CAPÍTULO 66
Com isso, encerrou-se a aventura pelo rio, e os turistas agora em terra firme, aproveitaram para conhecer o lado mais pitoresco da região.
Assim, em Bom Jesus da Lapa, visitaram a Gruta do Santuário.
A gruta do Morro da Lapa, onde ficou o ermitão Francisco Mendonça Mar, guarda uma igreja, e como prova de fé, milhares de ex-votos trazidos pelos romeiros do vale.
No Morro da Lapa, os viajantes subiram ao topo da massa de pedra cálcarea de novecentos e cinqüenta metros de comprimento e noventa de altura, bem no centro da cidade, para verem como cresceu Bom Jesus da Lapa.
Depois, ávidos por conhecerem as belezas naturais da localidade, conheceram algumas das quinze grutas que se espalham no penhasco às margens do rio, entre elas a de Nossa Senhora da Soledade, da Ressurreição, de São João Batista e, como não podia ser diferente, de São Francisco.
Em seguida, assistiram a Festa do Bom Jesus.
Principal festa da cidade santuário, inclui cavalhadas e romarias.
Por fim, compraram peças de barro e madeira, com destaque para as carrancas e imagens de santos dos mestres Cosme Duarte e Nenzinho.
Em Juazeiro, os viajantes, visitaram o Museu Regional de São Francisco.
Lá, tudo o que os rapazes queriam ver sobre o Velho Chico, e não sabiam onde encontrar, acharam ali.
Na Catedral de Nossa Senhora das Grotas, os turistas descobriram que a cidade se desenvolveu em torno dessa igreja de linhas neogóticas, inaugurada em 1854 e respeitada até por Lampião.
Na Ilha do Fogo, à tarde, rio e sol se confundem numa paisagem de fogo – daí o nome.
A ilha apóia a Ponte Presidente Dutra, que une Juazeiro a Petrolina, e vale pelas praias à beira-rio.
Na Ilha do Rodeadouro, os cinco viajantes constataram que ela é circundada com praias paradisíacas, com dezenas de barraquinhas e infra-estrutura adequada para brincar de Robinson Crusoé do século XX.
Na Barragem do Sobradinho, no município de mesmo nome, este abriga o maior lago artificial do mundo, com quatro mil quilômetros quadrados de área e trezentos e cinqüenta e quatro quilômetros de extensão.
Ali, cidades como Remanso, jazem sob trinta e quatro bilhões, e dois milhões de metros cúbicos de água.
Na Cachoeira do Salitre, a caminho da barragem do Sobradinho, os turistas percorreram quarenta quilômetros, depois, pararam à margem do Rio Salitre e se depararam com um cenário refrescante – apesar do salitre.
Já na Gruta do Convento, no município de Campo Formoso, está a maior gruta do Brasil, com cinco mil e seiscentos metros de extensão e, de brinde, dois lagos bons para nadar.
Em Bom Jesus dos Navegantes, um cortejo fluvial parte com a imagem de Bom Jesus e retorna para a missa festiva na catedral.
De pai para filho desde 1750, é que essa tradição se perpetua.
Na Festa de Reis de Boi, os turistas conheceram uma espécie de bumba-meu-boi baiano, que leva um grande número de figurantes para as ruas da cidade.
No Carnaval, o maior do interior do Brasil, garantem os juazeirenses, que importam nomes da música baiana de Salvador, é um espetáculo à parte.
Na Semana Santa, cordões de penitentes vestem mortalhas brancas e se autoflagelam pelas ruas. Recomendada para os espíritos mais fortes, impressionaram os turistas.
Na Festa de São João, os viajantes puderam conhecer uma típica festa nordestina, com forró no começo, no meio e no fim.
Em Paulo Afonso, os turistas visitaram a Igreja de São Francisco, construída com pedras do Rio São Francisco.
Ao avistarem o Véu da Noiva, os turistas constataram que as águas do Rio São Francisco despencam no abismo, e se transformam na mais colossal cachoeira do nordeste, a de Paulo Afonso.
