CAPÍTULO 68
Lá, passaram pela Catedral de Nossa Senhora do Rosário.
Iniciada no início do século XVII e sucessivamente reformada.
Apresenta duas torres simétricas, separadas por um frontão decorado por três vitrais franceses.
No interior, arcos romanos, nichos greco-romanos e a Capela do Santíssimo Sacramento com tela ‘Cristo na Ceia Larga’, do artista local Aurélio Phídias.
Na Igreja Nossa Senhora das Correntes, a mais bela do Brasil, segundo Germain Bazin, diretor do Museu do Louvre, de Paris, os turistas puderam constatar que o mesmo não se enganara ao dizer isso.
Primeiramente, a fachada é toda barroca e o frontão é da ‘Escola Pernambucana’, com três janelas e uma porta.
A nave é decorada com azulejos portugueses com motivos marianos e piso de mosaico inglês.
No forro, pintura ilusionista do Sagrado Coração de Jesus.
A construção começou em 1720, como capela privativa da família Lemos.
No movimento abolicionista, os escravos usaram a igreja como refúgio – à esquerda do altar, os turistas viram a passagem secreta, onde eles ficavam até receber uma carta de alforria falsificada e, assim, fugir para Palmares.
Na Igreja Nossa Senhora dos Anjos e Convento São Francisco, os cinco rapazes observaram uma obra executada a partir de 1660, sobre as ruínas do forte de Nassau.
A igreja é barroca.
As pinturas em ouro nos altares e na coroa portuguesa que encima a nave principal, suspensa por anjos, é a prova cabal disso.
O púlpito é decorado com pátina dourada e concha de jacarandá.
Os dois altares laterais tem estilo rococó.
O convento também é barroco e guarda a belíssima escultura do Senhor Glorioso.
No Oratório da Forca, uma construção colonial de 1769, destinada às orações dos condenados que passavam a noite rezando a espera da chamada do carrasco, os turistas se sentiram com se tivessem vendo a cena.
Já no Paço Imperial, os turistas conheceram mais um pedaço da história da família Lemos.
Isso por que, o Sobradaço colonial era da aludida família.
Não bastasse isso, serviu de hospedagem a Dom Pedro II, em sua passagem por Penedo, em outubro de 1859.
Hoje é sede do Museu da Fundação do Baixo, de cujo acervo se aprecia uma bússola antiga, um penico de porcelana do século XIX, peças de madeira e gesso e quadros de artistas penedenses.
No Mirante, os turistas descobriram que ali era o antigo porto da cidade.
Dali se pode ver, na outra margem do rio, a cidade de Santana de São Francisco (Sergipe), conhecida como Carrapicho – tradicional centro de artesanato de argila.
Lá se produzem, filtros, carrancas e utilitários.
Na Casa de Penedo, está o museu que revela a história da cidade e da vida do Barão de Penedo (1815-1906), diplomata no Império e na República.
Dele, há um uniforme de gala bordado com fios de ouro.
No dia seguinte, os turistas foram passear pelo Rio São Francisco, até sua foz, no Pontal de Peba – reserva ecológica das tartarugas marinhas.
Após, foram assistir a Festa de Bom Jesus dos Navegantes.
Trata-se de uma magnífica procissão fluvial no estuário do Rio São Francisco.
Mais tarde, foram até a margem oposta do rio, e compraram artesanato de argila em Carrapicho.
Por meio de balsas, conseguiram chegar tranqüilamente ao lugar.
Dias depois, foram até Marechal Deodoro e lá conheceram o Complexo Franciscano.
Este lugar, formado pela Igreja e Convento de Santa Maria Madalena, em construção franciscana do século XVIII, foi concluída em 1793.
A fachada da igreja apresenta arcadas, janelões e um nicho com a imagem de Nossa Senhora dos Anjos.
No seu interior, colunas salomônicas e belíssimas talhas.
