CAPÍTULO 62
A seguir o barqueiro contou a ‘Lenda da Cobra-Grande’:
É o mito mais poderoso e complexo das águas amazônicas.
Mágica, irresistível, polifórmica, aterradora.
“A Cobra-Grande, tem a princípio, a forma de uma sucuriju ou uma jibóia comum.
Com o tempo adquire grande volume e abandona a floresta para ir para o rio.
Os sulcos que deixa à sua passagem, transformam-se em igarapés.
Habitam a parte mais funda do rio, os poções, aparecendo vez por outra na superfície.
Durante nossa estadia em Itá, houve ocasiões em que nenhum pescador atreveu-se a sair para o rio à noite, pois em duas ocasiões seguidas foi avistada uma Cobra-Grande... pelos olhos que alumiavam como tochas.
Foram perseguidos até a praia, somente escapando porque o corpo muito grande encalhou na areia. Esses pescadores ficaram doentes do pânico e do medo da experiência que relatavam com real emoção.”70
70 (Eduardo Galvão, Santos e Visagens, 98-99, Brasiliana, 284, S. Paulo, 1955). Eduardo Galvão confirma a CobraGrande tornar-se navio encantado. Misabel Pedrosa disse-me que a Cobra-Grande mora debaixo do cemitério do
Pacoval, na ilha de Marajó (1964).
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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