Poesias

quarta-feira, 17 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 71

CAPÍTULO 71

Por fim, despediram-se para a região, e partiram em direção ao estado da Paraíba.
Em João Pessoa, antiga Felipéia de Nossa Senhora das Neves, os viajantes foram visitar o Centro Cultural São Francisco.
Neste centro, um conjunto barroco composto pela Igreja de São Francisco, Convento de Santo Antônio e Museu de Cultura Popular, que começou a ser construído em 1589, e levou quase duzentos anos para ficar pronto, onde estão os painéis frontais da igreja, que são de azulejos portugueses e retratam a Paixão de Cristo.
A Capela Dourada – com portais rococó e entalhes do período de Dom João V – já foi muito mais dourada no passado, quando então era coberta de ouro.
Aí, descobriram o tesouro e ocorreu a multiplicação do pecado: a capela virou uma espécie de pia de água benta e muita gente se locupletou com isso.
Nos fins de tarde, especialmente, os morcegos dão o ar de sua graça no conjunto onde eles moraram durante os doze anos em que ficou fechado para restauração.
Com isso, os viajantes foram visitar o Museu da Cultura Popular, e lá observaram as exposições permanentes de peças de folclore, xilogravuras e arte sacra.
Mais tarde, passaram pela Catedral Metropolitana de Nossa Senhora das Neves.
Esta construção, é de segunda metade do século XIX e é a quarta igreja construída no mesmo lugar.
Curiosamente, foi aqui que se ergueu a primeira capela da cidade, de taipa, em 1585, ano da fundação da cidade.
Esta edificação, possuí duas torres, numa das quais um relógio de peso que não funciona, porque teve uma peça roubada.
No altar, um bloco de mármore e uma imagem de madeira dourada de Nossa Senhora da Assunção. Na Igreja da Misericórdia, os turistas viram que por fora, a construção é branquinha.
Por dentro, é a única da cidade que conserva sua arquitetura original, de 1602.
Veja a Capela do Salvador do Mundo, onde estão os restos mortais de Duarte Gomes da Silveira, grande senhor de engenho e responsável pela obra.
Além disso, a igreja é tombada pelo patrimônio histórico local.
No Convento e Igreja Nossa Senhora do Carmo, a edificação, em estilo barroco-rococó, do final do século XVI, ladeado pelo Palácio Episcopal e pela Igreja de Santa Teresa.
Trata-se de um dos conjuntos arquitetônicos mais bonitos da cidade.
Já no Mosteiro de São Bento, os turistas puderam apreciar a bela arquitetura barroca nordestina, com fachada de pedra trabalhada.
Na Igreja de São Pedro Gonçalves, a construção, erguida em 1843 graças à contribuição de comerciantes e navegantes, é toda em estilo neoclássico e confere à cidade antiga um contraste especial.
Integra um conjunto tombado pelo patrimônio histórico que abrange o largo, o convento, o Hotel Globo, e alguns prédios das imediações.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário, é a mais alemã das igrejas paraibanas.
É de 1727 e apresenta grossas colunas revestidas de marmorito escuro.
Já o Sobrado dos Azulejos é uma construção do século XVIII de jeitão gótico.
As paredes de tijolos maciços são revestidas de azulejos azuis portugueses da fábrica Devezas-Porto.
Na Casa da Pólvora, os turistas se depararam com uma construção portuguesa de 1710, localizada num morro, no centro da cidade baixa, naquela que é a mais velha rua da cidade.
Servia como ponto para observar a aproximação de embarcações inimigas que ameaçavam a capital.
Era também, depósito de munição.
Hoje, abriga o Museu Walfredo Leal, com exposição permanente de fotografias antigas da cidade.
Daqui se vê a paisagem do Rio Sanhauá e da várzea paraibana.
No Espaço Cultura José Lins do Rêgo, os turistas visitaram um centro cultural que abriga teatro, cinema, galeria de arte, auditório, biblioteca, gibiteca, a Praça do Povo, onde são realizados shows e um planetário.
No Cine Banguê, às quintas, costuma se apresentar a Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Aos sábados, exposição e feira de selos e moedas.
Por fim, o espaço abriga ainda, o Museu José Lins do Rêgo, composto pela biblioteca particular do autor, com quatro mil seiscentos e quarenta e cinco livros.
Ao passearem pelo Momerial Augusto dos Anjos, os turistas olharam os livros, documentos, fotografias e objetos de uso pessoal do poeta, autor do poema ‘Eu’.
Na Fundação Casa José Américo de Almeida, os turistas se depararam com um arquivo pessoal com cento e trinta mil documentos, livros e coleções do advogado e escritor que governou a Paraíba no período de 1951 à 1956.
