CAPÍTULO 69
Em Garanhuns, o lugar desfaz a imagem de sol associada ao estado.
Na Suíça Pernambucana, região do Agreste, há até um Festival de Inverno em julho, quando a temperatura média cai para dez graus.
A região possuí ainda, cachoeiras, fontes de água mineral, parques, licores e chocolates caseiros.
Mais tarde os turistas foram assistir ao Carnaval.
Este é, como se pode perceber, um dos tantos que se anunciam como o mais animado.
Quem abre a festa é o Galo da Madrugada, o mais importante bloco de frevo de Recife.
Sua ala de estandartes, carros alegóricos e trios elétricos arrastam mais de um milhão de foliões nas ruas do centro.
Além disso, tem o Recifolia, um Carnaval temporão na Praia de Boa Viagem.
Animados, os turistas caíram logo no passo e na folia dos clubes de frevo, maracatus e caboclinhos.
Depois, na Festa da Bandeira de São João, também conhecida como ‘Acorda Povo’.
Os forasteiros, puderam ver durante toda a madrugada, procissões nas ruas da cidade.
Ao som de zabumbas e ganzás todos cantam conduzindo a imagem do santo no andor.
No dia seguinte, visitaram a Casa da Cultura e o Mercado de São José.
Após, os turistas seguiram para Olinda.
Olinda que espalha ladeiras, pátios, mosteiros, largos, sobrados, museus e mercados centenários entre sete colinas.
São vinte e duas bem conservadas igrejas, onze capelas, três bicas
d’água e dois marcos da invasão holandesa, além de dezenas de monumentos históricos e sobrados
com balcões mouriscos e fachadas de azulejos portugueses, que lhe deram em 1982, o título de
Patrimônio Mundial da Humanidade. Um verdadeiro museu a céu aberto, fundado por Duarte
Coelho, que chegando ao Alto da Sé em 1535, exclamou:
‘Ó! Linda situação para uma vila!E assim nasceu a primeira capital de Pernambuco, invadida e incendiada pelo holandeses em 1630. Emoldura por mais de seiscentos ateliês de artistas plásticos, artesãos, escultores, gravadores, galerias de arte e antiquários, a cidade ferve no fervor do frevo, nas festas populares, e nas noites de seresta no centro histórico.
E vai à mais pura ebulição no Carnaval com milhares de foliões se divertindo nos trios elétricos, blocos e maracatus.
Porém, um domingo antes há o desfile debochado das Virgens do Bairro Novo, bloco de homens vestidos de mulher, que termina em concurso de fantasia.
Aí, Olinda começa a frevar e só para na quarta-feira de cinzas com Bacalhau do Batata, uma troça de garçons.
Mais de cem agremiações carnavalescas animam milhares de foliões pelas ladeiras e praças com os bonecos gigantes de papel-machê, símbolos do Carnaval de Olinda.
Ninguém resiste ao Elefante e à Pitombeira dos Quatro Cantos – os blocos mais famosos.
Animados, os turistas pularam atrás do Homem da Meia-Noite e da Mulher do Dia, enquanto grupos coloridos de maracatu espalham sons de guizos e chocalhos madrugada afora.
Mais tarde, os turistas ouviram a Serenata.
Realizada nas noites de sexta, músicos saem da Praça de São Pedro e fazem serenata pelas ladeiras da cidade.
Dentre as inúmeras igrejas da cidade a da Sé, também conhecida como Igreja de São Salvador do Mundo, é a catedral do arcebispado de Olinda e Recife, foi onde Dom Helder Câmara clamou por justiça no Brasil pós-1964.
De 1537, mistura estilos, exibe altares banhados a ouro e paisagens banhadas a sol.
Quem mandou construi-la foi Duarte Coelho, depois de expulsar os índios Tabajaras que viviam ali.
Foi dentro da igreja que os turistas viram a imagem de Jesus segurando o globo terrestre.
Depois, ainda dentro da igreja, foram até o mirante apreciar a vista da cidade.
