Com isso, no dia seguinte, interessado em conhecer a moça, Augusto resolveu comparecer à casa de Paulina.
A mulher, ao vê-lo, o cumprimentou.
Após oferecer-lhe um café, comentou que Andressa era uma garota muito especial, que necessitava de uma dedicação especial.
Um pouco constrangida, Paulina comentou que estava disposta a tudo para ajudar sua filha.
Dizendo que Andressa estava há muitos anos longe da escola, Paulina pediu a ele que lhe ensinasse tudo o que pudesse.
Comentando que Andressa gostava muito de ler, ressaltou que ela não conseguia falar.
Ao ouvir isso, Augusto ficou espantado.
Paulina percebendo isso, comentou que ela sabia ler e escrever.
Portanto não haveria empecilho para que ela pudesse estudar.
Além disso, um dia ela falou.
Mas por uma infelicidade, perdera a fala em decorrência de um trauma.
Augusto, percebendo que Paulina não queria entrar em detalhes, preferiu perguntar:
-- E quando eu começo?
-- Agora mesmo se o senhor quiser. – respondeu Paulina, satisfeita com a iniciativa do professor.
Curioso, Augusto indagou:
-- Pois então, onde está minha aluna?
Foi então que Paulina respondeu que iria chamá-la.
Assim, foi questão de minutos para que Paulina fosse buscar Andressa e apresentá-la a Augusto.
Quando Andressa se viu diante do professor, a simpatia foi imediata.
Tanto que Augusto imediatamente começou a lecionar.
Atenta Andressa procurou reter tudo que lhe era dito.
Paulina de longe acompanhava a aula e ficava encantada com o interesse da filha.
Percebendo o interesse de Andressa, Augusto começou a falar de história, da Idade Média, as cantigas de trovador, etc.
Paulina, que nunca se interessara em estudar, admirou-se ao notar a atenção com que Andressa ouvia tudo o que o professor falava.
Sinceramente, isso ela não tinha herdado dela.
A aula durou um longo tempo.
A certa altura, percebendo que já era hora de interromper os estudos, Paulina foi até a cozinha e pediu a Jurema que providenciasse um café-da-manhã para ambos.
Em questão de minutos, Juraci apareceu na sala com uma bandeja repleta de comes e bebes.
Sem graça, Augusto recusou o café.
Dizendo que já tinha tomado um café quando saiu de casa, ouviu Paulina dizer:
-- Mas eu exijo que o senhor coma alguma coisa! Afinal de contas, já faz quase três horas que está falando praticamente sem parar! ... Vamos! Coma alguma coisa, ou eu ficarei
ofendida!
Sem jeito o professor pegou um pãozinho e começou a comer.
Andressa, já sem nenhuma cerimônia, também começou a se servir.
Foi quando derrubou a xícara de chá no chão.
Paulina, ao ver a xícara se espatifar, pediu a Andressa que tivesse um pouco mais de cuidado.
Andressa desculpou-se.
Paulina então, percebendo a falta de jeito de Andressa em manusear copos, pratos e talheres, resolveu ajudá-la.
Primeiramente, pediu a Juraci que providenciasse uma outra xícara.
Foi o que a mulher fez.
Com isso, Paulina ensinou sua filha a segurar a xícara.
Depois, ensinou-lhe como segurar o bule.
Aos poucos lhe ensinou a comer croissantes, entre outras iguarias.
Foi assim.
Pouco a pouco as coisas começaram a entrar nos eixos.
Com as aulas particulares, Andressa começou a se mostrar menos arredia e um pouco mais disposta a aceitar a ajuda de Paulina.
Para Paulina, isso era uma ótima notícia.
Com isso, após algumas aulas, percebendo que não havia combinado como pagaria o salário do professor, Paulina resolveu fazer um cheque num valor simbólico.
Augusto, ao ver a soma registrada no cheque, ficou espantado.
Dizendo que era muito dinheiro, fez menção de que recusaria a oferta.
Paulina, porém, dizendo que era o justo, fez questão de que Augusto aceitasse o dinheiro.
Afirmando que um bom trabalho merecia ser bem recompensado, Paulina comentou que no Brasil, os professores são muito mal pagos.
O que para ela era um absurdo, já que são os professores os maiores responsáveis pela formação intelectual de um ser humano.
Augusto ao ouvir tais palavras, agradeceu a deferência.
E assim, as aulas prosseguiram.