No Museu e Cripta Epitácio Pessoa, os viajantes conheceram o Tribunal de Justiça, onde estão os manuscritos, documentos, fotos móveis e objetos de uso pessoal do jurista que foi presidente do Brasil.
Na cripta estão os restos mortais dele e de sua mulher, Mary Saião Pessoa.
Mais tarde, foram conhecer o Teatro Santa Roza.
Considerado um dos mais antigos do Brasil – é de 1888 – tem fachada com ares greco-romanos e o interior é revestido com pinho-de-riga.
Na Praia do Tambaú, os turistas conheceram a mais freqüentada da cidade.
Com mar tranqüilo, areia fina e repleta de coqueiros, possuí quiosques, lojas de artesanato, bares e restaurantes.
Já na Praia da Manaíra, os viajantes se depararam com uma praia urbana, com ondas fracas, areia fina e coqueiros.
Além disso, em sua orla, há restaurantes, bares e casas luxuosas.
Na Praia do Bessa, os cinco rapazes descobriram um lugar excelente para mergulhos.
Apresenta uma lindíssima formação de corais.
Além disso tem água morna, coqueiros e gameleiras.
Quanto a Praia do Cabo Branco, esta é muito procurada e muita bonita, com falésias de cinqüenta metros de altura.
Além disso, seu exuberante mar azul contrasta com o verde marcante dos coqueiros.
Já na Praia da Penha, a vila de pescadores já foi maior, mas ainda é possível vê-los na sua harmoniosa convivência com o mar.
Fica a dois quilômetros do farol do Cabo Branco.
Entusiasmados com o passeio, os turistas mais do que depressa foram a Igreja de Nossa Senhora da Penha, construção do século XIX, que está localizada no ponto mais alto da praia.
Na segunda quinzena de novembro, ela recebe romeiros de todo o Nordeste.
Ao passearem pela Barra do Gramame, os turistas novamente encontraram um lugar bastante freqüentado, e cuja paisagem é uma sucessão de falésias junto à foz do Rio Gramame.
Depois, foram passear no Parque Arruda Câmara.
Trata-se de uma reserva botânica de mata atlântica.
Tem minizôo com trezentos e três animais de sessenta espécies.
O parque tem três lagos, fontes de água e riachos.
A Fonte de Tambiá é do século dezoito.
No Parque Solon de Lucena, no centro da cidade, os turistas descobriram que este tem o traçado original de Burle Marx e o parque é circundado de coqueiros e palmeiras imperiais.
Na Reserva Florestal Mata do Buraquinho, os turistas descobriram que, na área urbana, entre conjuntos habitacionais, estão quatrocentos e setenta e um hectares, administrados pelo Ibama, que possuí lagos, lagoas, rios, riachos e fontes.
É o habitat natural de cobras, jacarés, preguiças e macacos.
Depois, os viajantes foram conhecer a Ponta do Seixas.
Acordando bem cedo, aproveitaram para ver onde o sol nasce primeiro no país.
Por se tratar do lado extremo oriental do continente sul-americano, ocorre este fenômeno.
A seguir, do Mirante do Farol do Cabo Branco se descortina uma das mais belas vistas de praias do Brasil.
Aqui têm, restaurante, lanchonete, playground e artesanato.
Na Praia da Tambaba, os turistas descobriram que esta é uma praia de nudismo.
A primeira oficializada no Nordeste.
Para sacar os maiôs ou biquínis, basta seguir as placas de orientação – ou perguntar aos policiais militares que ficam no local.
Com isso, os turistas, comportados, não cometeram nenhum excesso.
Ao contrário, mesmo ao visitar as grutas de vegetação agreste, se comportaram dignamente.
Na Fortaleza de Santa Catarina, ao lado do Porto de Cabedelo, trata-se da ruína de um forte construído em 1585, pelos portugueses, que o ergueram com pedra calcárea e óleo de baleia.
A seguir, os turistas foram passear na Ilha de Areia Vermelha.
A meio caminho de Cabedelo, só aparece durante a maré baixa, a dois quilômetros da costa, oferecendo um incrível passeio náutico.
Por último, os turistas aproveitaram para comprar artesanato de palha, corda, sisal, couro, argila, madeira, rendas (labirinto) e redes no Mercado de Artesanato.
No dia seguinte, os turistas foram conhecer Campina Grande.
De um lado, o litoral.
De outro, o sertão.
Separando a água da seca, na Serra de Borborema, Campina Grande fica maior ainda quando o campinense bate no peito para dizer:
‘Tá vendo isso aqui? É o maior pólo industrial e tecnológico do estado.’
Ademais, é a terra de violeiros e repentistas.
É a capital do trabalho, mas também é a capital do forró.
Um capital que, sem exagero, se agiganta para valer, no mais longo São João do planeta.
Ou como canta o poeta popular Amazan:

‘Grande festa nordestina
Forró a cada segundo
Nós fazemos em Campina
O maior São João do mundo.’

