A força econômica, a maior arrecadação, e o maior número de trabalhadores
localizavam-se em Santo André.
Mas a sede do Município, continuaria na Vila de São Bernardo até 1938, quando um
decreto estadual provocou duas mudanças drásticas: a troca do nome de Município de São
Bernardo, para Município de Santo André; e a transferência da sede do Município, também
da Vila de São Bernardo para o Distrito de Santo André.
A solenidade de troca de nome e transferência de sede, ocorreu no feriado de 1º de
Janeiro de 1939.
E assim, durante seis anos todo o ABC se chamou Santo André.
Em 1944 o então Distrito de São Bernardo (incluindo Diadema) obteve a
emancipação político-administrativa, separando-se do Município de Santo André, e sendo
instalado em 1º de janeiro de 1945, com o nome de São Bernardo do Campo.
Em 1948 foi a vez de São Caetano, que separava-se, surgindo o C de ABC, São
Caetano do Sul.
Em 1953 foi a vez de Mauá e Ribeirão Pires, (incluindo Rio Grande, atual Rio Grande
da Serra) obterem suas independências.
Hoje o município de Santo André, corresponde ao espaço central do antigo Bairro da
Estação, às áreas de Utinga e Capuava, e à vasta área do setor de mananciais, da região
Sudeste da Grande São Paulo, incluindo Paranapiacaba, Campo Grande e 18 loteamentos
além da represa Billings.
Historicamente, somente em 1989 a Prefeitura assumiu, na prática, a área de
mananciais, criando posteriormente, o Escritório Regional da área de Mananciais, com sede
no Parque Represa Billings-gleba 2, inaugurado em 24 de Fevereiro de 1991, e com Subsede
em Paranapiacaba, inaugurada em 8 de março do mesmo ano.
Santo André conseguiu, no caso de Utinga, provar que a estrada de ferro nunca
rompeu o território andreense, nem o dividiu.
Cruzando e acompanhando o vale do Rio Tamanduateí, os trilhos ferroviários
provocaram a implantação do processo de industrialização em Santo André.
As primeiras fábricas foram implantadas nos entornos da estação, e as áreas
próximas, de ambos os lados dos trilhos, receberam os grandes loteamentos urbanos, em
especial a partir dos anos 20 do século XX, quando se estabeleceu, nitidamente, a vocação
e o perfil de uma cidade moderna, industrializada e de trabalhadores.
As grandes levas de imigrantes, a partir de antigos agricultores do interior de São
Paulo, descobriram este espaço urbano e construíram a cidade.
Iniciou-se uma interação
cultural, que hoje pode explicar e descobrir a própria identidade da cidade.
Uma interação
onde a própria barreira física da estrada de ferro deixa de ser problema.
Na verdade, o desenrolar histórico da cidade já mostrava esta integração, até antes
da construção da ferrovia.
A Estrada do Oratório, via de penetração em direção à Zona Leste paulistana, é uma
seqüência da própria malha central de Santo André, a partir do Ipiranguinha (por onde
passava o histórico Caminho do Pilar), Rua Senador Fláquer (do I Grupo, hoje Museu, e o
reativado Cine Theatro Carlos Gomes), Rua Coronel Oliveira Lima (do ramal ferroviário
que demandava à São Bernardo), Rua General Glicério (que abrigou uma Hospedaria de
Imigrantes no fim do século XIX), Rua Bernardino de Campos (dos grandes comícios dos
Candidatos de Prestes, Armando Mazzo à frente), Estação e Avenida Antonio Cardoso.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Texto extraído de matéria jornalísticas publicadas no Jornal Diário do Grande ABC, coluna do memorialista Ademir Médici, site da Prefeitura de Santo André e internet.
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