Em Saltos de Croatá e Capuxu, os turistas se deslumbraram com as quedas complementares da Cachoeira de Paulo Afonso, de setenta e cinqüenta metros, respectivamente.
Os viajantes, desejando vê-las em seus mínimos detalhes, utilizaram-se do teleférico.
Em Paulo Afonso IV, os turistas conheceram uma caverna futurista de oitenta e seis metros de extensão, onde estão os equipamentos de geração de energia da usina.
Depois, em Modelo Reduzido, se encantaram com a maquete com o complexo hidrelétrico de Paulo Afonso.
Em Belvedere, o florido ‘Jardim dos Namorados’, termina à beira de um dos trinta e seis lagos existentes na cidade.
No Momento ‘O Touro e a Sucuri’, inspirado no poema ‘Espumas Flutuantes’, de Castro Alves, os viajantes constataram que a memória do poeta é uma constante na região.
Na Furna do Morcego, existe uma gruta de quarenta e três metros de altura, quinze metros de largura e cento e cinqüenta metros de comprimento.
Este era um dos esconderijos preferidos do cangaceiro Lampião.
O acesso a região é difícil, mas dá para vê-lo de teleférico.
Passeio que os turistas não dispensaram, dada a dificuldade de se aproximar da região.
Em seguida, foram a Ilha do Urubu.
Formação rochosa com roseirais e minizoológico.
Lá se tem uma visão panorâmica da primeira usina hidrelétrica do Nordeste, a Angiquinho, construída por Delmiro Gouveia, desativada em 1960.
Em Balneário da Prainha, praia do Rio São Francisco, às margens da BR-110, com dezesseis quiosques de comidas típicas, os turistas puderam se fartar com a boa comida, e a espetacular paisagem.
Mais tarde, assistiram ‘Os Cangaceiros e a Volante’:
Durante o carnaval, chefiados por Lampião, grupos vestidos a caráter enfrentam a Volante – a polícia que combatia os cangaceiros.
No dia seguinte, assistiram a Copa Paulo Afonso de Velas.
Anualmente, competições náuticas do calendário nacional da Confederação Brasileira de Vela e Motor, acontecem na Praia do Lago.
Por fim, os viajantes foram conhecer a região do Raso da Catarina.
O raso é sertão, é deserto, e é bruto.
Por esta razão, foi refúgio natural de homens como Lampião e seu bando.
É um lugar de caatinga, de seca, de terríveis cobras e lagartos que se acostumaram a viver na solidão.
Por tradição, e somente em suas regiões periféricas, abriga alguns índios da nação Pancaré e um punhado de vaqueiros miscigenados – os únicos que tem desenvoltura para cavalgar na região.
Foi justamente por esta razão que os turistas foram conhecer a região, acompanhados destes valorosos homens.
E assim, percorreram as trilhas secas do raso.
O sertanejos, acostumados a viver na região, vestiam verdadeiras armaduras de couro – gibão, colete, botas e chapéu.
Foi desta forma, que descobriram os detalhes da região.
Como a árvore de pau-branco – de troncos e galhos inteiramente brancos, e em cuja galhada, sempre voltada para o poente, funciona como verdadeira bússola neste deserto.
Ou a do croatá – planta que retém, até quatro litros de água, no caule, verdadeiro cantil da natureza.
Desde de 1983, parte da beleza rude do raso, virou reserva ecológica.
Isso por que, no meio daquele solão, das jibóias, dos escorpiões e de sua vegetação espinhuda, desabrocham bromélias e orquídeas.
Irriquietos corrupiões – pássaros alaranjados na cabeça e rabo – debruçam-se para sorver o néctar do mulungu.
Nos galhos do pau d’arco, roxo-lilás, bandos de periquitos da caatinga fartam-se num banquete de flores.
E o único exemplar macho da ararinha-azul que vive em liberdade no planeta, faz seu ninho aqui.
Especialistas devolveram à natureza, uma fêmea que vivia em cativeiro para multiplicar a espécie.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Erythrina_mulungu
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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