Cada vez mais animada com as aulas, era cada vez mais raro ver Andressa se indispondo com Paulina.
Ocupada com seus afazeres, Andressa freqüentava as aulas para aprender a linguagem dos sinais, tinha aulas particulares, lia muito.
Então agora, com pouco tempo ocioso, o que lhe restava era ouvir os conselhos de boas maneiras dados por sua mãe.
Mesmo assim, a garota continua intrigada com o súbito interesse daquela mulher por ela.
Afinal de contas, como ela poderia ser filha daquela madame, se sua mãe era Andréia?
Andressa não conseguia entender.
Contudo como tudo estava correndo bem, Andressa desistiu temporariamente, de lutar contra isso.
Desta forma, tudo ia bem, até que Cristina e Jorge resolveram voltar para casa.
Quando os dois irmãos viram aquela garota estranha, em sua casa, pensaram logo que se tratava de uma visita.
Contudo, depois de pensarem um pouco, se lembraram da história que sua mãe havia contado sobre uma suposta filha que havia abandonado.
Irritadíssimos, Cristina e Jorge foram logo conversar com Paulina, que lhes contou que finalmente encontrara sua filha.
Porém, evitando entrar em detalhes, Paulina comentou conseguiu localizá-la, graças a ajuda de um detetive particular.
Revoltada, Cristina respondeu:
-- Eu não acredito nisso!
Jorge também parecia estar inconformado.
Irritados e enciumados, os dois insistiram para que Paulina colocasse aquela garota na rua.
Dizendo que não dividiriam sua casa com uma estranha, começaram a conjecturar de onde ela teria vindo.
Paulina querendo encerrar aquele assunto, comentou que Andressa tivera uma vida muito sofrida.
Contudo aquele não era o momento para falar sobre isso.
Dizendo queAndressa precisava de atenção, Paulina pediu aos filhos que fossem compreensivos com ela.
Cristina e Jorge, porém, disseram que não estavam nem um pouco preocupados com ela.
Dizendo que Andressa que se lixasse, comentaram que no que dependesse deles, a vida daquela garota iria se transformar num inferno.
Nisso, Jorge e Cristina deixaram a mulher sozinha.
Paulina ao ouvir tais palavras, ficou extremamente preocupada.
Jorge e Cristina então, interessados em azucrinar Andressa, passaram a procurá-la.
Ao verem-na diante da piscina, tencionaram jogá-la na água.
Não fosse a aparição de Paulina e eles teriam posto em prática a idéia.
Mas a mulher, conhecendo os filhos como conhecia, tratou logo de ficar de olho nos dois.
Ao vê-los de longe, rondando Andressa, Paulina percebeu imediatamente qual era a intenção de ambos.
Furiosa, assim que pôde, Paulina chamou-os para uma conversa.
Decepcionada com o comportamento dos filhos, disse-lhes poucas e boas.
Jorge e Cristina por sua vez, inconformados, tentavam a todo momento retrucar.
Paulina, por sua vez, não estava a fim de desculpas.
Dizendo que eles não tinham o direito de fazer maldades com a garota, comentou que Andressa não pedira para nascer.
Além disso, não tinha culpa nenhuma pelo que estava acontecendo.
-- Não tem culpa! E eu tenho! – retrucou Jorge.
-- É claro que não! O erro foi meu. – respondeu Paulina.
-- E por causa de seu erro, nós é que vamos ser punidos? – perguntou Cristina.
Paulina tentou explicar, mas Jorge e Cristina, não queriam mais saber de conversa.
Irritados, deixaram-na falando sozinha.
Paulina gritou, exigiu que eles não a deixassem falando com as paredes, mas eles não a obedeceram.
Em razão disso, Paulina, se viu obrigada a chamar a atenção de ambos por várias vezes.
Irritados, ao verem que Andressa não tinha a mesma desenvoltura que eles à mesa, começaram a ridicularizar a garota.
Paulina ao notar o ar de desdém dos filhos, chamou-lhes a atenção.
Em seguida, cuidando para que Andressa não ficasse constrangida à mesa, ensinou-lhe pacientemente, a manusear os talhares.
Jorge e Cristina, só ficavam a olhar a moça.
Furiosos, se pudessem, a matariam com o olhar.
Andressa, porém, entretida em aprender a como se comportar a mesa, não percebeu o ar de irritação dos irmãos.
Com isso, sua estada na casa se tornou mais difícil.