E quanto ao maior São João do Mundo, é assim, desta maneira mesmo.
Modestamente, é que Campina Grande promove sua principal gandaia.
Se realmente é o maior São João do mundo, ninguém sabe, até por que a cidade disputa com Caruaru (Pernambuco) e com Estância (Sergipe), este título.
Uma coisa porém é certa.
O campinense é o mais ruidoso do planeta.
É nesse período que a cidade se enfeita de bandeirolas, o lume das fogueiras aquece as noites frias (dezessete graus) da Serra da Borborema, e suas ruas acolhem mais de quatrocentas mil pessoas de todo o país, numa festa que emenda o dia com a noite, e parece não ter mais fim.
Durante o dia, o Trem Ferroviário leva os turistas para um passeio de quarenta minutos até as Pedras do Ingá, embalados pelo som de sanfonas, triângulos e de zabumbas.
O arrastão do forrozeiro sai pelo sobe e desce das ruas do centro, empurrando todo o mundo, no ritmo do forró trieletrizado.
Há burreatas (desfile de burros), corridas de jegues, comboios de carroças ornamentadas e o alarido dos torcedores, que incentivam aqueles que tentam alcançar a prenda lá em cima, no pau-de-sebo.
Multiplicam-se as barraquinhas de comidas típicas, especialmente no quartel-general da festa, o Parque do Povo, uma área com doze mil metros quadrados, equivalente a meio Maracanã.
É neste arraial gigante que acontecem pelo menos dez atrações simultâneas em três palcos diferentes.
Para garantir a presença do público, a prefeitura cadastra casas e apartamentos mobiliados para hospedagem, ideais para grupos de turistas que rateiam as despesas, e economizam a grana do hotel.
Em Sousa, os turistas se depararam com as mirabolantes pegadas às margens do Rio Peixe, e se encantaram.
Foi ali, que em 1920, graças ao geólogo Luciano Jacques de Morais, que se soube que foram impressas, há setenta milhões de anos, as aludidas pegadas.
Era ali a trilha de um semibípede de três toneladass, o iguanodonte, primo-irmão do alossauro, duas espécies jurássicas que viveram neste vale há séculos.
Dizem os especialistas que um belo dia, uma chuva de meteoritos caiu na cabeça deles e os gigantes foram queimados do mapa.
Essa porém, é uma das teses.
Teorias mais elaboradas creditam a extinção a fatores geológicos e biológicos, entre eles a diminuição da superfície dos oceanos e o aumento da temperatura no planeta.
Contudo, muito embora eles tenham sumido, seus rastros ficaram.
As pegadas foram gravadas no barro de lagoas e na areia de rios na estação das chuvas.
Durante a seca, a pegada se solidificava, resistia às chuvas seguintes, ganhava novas camadas de areia ou de barro trazido pelas enchentes, e ia se sedimentando ainda mais.
Por fim, ficaram tão duras que estão na região até hoje.
Com isso, além de apreciar os principais pontos turísticos da cidade, os turistas aproveitaram para ver a Festa do Bode.
No distrito de São Francisco, a trinta e um quilômetros de Sousa, os turistas se curvaram diante de um dos mais concorridos pratos da culinária local, e dedicaram um dia inteiro à comilança de bodes.
Guisado de bode, bode assado, bode frito, tudo que é tipo de bole, é servido nos bares, restaurantes e barraquinhas da praça principal da vila, que vira um grande forródromo.
Mais tarde, os rapazes foram ouvir a ‘Lenda do Milagre Eucarístico’.

“A história é muito conhecida por lá.
Durante a missa, um negro forte finge comungar, esconde a hóstia na dobra da camisa, e foge para usá-la em feitiçaria.
Os devotos percebem e começa a perseguição.
Não o apanham, mas encontram a hóstia em um capinzal, guardada por ovelhas, e a levam em procissão de volta à Igreja dos Remédios.
Na Praça do Bom Jesus, um momento reproduz a cena das ovelhas.”

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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