Nos dias posteriores, os viajantes decidiram se aventurar pelo extenso litoral de Pernambuco.
Este, com cento e oitenta quilômetros de praias, é um convite ao deslumbramento.
Isso por que, seu mar azul-turquesa, abraça piscinas naturais, arrecifes, baías desertas, enseadas badaladas e vilas de pescadores com igrejas seculares.
Na Coroa do Avião, por exemplo, os turistas constataram que esta é um enorme banco de areia formado pela correnteza do mar e do Canal Santa Cruz.
No entanto, perdeu o formato de coroa e vem se alongando.
É área de pouso para aves migratórias, como os maçaricos, e tem inúmeros barzinhos.
Já em Maria Farinha, uma belíssima ponta de areia que avança para o mar, é muito procurada para esportes náuticos.
Porém, tem águas tranqüilas e muitas piscinas naturais.
Quanto ao nome do lugar, este se deve a um pequeno siri que corre aos montes pelas areia daqui.
Com boa infra-estrutura de hotéis e restaurantes, além de safáris no manguezal e passeios no lombo de bufálos, foi um verdadeiro deleite para os turistas, passarem alguns dias na região.
Depois, passeando de ultraleve, os turistas apreciaram do alto, a cem metros de altura, a infinidade de recortes do litoral, além dos tons e semitons do mar que abraça a Coroa do Avião, a Ilha de Itamaracá e Maria Farinha.
O ultraleve que saí da Praia do Forte, levou os viajantes a um inesquecível passeio pela região.
Mais tarde, na rota dos naufrágios, entre o Porto de Recife e a Ilha de Itamaracá, os viajantes aproveitaram para fazer mergulhos e procurar um dos catorze navios que afundou por ali.
Muito embora não existam registros históricos que expliquem os naufrágios, fala-se em batalhas travadas entre os portugueses e holandeses no século XVI.
Contudo, apesar de nada terem encontrado dos navios, os turistas puderam se deslumbrar com bancos de corais e cardumes e mais cardumes de peixes.
No litoral sul, coroado de arrecifes, o mar se multiplica em aquários azuis em Porto de Galinhas.
Na maré baixa, dá para alcançá-los andando pela água.
Mas o mais gostoso é ir na jangada, alugada na praia da vila junto com a máscara e o pé-de-pato.
Foi esta razão que os turistas mergulharam nas piscinas naturais entre cardumes coloridos de xiras, saberês, caraúnas.
Amistosos, eles chegam pertinho para comer pão e ouriço na mão dos jangadeiros.
O nome do lugar, Porto de Galinhas, se deve ao fato, de os contrabandistas, no intuito de despistar as autoridades diziam:
‘Tem galinha nova no porto’.
Pronto, essa era a senha para que se realizasse o descarregamento de escravos para os engenhos.
E assim, apesar da proibição do tráfico de escravos, os mesmos continuavam vindo, escondidos em engradados de galinhas d’angola.
A senha deu nome a vila de pescadores, que na temporada se transforma no maior pólo turístico da região.
Tem doze praias.
Em Caruaru, vale a pena ver o Museu de Barro e Cerâmica.
Os turistas, ao fazerem o passeio, se depararam com duais mil duzentas e trinta e três peças, divididas em cerâmica utilitária, figurativa, decorativa, ex-votos e indígenas.
Obras de consagrados artistas nordestinos como Zé Cabloco, Ernestina, Manuel Eudócio e Manoel Galdino.
Destaque para os vinte e seis barros originais de mestre Vitalino, entre eles ‘Casa de Farinha’, ‘Lampião, e Cachorro Pegando Tatu’.
Na Casa-Museu Mestre Vitalino, os viajantes puderam conhecer, no Alto do Moura, a casa de taipa, onde viveu Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963) – a maior expressão da cerâmica popular brasileira.
A casa foi restaurada e guarda seus objetos pessoais.