Isso por que, não bastassem as dificuldades para se adaptar a nova vida, Andressa tinha que lidar agora, com duas feras.
Sim por que, raivosos com sua presença, Jorge e Cristina faziam de tudo para irritar Andressa.
Com isso, procurando evitá-los, Andressa passou a ficar cada vez mais tempo em seu quarto.
Paulina, percebendo isso, começou a levar Andressa para fazer passeios pela cidade.
Sequiosa de tornar sua filha preparada para enfrentar o mundo, Paulina começou a levá-la a cinemas, teatros, museus, parques, etc.
Isso só serviu para deixar Cristina e Jorge mais enciumados.
Porém o que fazer?
Sempre que os chamava para acompanharem Andressa, os dois se recusavam firmemente.
Sim, a convivência estava difícil.
Por esta razão, Paulina ficava cada vez mais tempo longe de casa.
Preocupada com Andressa, sempre a levava para sair.
Quando precisava ir até a loja, deixava Andressa sob os cuidados dos empregados, que a essa altura, já se tornaram amigos da moça.
Para desespero de Paulina que achava que devia haver uma distância entre patrões e empregados.
Andressa, no entanto, acostumada a viver na pobreza, não via diferença entre as pessoas.
Mas para Paulina, havia sim, uma diferença fundamental.
Disposta a ensinar sua filha este ponto, acabou por criar atritos com Andressa.
Irritada, toda a vez que Paulina dizia que os empregados não deveriam ser tratados com tanta atenção, Andressa se revoltava.
Já um pouco mais familiarizada com a linguagem dos sinais, Andressa argumentou que naquela casa, os empregados foram os únicos que a aceitaram de verdade.
Com o auxílio da linguagem dos sinais, Andressa disse que até mesmo ela não a aceitava como era de verdade.
Paulina tentou retrucar, mas Andressa insistiu na idéia de que eles eram seus verdadeiros amigos.
Desta forma, a mulher não teve como argumentar.
Até por que, estando em companhia deles, Jorge e Cristina evitavam se aproximar da garota.
Porém, quando Andressa estava sozinha em algum canto da casa, lá estavam eles contando piadinhas, ridicularizando sua maneira de ser.
Andressa irritada, tratava de se dirigir a cozinha.
A mulher, ao vê-lo, o cumprimentou.
Após oferecer-lhe um café, comentou que Andressa era uma garota muito especial, que necessitava de uma dedicação especial.
Um pouco constrangida, Paulina comentou que estava disposta a tudo para ajudar sua filha.
Dizendo que Andressa estava há muitos anos longe da escola, Paulina pediu a ele que lhe ensinasse tudo o que pudesse.
Comentando que Andressa gostava muito de ler, ressaltou que ela não conseguia falar.
Ao ouvir isso, Augusto ficou espantado.
Paulina percebendo isso, comentou que ela sabia ler e escrever.
Portanto não haveria empecilho para que ela pudesse estudar.
Além disso, um dia ela falou.
Mas por uma infelicidade, perdera a fala em decorrência de um trauma.
Augusto, percebendo que Paulina não queria entrar em detalhes, preferiu perguntar:
-- E quando eu começo?
-- Agora mesmo se o senhor quiser. – respondeu Paulina, satisfeita com a iniciativa do professor.
Curioso, Augusto indagou:
-- Pois então, onde está minha aluna?
Foi então que Paulina respondeu que iria chamá-la.
Assim, foi questão de minutos para que Paulina fosse buscar Andressa e apresentá-la a Augusto.
Quando Andressa se viu diante do professor, a simpatia foi imediata.
Tanto que Augusto imediatamente começou a lecionar.
Atenta Andressa procurou reter tudo que lhe era dito.
Paulina de longe acompanhava a aula e ficava encantada com o interesse da filha.
Percebendo o interesse de Andressa, Augusto começou a falar de história, da Idade Média, as cantigas de trovador, etc.
Paulina, que nunca se interessara em estudar, admirou-se ao notar a atenção com que Andressa ouvia tudo o que o professor falava.
Sinceramente, isso ela não tinha herdado dela.
A aula durou um longo tempo.
A certa altura, percebendo que já era hora de interromper os estudos, Paulina foi até a cozinha e pediu a Jurema que providenciasse um café-da-manhã para ambos.
Em questão de minutos, Juraci apareceu na sala com uma bandeja repleta de comes e bebes.
