Poesias

quarta-feira, 17 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 75

CAPÍTULO 75

Depois, os turistas foram assistir ao Bumba-meu-Boi.
Trata-se de uma das festa mais populares e tradicionais do Brasil.
Personagens vestidos de vaqueiros, índios e brincantes ao som de zabumbas, matracas, pandeirões e orquestras, revivem o drama de ‘pai’ Francisco e ‘mãe’ Catirina.
Para satisfazer a esposa grávida, Francisco rouba o boi do patrão, e corta-lhe a língua.
É delatado, obrigado a confessar o crime, mas acaba perdoado.
E tudo vira festa com a ‘ressurreição’ do animal.
Hoje a folia adquire características de cordel, com satirização de políticos, denúncias sociais, etc.
Mais tarde no Ceprama, os turistas foram comprar bolsas e redes confeccionadas em teares manuais, azulejos e porcelanas inspiradas nos casarões da cidade, e doces e conservas típicos.
No dia seguinte, os turistas foram passear pelos Lençóis Maranhenses.
Lá, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses tem duas caras.
Uma é a cara do inverno, da chuvas do começo de ano, quando suas dunas de areias brancas são inundadas, formando lagoas de água doce e transparente.
Aí, centenas de oásis se espalham pelo interior de seu território, trazendo-lhe a vida migratórias de aves como os marrecos-azuis e os trinca-réis, e de nômades que armam suas barracas de buriti para pescar a sobrevivência às margens dos manguezais, das rias e das restingas.
No verão (de julho a dezembro), porém, tudo se evapora: o parque se mira no Saara e faz de tudo para parecer deserto.
Conta para isso, com a cumplicidade de um céu azul profundo e de um sol escandalosamente escaldante.
Veste então, por inteiro, seu imenso manto de areia e cobre toda a sua extensão, escondendo as lagoas que se formaram no seu ventre de inferno, espantando aves e nômades, num solene fora daqui.
Não há no mundo nada parecido.
As dunas correm principalmente no litoral e avançam continente adentro, até cinqüenta quilômetros da costa, e podem chegar a doze metros de altura, equivalentes a um prédio de três andares.
Para conhecê-las, navega-se a partir da cidade de Barreirinhas, através do Rio Preguiças, em vapores semelhantes ás barcaças do São Francisco, avançando na direção das vilas mais próximas de Lençóis – os povoados de Vassouras, Atins e Mandacaru –, diante do bailado de mergulhões cinzentos de bicos avermelhados e de bandos de garças.
A última estação é o vilarejo de Caburé e suas modestas cabanas de palha na areia, verdadeiras pousadas de emergência para forasteiros, que consomem ensopados de peixe-pedra e peixe-serra, típicos da região.
Depois, é pé na duna, a paisagem única que se transforma ao sabor do vento.
Ao afundar as canelas no topo de uma delas, sente-se primeiro sua areia quente.
Depois, é só girar a cabeça.
Ao sabor da brisa se verá a plasticidade de formas que o vento desenha na areia.
O que se viu deixará de existir em poucos minutos.
E o que se vê, se apagará em poucos instantes.
Por que os Lençóis tem duas caras, ambas fascinantes.
Depois, já em Barreirinha, os turistas ao passarem pela Praça do Retorno, se depararam com uma impressionante duna, com cerca de trinta e cinco metros de altura, por quinhentos metros de extensão chamada Morro da Ladeira: ao sabor do vento, vai cobrindo a principal entrada da cidade.
A seguir, os viajantes foram conhecer o Farol das Preguiças, na Vila de Mandacaru.
Lá se tem a visão onírica de dunas, das vilas de Mandacaru e Atins e do mar.
No Cais, os turistas assistiram a uma típica cena de filmes antigos, quando viram lavadeiras ensaboando roupas e crianças nadando nas águas escuras do Rio Preguiças.
Por fim, compraram redes, tapetes, toalhas, cestos, bolsas e chapéus produzidos com folhas de palmeira de buriti por artesãos locais.
Em Alcântara, os turistas foram conhecer os Sobrados Coloniais.
Trata-se de um conjunto arquitetônico do século XVIII, com sacadas de ferro, paredes de pedra e cal, mirantes e azulejos portugueses.
Boa parte, infelizmente, está em ruínas.
Este fato, deixou os turistas deveras desapontados.
Mas não a ponto de os fazer desistir do passeio.
Tanto que foram conhecer a Casa do Imperador, que na verdade são duas casas, também em ruínas.
Foram feitas para receber Dom Pedro II, que cancelou à visita a cidade, depois que terminou a bala a disputa entre os aristocratas daqui, para ver quem construía a casa mais bonita.
Ao passear pelo Pelourinho, os turistas descobriram que sua edificação data de 1648 e sua restauração de 1948, depois de ficar cinqüenta anos soterrado.
Na Igreja do Carmo, os turistas conheceram uma construção de 1665.
Tem altar barroco com cem anjos talhados em madeira.
Na Igreja Matriz de São Matias, os turistas se depararam com mais ruínas, agora da matriz de 1648.
