Poesias

sexta-feira, 19 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 22

CAPÍTULO 22 

No que tange o Mapinguari. Trata-se de um animal fabuloso, semelhando-se ao homem, mas todo cabeludo.
Os seus grandes pêlos o tornam invulnerável à bala, exceção da parte correspondente ao umbigo.
Segundo a lenda, é ele um terrível inimigo do homem, a quem devora.
Mas devora somente a cabeça.
De um velho tuxaua, já semi-civilizado, sabe-se que estava o antigo rei da região.22
J. da Silva Campos fixou a versão do rio Purus, Amazonas:
“Um Mapinguari, aquele macacão enorme, peludo que nem um coatá, de pés de burro, virados para trás, trazia debaixo do braço o seu pobre companheiro de barraca, morto, estrangulado, gotejando sangue.
O monstro, com as unhas que pareciam de uma onça, começou a arrancar pedaços do desgraçado e metia-os na boca, grande como uma solapa, rasgada à altura do estômago.23
Francisco Peres de Lima descreve o Mapinguari no Acre:
“...este animal deriva-se dos índios que alcançaram uma idade avançada, transformando-se em um monstro das imensas e opulentas florestas amazônicas - ao qual dão o nome de Mapinguari.
O seu tamanho é de um metro e oitenta, aproximadamente, a sua pele é igual ao casco de jacaré, os seus pés idênticos aos de uma mão de pilão, ou de um ouriço de castanha”.24
Fácil é ver o processo de convergência para o Mapinguari, gigante antropófago que vai tomando as características do Gorjala, do Pé-de-Garrafa, a invulnerabilidade, os pés invertidos do Curupira e Matuiú, etc.
O Mapinguari continua assombrando pelas matas do Pará, Amazonas e Acre.25

22 (Mário Guedes, Os Seringais, 221-222, Rio de Janeiro, 1920).
23 (Basílio de Magalhães, “Contos e Fábulas Populares na Bahia” in O Folclore no Brasil, 321-322). 24 (Folclore Acreano, 103, Rio de Janeiro, s.d. [1938]).
25 No seu aspecto primitivo é idêntico ao Khoungouraissou, que o Coronel Prjévalki ouviu descrever no Han Sou, na Mongólia. Luís da Câmara Cascudo, Geografia dos Mitos Brasileiros, “Ciclo dos Monstros”.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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