Poesias

terça-feira, 23 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 50

CAPÍTULO 50 

No entanto, houve um momento em que o assunto retornou para a lenda do Boto.
Felipe ficara impressionado com a história que lhe contaram.
Curioso, queria saber mais sobre a lenda do Boto.
Foi então que seu Túlio começou a dizer que muitas vezes, ocorreram casos de gravidez suspeita no povoado.
Diversas vezes, as moças alegaram terem sido seduzidas pelo Boto.
Em alguns dos casos, uma das moças estava adormecida quando o Boto adentrou seu quarto, pulando pela janela.
Ao ouvir isso, Felipe perguntou:
-- E o que vocês fizeram, ao saber disso?
-- Procuramos algumas benzedeiras e um pajé, que mora numa aldeia indígena, afastada.
-- E isso resolveu o problema? – perguntou novamente Felipe, curioso.
-- Resolveu. Essa história aconteceu, numa época em que o Boto estava assediando muito, as mulheres jovens da vila. Certa vez, o bicho teve o desplante de ameaçar virar a embarcação em que estavam algumas moças, entre elas, uma mulher grávida. Por isso, tivemos o cuidado de procurar proteção para ver se nos livramos de tal criatura. Realmente, nossos jovens estiveram em grande perigo. Isso por que, nem só as mulheres são alvo do Boto, os homens também. Quando algum rapaz se interessa por uma moça que poderia ser a presa do monstro, ele pode vir a atacar para se vingar do desfeito. 
-- E quanto isso acontece, como os senhores fazem? – perguntou Fábio. 
-- Nós recomendamos ao rapaz que quando sair sozinho, seja para uma pescaria, ou qualquer outra coisa, que leve uma cabeça de alho como proteção. Isso afasta qualquer possibilidade de ataque. 
-- Curioso. Isso me faz lembrar dos vampiros. Tem uma certa semelhança. – comentou Agemiro. 
Ao ouvirem isso, os tapuios se interessaram pela história dos tais vampiros. 
Queriam saber o que havia de semelhante. 
E assim, os turistas tiveram que explicar que os vampiros também são repelidos com alho. 
Daí a semelhança entre as histórias. 
E nisso passaram-se as horas da animada noite. 
Em suas conversas com os moradores da vila, os turistas mencionaram que continuariam viajando por mais alguns meses. 
Comentaram ainda, que Felipe era um mitólogo, ou mitologista. 
Ao ouvirem isso, os moradores ficaram curiosos. 
Do que se tratava? 
Com isso, diante de tantas curiosidades, os turistas tiveram que explicar, que um mitólogo era um estudioso das tradições folclóricas, em especial da cultura popular brasileira. 
Enfim, das crendices do povo daqui. 
Disseram ainda, que Fábio era um botânico. 
Um estudioso da flora, das plantas. 
Agemiro era um biólogo, ou seja, um estudioso da vida, das formas de vida, dos seres vivos, e que por isso, vivia constantemente viajando e pesquisando os bichos. 
Já no que tange a Lúcio e Flávio, os dois eram, respectivamente, historiador e o outro químico.
Contudo, apesar de suas profissões, não estavam a trabalho. 
Mas dedicados que eram, não achariam nada mal descobrir algo que lhes ajudassem em suas respectivas carreiras. 
E assim, aproveitaram a viagem e o passeio, para documentarem tudo o que acontecia. 
E também, aproveitaram, para conquistar a confiança dos moradores do lugarejo, e conseguir que contassem suas histórias. 
Por esta razão, ao perceberem que os forasteiros estavam interessados em suas histórias, passaram a contar outras lendas.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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