A crença local é de uma serpente adormecida habita seu solo.
No Museu de Alcântara, os turistas viram obras de arte sacra, santos ocos, mobiliário do Império e fotos antigas da cidade.
Depois, no Porto do Jacaré, observaram vestígios do centro comercial do século XVIII e de seus armazéns.
A seguir, os turistas foram conhecer a Praia Baronesa.
A praia tem águas barrentas por que alguns rios desembocam nela. 
Depois, foram conhecer a Praia dos Barcos – cercada de manguezais, é boa para a pesca de camarões. 
Após, na Praia de Itatinga, os turistas aproveitaram a maré baixa para ir até lá a pé. 
Depois na volta, em razão da maré estar alta, retornaram de barco. 
Com não há bares no local, os turistas levaram lanche. 
Em Itapereí, a praia é muito bonita, mas é preciso autorização para desfrutá-la por que fica perto da base aeroespacial. 
Os turistas, antes de rumarem para lá, trataram logo de providenciar a autorização. 
Na Ilha do Cajual, os turistas se depararam com uma reserva ecológica, ponto de reprodução do guará – pássaro do tamanho de uma garça que nasce cinza, fica branco, depois amarelo e, finalmente vermelho, e está ameaçado de extinção. 
Depois, os turistas foram ouvir as lendas narradas pelos moradores, como ‘Encanto do Caramajó’, sobre um igarapé cujo cardume incalculável é regido pela mãe d’água, e a ‘Serpente de Alcântara’, que repousa no subsolo da cidade, mas destruirá Alcântara quando suas asas tiverem penas suficientes para que ela possa voar. 
Após, os viajantes foram assistir a Festa do Divino. 
Inspirada na fé religiosa e na utopia de um reino onde só existe fraternidade, abundância e alegria. 
Celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e homenageia o Império, reproduzindo o ambiente festivo e luxuoso de uma corte. 
Muita comida e bebida ao som de tambores africanos. 
Depois os turistas foram comprar pinturas em madeira do artesão Diógenes. 
Em Carolina, às margens do Rio Tocantis, num vale cercado de cavernas, grutas e cachoeiras agrestes com quedas d’água de até cinqüenta metros, estava ela, com seus rios, ribeirões, praias fluviais, morros, montanhas e verão o ano inteiro, pronta para ser apreciada por nossos cinco turistas. 
No Morro das Figuras, a quarenta quilômetros de Carolina, os turistas se depararam com pinturas rupestres recentemente descobertas por arqueológos, que acreditam ser da autoria dos índios Craôs, descendentes dos Tupis-Guaranis. 
Na Cachoeira da Pedra Caída, os turistas avistaram-na com seus quarenta e seis metros de altura, circundada por vegetação de cerrado e muitos pássaros – bem-te-vis, rolinhas e andorinhas. 
Já na Gruta da Pedra Caída, a trilha sinuosa a partir deste lugar leva a uma escadaria de noventa e nove degraus até a gruta margeada por formações rochosas avermelhadas. 
Dentro dela, uma fonte natural de águas limpas e transparentes. 
Ao meio-dia, os raios de sol penetram na gruta formando um arco-íris sobre as águas. 
Na Cachoeira do Itapecuruzinho, no distrito de São João da Cachoeira, formada pelo Rio Itapecuru, possuí águas límpidas e cristalinas. 
Esta queda d’água deu origem a Hidrelétrica da Amazônia (1940), cujas antigas máquinas estão preservadas e à mostra dos curiosos. 
Em Praiolândia, no Rio Lajes, está o balneário de águas limpas e frias, sombreadas por mangueiras.
Possuí bares e restaurantes com cobertura de palha de piaçava. 
Na Cachoeira da Prata, no distrito do Farinha, formada por dois saltos, está, a dezoito metros altura, suas águas geladíssimas. 
O contínuo balé das andorinhas e o reflexo das cores do arco-íris são elementos constantes nesta ‘cachoeira que canta’. 
Passeando no Rio Tocantins, através de barcos de pescadores locais pelas praias e ilhas semi-desertas do Tocantis, os turistas se deslumbraram com a paisagem. 
Às suas margens, as paisagens são diversificadas: ora morros e chapadões de vegetação compacta, ora esparsas palmeiras de babaçu na vegetação rasteira. 
Encantados com o passeio, os turistas pediram ao barqueiro que os levasse até às terras que foram habitadas pelos índios Craôs, a Ilha dos Botes. 
A ilha, com seis quilômetros de extensão, possuí beleza selvagem, praias inexploradas e inúmeras aves.
Depois os turistas foram conhecer os Festejos Juninos. 
Aqui, os arraiais são por bairros e distritos. Bandeirinhas coloridas enfeitam as barracas construídas em palha de babaçu e piaçava. 
À noite, apresentação de quadrilhas e grupos de bumba-meu-boi. 
Comidas e bebidas típicas e muito forró.
Por fim, os viajantes foram comprar um pouco de artesanato indígena – cestos, esteiras, pulseiras, cortinas e bolsas.
As rendas de bilros e colchas de crochê, os rapazes compraram de artesãos locais no Cio da Terra.
Depois, partiram.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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