Depois, ao visitarem o Museu de Arte Sacra, os turistas tiveram que usar pantufas por causa do piso, de grossas tábuas de madeira de lei.
Uma das peças mais bonitas que eles viram foi a coroa de ouro em tamanho natural de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade, separada da imagem da santa, que está na igreja.
A coroa só vai para a cabeça da santa no dia 8 de dezembro, seu dia de festa.
Além disso, o acervo compõe-se de peças de ouro, prata, madeira policromada e argila recolhidas em várias igrejas do estado.
Na Igreja Nossa Senhora do Amparo, iniciada em 1757, os viajantes constataram que sua torre permanece por fazer.
Os cinco rapazes também observaram que a fachada da igreja é barroca.
Acima da porta principal, há um nicho vazio.
Além de inacabada, o templo precisa urgentemente ser restaurado.
Tal estado de abandono, deixou os turistas desolados.
Tanto que chegaram a comentar:
-- Como podem deixar de lado, uma coisa tão importante quanto a própria história?
Contudo, como ainda tinham muito o que ver, prosseguiram em seu passeio.
Agora, foram em direção ao Convento e Igreja de Nossa Senhora do Carmo.
Ao lá chegarem, constataram que era outra edificação que não fora concluída.
Com uma fachada despojada, possuí em sua torre, revestimento feito de azulejos portugueses.
No piso interno há lápides assinalando as sepulturas dos membros da velha aristocracia rural alagoana.
Na Casa da Câmara e Cadeia, os turistas conheceram o edifício de quatorze janelas e uma porta no térreo, que abrigou uma antiga cadeia.
Em seu piso superior, existem mais vinte janelas.
Foi neste andar que funcionou a Câmara Municipal e o Júri.
Depois, os turistas foram conhecer o Museu Marechal Deodoro.
Este museu, fica na casa onde nasceu o proclamador da República.
Neste local estão os objetos pessoais do marechal, como sua farda azul, mobiliário, documentos de família, e a lápide de mármore de seu túmulo.
Ao passearem na Lagoa Manguaba, os viajantes se deslumbraram com manguezais e ilhas de vegetação nativa.
Lá, foram logo pedir aos barqueiros que os levassem às croas – locais rasos no meio da lagoa, excelentes para mergulhos.
Na Praia do Francês, os cinco rapazes conheceram um vilarejo de duzentos habitantes que atrai mais de três mil turistas nos fins-de-semana.
Na alta temporada o número dobra.
A praia é de um azul-turqueza inimaginável, mas perigosa.
À beiramar, alugam-se caiaques, barcos a motor, ultra-leves, mas a atração é a jangada motorizada, Cabocó: com fundo de vidro, leva até dezoito pessoas para conhecer uma floresta de corais amarelos perto dos arrecifes, a um quilômetro e meio da costa.
Quando os viajantes foram conhecer a Prainha e a Praia do Saco, os cinco rapazes se depararam com praias selvagens que ficam no encontro da lagoa com o mar.
Como só se chega a elas por meio de barco, eles foram até Barra Nova, e devidamente acomodados, se admirararam com o lugar.
No Pátio do Complexo Francisco, quando retornaram do longo passeio, os turistas aproveitaram para comprar rendas de filé e de labirinto.
Por fim, foram conhecer a Barra de São Miguel.
Este lugar se tornou conhecido, por que foi ali que os índios Caetés devoraram o primeiro bispo do Brasil, Dom Fernandes Sardinha, em 1556.
Agora, contudo, vem sendo conhecida em razão dos campeonatos esportivos.
Foi desta forma que se despediram da região.
A seguir partiram em direção a Pernambuco, que quer dizer, ‘mar furado’.
Em Recife, os viajantes foram conhecer a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco e Convento Franciscano de Santo Antônio.
Em estilo barroco, sobretudo em sua capela dourada (1697), entalhada em cedro e coberta por lâminas de ouro.
