com muita paciência, é que algumas garotas conseguiram fazer amizade com ela.
Mesmo assim, a menina era muito desconfiada.
Carmem, percebera este fato com pesar.
Contudo, ela não era o caso mais complicado.
Havia, como já dito, crianças em situação pior.
Certo dia, caminhando pelos ambientes do orfanato, uma dessas crianças a abordou.
Dizendo que ela não era bem vinda naquela lugar, sugeriram que ela fugisse dali.
Assustada, ao ouvir isso, Andressa, saiu correndo do recinto.
Aflita, foi até a gruta.
Lá começou a rezar.
Como já havia aprendido algumas orações a Carmem, tratou logo de fazer um pedido.
Angustiada, queria que sua mãe voltasse para buscá-la.
Não queria mais ficar ali, naquele orfanato.
Queria voltar para casa.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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