Sem graça, Augusto recusou o café.
Dizendo que já tinha tomado um café quando saiu de casa, ouviu Paulina dizer:
-- Mas eu exijo que o senhor coma alguma coisa! Afinal de contas, já faz quase três horas que está falando praticamente sem parar! ... Vamos! Coma alguma coisa, ou eu ficarei
ofendida!
Sem jeito o professor pegou um pãozinho e começou a comer.
Andressa, já sem nenhuma cerimônia, também começou a se servir.
Foi quando derrubou a xícara de chá no chão.
Paulina, ao ver a xícara se espatifar, pediu a Andressa que tivesse um pouco mais de cuidado.
Andressa desculpou-se.
Paulina então, percebendo a falta de jeito de Andressa em manusear copos, pratos e talheres, resolveu ajudá-la.
Primeiramente, pediu a Juraci que providenciasse uma outra xícara.
Foi o que a mulher fez.
Com isso, Paulina ensinou sua filha a segurar a xícara.
Depois, ensinou-lhe como segurar o bule.
Aos poucos lhe ensinou a comer croissantes, entre outras iguarias.
Foi assim.
Pouco a pouco as coisas começaram a entrar nos eixos.
Com as aulas particulares, Andressa começou a se mostrar menos arredia e um pouco mais disposta a aceitar a ajuda de Paulina.
Para Paulina, isso era uma ótima notícia.
Com isso, após algumas aulas, percebendo que não havia combinado como pagaria o salário do professor, Paulina resolveu fazer um cheque num valor simbólico.
Augusto, ao ver a soma registrada no cheque, ficou espantado.
Dizendo que era muito dinheiro, fez menção de que recusaria a oferta.
Paulina, porém, dizendo que era o justo, fez questão de que Augusto aceitasse o dinheiro.
Afirmando que um bom trabalho merecia ser bem recompensado, Paulina comentou que no Brasil, os professores são muito mal pagos.
O que para ela era um absurdo, já que são os professores os maiores responsáveis pela formação intelectual de um ser humano.
Augusto ao ouvir tais palavras, agradeceu a deferência.
E assim, as aulas prosseguiram.
Cada vez mais animada com as aulas, era cada vez mais raro ver Andressa se indispondo com Paulina.
Ocupada com seus afazeres, Andressa freqüentava as aulas para aprender a linguagem dos sinais, tinha aulas particulares, lia muito.
Então agora, com pouco tempo ocioso, o que lhe restava era ouvir os conselhos de boas maneiras dados por sua mãe.
Mesmo assim, a garota continua intrigada com o súbito interesse daquela mulher por ela.
Afinal de contas, como ela poderia ser filha daquela madame, se sua mãe era Andréia?
Andressa não conseguia entender.
Contudo como tudo estava correndo bem, Andressa desistiu temporariamente, de lutar contra isso.
Desta forma, tudo ia bem, até que Cristina e Jorge resolveram voltar para casa.
Quando os dois irmãos viram aquela garota estranha, em sua casa, pensaram logo que se tratava de uma visita.
Contudo, depois de pensarem um pouco, se lembraram da história que sua mãe havia contado sobre uma suposta filha que havia abandonado.
Irritadíssimos, Cristina e Jorge foram logo conversar com Paulina, que lhes contou que finalmente encontrara sua filha.
Porém, evitando entrar em detalhes, Paulina comentou conseguiu localizá-la, graças a ajuda de um detetive particular.
Revoltada, Cristina respondeu:
-- Eu não acredito nisso!
Jorge também parecia estar inconformado.
Irritados e enciumados, os dois insistiram para que Paulina colocasse aquela garota na rua.
Dizendo que não dividiriam sua casa com uma estranha, começaram a conjecturar de onde ela teria vindo.
Paulina querendo encerrar aquele assunto, comentou que Andressa tivera uma vida muito sofrida.
Contudo aquele não era o momento para falar sobre isso.
Dizendo queAndressa precisava de atenção, Paulina pediu aos filhos que fossem compreensivos com ela.
Cristina e Jorge, porém, disseram que não estavam nem um pouco preocupados com ela.
Dizendo que Andressa que se lixasse, comentaram que no que dependesse deles, a vida daquela garota iria se transformar num inferno.
Nisso, Jorge e Cristina deixaram a mulher sozinha.
Paulina ao ouvir tais palavras, ficou extremamente preocupada.