No Museu Franciscano de Arte Sacra, os turistas encontraram peças dos séculos XVIII e XIX.
Já, na Igreja do Santíssimo Sacramento, os cinco rapazes descobriram que o local abrigou a Casa de Pólvora dos holandeses.
Construída em 1735, a igreja é manuelina na fachada, barroca e neoclássica nos altares.
Uma mistura fantástica!
Na Casa da Cultura, os viajantes ficaram a imaginar, como seria a vida dos presos que olhavam o Capibaribe (rio da cidade).
Provavelmente nem imaginavam que dali a cento e cinqüenta anos, suas celas, transformadas em lojinhas, seriam vasculhadas pelos turistas.
Neste local, painéis de Cícero Dias contam a vida de Frei Caneca, herói pernambucano fuzilado por não se encontrar carrasco que o enforcasse.
No Museu do Homem do Nordeste, os turistas descobriram tudo sobre o ciclo do açúcar.
De tão informados, sentiram-se como se estivessem numa Casa Grande, apreciando a cultura do açúcar.
Também existe um livro de nome ‘Casa Grande e Senzala’, que conta em detalhes tudo sobre o açúcar na região.
Não bastasse isso, o mesmo prédio abriga ainda, o Museu de Antropologia, com literatura de cordel, objetos, roupas.
Mais tarde, ao visitarem o Bairro do Recife, os cinco rapazes passaram a conhecer um pouco mais sobre a cidade que nasceu em 1548.
Ali, vários prédios do século XIX foram restaurados e pintados com cores fortes.
Na Rua do Bom Jesus, os turistas avistaram o marco zero – todo vermelhinho.
Lá também fica a Capela de Santo Amaro das Salinas, com um santo de costas para a porta e o Porto de Recife.
No Mercado de São José, os rapazes encontraram, desde alpercatas de couro até objetos religiosos afro.
O prédio, de estrutura pioneira de ferro pré-fabricada na França, foi inaugurado em 1875, e tem de tudo.
Do lado de fora, cajus, pinhas e outras delícias regionais.
Ao visitarem a Basílica e Convento de Nossa Senhora do Carmo, os viajantes descobriram que: para exorcizar a presença dos holandeses, construiu-se o conjunto no local onde existiu, um dia, o Palácio da Boa Vista, erguido por Maurício de Nassau.
Após, foram conhecer a Catedral de São Pedro dos Clérigos.
Igreja de grife, de arquitetura de Manuel Ferreira Jácomo, pinturas de João de Deus Sepúlveda, Manuel de Jesus Pinto e Francisco Bezerra.
Erguida no século XVIII, em pedra de cantaria, tem portas de jacarandá.
A seguir, os turistas foram conhecer a Igreja Madre de Deus.
Construída no século XVIII sobre as fundações de uma igreja do primeiros tempos de Recife.
Seu altar-mor é entalhado e folheado a ouro no mais puro barroco brasileiro.
Na Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, talhas douradas cobrem o altar-mor e pinturas, o forro.
Em destaque, rara imagem da Virgem Maria grávida.
Em seguida, os turistas, aproveitando o passeio, foram conhecer a Igreja de Nossa Senhora da Conceição ou Capela da Jaqueira.
Com casca grossa mas polpa fina, possuí altar-mor dourado de 1818.
Além disso, inúmeros azulejos portugueses embelezam a construção.
Mais tarde, resolveram passar na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
Conta a história, que o Rei Afonso VII doou a igreja, (séculos XVII e XVIII) aos africanos de Recife e seus descendentes.
Nos altares, a presença de santos negros.
Já a Igreja de Nossa Senhora do Terço, fundada em 1726, um século depois, teria testemunhado o enforcamento do Frei Caneca, logo em frente, se algum carrasco tivesse aceitado a missão.
Como não encontrou quem o enforcasse, o herói foi fuzilado perto do forte das Cinco Pontas, no Paredão de Frei Caneca.
