CAPÍTULO 61
Neste momento, o barqueiro começou a contar sobre a ‘Lenda do Cavalo-Marinho’:
Trata-se de um animal encantado que vive no mar ou nos rios.
De origem oriental, o cavalo-marinho, de resplandecente alvura, crinas e caudas de fios
dourado, aparece nos contos tradicionais, e nos episódios narrados como pessoais.
“É crença geral entre os índios, e que se foi transmitindo também à gente civilizada que
por ali habita, que no cimo da colina existe um lago, que é habitado por um grande peixe, que tem
as formas de um cavalo.
Daí, pois, o nome de ilha do Cavalo-Marinho.
Sendo ela toda de terra firme, isto é, não
sujeita às inundações, de belo aspecto e de terreno próprio para a lavoura, é, entretanto, tal o terror
que incute o fantástico monstro, que ninguém ousou ainda explorar a ilha, achando-se ela
completamente deserta.
No verão, e quando as praias mostram-se descobertas, encontram-se em diferentes pontos
uns resíduos, nos quais notam-se ossos, cabelos, escamas, penas, etc.
Dizem os índios que são as
fezes lançadas pelo peixe misterioso.” 68
Quem encontrar o Cavalo-Marinho ficará rico com os cabelos das crinas e caudas, todos
de ouro puro e reluzente.69
68 Ocorre nas Mil e uma Noites (primeira viagem de Simbad) e há vários registros seus no Brasil.
O Cônego Francisco Bernardino de Sousa (Lembranças e Curiosidades do Vale do Amazonas, 93, Pará, 1873) registra
uma versão antiga, referente a uma olha denominada Cavalo-Marinho, no rio Uaicurupá, município de Vila-Bela-daImperatriz (hoje Parintins).
69 Hipocampo: Monstro fabuloso, metade cavalo, metade peixe.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário