Poesias

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

QUANDO O DIA AMANHECER - CAPÍTULO 33

No segundo dia de rua, sentindo fome, começou a pedir comida as pessoas que passavam. 
Apressados os traseuntes tinham pressa. 
Tanta pressa que mal podiam parar para ouvir o que ela tinha a dizer.
Andressa, amuada, sentou-se em um canto e começou a chorar.
Faminta, ficou a tarde toda olhando um forno onde carnes eram assadas. 
Para a garota, ver aquela profusão de comidas era uma tortura. 
Tudo por que, sem ter dinheiro para comprar comida, ao ver tanta fartura diante de si, lhe dava fome. 
Mais fome ainda.
Todavia, o que fazer? 
Novata nas ruas, não sabia como agir. 
Sequer tinha a malandragem de uma vida sofrida.
Certa vez, caminhando pelo centro da cidade, descobriu uma fonte e, tirando um pouco de água, bebeu. 
Sentindo calor, molhou a cabeça. 
Foi quando um guarda começou a caminhar em sua direção.
Pressentindo o perigo, Andressa deu no pé, antes que o guarda se aproximasse.
Contudo, se o dia era difícil, a noite conseguia ser pior. 
Sim, por que muito embora, a garota já estivesse dormindo há alguns dias na rua, ainda não conhecera ninguém que a pudesse ajudar. 
Desamparada, só podia contar com seu próprio instinto.
Com isso, a fome só aumentava. 

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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