Poesias

quarta-feira, 17 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 2

Durante a noite, a tribo se reúne ao redor de uma fogueira, e o pajé lhes conta histórias de sua tradição.
Preocupado, não quer a tradição se perca, e assim começa mais uma curiosa narrativa.
A história começa assim:
Certa vez, um indiozinho, como tantos outros que havia na aldeia, havia se encantado com a lua.
A lua, tão branca, tão brilhante, tão atrativa.
Tudo nela o encantava.
E assim, noite após noite, ficava a observar a lua.
Conforme as noites passavam, percebia que a lua modificava suas formas.
Ora era esférica, ora somente um arco perdurado no céu.
Mas, por mais misteriosa que a lua fosse, mais se sentia fascinado por ela.
E assim, muito embora se sentisse feliz por isso, sabia que seu amor não poderia ser concretizado, já que ela estava tão longe.
Pensando nisso, criou inúmeras estratégias para tentar se aproximar dela.
Planejou subir até uma palmeira, e achou que assim, alcançaria sua amada.
Tentou tantas vezes se aproximar da lua, mas nunca conseguiu de fato.
Um dia, tristonho, acabrunhado, desencantado, pensou em desistir do seu amor e tentar se apaixonar por alguém de sua tribo.
Contudo, ao ver refletida num lago a bela imagem da lua, esqueceu-se de sua tristeza, e novamente desejou encontrá-la.
Enfeitiçado por sua beleza, chegou a acreditar que a lua havia repousado nas águas do lago, só para que ele pudesse alcançá-la.
E assim, faceira, esperava-o na beira do lago. Feliz, fez todo o possível para tirá-la para fora do lago.
Todavia, como tal tarefa seria impossível, resolveu, como bom nadador que era, atirar-se nas águas e resgatar sua amada de lá.
E assim o fez.
Mais que depressa, atirou-se no lago e foi ter com sua amada.
Finalmente poderia concretizar seu amor.
Contudo, ao invés de retornar das águas, trazendo sua querida consigo, só lhe restou viver no lago.
Tragado pela forte correnteza, não conseguiu voltar a tona.
Estava aprisionado.
E assim, passaria a eternidade.
Preso em suas águas.
Com isso, não podendo viver ao lado da lua, só lhe restava sua companhia noturna.
Quando então a lua aparecia no céu, o indiozinho logo aparecia no lago para brincar, e lhe fazer companhia.
Caprichosa, a lua gostava de sua companhia.
Embora não o pudesse tocar, sentia-se menos só com sua presença.1

1 Criação da autora.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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