Os filhos e herdeiros artísticos, recebem visitantes de todo o mundo, que se rendem diante de pequenas figuras do cotidiano nordestino, criadas pelo mestre.
No Museu do Forró Luís Gonzaga, o acervo inclui discos de forró, fotos, indumentárias, publicações e receitas sobre as festas comandadas por Antonio, João e Pedro, todos santos dos mais fogueteiros.
Caminhando pela cidade, os turistas foram conhecer o Museu da Cidade.
Casarão construído em 1912 e recentemente restaurado, reúne objetos e documentos da história de Caruaru.
No Alto do Moura, a Unesco garante: esta vila, é o maior centro de arte da América.
Ali, três mil artesãos perpetuam a arte de Vitalino reproduzindo as cento e dezoito figuras imortalizadas por ele.
Mas Marliete e Mestre Galdino, exibem trabalhos originais.
Ela, faz inacreditáveis miniaturas de menos de dois centímetros – de vasos floridos e até rostos, cujos olhos são moldados com espinhos de cacto.
Ele modela bichos na forma de gente, e vice-versa.
A única obra que Galdino se permite repetir, é a de sua própria mão espalmada gravada na lama.
‘As pessoas dizem que tenho os dedos de ouro’, comenta ele, sem falsa modéstia.
Mais tarde, os turistas foram assistir ao Forró Pé-de-Serra.
Este autêntico forró, acontece aos sábados na Praça do Artesão.
Depois, foram ver a vaquejada.
Nesta, mais de trezentas duplas comparecem.
Com isso, só vaca para disputar a maior vaquejada do Nordeste.
Lá, as duplas de vaqueiros tem de derrubar um boi pelo rabo, numa área demarcada a cal.
Além disso, a festa conta ainda com violeiros, bandas de pífanos, repentistas e muita cachaça.
Já no Festival de Jericos, os turistas acompanharam uma divertida corrida de jegues com pratos típicos e muito forró.
Dias depois, passando na Feira de Caruaru, os turistas aproveitaram para conhecê-la.
Lá, segundo o rei do baião, Luís Gonzaga, tem de tudo.
Todavia, mesmo que não tenha de tudo, tem quase de tudo um pouco nas seis mil barracas coloridas que se comprimem num formidável espaço de duzentos e cinqüenta mil metros quadrados.
O alegre zum-zum é garantido por violeiros, repentistas, cantadores de embolada e bandinhas de pífanos.
Nesta feira, formigas tanajuras são fritas e oferecidas em saquinhos de pipoca.
Dizem que ‘fazem bem para as ‘vistas’, uma vez que jamais se viu uma formiga de óculos.
Esta feira de artesanato é permanente – ali são vendidos trabalhos com cerâmica, granito, corda, cana-brava, couro, palha de catolé, flandres, redes, rendas e bordados.
Na madrugada de segunda para terça acontece a Feira da Sulanca, originalmente uma feira de confecções, que ganhou este nome, por corruptela de helanca.
Ali, os negócios são fechados entre três e seis horas da manhã. Isso por que, centenas de ônibus chegam nesse horário, repletos de sacoleiros de todo o Nordeste, e voltam para a casa antes do amanhecer.
Ademais, de uns tempos para cá, a Sulanca virou Feira Paraguaia por causa da quantidade de muambas eletrônicas vendidas nas suas barracas.
Às quartas e aos sábados troca-se de tudo: rádio por porco, televisão em branco e preto por bode, bicicleta velha por enxada.
Assim, se denota que os turistas se esbaldaram na cidade conhecida com a Capital do Forró.
