Poesias

quarta-feira, 17 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 5

CAPÍTULO 5

E por esta razão, todos na aldeia iam se deitar cedo.
Para que no novo dia que iria se iniciar, estivessem dispostos para trabalhar.
Por isso, se levantavam cedo, muito antes do sol se mostrar inteiro.
Quando então o astro-rei finalmente aparecia, inteiro, dando o ar de sua graça, os índios já estavam trabalhando há algumas horas.
Enfim, era uma pesada jornada de trabalho que enfrentavam sempre.
Dia após dia, não havia descanso para os índios.
Como não tinham como preservar os alimentos, constantemente os homens saíam para caçar e pescar.
E as mulheres, diariamente cuidavam de suas ocas e da repartição dos alimentos entre os membros da tribo.
Aliás, esta era uma filosofia que o pajé seguia e impunha severamente aos índios.
Tudo que fosse caçado, cultivado, criado, tudo sem exceção, deveria ser partilhado com os demais membros da tribo.
Nesse sistema de comunidade em que os índios viviam, até os idosos, diferentemente de outras organizações sociais, eram respeitados.
Aliás, os homens mais velhos da aldeia, passavam a organizar os índios mais jovens.
Eram ouvidos, e suas palavras eram lei entre os índios.
O pajé, aliás, era um desses homens de mais idade e experiência, e que por isso conhecia toda a sorte de segredos e lendas de sua tribo.
Respeitado, era o chefe dos demais índios.
E assim, impunha aos membros da tribo, o afastamento do colonizador, o homem branco.
Severo, não admitia qualquer espécie de contato com eles.
Todos os índios deveriam permanecer nas matas.
Isso tudo, para que se preservasse a tribo.
O pajé, temia que se houvesse uma aproximação com os brancos, os índios e sua tribo, fatalmente seriam dizimados.
E ele, ressabiado, não queria correr o risco.
Como já havia convivido com os brancos, sabia de sua crueldade e falta de escrúpulos.
Assim, não queria novamente se envolver, com que ele denominava ‘raça maldita’.
Porém, por mais que os índios desejassem saber o que os brancos haviam feito de tão ruim, o pajé se recusava a comentar.
Dizendo que os brancos cometerem terríveis atrocidades, o pajé alegava que não tinha coragem de comentar tudo o que havia visto.
E assim, nenhum branco sabia onde viviam estes índios.
Dessa forma, os índios viviam em paz.
Longe da presença nefanda do homem branco, os índios viviam felizes em sua aldeia, caçando, pescando e vivendo.
Suas vidas eram simples, mas eram felizes.
E o pajé, desejoso de que essa tranqüilidade fosse perene, fazia de tudo para preservar os índios.
E isso era muito bom.
Assim, mais um dia transcorreu na vida dos índios.
Depois de um longo dia para todos, os índios se reuniram diante do pajé, que a partir de então, passou a contar-lhes as mais belas histórias que conhecia sobre os índios.
Primeiramente, passou a falar da Iara.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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