No Pátio de São Pedro, os turistas finalmente puderam esbaldar em barezinhos, até por que, ninguém é de ferro.
Além disso, ali também se encontra o casario colonial dos séculos XVIII e XIX, em volta também, da Catedral de São Pedro dos Clérigos.
Lá está também, a Casa do Carnaval, com estandarte e fantasia de blocos e clubes, como o Elefante e o Pitombeira.
No dia seguinte, os turistas passearam pelo Forte do Brum.
Essa construção, foi iniciada pelos portugueses em 1629, e os holandeses o terminaram em 1631.
O mais importante forte do Recife é hoje um museu militar, exibe armas antigas e modernas, e até o esqueleto de um soldado da época da invasão holandesa.
No Museu Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, basta uma peça para justificar a ida ao local: a coluna em pedra com o brasão e a coroa portuguesa, que serviu de marco divisório entre as capitanias de Pernambuco e Itamaracá.
É de 1535.
Ao passearem pelo Museu do Estado de Pernambuco, os turistas se depararam com um casarão branco e ocre, que pertenceu a Francisco Antônio de Oliveira, o Barão de Beberibe.
Dentro, uma viagem ao tempo dos barões do açúcar por meio de móveis, jóias, moedas, quadros e relíquias militares.
Mais tarde, ao visitarem o Museu do Trem, na Praça Visconde de Mauá, os turistas descobriram mais um novo detalhe sobre a rica história de nosso país.
No ano em que a Princesa Isabel abolia a escravidão, inaugurava-se a Estação da Estrada de Ferro Central de Pernambuco.
Todavia, os trens já não apitam na curva, mas a estação exibe fotos, locomotivas e peças desses tempos românticos.
No Teatro Santa Isabel, dá gosto gritar ‘bravo’! no amplo salão de espetáculos do edifício neoclássico que o francês Louis Vauthier construiu em 1850.
A santa, no caso, era a Princesa Isabel, nascida quatro anos antes.
Depois, na Torre Malakoff, os turistas conheceram o local, em estilo árabe e que lembra um forte russo do tempo da Guerra da Criméia.
Na Ponte Maurício de Nassau, os turistas descobriram que: foi erguida em 1643, um ano antes dele voltar à Europa.
Restaurada, não tem mais o Arco da Conceição, uma das portas da cidade, demolido em 1917.
Dias após, ao passearem pela Praia do Pina, os turistas descobriram que a região abrigou um dia, uma colônia de pescadores.
Muito embora alguns ainda resistam, acabarão por sucumbir diante do avanço de bares, restaurantes e turistas.
A areia escura, já apresenta focos de poluição.
Na Praia de Boa Viagem, sete quilômetros de areia, protegidos por arrecifes formam centenas de piscinas de água bem verde.
Principal palco da cidade, tem sempre alguma coisa em cartaz: carnaval, torneios de verão, megashows, oferendas a Iemanjá.
Os turistas também foram conhecer o Horto Botânico Dois Irmãos.
Lá eles andaram de charrete e observaram animais empalhados do Museu de Ciências Naturais.
Após os forasteiros foram passear no Parque Histórico Nacional Guararapes.
Em Jaboatão, palco da batalha final entre portugueses e holandeses.
Ainda que já se saiba quem venceu a luta, os turistas olharam com atenção o painel que representa a Batalha dos Guararapes na Igreja Nossa Senhora dos Prazeres (1656).
Além disso, apreciaram uma vista excepcional do lugar.
Em Tracuhaém, na Zona da Mata, os turistas conheceram o lugar que divide com Caruaru a glória de ser o mais importante centro da cerâmica pernambucana.
Já no Vale das Formigas (em tupi, garacu-nhémnhém), o barro se transforma em peças exóticas, sacras, zoomórficas ou, simplesmente, utilitárias.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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