Em honra a isso, os turistas apreciaram quando leram os seguintes versos:
“A farra do forró
As fogueiras não se contam
São pra mais de 30.000
Pra mostrar que este lugar
Tem o maior São João do Brasil
Não adianta Campina Grande
Querer o troféu disputar
A nossa mais alta fogueira
Arde uma semana inteira
Por que é maior do que os prédios
Do referido lugar
Caruaru para os santos Pedro, Antonio e João
Não reserva só uma praça
Pra fazer a louvação
Não arrasta-pé num lugar
Mas em mais de cem palhoção
Eles se gabam por lá
De um tal trem ferroviário
Que roda 40.000 metros
Mas é para enganar o otário
Por que o que a gente tem
Dá de três no itinerário
E não compare também
Repentista, sanfoneiro
Xote, xaxado, baião
Aqui não tem mês inteiro
São logo 40 dias
Pra calar os farofeiro
O assunto vou encerrar
Por que não tenho nada a perder
Só quem perde é Campina
Que apertada com a sina
De querer a gente vencer
Comete o desatino
De não brincar com o junino
Com nós e com vosmecê.”
Em Nova Jerusálem, os turistas se deslumbraram com o espetáculo da Paixão de Cristo.
Mais tarde, em Fernando de Noronha, os turistas se admiraram de um espetacular cenário natural.
Encantados, ficaram a se perguntar de que ângulo o arquipélago era mais bonito.
Isso por que, com suas montanhas escarpadas e selvagens, e suas enseadas de água verde- esmeralda, o lugar é um paraíso na terra.
O arquipelago conta com vinte e uma ilhas e ilhotas de vinte e seis quilômetros de natureza praticada intocada – que brotam do fundo do mar, a quatro quilômetros de profundidade.
Vulcânico na origem, nenhuma visão jamais questionou seu apelido de Esmeralda do Atlântico. Fernando de Noronha é a ilha principal, a única habitada e com praias (são dezesseis ao todo) e a única que o turista pode visitar, com autorização do Ibama e nas asas de um Bandeirante.
Esta ilha, deve ser desfrutada devagar.
A pé, de bicicleta, de barco, de bugue, ou jipe nos seus ermos mais distantes.
Américo passou por ali, e foi o primeiro humano a pisar em suas terras, em 1503.
Depois dele, a ilha virou rota de navegação e caiu nas mãos de franceses, holandeses, ingleses e só voltou para os portugueses em 1737.
Foi presídio comum, presídio político, base norte-americana na
Segunda Guerra e Território nacional. Em 1988, foi incorporada ao estado de Pernambuco e
ganhou a posição de Parque Nacional Marinho. Daí a razão da ilha ser fiscalizada pelo Ibama, que
impõe as regras e cobra taxa de preservação do meio ambiente que aumenta de acordo com a
permanência do turista.
No mais, a ilha é simples, as pousadas são as casas dos ilhéus e restaurante só há um.
Contudo o que mais interessa aqui é mergulhar em suas águas e apreciar a vida marinha, que aqui,
longe da poluição, é exuberante.
Mais tarde, os turistas foram conhecer a Vila dos Remédios.
No alto da vila, construído em
1737 sobre as ruínas de uma fortaleza holandesa de 1629, faz parte de um sistema de defesa de
dez fortificações existentes no arquipélago.
Além disso é considerado o mais importante do século
XVIII e já serviu de prisão e quartel.
Na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, os turistas conheceram a mais importante igreja
da ilha.
Em estilo colonial barroco, construída em 1722 e restaurada recentemente, tem uma réplica
da imagem da santa padroeira, que desapareceu na década de trinta.
No Palácio de São Miguel, os turistas se depararam com uma construção, em estilo
colonial, que é a sede da administração da ilha.
Foi erguido sobre as ruínas do prédio da diretoria
do presídio, de 1737.
Destaque para o vitral com a imagem do Arcanjo São Miguel.
Na pracinha
da frente fica o monumento em homenagem aos aviadores portugueses Sacadura Cabral e Gago
Coutinho, que passaram por aqui em 1922 na histórica travessia aérea do Atlântico Sul.
Ao passearem pelo Museu e Arquivo Histórico, os turistas viram que a casa da praça da
igreja abriga temporariamente documentos e peças que contam a história da ilha, como um pedaço
de hélice do avião de Sacadura Cabral e balas de canhão da Segunda Guerra.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ma%C3%A7arico Maçarico - Ave
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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