Poesias

sábado, 11 de abril de 2020

Santo André, Antiga Vila

São duas cidades, portanto, duas histórias.
Esta humilde vila, se iniciou quando o português João Ramalho, que já vivia no Brasil, fundou-a.
Tal criação se deu, por obra da chegada de seus compatriotas, em 1500.
Época do descobrimento da Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Brasil.
No tocante a isso, o povoado teve vida curta.
Surgida em 1550, a vila foi oficializada em 8 de Abril de 1553 e chegou ao fim em 1560.
No dia 8 de abril, do ido e longínquo ano de 1553, João Ramalho recebeu um documento referente a vila recém-fundada.
Tal documento, garantia as terras pertencentes ao município do Grande ABC.
Foi assim que se criou a Vila de Santo André da Borda do Campo.
Vila dos personagens: João Ramalho, Cacique Tibiriçá e sua filha Bartira.
Um vilarejo que teve pelourinho, poder constituído, atas e que ficava num ponto do atual ABC paulista, cuja população foi transferida para São Paulo de Piratininga – dos jesuítas do Pátio do Colégio –, juntamente com toda sua documentação, representada por vários livros de atas hoje arquivados em São Paulo.
Foi João Ramalho, que batizou a Vila de Santo André da Borda do Campo.
Era uma linda vila.
Com isso, o poderoso português João Ramalho, dominou-as até 1560, quando toda a população, tanto os moradores, quantos as autoridades foram transferidos para São Paulo de Piratininga – fundada pelos jesuítas, ou São Paulo de Piratinin, “peixe-seco” –, com toda a documentação.
Desta forma, Santo André, passou então, a ser Freguesia do município.
Uma espécie de bairro ou distrito.
Contudo, quanto a origem da vila de Santo André, existem várias versões controversas.
A mais usual, é a defendida pelo historiador José de Souza Martins.
Segundo ele, a antiga Santo André, situava-se no atual município de São Bernardo do Campo, na embocadura do Córrego da Borda do Campo com o Ribeirão dos Meninos, próxima à Avenida Senador Vergueiro, onde esteve instalada a Villares e hoje está o Carrefour.
Foi neste cenário, que no século XVIII, fixou-se a sede da fazenda dos Beneditinos.
Segundo documentos da época, houve reiteradas manifestações, solicitando a transformação da Vila de Santo André em município.
Isso, depois de séculos de abandono, quando da transferência para São Paulo.
Mas somente em 12 de março de 1889, um ato do Presidente da Província de São Paulo, sua Excelência, o senhor Pedro Vicente de Azevedo, formalizou a criação do município de São Bernardo – correspondente à área do município de São Bernardo, referente à área de toda a vila – hoje ABC.
Anos antes, fora criada a Freguesia de São Bernardo, por aprovação régia do Bispo Diocesano e por alvará de 12 de outubro de 1812.
A Freguesia, espécie de Distrito de Santo André, abrangia uma área que não tinha limites exatos, mas não equivalia ao território atual da região do Grande ABC, pois dela não fazia parte, o bairro rural de São Caetano.
Contudo, somente no ano de 1890, foi instalado o município de São Bernardo, abrangendo toda a área do Grande ABC, com sede em São Bernardo do Campo.
A instalação oficial deu-se em 11 de maio de 1890, por força de um requerimento de outrora, do Coronel Oliveira Lima, do futuro Senador Fláquer, do Padre Lustosa e de vários outros moradores.
O Conselho de Intendência, nomeado para exercer provisoriamente a administração municipal era composto pelo: Coronel Oliveira Lima, Francisco José da Silva e José Dal Zotto – este último –, nomeado como Primeiro Intendente municipal, cargo similar ao de Prefeito.
A Câmara Municipal foi instalada em 29 de setembro de 1892, quando tomaram posse os Vereadores.
A denominação Santo André, em alusão a desaparecida Vila de Santo André da Borda do Campo, foi retomada apenas em 1910.
O atual município de Santo André recebeu nome oficial em 1938, e a comemoração de seu aniversário é em 8 de abril, que foi a data da instalação oficial da antiga vila.
Nos idos de 1896, foi criado o Distrito de Paz, de Ribeirão Pires – incluindo os atuais municípios de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, parte de Mauá e o atual Distrito de Paranapiacaba.
Em 1907, foi criado o Distrito de Paranapiacaba.
Três anos após, o município de Santo André foi criado, – em 1910 – incluindo a atual cidade de Santo André, São Caetano e parte de Mauá.
No ano de 1916, foi criado o município de São Caetano.
A antiga região do Tijucuçu – “lamaçal” –, recebia muitas enchentes, as quais deixavam o lugar cheio de barro.
Esse local, se tornou o atual município de São Caetano.
Nessa cidade, a famosa região da Estrada das Lágrimas, ficou conhecida por este nome, porque foi neste local, que mães chorosas se despediram de seus filhos que foram lutar na Guerra do Paraguai.
Em 1934, foi criado o município de Mauá.
Nos idos de 1938, o município de São Bernardo, passou a denominar-se Santo André.
O distrito sede do lugar, passou a ser o Distrito de São Bernardo, englobando o Distrito de São Caetano, e mantendo as divisas distritais.
Em 1944, o Distrito de São Bernardo, foi elevado à categoria de município, com a denominação de São Bernardo do Campo.
A instalação da nova cidade, ocorreu no dia 1º de janeiro de 1945.
Nos idos de 1948, o Subdistrito de São Caetano foi elevado também, à condição de município, com a denominação de São Caetano do Sul.
No dia 16 de fevereiro de 1950, foi elaborado o Hino de Santo André, oficializado pela Lei Municipal nº 541, com os seguintes versos:

“Santo André livre terra querida
Forja ardente de amor e trabalho
Em teu solo semeias a vida,
Em teus lares há pão e agasalho

Salve, salve torrão andreense
Gigantesco viveiro industrial!
Teu formoso destino pertence
Aos que lutam por um ideal

Três figuras de heróis bandeirantes
Isabel, o Cacique e o Reinol
Constituíram os troncos gigantes
Das famílias paulistas de escol

Salve, salve torrão andreense ...

Se tu foste, no início, um castigo
Hoje és benção dos céus sobre nós,
Santo André, o teu nome bendigo,
Berço e tumba de nossos avós

Salve, salve torrão andreense...

Eia, pois, a caminho da glória,
Santo André do herói quinhentista!
Tu será para sempre na história
Marco zero da História Paulista!

Salve, salve torrão andreense...”

Santo André, nosso orgulho constante!
Quanto ao hino, importante destacar que seu autor foi José Dal Zotto.
Muito embora ele seja pouco conhecido, sabe-se que ele era um imigrante italiano e chegou em São Bernardo em 1878.
Era filho legítimo de Ângelo Dal Zotto e Maria Dal Zotto.
Foi casado com Giusseppina Dal Zotto.
Era negociante – antiga forma de se designar os comerciantes.
Exerceu a Intendência aos 38 anos, e permaneceu no cargo até 27 de março de 1892.
Faleceu em 10 de janeiro de 1897 e foi sepultado na Quadra 7, Sepultura Perpétua 23, do Cemitério Municipal – hoje pertencente a Vila Euclides – em São Bernardo do Campo.
A sepultura, foi cedida graciosamente pela Câmara Municipal.
Este grande homem, é também considerado, o Primeiro Prefeito da região.
Em 1953, o município de Santo André, inicialmente termo da Comarca de São Paulo, obteve pela Lei nº 2420, aos 18 de dezembro, sua autonomia jurídica, criando-se a Comarca de Santo André.
No ano de 1954, os distritos de Mauá e Ribeirão Pires – incluindo o atual município de Rio Grande da Serra – foram elevados à condição de município, também.
Em 1958, foi criado o município de Diadema.
Nos idos de 1985, em parte do 2º Subdistrito de Santo André, foi criado o Distrito de Capuava.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Texto extraído de matéria jornalísticas publicadas no Jornal Diário do Grande ABC, coluna do memorialista Ademir Médici, site da Prefeitura de Santo André e internet. 

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