Jorge e Cristina então, interessados em azucrinar Andressa, passaram a procurá-la.
Ao verem-na diante da piscina, tencionaram jogá-la na água.
Não fosse a aparição de Paulina e eles teriam posto em prática a idéia.
Mas a mulher, conhecendo os filhos como conhecia, tratou logo de ficar de olho nos dois.
Ao vê-los de longe, rondando Andressa, Paulina percebeu imediatamente qual era a intenção de ambos.
Furiosa, assim que pôde, Paulina chamou-os para uma conversa.
Decepcionada com o comportamento dos filhos, disse-lhes poucas e boas.
Jorge e Cristina por sua vez, inconformados, tentavam a todo momento retrucar.
Paulina, por sua vez, não estava a fim de desculpas.
Dizendo que eles não tinham o direito de fazer maldades com a garota, comentou que Andressa não pedira para nascer.
Além disso, não tinha culpa nenhuma pelo que estava acontecendo.
-- Não tem culpa! E eu tenho! – retrucou Jorge.
-- É claro que não! O erro foi meu. – respondeu Paulina.
-- E por causa de seu erro, nós é que vamos ser punidos? – perguntou Cristina.
Paulina tentou explicar, mas Jorge e Cristina, não queriam mais saber de conversa.
Irritados, deixaram-na falando sozinha.
Paulina gritou, exigiu que eles não a deixassem falando com as paredes, mas eles não a obedeceram.
Em razão disso, Paulina, se viu obrigada a chamar a atenção de ambos por várias vezes.
Irritados, ao verem que Andressa não tinha a mesma desenvoltura que eles à mesa, começaram a ridicularizar a garota.
Paulina ao notar o ar de desdém dos filhos, chamou-lhes a atenção.
Em seguida, cuidando para que Andressa não ficasse constrangida à mesa, ensinou-lhe pacientemente, a manusear os talhares.
Jorge e Cristina, só ficavam a olhar a moça.
Furiosos, se pudessem, a matariam com o olhar.
Andressa, porém, entretida em aprender a como se comportar a mesa, não percebeu o ar de irritação dos irmãos.
Com isso, sua estada na casa se tornou mais difícil.
Isso por que, não bastassem as dificuldades para se adaptar a nova vida, Andressa tinha que lidar agora, com duas feras.
Sim por que, raivosos com sua presença, Jorge e Cristina faziam de tudo para irritar Andressa.
Com isso, procurando evitá-los, Andressa passou a ficar cada vez mais tempo em seu quarto.
Paulina, percebendo isso, começou a levar Andressa para fazer passeios pela cidade.
Sequiosa de tornar sua filha preparada para enfrentar o mundo, Paulina começou a levá-la a cinemas, teatros, museus, parques, etc.
Isso só serviu para deixar Cristina e Jorge mais enciumados.
Porém o que fazer?
Sempre que os chamava para acompanharem Andressa, os dois se recusavam firmemente.
Sim, a convivência estava difícil.
Por esta razão, Paulina ficava cada vez mais tempo longe de casa.
Preocupada com Andressa, sempre a levava para sair.
Quando precisava ir até a loja, deixava Andressa sob os cuidados dos empregados, que a essa altura, já se tornaram amigos da moça.
Para desespero de Paulina que achava que devia haver uma distância entre patrões e empregados.
Andressa, no entanto, acostumada a viver na pobreza, não via diferença entre as pessoas.
Mas para Paulina, havia sim, uma diferença fundamental.
Disposta a ensinar sua filha este ponto, acabou por criar atritos com Andressa.
Irritada, toda a vez que Paulina dizia que os empregados não deveriam ser tratados com tanta atenção, Andressa se revoltava.
Já um pouco mais familiarizada com a linguagem dos sinais, Andressa argumentou que naquela casa, os empregados foram os únicos que a aceitaram de verdade.
Com o auxílio da linguagem dos sinais, Andressa disse que até mesmo ela não a aceitava como era de verdade.
Paulina tentou retrucar, mas Andressa insistiu na idéia de que eles eram seus verdadeiros amigos.
Desta forma, a mulher não teve como argumentar.
Até por que, estando em companhia deles, Jorge e Cristina evitavam se aproximar da garota.
Porém, quando Andressa estava sozinha em algum canto da casa, lá estavam eles contando piadinhas, ridicularizando sua maneira de ser.
Andressa irritada, tratava de se dirigir a cozinha.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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